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Matthieu Béra. Émile Durkheim à Bordeaux (1887-1902)

BÉRA, Matthieu. Émile Durkheim à Bordeaux (1887-1902). Bordeaux: Éditions Confluences, 2013. 135

Sobre a vida de Émile Durkheim e sua obra existe uma clássica literatura indispensável para quem estuda a obra do sociólogo francês. No entanto, os biógrafos (Alpert, 1939ALPERT, H. (1939), Émile Durkheim and his sociology. Nova York, Columbia University Press.; Lukes, 1973LUKES, S. (1973), Émile Durkheim: his life and word. Londres, Allen Lane.) pouco se interessaram pela vida privada de Durkheim, com exceção de Marcel Fournier (2007)FOURNIER, M. (2007), Émile Durkheim (1858-1917). Paris, Fayard., que sempre considerou essa dimensão da vida do autor importante, sobretudo a sua infância, para compreender a formação do seu habitus intelectual e científico. Nesse sentido, a obra Émile Durkheim à Bordeaux (1887-1902), do sociólogo, maître de conférences na Université de Bordeaux, Matthieu Béra, vem preencher essa lacuna.

Obra de erudição, com muitos detalhes e um acervo de fotografias e documentos administrativos, na maioria desconhecidos, o livro de Béra nos faz descobrir a vida cotidiana de Durkheim: seu universo social, sua atividade acadêmica na Faculté de Lettres, bem como da sua produção científica durante os quinze anos passados em Bordeaux.

O livro é resultado de um colóquio proposto por Béra, por ocasião do centenário da publicação das Formes élémentaires de la vie religeuse, em 2012. Ligado a esse projeto, o autor reuniu documentos, algumas fotografias e objetos raros, que se tornaram uma exposição e que indicam uma forte presença de Bordeaux na vida do sociólogo. No livro, o autor contou com a colaboração de Elsa Clavel, Emmanuel Naquet e Cyril Olivier. Esse último é coordenador do Bureau des Recherches, Services Publics, Archives Départementales de la Gironde. É ele quem esclarece as localizações das duas casas habitadas por Durkheim em Bordeaux. Elsa Clavel é historiadora e faz a exposição da seção sobre os espaços da Faculté de Lettres. E Emmanuel Naquet, também historiador, faz o capítulo sobre La naissance de la Ligue des Droits de l’Homme. O livro conta ainda com o prefácio de François Hubert, diretor do Musée d’Aquitaine, em Bordeaux.

O livro se estrutura em duas partes: a primeira trata da vida privada e busca localizar precisamente as duas casas nas quais a família de Durkheim morou em Bordeaux e esboçar o quadro familiar. Há ainda informações ricas sobre a esposa Louise, os filhos Marie e André, os sobrinhos Marcel (Mauss) e Henri e sobre a vida cultural e artística de Durkheim. Sobre sua inscrição religiosa, sabemos que Durkheim foi formado na tradição judaica (seu pai, Moïse Durkheim, foi o grande rabino de Vosges, responsável pela comunidade por dezenas de anos), mas que se recusou a entrar na classe sacerdotal. Porém, sobre esse ponto, Béra nos informa que sua prática religiosa foi mínima, visto que seu nome está ausente no registro da sinagoga de Bordeaux.

Ainda nessa primeira parte, o livro traz uma seção sobre o engajamento de Durkheim na Ligue des Droits de l’Homme (LDH), em Bordeaux, no período do Affaire Dreyfus. O artigo é assinado por Emmanuel Naquet, doutor em história e pesquisador no Centre d’Histoire de Sciences Po Paris. Nota-se aqui o caráter precoce do engajamento dreyfusiste de Durkheim, que começa em 1894, quando o sociólogo assina a primeira “protestation” condenando “a violação das formas jurídicas ao processo de 1894”, contrariamente à afirmação feita por J.-C. Filloux (1977)FILLOUX, J.-C. (1977), Durkheim et le socialisme. Paris, Droz. de que “Durkheim é dreyfusard a partir do artigo do Matin, de novembro de 1896”. O historiador lembra que a LDH se tornou um centro geométrico de encontros entre universitários, sindicalistas e políticos moderados, radicais e socialistas (geralmente jaurésiens) (pp. 48-49).

A segunda parte do livro, a mais extensa, é consagrada à vida profissional, abordada em três tópicos: a carreira profissional, as condições de trabalho e a produção científica. A reconstituição da carreira profissional de Durkheim (no seu cotidiano) ao longo de seus quinze anos mostra, antes de tudo, uma vida ascética, dedicada ao trabalho acadêmico e científico, em virtude do grande projeto empreitado em Bordeaux. Como Béra resume “ela consiste em ler, meditar, ‘ruminar’, resumir livros, preparar seus cursos, produzir artigos e livros” (p. 52). Uma bonne besogne, como ele gostava de dizer, na qual investia corpo e alma.

Em julho de 1887, Durkheim é nomeado professor na Faculté de Bordeaux. A conjuntura da sua nomeação se explica por alguns fatores. O primeiro foi o apoio de pessoas que naquele momento dispunham de posições de notoriedade: Théodule Ribot, Louis Liard, Alfred Espinas e Émile Boutroux, todos formados na École Normale Supérieure et agregés de filosofia. Outro fator determinante foi sua viagem para a Alemanha. Ele havia obtido uma licença do ensino de filosofia no liceu, no ano acadêmico 1885/1886, a fim de consagrar tempo para a redação de sua tese de doutorado. As relações de Durkheim, então agregé de filosofia e jovem doutorando, com Ribot, Liard e Espinas resultam na sua nomeação como professor na Faculté de Lettres, recomendado por Boutroux, que orientou sua tese. Após a defesa da tese, em março de 1893, em Paris, na Sorbonne, Durkheim foi promovido a professeur adjoint e seu salário aumentou. Em 1896 ele foi novamente promovido, dessa vez a titular. Segundo Béra, a promoção era uma tentativa de mantê-lo em Bordeaux, uma vez que Durkheim tentava uma transferência para Paris ou Nancy, como atestam as cartas trocadas com Louis Liard datadas de 1893 (p. 55).

O que se pode concluir desses elementos relativos à carreira de Durkheim é que, em quinze anos, segundo a representação gráfica da progressão de sua carreira apresentada no livro, ele se beneficiou de uma bela progressão, melhor do que se tivesse ficado como agrégé de filosofia no liceu de província1 1 . Durkheim ensinou filosofia nos liceus de Sens (1882-1884), de Saint-Quentin (1884-1885) e de Troyes (1886-1887). . Dito isso, ele era consciente de que indo a Paris iria desfrutar de salário superior e melhores condições de trabalho. Além desse último aspecto, quinze anos lhe pareceram suficientes em Bordeaux. De uma parte, a biblioteca de Bordeaux tornou-se limitada; de outra, Paris era o centro universitário onde se encontravam os principais colaboradores do L’Année Sociologique. Ele sentiu a necessidade de se aproximar desse universo e solicitou sua transferência para ocupar a vaga de Ferdinand de Buisson, na Sorbonne, para a cátedra de Sciences de l’Éducation.

Ainda sobre a vida profissional, o livro distingue um quadro material e um quadro intelectual. No primeiro, é descrita com detalhes a estrutura dos espaços do Palais des Facultés com seus anfiteatros, suas enormes salas de aula e de professores e uma vasta biblioteca, que na época contava com 21 mil volumes. Se esse acervo estava em desvantagem em relação à Alemanha, por exemplo, no que concerne à França, constituía um acervo não negligenciável. Essa parte do livro conta com a contribuição de Elsa Clavel, agregée d’histoire, que reconstitui os espaços internos da Faculté des Lettres de Bordeaux, o ambiente de trabalho de Durkheim com seus alunos e colegas professores e as transformações do quadro institucional da universidade.

A Produção científica bordelaise (pp. 86-98) possui duas fases. A primeira (de 1887 a 1897) é mais solitária, austera, feita de leituras, preparação de cursos, redação de artigos e elaboração de livros. Um estilo de vida bem estoico, como observou Georges Davy (1919DAVY, G. (1919), “Durkheim. I. L’Homme”. Revue de Métaphysique et de Morale. XXVI: 181-198., p. 181). Nesse período ele redige, também, suas duas teses: De la division du travail social, a tese de filosofia, defendida e publicada em 1893 e a tese latina sobre Montesquieu, de 1892 (obrigatória em Lettres, até meados do século XX). A outra fase é mais coletiva, marcada pela fundação e lançamento da revista L’Année Sociologique, que contribuiu para romper com o isolamento, uma vez que Durkheim deve compor com outros autores, intelectuais de caráter, ritmos e sensibilidade diferentes, a fim de levar a termo o grande empreendimento de fundar uma “escola de sociologia”, que depois seria identificada como “escola francesa de sociologia” ou “escola durkheimiana”.

O autor aborda separadamente estes três tipos de produção científica: os cursos, as obras e a revista L’Année Sociologique. Os cursos (um de ciências sociais, uma conferência de pedagogia e/ou psicologia, opcional para os estudantes que preparavam o exame oral de graduação, e os exercícios práticos para os candidatos à agrégation) eram elaborados de toutes pièces e as temáticas eram renovadas frequentemente. M. Béra elabora um quadro descrevendo os intitulados dos cursos, conferências e exercícios para cada ano letivo. Béra não faz um resumo das obras (não é seu objetivo), uma vez que inúmeros estudos têm tentado analisar par le menu as principais obras de Durkheim. No entanto, ele nos apresenta em grandes linhas a tese central e, sobretudo, alguns elementos contextuais que marcam cada um desses quatro grandes livros de Durkheim: De la division du travail social (1893), a tese latina sobre Montesquieu (1892), Les règles de la méthode sociologique (1895) e Le suicide: étude sociologique (1897). Sobre L’Année Sociologique, Béra relembra que, quando a revista foi criada, existia pouca concorrência no campo das ciências sociais, exceto a Revue Internationale de Sociologie, de René Worms (1809-1929), criada em 1893 e a antiga Réforme Sociale de l’École, de Le Play, que data do Troisième Empire. Os grandes periódicos existentes eram do campo da filosofia: L’Année Philosophique, a Revue Philosophique de la France et de l’Étranger, dirigida por Théodule Ribot e a Revue de Métaphysique et de Morale, fundada em 1893 por Xavier Léon (1868-1935), Elie Halévy (1870-1937) e Léon Brunschvicg (1869-1944), bem como as revistas de psicologia, de história, de história das religiões e de direito. É bom lembrar que é em relação às revistas de filosofia que Durkheim disputaria a legitimidade da sociologia, em via de institucionalização e autonomia como ciência e disciplina. L’Année Sociologique reunia artigos, resenhas e relatórios (mémoires) e contava com a colaboração de uma grande equipe, formada majoritariamente em filosofia. Os principais colaboradores foram: Marcel Mauss, Henri Hubert, François Simiand, Paul Fauconnet, Célestin Bouglé, Maurice Halbwachs, Robert Hertz, Georges Davy.

No quadro da produção científica, vale destacar o último capítulo (p. 107-116) que, quase como um apêndice, trata das origens bordelaises de Les formes élémentaires de la vie religieuse (1912). O propósito de Béra é mostrar que, embora Les formes pertença à época de Paris (1902-1917), mesmo porque Durkheim publicou seu último livro após dez anos habitando a capital, Bordeaux exerceu um papel determinante no desenvolvimento da obra. Berá esboça uma cronologia geográfica e intelectual de Les formes élémentaires e discute a tese dominante de que o texto foi elaborado de part en part em Paris. Essa tese reporta-se frequentemente à carta que Durkheim escreveu a Xavier Léon, diretor da Revue de Métaphysique et de Morale (24 de julho de 1908) na qual ele evocava a redação de Les formes élémentaires de la pensée et de la vie religieuse. E ele propunha a Léon um artigo avant-premier, que se tornaria a introdução do seu próximo livro. A promessa foi cumprida, o artigo, intitulado “Sociologie religieuse et théorie de la connaissance”2 2 . Convém sublinhar que na Introdução de Les formes élémentaires, somente foram publicadas a primeira e a segunda partes, ficando a terceira de fora. Esta última foi publicada no Brasil com o título “Sociologia religiosa e teoria do conhecimento”, 2013. , foi publicado em 1909 e se tornou a introdução de Les formes. Em uma nota de rodapé (n. 4, p. 107), Béra levanta a questão: qual teria sido a estratégia de Durkheim de publicar esse artigo na Revue de Métaphysique et de Morale e não na sua própria revista em 1910, no vol. XI? Ora, embora alguns durkheimianos tenham colaborado com a Revue de Métaphysique, entre eles, Célestin Bouglé, Dominique Parodi, Paul Lapie, François Simiand, Maurice Halbwachs, Henri Bourgin, e o próprio Durkheim, a Revue de Métaphysique impunha-se como um empreendimento diferente e, de algum modo, concorrente da sociologia durkheimiana, e se engajava, com um viés racionalista, no retorno à metafísica, como deixava claro a carta de intenção escrita para o número fundador, em 1893. Podemos afirmar, com Giovanni Paoletti, que a inserção de Durkheim no campo filosófico foi uma “estratégia para fazer valer e reconhecer a sociologia como saber legítimo” (Paoletti, 2012, p. 21). Durkheim cumpriu todas as etapas e exigências institucionais da formação filosófica: estudou filosofia na École Normale Supérieure, obteve a agrégation de filosofia, ensinou nos liceus, elaborou tese latina etc., uma trajetória diferente dos outros clássicos da sociologia (Idem,p. 21).

Matthieu Béra dá sequência à sua exposição identificando, nos três grandes livros elaborados em Bordeaux, a presença da questão da religião. Sobre a onipresença do religioso nas sociedades primitivas, Béra observa, na Division du travail social (1887-1893), que é notável o trabalho de comparação entre as formas de sociedades, duas formas de solidariedade e dois sistemas jurídicos, que coloca no centro o problema da religião: uma religiosidade onipresente nas “sociedades inferiores” e, em grande parte, excluída da modernidade (p. 109). Sobre “o enfraquecimento do religioso”, o autor lembra que em Les règles de la méthode sociologique (1894-1895), embora não exista muita coisa sobre o tema numa obra de epistemologia, encontramos no primeiro capítulo, dedicado à definição dos fatos sociais, a menção às crenças e às práticas religiosas que “o crente encontrou feitas ao nascer e que se impõem a ele”. No capítulo dois, ele critica James Demesteter (1849-1894), professor no Collège de France, especialista em Hinduísmo que pretendia que os especialistas das ciências da religião fossem crentes para poder estudar a religião. No capitulo três, que trata da definição do normal e do patológico, Durkheim se pergunta se o enfraquecimento das crenças religiosas, que é próprio de nossas sociedades modernas, é um fenômeno “normal”. Aqui o sociólogo francês se reporta à sua própria tese para responder positivamente. Béra identifica que o problema toca ao próprio Durkheim, pois envolve uma “crise de identidade” religiosa. Sobre a religião em Le suicide (1895-1897), Béra destaca na obra o quadro XVIII, no qual Durkheim apresenta o suicídio segundo as confissões religiosas. “Considerando que o pertencimento religioso é um fato social, ele mostra que é pertinente relacionar as taxas de suicídio com as diferentes confissões religiosas” (p. 110). “Bizarramente”, diz Béra, “ele não propõe uma comparação das taxas de suicídio entre os crentes e os ateus” (p. 110).

Matthieu Béra relembra, ainda, a “revelação”3 3 . “Foi somente em 1895 que eu tive o sentimento claro do papel crucial desempenhado pela religião na vida social. Foi nesse ano que, pela primeira vez, encontrei o modo de abordar o estudo da religião de forma sociológica. Isso foi para mim uma revelação. O curso de 1895 instaura uma linha de demarcação no desenvolvimento de meu pensamento, tanto é que todas as minhas pesquisas anteriores tiveram que ser retomadas de uma forma inteiramente nova para que fossem harmonizadas com essas novas visões.” (Durkheim, 1975, p. 404). bordelaise e os dois cursos sobre a religião em 1894-1895 e 1900-1901. Quanto ao sentido dessa revelação, muitos especialistas ainda estão tentando decifrá-lo (Pickering, 1994PICKERING, W. (1994), Durkheim’s sociology of religion: themes and theories. Cambridge, James Clarke.; Mucchielli, 1998MUCCHIELLI, L. (1998), La découverte du social: naissance de la sociologie en France. Paris, La Découverte.; Paoletti, 2012PAOLETTI, G. (2012), Durkheim et la philosophie: représentation, réalité et lien social. Paris, Garnier.; Pinto, 2013PINTO, L. (2013), “Sociologia da religião e sociologia do conhecimento”. Revista Pós Ciências Sociais, 10 (19): 69-78.). Para os interesses de Béra, essa “revelação” exprime claramente a importância desses cursos na trajetória intelectual de Durkheim, situando-os na “origem” de Les formes élémentaires. Béra conclui essa seção lembrando o lugar da religião na revista L’Année Sociologique, uma vez que foi em Bordeaux que Durkheim concebeu o projeto de fundar sua revista e de supervisionar um empreendimento coletivo, que contribuiu decisivamente para sua reputação científica, tanto no plano nacional como no plano internacional. Durkheim colocou a questão da religião4 4 . Cabe lembrar as seguintes rubricas da revista: (1) Sociologie générale; (2) Sociologie religieuse; (3) Sociologie morale et juridique; (4) Sociologie criminelle; (5) Sociologie économique; (6) Divers. no centro de L’Année, como bem atesta a carta escrita a Mauss, em 1899. Assim, L’Année, segundo Béra, não faz senão colocar em prática e no exercício coletivo a “revelação” íntima de 1895.

Ainda que esse ponto suscite uma grande discussão entre os durkheimianos, as hipóteses de Béra podem contribuir para contestar a ideia de que haveria uma ruptura metodológica e uma reorientação epistemológica do Durkheim de Les formes élémentaires em relação ao Durkheim de Les règles de la méthode, como costumam fazer os cortes arbitrários que dividem os autores clássicos em “primeiro e segundo”, “jovem e adulto”. De nossa parte, o que percebemos é uma continuidade e um refinamento da obra de Durkheim, de Bordeaux à Paris.

Lamenta-se que o autor não aborde (talvez não estivesse na economia do projeto do livro) as resistências que Durkheim e sua obra em construção sofreram diante dos “philosophes de la République”, notadamente a concorrência que o L’Année Sociologique enfrentou das revistas acadêmicas já legitimadas e estabelecidas no campo filosófico do final do século XIX, como a Revue Philosophique e a Revue de Métaphysique et de Morale que, como dito, apesar de cederem espaço para Durkheim e seus colaboradores, examinavam, não sem críticas contundentes, sua sociologia. Da forma descrita pelo autor, os quinze anos passados em Bordeaux parecem apenas de glória. Contudo, essa observação não compromete em nada a qualidade da obra, inédita no seu gênero.

Referências Bibliográficas

  • ALPERT, H. (1939), Émile Durkheim and his sociology Nova York, Columbia University Press.
  • DAVY, G. (1919), “Durkheim. I. L’Homme”. Revue de Métaphysique et de Morale. XXVI: 181-198.
  • DURKHEIM, E. (1975), Textes 1: Éléments d’une théorie sociale Org. V. Karady. Paris, Les éditions de Minuit.
  • DURKHEIM, E. (2013), “Sociologia religiosa e teoria do conhecimento”. Revista Pós Ciências Sociais, 10 (19): 79-82.
  • FILLOUX, J.-C. (1977), Durkheim et le socialisme Paris, Droz.
  • FOURNIER, M. (2007), Émile Durkheim (1858-1917) Paris, Fayard.
  • LUKES, S. (1973), Émile Durkheim: his life and word Londres, Allen Lane.
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  • PAOLETTI, G. (2012), Durkheim et la philosophie: représentation, réalité et lien social Paris, Garnier.
  • PICKERING, W. (1994), Durkheim’s sociology of religion: themes and theories. Cambridge, James Clarke.
  • PINTO, L. (2013), “Sociologia da religião e sociologia do conhecimento”. Revista Pós Ciências Sociais, 10 (19): 69-78.
  • 1
    . Durkheim ensinou filosofia nos liceus de Sens (1882-1884), de Saint-Quentin (1884-1885) e de Troyes (1886-1887).
  • 2
    . Convém sublinhar que na Introdução de Les formes élémentaires, somente foram publicadas a primeira e a segunda partes, ficando a terceira de fora. Esta última foi publicada no Brasil com o título “Sociologia religiosa e teoria do conhecimento”, 2013.
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    . “Foi somente em 1895 que eu tive o sentimento claro do papel crucial desempenhado pela religião na vida social. Foi nesse ano que, pela primeira vez, encontrei o modo de abordar o estudo da religião de forma sociológica. Isso foi para mim uma revelação. O curso de 1895 instaura uma linha de demarcação no desenvolvimento de meu pensamento, tanto é que todas as minhas pesquisas anteriores tiveram que ser retomadas de uma forma inteiramente nova para que fossem harmonizadas com essas novas visões.” (Durkheim, 1975DURKHEIM, E. (1975), Textes 1: Éléments d’une théorie sociale. Org. V. Karady. Paris, Les éditions de Minuit., p. 404).
  • 4
    . Cabe lembrar as seguintes rubricas da revista: (1) Sociologie générale; (2) Sociologie religieuse; (3) Sociologie morale et juridique; (4) Sociologie criminelle; (5) Sociologie économique; (6) Divers.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Apr 2018

Histórico

  • Recebido
    4 Mar 2017
  • Aceito
    28 Out 2017
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