EDITORIAL
Muitas vezes nos perguntamos quando uma pesquisa traz impacto para a prática e quando gera uma evidência científica? Evidência científica é quando o resultado da pesquisa é fruto de delineamentos elaborados com rigor metodológico que minimiza as chances de "viés/bias", ou seja, um tipo de erro que sistematicamente, distorce os resultados.
A matéria prima da evidência científica é a Epidemiologia clínica, uma das ciências básicas que traz bases matemáticas e estatísticas associadas à prevenção de tendenciosidades que, nos levam a resultados de pesquisa fundamentados em conclusões científicas básicas e confiáveis.
A tomada de decisão na área da saúde é bastante complexa e deveria ser adotadas mediante identificação criteriosa em cima da força e nível da evidência da pesquisa. Por exemplo, uma revisão sistemática com metanálise gera uma forte evidência, um ensaio clínico é considerado nível 1 de evidência, um estudo de coorte nível 2 e um estudo caso controle nível 3. Somado a isto, a prática na área da saúde deveria ser sustentada por pesquisas que geram evidências.
A finalidade do consumo da pesquisa clínica de qualidade é fundamental para os profissionais da saúde porque dá alicerce forte para avaliar criticamente a prática em relação aos achados de pesquisa e promover mudanças baseadas em evidências.
O grande desafio desta próxima década é formar e capacitar profissionais da área da saúde com discernimento para entender significância clínica e estatística, com competência quer, para medir o impacto de uma pesquisa clínica e quer para saber se a intervenção proposta traz redução da morbimortalidade e melhoria na qualidade de vida dos pacientes atendidos em serviços de saúde.
Prof. Dra. Dulce Barbosa
Profa. Dra. Adjunto do Depto. de Enfermagem da UNIFESP
Pesquisador do Centro Cochrane do Brasil
Importância da pesquisa clínica para a prática na área de saúde
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
12 Abr 2010 -
Data do Fascículo
2010