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Liderança em enfermagem: Desafios e possibilidades

O mercado de trabalho tem exigido dos enfermeiros um comportamento de líder, que cause impacto nos resultados assistenciais. Esta afirmação tem permitido avançar no conhecimento deste tema, e descobrir quais são seus desafios e possibilidades no contexto do século XXI. Alguns destes são citados nos parágrafos seguintes. Porém, há outros que não foram contemplados, os quais podem ser discutidos e analisados para integrar este constructo.

Entender que a liderança é uma competência e não um cargo é fundamental. A partir desta perspectiva, é possível propor estratégias para maximizar o seu desenvolvimento contínuo tanto nas instituições educacionais quanto nas empregadoras. Porém, para que este processo seja eficaz, é necessário que os gestores adotem um modelo 11. Giltinane CL. Leadership styles and theories. Nursing Standard, 2013; 27(41): 35-9. que seja compatível com esta prática.

Os estudos sobre Liderança Autêntica 22. Walumbwa OF, Wang P, Wang H, Schaubroeck J, Avolio BJ. Psychological processes linking authentic leadership to follower behaviors. Leadership Quarterly. 2010; 21: 901-14. e Liderança Transformacional 33. Herman S, Gish M, Rosenblum R. Effects of nursing position on transformational leadership practices. J Nurs Adm. 2015; 45(2):113-9. oferecem uma possibilidade de escolha. Eles dispõem de instrumentos de medida, que podem otimizar o mapeamento dos estilos de liderança dos enfermeiros e adotar planos de desenvolvimento individual, com metas a serem atingidas, estimulando assim o desenvolvimento desta competência. Sair do aspecto utópico e construir uma proposta de intervenção é necessário para formar recursos humanos que atendam as demandas de saúde emergentes. Esta é uma decisão estratégica associada ao modelo de gestão, 44. Bernardes A, Cummings G, Évora YDM, Gabriel CS. Contextualização das dificuldades resultantes da implementação do Modelo de Gestão Participativa em um hospital público. Rev Lat Am Enfermagem. 2012; 20(6): 1142-51. com a perspectiva de tornar as ações efetivas. Caso não haja compatibilidade entre estes, o insucesso poderá acontecer e os resultados desejados podem não ser alcançados.

É necessário estimular os pesquisadores em Liderança em Enfermagem a propor, testar e validar modelos que possam ser ajustados às diferentes realidades mundiais, e construir desenhos metodológicos de pesquisa que possam oferecer aos gestores evidências de qual é a melhor opção de ser implementada em seus serviços. Este avanço é necessário para instrumentalizar a gestão e tornar as pesquisas aplicáveis.

No ensino de graduação e pós-graduação, ter clareza no modelo de liderança igualmente orientará os professores sobre o que esperar do desenvolvimento dos estudantes na formação de futuros líderes.

Alguns desafios e possibilidades estão postos. Entretanto, há outros que não foram contemplados neste editorial, mas certamente estão presentes nas inquietações de muitos enfermeiros, gestores de serviços, diretores e professores. Traduzir estes anseios em pesquisas permitirá obter evidências e propor estratégias para formar novas lideranças, tão necessárias para os dias atuais.

Prof. Dr. Alexandre Pazetto Balsanelli
Professor Adjunto, Departamento de Administração de Serviços de Saúde e Enfermagem,
Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo;
Editor associado da Acta Paulista de Enfermagem;
orcid.org/0000-0003-3757-1061

Referências

  • 1
    Giltinane CL. Leadership styles and theories. Nursing Standard, 2013; 27(41): 35-9.
  • 2
    Walumbwa OF, Wang P, Wang H, Schaubroeck J, Avolio BJ. Psychological processes linking authentic leadership to follower behaviors. Leadership Quarterly. 2010; 21: 901-14.
  • 3
    Herman S, Gish M, Rosenblum R. Effects of nursing position on transformational leadership practices. J Nurs Adm. 2015; 45(2):113-9.
  • 4
    Bernardes A, Cummings G, Évora YDM, Gabriel CS. Contextualização das dificuldades resultantes da implementação do Modelo de Gestão Participativa em um hospital público. Rev Lat Am Enfermagem. 2012; 20(6): 1142-51.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan 2017
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