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Fatores de risco para transtornos alimentares em graduandos de enfermagem

Factores de riesgo para trastornos alimentarios en graduandos de enfermería

Resumo

Objetivo:

Identificar a presença de fatores de risco em estudantes de enfermagem para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Métodos:

Estudo transversal, com graduandos de enfermagem de universidade pública, onde foi utilizado questionário de caracterização, Teste de Atitudes Alimentares (EAT) e Questionário de Imagem Corporal (BSQ). Para análise dos dados foi utilizado análise descritiva, correlação de Pearson e regressão linear.

Resultados:

de 120 graduandos, 30 (25%) apresentaram alteração do comportamento alimentar, 55 (45,8%) insatisfação com imagem corporal. Observou-se correlação simples positiva entre os instrumentos EAT e BSQ (p<0,001) onde 20 (66,7%) dos 55 graduandos com alterações de BSQ apresentaram também alterações de EAT; associação significativa entre comportamento alimentar de risco (EAT) e o índice de massa corpórea (IMC) acima do estado de eutrofia; associação significativa entre preocupação com a imagem corporal (BQS) e o ano de graduação, com destaque para terceiro e quarto anos. Houve diferença significativa entre os instrumentos utilizados e idade, a mostrar que, na amostra estudada, os graduandos mais jovens apresentaram-se com maior risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Conclusão:

Graduandos de enfermagem apresentaram fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares com a presença de preocupação com imagem corporal e alteração de comportamento alimentar. Etiologia multifatorial dos transtornos alimentares sugere que pesquisas devem focalizar prevenção, com foco na construção, em jovens, de conceito positivo sobre autoimagem e sobre si mesmos, a desenvolver o pensamento crítico sobre padrões de imagem e imposições midiáticas e sociais.

Descritores
Imagem corporal; Comportamento alimentar; Fatores de risco; Promoção da saúde; Saúde mental

Resumen

Objetivo:

Identificar la presencia de factores de riesgo para el desarrollo de trastornos alimentarios en estudiantes de enfermería.

Métodos:

Estudio transversal con graduandos de enfermería de una universidad pública, donde se utilizaron un cuestionario de caracterización, el Test de Actitudes Alimentarias (EAT) y el Cuestionario de Imagen Corporal (BSQ). El análisis de los resultados se hizo a través del análisis descriptivo, la correlación de Pearson y la regresión linear.

Resultados:

De 120 graduandos, 30 (25%) presentaron alteración en su comportamiento alimentar, 55 (45,8%) insatisfacción con la imagen corporal. Se observó una correlación simple positiva entre los instrumentos EAT y BSQ (p<0,001), donde 20 (66,7%) de los 55 graduandos con alteraciones de BSQ también presentaron alteraciones de EAT. Se encontró una asociación significativa entre el comportamiento alimentar de riesgo (EAT) y el índice de masa corporal (IMC) por encima del estado de eutrofia. Igualmente, hay asociación significativa entre preocupación con la imagen corporal (BQS) y el año de graduación, que se destaca especialmente en el tercero y cuarto años. Hubo una diferencia significativa entre los instrumentos utilizados y la edad, que evidencia que, en la muestra estudiada, los graduandos más jóvenes tienen mayor riesgo de desarrollar trastornos alimentares.

Conclusión:

Los graduandos de enfermería presentaron factores de riesgo para el desarrollo de trastornos alimenticios con presencia de preocupación por la imagen corporal y alteración del comportamiento alimentar. La etiología multifactorial de los trastornos alimentarios sugiere que las investigaciones deben centrarse en la prevención, con énfasis en la construcción, por parte de los jóvenes, de un concepto positivo de la autoimagen y sobre sí mismos, y en desarrollar el pensamiento crítico sobre patrones de imagen e imposiciones mediáticas y sociales.

Descriptores
Imagen corporal; Conducta alimentaria; Factores de riesgo; Promoción de la salud; Salud mental

Abstract

Objective:

To identify the presence of risk factors in nursing students for the development of eating disorders.

Methods:

Cross-sectional study with undergraduate nursing students from a public university, where a demographic questionnaire, the Eating Attitude Test (EAT), and the Body Shape Questionnaire (BSQ) were used. Descriptive analysis, Pearson's correlation and linear regression were used to analyze the data.

Results:

Among the 120 undergraduate students, 30 (25%) presented altered eating behavior, and 55 (45.8%) demonstrated dissatisfaction with body shape. A simple positive correlation was found between the EAT and BSQ instruments (p<0.001), in which 20 (66.7%) of the 55 undergraduate students with BSQ alterations also had EAT alterations; there was a significant association between risky eating attitude (EAT) and body mass index (BMI) above the state of eutrophy, and a significant association between preoccupation with body shape (BQS) and year in school, mainly in the third and fourth years. There was a significant difference between the instruments used and age, showing that the youngest students were at a higher risk for the development of eating disorders.

Conclusion:

Undergraduate nursing students presented risk factors for development of eating disorders with the presence of preoccupation with body shape and altered eating behaviors. The multifactorial etiology of eating disorders suggests that research should emphasize prevention, focusing on the development of a positive concept in young people about their self-image and developing critical thinking about image patterns, media and social impositions.

Keywords
Body image; Feeding behavior; Risk factors; Health promotion; Mental health

Introdução

A adolescência é a transição da infância para a vida adulta e constitui um período de intensas mudanças físicas, sociais, mentais e comportamentais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o período da vida que começa com 10 anos, estende-se até os 19 anos e caracteriza-se por ser um período de risco para desenvolvimento de problemas emocionais, dado característica de fase de transição.(11. World Health Organization. Health for the world's adolescentes. A second chance in the decade 2014 [Internet]. [cited 2016 Mar 8]. Available from: http://apps.who.int/adolescent/second-decade/
http://apps.who.int/adolescent/second-de...
)

A OMS acrescenta que, na adolescência, o suicídio é a terceira maior causa de mortes em ambos os sexos, perdendo apenas para acidentes de trânsito e HIV/AIDS além disso, esta fase do ciclo vital ainda apresenta a depressão como a maior causa de dias perdidos por incapacidade, também em ambos os sexos.(11. World Health Organization. Health for the world's adolescentes. A second chance in the decade 2014 [Internet]. [cited 2016 Mar 8]. Available from: http://apps.who.int/adolescent/second-decade/
http://apps.who.int/adolescent/second-de...
)

Os dados acima demonstram quanto uma população jovem está exposta a problemas emocionais e, se for considerada a população de universitários que na atualidade iniciam sua trajetória na graduação a partir de 16-17 anos, é possível perceber que, as demandas escolares, em tenro período, podem se tornar fatores de tensão a contribuir com o desenvolvimento do sofrimento psíquico.(22. Jerez-Mendoza M, Oyarzo-Barría C. Estrés académico en estudiantes del Departamento de Salud de la Universidad de Los Lagos Osorno. Rev Chil Neuro Psiquiatr. 2015; 53(3):149-57.)

Estudo realizado no sudeste brasileiro com 675 estudantes universitários e utilização da Escala Lipp observou taxa de estresse em 50% da amostra, maioria na fase de resistência e predominantemente mulheres e, outro estudo realizado no Chile, a utilizar escalas de avaliação de estresse acadêmico identificou taxa de 98% de estresse na amostra de universitários também com destaque para ocorrência em mulheres.(22. Jerez-Mendoza M, Oyarzo-Barría C. Estrés académico en estudiantes del Departamento de Salud de la Universidad de Los Lagos Osorno. Rev Chil Neuro Psiquiatr. 2015; 53(3):149-57.,33. Lameu JN, Salazar TL, Souza, WF. Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicol Edu Online. 2016; 42:13-22.)

Sabe-se que tensão e estresse são fatores desencadeantes de outras formas de sofrimento psíquico, de alteração de comportamentos, inclusive do comportamento alimentar.(44. Gama CA, Campos RT, Ferre AL. Saúde mental e vulnerabilidade social: a direção do tratamento. Rev Lat Am Psicopatol Fundam. 2014;17(1):69-84.,55. Vitolo MR, Bortolini GA, Horta RL. Prevalência de compulsão alimentar entre universitárias de diferentes áreas de estudo. Rev Psiquiatr RGS. 2006;28(1):20-6.)

Para além das tensões em relação à sua formação, ao longo do seu desenvolvimento, o adolescente está sujeito a uma série de pressões sociais e, tais pressões, nesta fase, são capazes de moldar ou alterar conceito sobre percepção corporal e consequentemente hábitos alimentares. Quanto mais o corpo idealizado, pelo adolescente, afasta-se do “corpo ideal”, maior será a possibilidade de conflito e a dificuldade para aceitação, influindo assim de forma negativa em sua autoestima.(66. Bitencourt LJ, Almeida RA. Transtornos alimentares: patologia ou estilo de vida? Psic e Soc. 2013; 25(1):220-9.)

A percepção corporal está inserida no processo de construção de identidade dos adolescentes. Ela envolve a satisfação com a autoimagem e a insatisfação com imperfeições físicas aparentes.(66. Bitencourt LJ, Almeida RA. Transtornos alimentares: patologia ou estilo de vida? Psic e Soc. 2013; 25(1):220-9.) A forma como adolescentes se veem e/ou se analisam é, constantemente, influenciada pela sociedade e pela mídia, por aspectos relacionados ao processo de desenvolvimento de um país, pela velocidade de informações e pela tecnologia da rede virtual.(77. Pike KM, Dunne PE. The rise of eating disorders in Asia: a review. J Eating Disord. 2015;3:33.) A busca do corpo perfeito cresce a cada dia e essa procura pode tornar-se distorcida e inacabável, levando o adolescente a sentir-se cada vez mais desconfortável consigo mesmo e buscar a “perfeição” que a sociedade ao seu redor insiste em salientar.(66. Bitencourt LJ, Almeida RA. Transtornos alimentares: patologia ou estilo de vida? Psic e Soc. 2013; 25(1):220-9.)

Os efeitos deste tipo de pressão é mais frequente em mulheres entre 15-19 anos e essa faixa etária coincide com a saída do ensino médio e ingresso nos cursos superiores o que acarreta mudanças de costumes, convívio com novas pessoas, distanciamento familiar e adoção de novos hábitos de vida, inclusive alimentares, associados a maiores responsabilidades, ou seja, situações estas que contribuem com o aumento do nível de tensão.(33. Lameu JN, Salazar TL, Souza, WF. Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicol Edu Online. 2016; 42:13-22.)

Assim, as pressões para a busca da imagem perfeita e as mudanças no cotidiano de vida, imprimidas pela vida universitária, podem concorrer no processo de vulnerabilidade no que se refere ao desenvolvimento de Transtornos Alimentares (TA).

Os transtornos alimentares (TA) são doenças mentais que afetam particularmente adolescentes e adultos jovens do sexo feminino, podendo levar tanto a prejuízos psicológicos quanto sociais e estão relacionados ao aumento de morbidade e mortalidade. Podem atingir pessoas de todas as classes sociais, raças, graus de escolaridade e sexo. Anorexia e bulimia são suas expressões mais graves e estão associados a quadros clínicos de desnutrição, com alterações metabólicas, gastrintestinais, endócrinas e renais.(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.,99. Bandeira YE, Mendes AL, Cavalcante AC, Arruda SP. Avaliação da imagem corporal de estudantes do curso de Nutrição de um centro universitário particular de Fortaleza. J Bras Psiquiatr. 2016; 65(2):168-73.)

O ingresso na vida universitária, então, expõe o indivíduo a um novo meio de vida e social que pode, consequentemente, influenciar na satisfação com imagem corporal.(1010. Carvalho HB, Filgueiras JF, Neves CM, Coelho FD, Ferreira ME. Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e insatisfação com a imagem corporal de jovens universitários. J Bras Psiquiatr. 2013; 62(2): 108-14.) Essa transição também pode provocar alterações em seu comportamento alimentar.(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.,1010. Carvalho HB, Filgueiras JF, Neves CM, Coelho FD, Ferreira ME. Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e insatisfação com a imagem corporal de jovens universitários. J Bras Psiquiatr. 2013; 62(2): 108-14.) Estudos vem sendo realizados para avaliar as atitudes alimentares e a satisfação com o corpo de ingressantes na vida universitária(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.,1010. Carvalho HB, Filgueiras JF, Neves CM, Coelho FD, Ferreira ME. Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e insatisfação com a imagem corporal de jovens universitários. J Bras Psiquiatr. 2013; 62(2): 108-14.1212. Bosi ML, Nogueira JA, Uchimura KY, Luiz RR, Godoy MG. Comportamento alimentar e imagem corporal entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med. 2014; 38(2):243-52.) como fatores de risco para o desenvolvimento de TA, porém, são poucos os estudos que abordam o tema diretamente relacionados a Graduandos de Enfermagem.

A enfermagem é uma categoria profissional formada eminentemente por mulheres, e, a considerar que universitários mulheres estão mais sujeitos ao estresse e seus sintomas e também ao desenvolvimento de comportamento alimentar de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, como apresentado, pergunta-se: existem fatores de risco para o desenvolvimento de TA em população de graduandos de enfermagem em Universidade Pública no município de São Paulo? Assim, este estudo objetiva identificar a presença de fatores de risco em estudantes de enfermagem para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, onde foram convidados a participar todos os 335 graduandos de enfermagem matriculados no ano de 2016 na Escola Paulista de Enfermagem(EPE) da Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP).

A coleta de dados foi realizada de fevereiro a abril de 2016, em espaço reservado, após orientação e anuência dos participantes que preencheram questionário com dados de caracterização como sexo, idade e ano de graduação e, mais dois instrumentos: Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) para avaliação da presença de risco para o desenvolvimento de TA e Questionário de Imagem Corporal (BSQ) para avalição de percepção de imagem corporal. Após a entrevista, foram verificados peso e altura para cálculo do Indice de Massa Corpórea (IMC) com classificação de acordo com o Ministério da Saúde.(1313. Atenção Primária à Saúde. Cálculo do índice de massa corpórea [Internet]. São Paulo: BVS; s.d. [citado 2016 Fev 1]. Disponível em: http://aps.bvs.br/apps/calculadoras/?page=6
http://aps.bvs.br/apps/calculadoras/?pag...
)

O EAT é utilizado para rastrear indivíduos que estão suscetíveis a desenvolver Anorexia ou Bulimia Nervosa, seria um índice da gravidade de preocupações típicas como intenção de emagrecer e medo de ganhar peso. A versão resumida é uma escala Likert com 26 itens, podendo variar de 0 a 78 pontos, sendo considerado comportamento alimentar de risco a partir de 21 pontos e, em estudo de validação, o EAT apresentou consistência interna de 0,80 pelo alfa de Cronbach.(1414. Gross J, Rosen JC, Leitenberg H, Willmuth ME. Validity of the eating attitudes test and the eating disorders inventory in bulimia nervosa. J Consul Clin Psychol. 1985; 54 875-6.)

O BSQ é uma escala Likert que possui 34 itens que podem somar 204 com o qual é possível mensurar a preocupação com o peso e a forma corporal, assim classificada: nenhuma (menor ou igual a 80); leve (entre 81 e 110); moderada (entre 111 e 140); grave (maior ou igual a 140), ou seja, quanto maior a pontuação maior a preocupação, e, considera-se que a preocupação com a imagem pode influenciar padrões e hábitos de vida, além disso, em estudo de avaliação psicométrica o BSQ apresentou índice de consistência interna de 0,96 pelo alfa de Cronbach.(1515. Conti MA, Cordás TA, Latorre MR. A study of the validity and reliability of the Brazilian version of the Body Shape Questionnaire (BSQ) among adolescents. Rev Bras Saude Mater Infant. 2009;9(3):331-8.)

Os dados obtidos foram compilados e suas frequências analisadas e contabilizadas no banco de dados do software SPSS 22.0. Para a caracterização da amostra utilizou-se estatística descritiva. Analisouse ainda a correlação entre os dois instrumentos utilizados, o EAT e o BSQ. Por fim, utilizou-se testes paramétricos com correlação de Pearson e Regressão Linear para identificação, nas características da amostra, dos fatores potenciais associados aos resultados EAT e BSQ.

Preceitos éticos foram respeitados com estudo cadastrado sob CAAE 46595715.1.0000.5505 e parecer de aprovação 1.192.261/2015 do Comitê de Ética em Pesquisa UNIFESP.

Resultados

Participaram do estudo 120 graduandos, 35,8% da população, sendo, coincidentemente, 30 alunos de cada ano de graduação perfazendo 27% de alunos no primeiro ano, 34% no segundo, 50% no terceiro e 39,5% no quarto ano; em sua maioria mulheres (84,2%), com média de 21,9 (+/-4,2) anos e média de IMC 23,3 (+/-4,5).

Dentre os 120 participantes, 30 (25%) apresentaram fator de risco para o desenvolvimento de TA de acordo com resultados do EAT, com destaque para graduandos do primeiro e terceiro anos de graduação que também apresentam graduandos com menor faixa etária.

Com relação ao IMC, 58,3% da amostra apresentou IMC dentro de indicies de normalidade, 10,8% em baixo peso, 23,3% em sobrepeso, 5,1% obesidade I, 2,5% obesidade II.

A análise de resultados do BSQ destaca o fato de 45,8% da amostra, ou seja, 55 estudantes, apontar alguma preocupação em relação à imagem corporal. Nas turmas observou-se 50% do quarto e primeiro anos a apresentar alguma preocupação com imagem corporal, 60% do terceiro ano e 23,3% do segundo ano. Dos estudantes preocupados com a imagem corporal, 54,5%, ou seja, 30 estudantes também apresentaram comportamento alimentar de risco.

Apesar da apresentação descritiva dos resultados, na análise estatística, não houve diferença significativa entre as variáveis avaliadas e os instrumentos utilizados, com exceção da variável idade, como destacado na tabela 1, assim, observou-se que o primeiro e terceiro anos de graduação concentraram maior número de estudantes entre 18 e 21, faixa etária de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Tabela 1
Distribuição das variáveis pelo ano de graduação

Na análise descritiva dos instrumentos não houve diferença significativa entre a pontuação dos instrumentos e classificação de risco entre as turmas, porém observou-se correlação simples positiva entre os instrumentos EAT e BSQ (p<0,001), ou seja, observou-se a presença de preocupação com imagem corporal quando na presença do comportamento alimentar de risco em 20 (66,7%) estudantes dos 30 (100%) a apresentar comportamento alimentar de risco (Quadro 1).

Quadro 1
Distribuição da amostra por idade, IMC e resultados de risco no EAT e respectivo resultado no BSQ

Na regressão linear foi possível identificar uma associação significativa entre comportamento alimentar de risco (EAT) e o IMC onde 18 (60%) estudantes dos 30 (100%) a apresentar comportamento alimentar de risco apresentam também alteração do IMC, acima do peso normal (Quadro 1). Ainda na regressão linear observou-se associação significativa entre preocupação com a imagem corporal (BQS) e o ano de graduação, com destaque para terceiro e quarto anos como pode ser observado no quadro 1 a seguir.

Discussão

O estudo mostra que, na amostra estudada, os graduandos de enfermagem apresentam preocupação com a imagem corporal e, mais da metade destes a apresentar, também, comportamento alimentar de risco o que pode traduzir-se como maior risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Os resultados devem ser observados não somente a considerar as questões pertinentes aos transtornos alimentares, mas principalmente como fatores que já se configuram como sofrimento, se entendermos a imagem corporal como um aspecto de importância para a autoestima do indivíduo, como mostra estudo realizado com 471 adolescentes que identificou 62,8% com baixa autoestima, 23,2% preocupação com imagem corporal e 21,7% com comportamento alimentar de risco para transtornos alimentares.(1616. Leonidas C, Santos MA. Imagem corporal e hábitos alimentares na anorexia nervosa: uma revisão integrativa da literatura. Psicol Reflex Crit. 2012; 25(3): 550-8.,1717. Fortes LS, Meireles JF, Neves CM, Almeida SS, Ferreira ME. Autoestima, insatisfação corporal e internalização do ideal de magreza influenciam os comportamentos de risco para transtornos alimentares? Rev Nutr. 2015;28(3):253-64.)

Na amostra observou-se 45,8% dos estudantes com alguma preocupação com imagem corporal, dado este semelhante com a cifra de 47% de 300 estudantes de curso de nutrição no Brasil e maior do que resultado de estudo realizado em Juiz de Fora com a cifra de 30,71% de 276 mulheres e, 19,59% de 311 homens da amostra de 587 estudantes provenientes de vários cursos universitários. Já em estudo realizado em Santa Catarina com universitários provenientes de vários cursos onde se utilizou escala de silhuetas para avaliação da imagem corporal observou-se que 77,9% da amostra apresentava insatisfação com a imagem corporal, índice bem maior do que o encontrado neste estudo. Os resultados apresentados e comparados nos fazer refletir sobre como apresenta-se frequente a insatisfação com a imagem corporal.(99. Bandeira YE, Mendes AL, Cavalcante AC, Arruda SP. Avaliação da imagem corporal de estudantes do curso de Nutrição de um centro universitário particular de Fortaleza. J Bras Psiquiatr. 2016; 65(2):168-73.,1010. Carvalho HB, Filgueiras JF, Neves CM, Coelho FD, Ferreira ME. Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e insatisfação com a imagem corporal de jovens universitários. J Bras Psiquiatr. 2013; 62(2): 108-14.,1111. Martins CR, Gordia AP, Silva DA, Quadros TM, Ferrari EP, Teixeira DM et al. Insatisfação com a imagem corporal e fatores associados em universitários. Estud Ppsicol (Natal). 2012;17(2):241-6. .)

A preocupação com a imagem corporal e com o peso ocorrem independente do estado de eutrofia, como ocorreu neste estudo. Este pode ser mais um fator de sofrimento a considerar pressões sociais e midiáticas, associados às condições de vida dos estudantes, com destaque aos estudantes de universidades públicas que, na atualidade têm possibilidade de cursar universidade distante de seu convívio familiar, por meio da concorrência através do sistema eletrônico de inscrições e utilização de valores das avaliações do ensino médio.(33. Lameu JN, Salazar TL, Souza, WF. Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicol Edu Online. 2016; 42:13-22.,88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.)

Com relação ao comportamento alimentar este estudo traz que 25% da amostra de 120 estudantes apresentou alteração no comportamento alimentar como risco para o desenvolvimento de TA índice semelhante a estudo realizado no sul do Brasil com estudantes universitárias de cursos da saúde que observou 22,4% de uma amostra de 214 estudantes a apresentar o mesmo comportamento.(1818. Pereira LN, Trevisol FS, Quevedo J, Jornada LK. Eating disorders among health science students at a university in southern Brazil. Rev Psiquiatr RGS. 2011; 33(1):14-9.)

Em estudo com 2483 universitárias provenientes de todas as regiões do Brasil observou-se variações de resultado de EAT entre 23,7% a 30,1% como frequência de comportamento alimentar de risco para TA a mostrar que o fenômeno se encontra espalhado no território nacional e que estes valores assemelham-se aos valores obtidos nesta pesquisa.(1919. Alvarenga MS, Scagliusi FB, Philippi ST. Comportamento de risco para transtorno alimentar em universitárias brasileiras. Rev Psiquiatr Clín. 2011; 38(1):3-7.)

Os resultados relacionados ao EAT apresentados no estudo acima mostram-se menores que 45,5% da amostra de 189 estudantes de medicina do sexo feminino que resultou em risco para o desenvolvimento de transtorno de compulsão alimentar quando associado ao instrumento de investigação bulímica de Edimburgo.(1212. Bosi ML, Nogueira JA, Uchimura KY, Luiz RR, Godoy MG. Comportamento alimentar e imagem corporal entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med. 2014; 38(2):243-52.)

Observou-se correlação entre valores de EAT e presença de IMC alterado acima dos índices de normalidade neste estudo, o que seria esperado na tentativa de controle de peso corporal, porém não foi a realidade de estudantes de enfermagem indianas que apresentaram alterações no IMC e não nos índices de EAT.(2020. Balhara YP, Yadav T, Arya K, Mathur S, Kataria DK. A cross-sectional study of body shape and eating attitude among Indian female healthcare students. Int J Psychiatry Med. 2012; 43(4):309-23.,2121. Balhara YP, Mathur S, Kataria DK. Body shape and eating attitudes among female nursing students in India. East Asian Arch Psychiatry. 2012; 22(2):70-4.)

Universitárias indianas apresentaram correlações entre IMC e resultados de BSQ(2121. Balhara YP, Mathur S, Kataria DK. Body shape and eating attitudes among female nursing students in India. East Asian Arch Psychiatry. 2012; 22(2):70-4.) e, na amostra em questão, a correlação do resultado de BSQ se deu em relação ao EAT e ao ano de graduação. O período escolar em que se encontrava o universitário não apresentou correlação com os valores de BSQ em estudo transversal com universitárias de um curso de nutrição em Fortaleza,(99. Bandeira YE, Mendes AL, Cavalcante AC, Arruda SP. Avaliação da imagem corporal de estudantes do curso de Nutrição de um centro universitário particular de Fortaleza. J Bras Psiquiatr. 2016; 65(2):168-73.) diferente do observado neste estudo.

Observou-se primeiro e terceiro anos de graduação com maior frequência de alterações de comportamento alimentar e, em acordo com a literatura, a menor faixa etária,(66. Bitencourt LJ, Almeida RA. Transtornos alimentares: patologia ou estilo de vida? Psic e Soc. 2013; 25(1):220-9.,77. Pike KM, Dunne PE. The rise of eating disorders in Asia: a review. J Eating Disord. 2015;3:33.,1010. Carvalho HB, Filgueiras JF, Neves CM, Coelho FD, Ferreira ME. Checagem corporal, atitude alimentar inadequada e insatisfação com a imagem corporal de jovens universitários. J Bras Psiquiatr. 2013; 62(2): 108-14.,1111. Martins CR, Gordia AP, Silva DA, Quadros TM, Ferrari EP, Teixeira DM et al. Insatisfação com a imagem corporal e fatores associados em universitários. Estud Ppsicol (Natal). 2012;17(2):241-6. .) o que pode tornar estudantes mais expostos ao sentimento de insatisfação com a imagem corporal como observado na análise estatística.

Estudantes de enfermagem da amostra em questão, em sua maioria do sexo feminino, estão inseridos dentro de um contexto de forte pressão social em que hábitos saudáveis e aparência corporal, dentro dos padrões da sociedade, necessitam ser mantidos,(2121. Balhara YP, Mathur S, Kataria DK. Body shape and eating attitudes among female nursing students in India. East Asian Arch Psychiatry. 2012; 22(2):70-4.) sendo assim, fazem parte do grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares.(1717. Fortes LS, Meireles JF, Neves CM, Almeida SS, Ferreira ME. Autoestima, insatisfação corporal e internalização do ideal de magreza influenciam os comportamentos de risco para transtornos alimentares? Rev Nutr. 2015;28(3):253-64.)

As alterações encontradas quanto ao comportamento alimentar de risco da amostra e quanto à preocupação com a imagem corporal, também podem ser observados em estudos realizados com universitários de cursos diversos e não somente no Brasil(77. Pike KM, Dunne PE. The rise of eating disorders in Asia: a review. J Eating Disord. 2015;3:33.,99. Bandeira YE, Mendes AL, Cavalcante AC, Arruda SP. Avaliação da imagem corporal de estudantes do curso de Nutrição de um centro universitário particular de Fortaleza. J Bras Psiquiatr. 2016; 65(2):168-73.,1212. Bosi ML, Nogueira JA, Uchimura KY, Luiz RR, Godoy MG. Comportamento alimentar e imagem corporal entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med. 2014; 38(2):243-52.,2121. Balhara YP, Mathur S, Kataria DK. Body shape and eating attitudes among female nursing students in India. East Asian Arch Psychiatry. 2012; 22(2):70-4.,2222. Chandra PS, Abbas S, Palmer R. Are eating disorders a significant clinical issue in urban India? A survey among psychiatrists in Bangalore. Int J Eat Disord. 2011; 45(3):443-6.) e ainda ressalta-se a importância de pesquisas quanto a fatores de riscos para desenvolvimento de transtornos alimentares principalmente em jovens e adolescentes do sexo feminino.(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.1212. Bosi ML, Nogueira JA, Uchimura KY, Luiz RR, Godoy MG. Comportamento alimentar e imagem corporal entre estudantes de medicina. Rev Bras Educ Med. 2014; 38(2):243-52.,1717. Fortes LS, Meireles JF, Neves CM, Almeida SS, Ferreira ME. Autoestima, insatisfação corporal e internalização do ideal de magreza influenciam os comportamentos de risco para transtornos alimentares? Rev Nutr. 2015;28(3):253-64.)

A prevalência destes comportamentos de risco tem aumentado nas últimas décadas, o que coincide com o surgimento de novos conceitos de beleza que vem sendo fortemente divulgados pela mídia.(1717. Fortes LS, Meireles JF, Neves CM, Almeida SS, Ferreira ME. Autoestima, insatisfação corporal e internalização do ideal de magreza influenciam os comportamentos de risco para transtornos alimentares? Rev Nutr. 2015;28(3):253-64.,2323. Palma RF, Santos JE, Ribeiro RP. Evolução nutricional de pacientes com transtornos alimentares: experiência de 30 anos de um Hospital Universitário. Rev Nutr. 2013; 26(6):669-78.) Em contrapartida, a mesma mídia que dita a “magreza” como sendo o padrão perfeito de beleza, influencia na ingestão de alimentos de alto teor calórico levando assim adolescentes a adotarem comportamentos de risco para que se encaixem nos padrões “corretos” e atinjam o padrão perfeito de beleza.(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.)

O peso corporal influencia fatores de risco para transtornos alimentares e estudos mostram que as alterações no IMC pode gerar insatisfação com a imagem corporal, e que este é considerado o principal agente desencadeador para comportamento de risco relacionados aos transtornos alimentares.(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.,99. Bandeira YE, Mendes AL, Cavalcante AC, Arruda SP. Avaliação da imagem corporal de estudantes do curso de Nutrição de um centro universitário particular de Fortaleza. J Bras Psiquiatr. 2016; 65(2):168-73.)

Estudar os transtornos alimentares e seus fatores desencadeantes é importante para que possam ser desenvolvidas ações educativas que possibilitem a prevenção e a identificação precoce desses transtornos.(88. Fortes LS, Filgueiras JF, Oliveira FC, Almeida SS, Ferreira ME. Modelo etiológico dos comportamentos de risco para os transtornos alimentares em adolescentes brasileiros do sexo feminino. Cad Saúde Pública . 2016; 32(4):1-11.)

O estudo tem como limitação o fato de ter sido realizado somente com estudantes de enfermagem o que compromete sua generalização, assim, sugere-se que estudos sejam realizados com estudantes procedentes de vários cursos, de universidades públicas e privadas, inclusive que a amostra contemple mais participantes do sexo masculino. Sugere-se também estudos longitudinais para obtenção de informações a respeito da evolução ou não de valores de risco de EAT e BSQ no transcorrer da graduação.

A contribuição do estudo para a enfermagem é o alerta para o risco de transtornos alimentares em estudantes e possibilita o desenvolvimento de projetos de prevenção em saúde mental e de promoção da saúde a partir do fortalecimento dos estudantes com estimulo a autoestima e pensamento crítico.

Conclusão

O presente estudo mostra que graduandos de Enfermagem possuem grande preocupação com sua imagem corporal, e independe do estado de eutrofia. A maioria dos estudantes que apresentaram insatisfação com a imagem corporal também apresentaram IMC acima do peso considerado normal e comportamento alimentar de risco para o desenvolvimento de transtorno alimentar, demonstrado pela correlação simples positiva entre os resultados de BSQ e EAT e associação significativa entre EAT e IMC. Alunos mais jovens mostraram-se mais expostos conforme análise estatística. A considerar a etiologia multifatorial dos transtornos alimentares, o objeto das pesquisas deve focalizar formas de prevenção e tais abordagens devem concentrar-se na construção, em jovens, de conceito positivo sobre imagem e sobre si mesmos e estimular o desenvolvimento do pensamento crítico sobre padrões de imagem e imposições midiáticas e sociais.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    16 Nov 2017
  • Aceito
    05 Nov 2018
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