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Práticas Avançadas de Enfermagem: percepção de egressos da residência e do mestrado profissional

Prácticas avanzadas de enfermería: percepción de egresados de la residencia y de la maestría profesional

Resumo

Objetivo

Analisar a percepção de egressos da residência em enfermagem e do mestrado profissional na Atenção Básica sobre a Enfermagem de Práticas Avançadas na Atenção Primária à Saúde e o modelo de formação necessário.

Métodos

Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado a partir de uma oficina de trabalho com seis egressos da residência em enfermagem na Atenção Básica na Saúde da Família e dois egressos do Mestrado Profissional em Atenção Primária do Sistema Único de Saúde da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Os dados foram submetidos à análise de discurso.

Resultados

As categorias empíricas construídas foram: ampliação do escopo de prática e da autonomia para o desenvolvimento da prática clínica do enfermeiro, tomada de decisões baseadas nas melhores evidências científicas e necessidades de saúde dos indivíduos e coletividades, formação profissional (residência profissional, mestrado profissional, residência e mestrado profissional concomitantes) e desafios para a formação e a implementação das Práticas Avançadas de Enfermagem.

Conclusão

As categorias empíricas evidenciam que na percepção dos egressos as Práticas Avançadas de Enfermagem podem ampliar o escopo e a autonomia da prática clínica do enfermeiro, com base nas melhores evidências científicas. Evidenciam ainda desafios para sua formação e implementação. A residência articulada ao mestrado profissional é vista como um dos modelos potentes para a formação de tais enfermeiros.

Práticas avançadas de enfermagem; Atenção primária à saúde; Estratégia saúde da família; Educação de pós-graduação; Internato não-médico

Resumen

Objetivo

Analizar la percepción de egresados de la residencia en Enfermería y de la maestría profesional en Atención Básica sobre las prácticas avanzadas de enfermería en la Atención Primaria de Salud y el modelo de formación necesario.

Métodos

Estudio descriptivo, con enfoque cualitativo, realizado a partir de un taller de trabajo con seis egresados de la residencia en enfermería en la Atención Básica en Salud de la Familia y dos egresados de la maestría profesional en la Atención Primaria del Sistema Único de Salud de la Escola de Enfermagem de la Universidad de São Paulo. Los datos fueron sometidos al análisis del discurso.

Resultados

Las categorías empíricas construidas fueron: ampliación del alcance de práctica y de la autonomía para el desarrollo de la práctica clínica del enfermero, toma de decisiones basada en las mejores evidencias científicas y necesidades de salud de los individuos y colectividades, formación profesional (residencia profesional, maestría profesional, residencia y maestría profesional en simultáneo) y desafíos para la formulación e implementación de las prácticas avanzadas de enfermería.

Conclusión

Las categorías empíricas ponen en evidencia que, bajo la percepción de los egresados, las prácticas avanzadas de enfermería pueden ampliar el alcance y la autonomía de la práctica clínica del enfermero, con base en las mejores evidencias científicas. Además, demuestran que existen desafíos para su formación e implementación. La residencia articulada con la maestría profesional es vista como un modelo importante para la formación de los enfermeros.

Prácticas avanzadas de enfermería; Atención primaria a la salud; Estrategia de salud de la família; Educación de postgrado; Internado no médico

Abstract

Objective

To analyze the perception of professionals who finish nursing residency or a professional master’s degree on Primary Care regarding Advanced Nursing Practices in PHC and the required training model.

Method

A descriptive, qualitative study, carried out with a workshop with six alumni graduates of the residency program in Primary Care Nursing in Family Health and two alumni graduates of the Professional Master’s Program in Primary Care in the Unified Health System, both from the Nursing School of the University of Sao Paulo. The data were submitted to discourse analysis.

Results

Empirical categories constructed were: extension of the scope of practice and autonomy for the development of the nurse’s clinical practice, decision-making based on the best scientific evidence and on the health needs of individuals and communities, professional training (professional residency, professional master’s, concurrent residency and professional master’s) and challenges for the training and implementation of Advanced Nursing Practices.

Conclusion

The empirical categories show that, in the perception of the graduates, the Advanced Nursing Practices can expand the scope and the autonomy of the nurses’ clinical practice, based on the best scientific evidence. There are also challenges for training and implementation. The articulation of residency and professional master’s is seen as one of the effective models for the training of these nurses.

Advanced practice nursing; Primary health care; Family health strategy; Graduate education; Non-medical internship

Introdução

A discussão sobre a incorporação de enfermeiros de práticas avançadas no Brasil e América Latina iniciou-se em 2013 com lançamento pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) da resolução Recursos humanos para a saúde: ampliando o acesso a profissionais de saúde qualificados em sistemas de saúde baseados na Atenção Primária à Saúde (APS), que preconizava o aumento do número de enfermeiros de práticas avançadas na América Latina, objetivando aumentar o acesso aos serviços de saúde e a cobertura universal para responder às necessidades de saúde da população.11. Pan American Health Organization (PAHO). Resolution CD52.R13. Human resources for health: Increasing access to qualified health workers in primary health care-based health systems. In: 52nd Directing Council: 65th Session of the Regional Committee. Washington (DC); PAHO; 2013.

Em 2014, o Comitê Executivo da OPAS propôs um Plano Estratégico para a Cobertura Universal de Saúde, com foco na qualidade dos serviços, incentivando os Ministérios da Saúde dos países latino-americanos a formar recursos humanos capacitados para atuar na APS, introduzir novos perfis de profissionais e técnicos e fortalecer os existentes, consolidando equipes multidisciplinares e colaborativas.22.. Pan American Health Organization (PAHO). Strategy for Universal Health Coverage. In: 154th Session of the Executive Committee [Internet]. 2014 Jun. 16-20; Washington (DC): PAHO, 2014.

No Brasil, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), em parceria com a OPAS, tem promovido discussões relacionadas às Práticas Avançadas de Enfermagem visando a sua implementação no âmbito da APS. Tais discussões baseiam-se nos modelos canadenses e americanos e têm como o objetivo aumentar o escopo da prática do enfermeiro e sua resolutividade, ampliando o acesso e a cobertura à saúde da população. O perfil desse profissional seria obtido preferencialmente pela residência e o mestrado profissional.33. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). COFEN discute práticas avançadas de Enfermagem na OPAS [Internet]. [atualizado 2015; citado 2017 Jan. 10]. Brasília (DF):COFEN; 2015. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/cofen-discute-praticas-avancadas-de-enfermagem-na-opas_35458.html.
http://www.cofen.gov.br/cofen-discute-pr...

Em maio de 2016, em reunião realizada entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Ministério da Saúde (MS), houve a pactuação para a implementação das práticas avançadas no Brasil, com a proposta de criação de um currículo nuclear para enfermeiros de programas de residência multiprofissional e em área profissional da saúde, com complementação de estudos para acelerar seu ingresso no mestrado profissional.44. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Enfermagem pactua implementação de Práticas Avançadas no Brasil [Internet]. Brasília; 2016. [atualizado 2016; citado 2016 Jan. 10]. Brasília (DF):COFEN; 2016. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/enfermagem-pactua-implementacao-de-praticas-avancadas-no-brasil_40163.html.
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Os Programas de Residência Multiprofissional e em área profissional da saúde têm duração de 24 meses e carga horária de 60 horas semanais. É esperado que ao término da residência o profissional demonstre conhecimento teórico-prático para o atendimento seguro, humanizado, baseado em evidências, raciocínio clínico e pensamento crítico reflexivo.55. Escola de Enfermagem da USP. Programas de Residência em Enfermagem [Internet]. São Paulo: EEUSP; 2012 [atualizado 2012; citado 2017 Jan. 20]. Disponível em: http://www.ee.usp.br/site/Index.php/paginas/mostrar/1709/2320/157.
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O Mestrado Profissional é uma pós-graduação stricto sensu que visa à qualificação continuada de enfermeiros e outros profissionais da saúde que atuam em serviços de saúde. Tem duração de até 27 meses e seus objetivos são incrementar a qualificação para a prática profissional em saúde no âmbito do SUS.66. Escola de Enfermagem da USP. Apresentação do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Enfermagem na Atenção Primária em Saúde no SUS [Internet]. São Paulo: EEUSP; 2012 [atualizado 2012; citado 2017 Jan. 20]. Disponível em: http://www.ee.usp.br/site/Index.php//paginas/mostrar/1564/2225/153
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Dentre os aspectos fundamentais para a implementação de Práticas Avançadas de Enfermagem na América Latina estão as políticas relativas à infraestrutura, regulação do exercício profissional, certificação, educação permanente e formação em nível de graduação e pós-graduação.77. Cassiani SHD, Zug KE. Promovendo o papel da prática avançada de enfermagem na America Latina. Rev Bras Enferm. 2014;67(5):675-6.

Em 2018, durante a celebração do dia Internacional do Enfermeiro, especialistas reuniram-se na sede da OPAS, em Washington, para discussão do tema “Expandindo o papel dos enfermeiros na Atenção Primária à Saúde”. O Cofen esteve presente e apresentou o potencial do Brasil na ampliação do papel do enfermeiro. Foi avaliado que a universalização do acesso à saúde exige uma atuação ativa dos enfermeiros na APS.88. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Para OMS, Saúde Universal exige práticas avançadas de Enfermagem [Internet]. Brasília (DF): COFEN; 2018. [citado 2019 Jan. 20]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/para-oms-saude-universal-exige-praticas-avancadas-de-enfermagem_62722.html
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Nesse mesmo ano, a plenária do Cofen aprovou a realização da pesquisa de “Práticas de Enfermagem no Contexto da Atenção Primária à Saúde: Estudo Nacional de Métodos Mistos”, cujo objetivo é estabelecer os diagnósticos das ações realizadas na APS nas diferentes regiões do país e analisar quais delas podem ser elencadas como Práticas Avançadas de Enfermagem.99. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). COFEN vai realizar pesquisa sobre Práticas Avançadas no Brasil [Internet]. Brasília (DF): COFEN; 2018. [citado 2019 Jan. 20]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/cofen-vai-realizar-pesquisa-sobre-praticas-avancadas-no-brasil_63264.html
http://www.cofen.gov.br/cofen-vai-realiz...

Além das discussões em andamento, também há experiências nacionais em desenvolvimento de enfermeiros de práticas avançadas no cenário hospitalar. Um ambulatório de pediatria de um hospital universitário de Brasília e um hospital de referência para oncologia infantil em São Paulo adotaram metodologias de organização do trabalho que incorporam competências baseadas no modelo norte-americano da clinical nurse specialist.1010. Dias GC, Duarte AM, Ibanez ASS, Rodrigues DB, Barros DP, Soares JS, et al. Enfermeiro clínico especialista: um modelo de prática avançada de enfermagem em oncologia pediátrica no Brasil. Rev Esc Enferm USP. 2013;47(6):1426-30.,1111. Souza BM, Salviano CF, Martins G. Advanced practice nursing in pediatric urology: experience report in the Federal District. Rev Bras Enferm. 2018;71(1):223-7.

Entretanto, ainda há escassez de produções científicas nacionais sobre a temática. Assim, este estudo busca responder: - Qual a percepção dos egressos de residência e mestrado profissional em enfermagem sobre as Práticas Avançadas de Enfermagem na APS e o modelo de formação necessário?

Tendo em vista os movimentos de incorporação das Práticas Avançadas de Enfermagem na APS e a necessidade de exploração da temática no contexto brasileiro, o objetivo deste estudo foi analisar a percepção de egressos da residência em enfermagem e do mestrado profissional em Atenção Básica sobre a Enfermagem de Práticas Avançadas na APS e o modelo de formação necessário.

Métodos

Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), com egressos do Programa de Residência em Enfermagem na Atenção Básica na Saúde da Família e egressos do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Enfermagem na APS no Sistema Único de Saúde, ambos da EEUSP e que atuavam na APS.

Para o estudo, os egressos foram selecionados mediante a relação disponibilizada no site da EEUSP e o convite foi realizado por meio do contato telefônico, e-mail e redes sociais para todos os 15 egressos da residência em enfermagem e 15 do mestrado profissional. Os sujeitos foram convidados a participar em dia, horário e local pré-definidos, sendo lhes solicitado, se possível, confirmar presença.

Os resultados apresentados a seguir fazem parte do uma das etapas metodológicas de uma pesquisa de mestrado, cujo objetivo foi elaborar um perfil de competências para atuação do enfermeiro de práticas avançadas na APS.

O material apresentado neste artigo resultou de uma oficina realizada na EEUSP, em dezembro de 2017, mediante autorização da Instituição e disponibilidade de horário dos sujeitos da pesquisa e teve duração de uma hora e trinta minutos. Foi conduzida pela pesquisadora, contando ainda com um doutorando do grupo de pesquisa que desenvolve trabalhos na mesma temática e um observador. Utilizou-se uma sala com boa iluminação, ventilação e com cadeiras organizadas em formato de roda, proporcionando conforto e interação entre os sujeitos.

Inicialmente foi realizada a apresentação da proposta de investigação e dos objetivos pretendidos. Os participantes fizeram a leitura e assinaram o TCLE. A programação da oficina foi apresentada em PowerPoint. Houve uma breve rodada de apresentação dos sujeitos da pesquisa, mencionando nome e local de atuação.

Em seguida, iniciou-se a discussão entre os participantes com base em três perguntas:O que são Práticas Avançadas de Enfermagem?Quem são os enfermeiros de práticas avançadas? Qual o modelo de formação necessário?

Após uma primeira rodada de discussão, os sujeitos fizeram a leitura individual de um artigo sobre Enfermagem de Prática Avançada na América Latina e no Caribe.1212. Zug KE, Cassiani SHB, Pulcini J, Bassalobre Garcia A, Aguirre-Boza F, Park J. Advanced practice nursing in Latin America and the Caribbean: Regulation, education and practice. Rev Lat Am Enfermagem. 2016; 24:e2807.Para facilitar a leitura, devido ao tempo disponível, a pesquisadora destacou com marca-texto os principais trechos que elucidavam a definição de prática avançada de enfermagem e como ela vinha sendo desenvolvida em vários países.

Finalizada a leitura, retomou-se a discussão, com base nas impressões dos participantes sobre o artigo. Ao final, a pesquisadora apresentou as definições dos estudos que abordagem o modelo de formação, por meio de produções internacionais e nacionais sobre o tema.

O material da oficina foi transcrito e submetidos à análise do discurso, proposta por Fiorin e adaptada por Carl e Bertolozzi, que consta de leituras repetidas do material e decomposição do discurso em frases temáticas.1313. Carl MR, Bertolozzi MR. O processo da análise de discurso. In: Chianca TM, Moraes MJ, organizadores. A Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva-CIPESC. Brasília (DF): ABEn; 1999. p. 348-55. (Série Didática: Enfermagem no SUS).Na sequência foram construídas as categorias empíricas referentes à percepção dos sujeitos. O estudo foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e foram observados todos os preceitos éticos que envolvem pesquisa com seres humanos, de acordo com a Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Pesquisa (Comitê de Ética e Pesquisa – CEP: 2.340.098/ Certificado de Apresentação para Apreciação Ética – CAAE: 75455617.9.0000.5392).

Resultados

Participaram da oficina de trabalho oito enfermeiros, dos quais três eram homens; a média da idade foi 32 anos. Apenas um dos integrantes havia se formado em universidade privada, os demais, em universidades públicas. Seis eram egressos da residência em enfermagem e dois do mestrado profissional. Sete participantes estavam há um ano nos cargos referidos, apenas um atuava há mais de cinco anos. A análise dos resultados permitiu construir sete categorias empíricas, sendo três referentes à percepção dos sujeitos sobre a prática avançada e quatro sobre o modelo de formação necessário (Quadro 1).

Quadro 1
Categorias empíricas sobre as práticas avançadas de enfermagem e o modelo de formação necessário

Referente à primeira categoria, “Ampliação do escopo de prática e da autonomia para o desenvolvimento da prática clínica do enfermeiro”, constatou-se que todos participantes tinham conhecimento prévio sobre práticas avançadas de Enfermagem e que alguns as reconheciam como uma forma de ampliação do escopo da prática.

“... é a ampliação do escopo de ação dos enfermeiros, amplia as suas atividades, elas ficaram mais complexas, mediante um aprimoramento técnico-científico.”(S1)

Ao mencionar a ampliação do escopo da prática, alguns participantes relacionaram as práticas avançadas como possibilidade de ampliar também o acesso aos cuidados em saúde.

“... porque você vai aumentar o acesso, você vai ter um atendimento integral aquela pessoa, você vai melhorar tudo, assim, diminuir essas filas, tudo isso que aparece na mídia. Você vai aumentar a autonomia do enfermeiro, você vai resolver, porque a Atenção Básica é muito resolutiva, isso vai torná-la mais resolutiva.”(S6)

As práticas avançadas também foram relacionadas à autonomia para o desenvolvimento da prática profissional e ao aumento da resolutividade centrada nas necessidades do usuário e na integralidade do cuidado.

“... mais autonomia, ele vai ser mais resolutivo e vai poder fazer uma melhor atenção ao paciente, principalmente nesse cenário e com uma qualificação diferenciada, que eu entendo, inclusive, [será] uma qualificação diferenciada do médico, porque ele vai ter um olhar muito mais ampliado para o paciente.” (S2)

Além disso, sujeitos do estudo mencionaram que nas práticas avançadas, a tomada de decisões é baseada nas melhores evidências científicas e nas necessidades de saúde dos indivíduos e coletividades.

“... subsídio suficiente para tomar uma decisão mais assertiva, baseada em evidências científicas, em seu cotidiano prático.”(S1)

“Quando a gente pensa nessa prática avançada, tem que ser para o melhor cuidado do paciente; o foco é o paciente, o foco não sou eu.”(S2)

“Eu tenho uma prática clínica que é necessária para aquela comunidade. Então nós somos enfermeiros especialistas nos males mais comuns da comunidade... então se eu tenho que prescrever penicilina, porque eu fiz um diagnóstico de sífilis, está dentro de minha prática.” (S8)

Entretanto, reconheceram que há um conjunto de desafios para a implementação das Práticas Avançadas de Enfermagem, referentes ao desenvolvimento de competências, à legislação para o respaldo da prática profissional e a necessidade de superação do modelo médico centrado, rumo a um modelo de cuidado integral com foco no usuário e pautado do trabalho interprofissional.

“... você desenvolve novas competências no enfermeiro, que ele não sai da faculdade com essas competências desenvolvidas... ampliar a capacidade de atuação do enfermeiro dentro de vários cenários.”(S2)

“... ainda não há uma legislação para dar esse respaldo. Então acredito que a caminhada ainda será longa.”(S6)

“... Acho que a gente tem que potencializar nossos diagnósticos de enfermagem ou minimamente um diagnóstico que é comum a todos os profissionais da saúde, porque a Atenção Primária se faz por profissionais de todas as áreas.”(S1)

Quanto ao modelo de formação para as Práticas Avançadas de Enfermagem, destacaram a Residência Profissional, principalmente pela inserção do residente nos cenários de prática:

“Se você [quer] juntar conhecimento e prática, para mim foi o melhor modelo que você consegue juntar as coisas.” (S2)

“A residência teve sim suas barreiras, mas o fato de ela me colocar lá dentro do serviço... a diferença que fez eu entrar num serviço, com o objetivo de estudar sobre ele, sabe? Estudar sobre minha prática em si.”(S8)

Quanto ao Mestrado Profissional, ressaltaram sua importância, mas apresentam indagações de como a prática clínica estaria associada a essa formação, que é voltada a profissionais que já atuam nos serviços de saúde.

“... É um mestrado para as pessoas que já estão trabalhando. Então, como você vai colocar uma carga horária prática dessas pessoas que já estão trabalhando?” (S3)

“... a não ser que realmente o programa de mestrado profissional tenha uma carga horária grande, porque eu entendo que para formar esse profissional não dá para ficar aqui só na cadeira, na sala de aula, discutindo.” (S2)

Houve quem considerasse como melhor alternativa a complementaridade entre a residência e o mestrado profissional.

“Eu ouvi falar de uma proposta que tinha... Não sei se essa proposta veio do MEC, de que os TCE da residência fossem como um diálogo: misturar a residência com o mestrado profissional.” (S6)

Com relação aos desafios para a formação, foi mencionada a necessidade de aprimorar a relação teoria e prática, assim como a inserção da temática desde a formação inicial, para o reconhecimento das práticas avançadas como possibilidade de atuação profissional.

“A questão é: seja mestrado profissional, seja residência, tem que ter teoria e tem que ter prática associada e as coisas têm que ser conversadas.” (S1)

“Então eu acho que essa mudança, talvez este movimento da prática avançada force lá na frente uma mudança nos currículos de graduação”. (S2)

“Eu acho que é mais num sentido de eu vou gerar um enfermeiro na graduação que pense que existe a prática avançada.” (S8)

Assim, na percepção desses egressos, as Práticas Avançadas de Enfermagem podem vir a ser uma estratégia inovadora para melhorar o acesso aos serviços e ampliar a cobertura, tornando-a universal, a partir de um cuidado qualificado e integral prestado aos indivíduos, suas famílias e comunidade. Sua implementação pode ser feita por meio da residência, do mestrado profissional ou de ambos, realizados de forma complementar.

Discussão

Para os egressos da residência em enfermagem e do mestrado profissional da EEUSP, as Práticas Avançadas de Enfermagem representam uma possibilidade de ampliação do escopo de prática e da autonomia do enfermeiro. Acreditam que a prática clínica ampliada é um dos pilares para o desenvolvimento das Práticas Avançadas de Enfermagem e propõem uma formação articulada entre a residência e o mestrado profissional.

Uma das premissas das Práticas Avançadas de Enfermagem é o aumento do acesso aos serviços de saúde, através da ampliação do escopo das ações desenvolvidas pelos enfermeiros, principalmente relacionadas à prática clínica. Todavia, os resultados deste estudo reforçaram a necessidade de refletir sobre a prática clínica do enfermeiro na APS, assim como as maneiras de ampliá-la e qualificá-la, para não reproduzir do modelo biomédico ao realizar “pseudoconsultas médicas”, de caráter individual e curativo, ou se responsabilizar apenas por atividades voltadas para organização dos serviços e supervisão.1414. Caçador BS, Brito MJ, Moreira DA, Rezende LC, Vilela GS. Ser enfermeiro na Estratégia Saúde da Família: possibilidades e desafios. REME. 2015; 19(3):612-26.

15. Galavote HS, Zandonade E, Garcia AC, Freitas PS, Seidl H, Contarato PC, Andrade MA, Lima RC. O trabalho do enfermeiro na atenção primária à saúde. Escola Anna Nery. 2016; 20(1):90-8.
-1616. Matumoto S, Fortuna CM, Kawata LS, Mishima SM, Pereira MJ. A prática clínica do enfermeiro na atenção básica: um processo em construção. Rev Lat Am Enfermagem. 2011;19(1):1-8.

Na APS, propõe-se o cuidado norteado pela clínica ampliada e para isso é necessário ampliar os protocolos assistenciais, redefinir as atividades administrativas, compartilhando-as com a equipe de saúde, e atuar junto à população para que esta reconheça o papel ampliado que o enfermeiro pode ter no cuidado de indivíduos, famílias, grupos e coletividades.1717. Costa RH, Couto CR, Silva RA. Prática clínica do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família. Saúde (Santa Maria). 2015; 41(2):9-18.

A construção social da prática clínica ampliada também ocorre no cotidiano do trabalho do enfermeiro, na relação com os demais profissionais, e tem como finalidade responder às necessidades de saúde da população. Para isso é preciso que o enfermeiro reconheça-se como responsável pela melhoria da qualidade da assistência e busque espaços para consolidar sua prática.1616. Matumoto S, Fortuna CM, Kawata LS, Mishima SM, Pereira MJ. A prática clínica do enfermeiro na atenção básica: um processo em construção. Rev Lat Am Enfermagem. 2011;19(1):1-8.

A APS é um dos espaços propícios para que a enfermeiro desenvolva autonomia profissional consonante com o cuidado integral de indivíduos, famílias e coletividades. Contudo, para obter mais autonomia e ampliar o escopo da prática na APS brasileira, tal como proposto nas práticas avançadas de enfermagem, será necessário superar o modelo médico hegemônico, assim como rever e ampliar as legislações que norteiam a prática de enfermagem, investir na formação profissional, na educação permanente dos profissionais e no desenvolvimento de práticas baseadas em melhores evidências, a fim de responder às necessidades de saúde da população.1818. Toso BR, Filippon J, Giovanella L. Atuação do enfermeiro na Atenção Primária no Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra. Rev Bras Enferm. 2016; 69(1):182-91.

Atender as necessidades de saúde vem ao encontro do conceito da integralidade em saúde, um dos princípios do SUS, caracterizada por um conjunto de ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde de indivíduos, famílias e coletividade e que deve também nortear a prática deste enfermeiro, em busca da eficiência e eficácia de seu agir profissional.1919. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n 2.436, de 21 de setembro de 2017. Estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do SUS. Brasília (DF); Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica; 2017., 2020. Makuch DM, IPS Zagone. A integralidade do cuidado no ensino na Área da Saúde: uma revisão sistemática. Rev Bras Educ Méd. 2017;(4):515-24.

Para isso são necessárias propostas curriculares inovadoras para o alcance de competências profissionais visando ao desenvolvimento de uma prática clínica ampliada, autônoma, baseada nas melhores evidências científicas e na integralidade do cuidado para atender as necessidades de indivíduos, famílias e coletividades.

No que diz respeito ao modelo de formação proposto para os enfermeiros de prática avançada, este estudo corroborou a literatura existente, reforçando a importância da residência profissional em saúde, do mestrado profissional e especialmente da articulação de ambos.1818. Toso BR, Filippon J, Giovanella L. Atuação do enfermeiro na Atenção Primária no Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra. Rev Bras Enferm. 2016; 69(1):182-91.,2121. Peduzzi M. Enfermeira de prática avançada na Atenção Básica [editorial]. Rev Baiana Enferm. 2017;31(4):e24728.

22. Scochi CG, Gelbcke FL, Ferreira MA, Alvarez AM. Reflexão: Mestrado Profissional: potencial contribuição para a enfermagem de prática avançada. Rev Esc Enferm USP. 2015; 68(6):1186-9.

23. Miranda Neto MV, Rewa T, Leonello VM, Oliveira MA. Advanced practice nursing: a possibility for Primary Health Care? Rev Bras Enferm. 2018; 71(supl 1):716-21.
-2424. Pan American Health Organization PAHO. Expanding the roles of nurses in primary health care. Washington (DC); PAHO; 2018.

O trabalho em saúde, assim como a formação profissional, são práticas sociais constituídas historicamente de forma articulada, com características comuns, que ainda hoje seguem um modelo de formação predominantemente uniprofissional, baseado no ensino por disciplinas e na racionalidade biomédica, o que se reflete na organização dos serviços em saúde, resultando em intervenções predominantemente médicas, curativas e mecanicistas que fragmentam o cuidado.2525. Peduzzi M. O SUS é interprofissional. Interface: Comun Saúde Educ. 2016; 20(56):199-201.,2626. Peduzzi M, Silva JA, Leonello VM. A formação dos profissionais de saúde para a integralidade do cuidado e prática interprofissional. In: Mota A, Marinho AG, Schraiber LB, organizadores. Educação, medicina e saúde: tendências historiográficas e dimensões interdisciplinares. Santo André (SP): UFABC; 2018. p.141-72.

Além disso, há desafios a serem superados pelas instituições formadoras, como, por exemplo, a escassez de evidências existentes na literatura nacional e internacional no campo do saber da enfermagem relacionadas às práticas avançadas, e, por consequência, a inserção limitada da temática na formação dos estudantes e também dos professores.2727. Zanetti ML. Prática avançada de enfermagem: estratégias para formação e construção do conhecimento. Rev Lat Am Enferm. 2015;23(5):779-80.

Somado a isso, sabe-se que no Brasil os cursos de graduação em enfermagem cresceram desordenadamente e existe preocupação das associações de classe quanto ao aumento indiscriminado e a qualidade com que vêm sendo desenvolvidos.2121. Peduzzi M. Enfermeira de prática avançada na Atenção Básica [editorial]. Rev Baiana Enferm. 2017;31(4):e24728.,2828. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Pesquisa do perfil da enfermagem no Brasil – Banco de Dados; [Internet]. Brasília (DF); 2013. [citado 2018 Abr. 19]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/perfilenfermagem.
http://www.cofen.gov.br/perfilenfermagem...
,2929. Melo CM. Desafios contemporâneos sobre o trabalho e formação da enfermeira no Brasil [editorial]. Rev Baiana Enferm. 2016;30(2):3-5. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v30i2.16963.
http://dx.doi.org/10.18471/rbe.v30i2.169...

Nesta perspectiva, há muito que avançar na formação a prática interprofissional colaborativa e no debate em torno da ampliação do escopo de prática das profissões de saúde. Para isso é importante o envolvimento de diversos sujeitos sociais, entre eles as Instituições de Ensino Superior, instâncias governamentais, assim como com os órgãos reguladores das profissões.2525. Peduzzi M. O SUS é interprofissional. Interface: Comun Saúde Educ. 2016; 20(56):199-201.

Uma das limitações deste estudo foi a realização de um único encontro com os apenas enfermeiros egressos da residência e do mestrado profissional da EEUSP, reunidos em oficina de trabalho.

Conclusão

As categorias empíricas deste estudo evidenciam que, na percepção de egressos da residência em enfermagem e do mestrado profissional da EEUSP, as Práticas Avançadas de Enfermagem representam uma possibilidade de ampliação do escopo de prática e da autonomia do enfermeiro. A prática clínica ampliada foi considerada um dos pilares para o desenvolvimento das Práticas Avançadas de Enfermagem visando à produção do cuidado centrado em indivíduos, famílias, grupos sociais e coletividades, assim como o reconhecimento das necessidades de saúde e da singularidade dos sujeitos. Ademais, o estudo evidenciou desafios para a implementação e a formação dessas práticas no Brasil. Em relação ao modelo de formação, a residência, o mestrado profissional e especialmente a articulação entre ambos foram mencionados como alternativas para a formação desses enfermeiros.

Referências

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  • 2
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Jul 2019
  • Data do Fascículo
    May-Jun 2019

Histórico

  • Recebido
    4 Set 2018
  • Aceito
    17 Abr 2019
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