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A transição do cuidado do recém-nascido prematuro: da maternidade para o domicílio

La transición del cuidado del recién nacido prematuro: de la maternidad al domicilio

Resumo

Objetivo:

Sintetizar evidências acerca do cuidar materno ao recém-nascido prematuro no domicílio e elaborar um framework que oriente a transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio.

Métodos:

Revisão integrativa da literatura que seguiu recomendações metodológicas para responder à questão: “Quais são as evidências científicas acerca do cuidado materno ao recém-nascido prematuro no domicílio?”. Para seleção dos artigos, utilizou-se seis bases de dados: LILACS e BDENF via Portal BVS; PubMed/ Medline, Scopus, CINAHL e Web of Science via Portal de Periódicos CAPES.

Resultados:

Por meio do famework , é possível obter uma síntese dos resultados de forma visual, facilitando a tradução do conhecimento e a aplicabilidade de intervenções de enfermagem durante a transição do cuidado do prematuro, da maternidade para o domicílio, baseados na síntese de evidências. A análise desses estudos revelou três categorias: Sentimentos de mães durante o cuidado do prematuro no domicílio; O cuidar do prematuro no domicílio e Rede de apoio no cuidado do prematuro no domicílio.

Conclusão:

Durante a transição da maternidade para casa, a família enfrenta um turbilhão de sentimentos que podem ser paradoxos, tendo em vista que o regozijo por conta da alta-hospitalar pode emergir também com a ansiedade e insegurança sobre o novo papel. O framework sobre a transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio apresentado nesse estudo é relevante por facilitar o entendimento dos achados e a aplicabilidade de intervenções de saúde para promover uma transição segura do recém-nascido prematuro para domicílio.

Descritores
Recém-nascido prematuro; Alta do paciente; Família; Relações profissional-família

Resumen

Objetivo:

Sintetizar evidencias sobre el cuidado materno al recién nacido prematuro en el domicilio y elaborar un framework que oriente la transición del cuidado del recién nacido prematuro de la maternidad al domicilio.

Métodos:

Revisión integradora de la literatura que siguió recomendaciones metodológicas para responder la pregunta: “¿Cuáles son las evidencias científicas sobre el cuidado materno al recién nacido prematuro en el domicilio?”. Para la selección de los artículos, se utilizaron seis bases de datos: LILACS y BDENF vía Portal BVS; PubMed/ Medline, Scopus, CINAHL y Web of Science vía Portal de Periódicos CAPES.

Resultados:

Por medio del framework , es posible obtener una síntesis de los resultados de forma visual, lo que facilita la traducción del conocimiento y la aplicabilidad de intervenciones de enfermería durante la transición del cuidado al prematuro de la maternidad al domicilio, basadas en la síntesis de evidencias. El análisis de estos estudios reveló tres categorías: Sentimientos de las madres durante el cuidado del prematuro en el domicilio, Los cuidados del prematuro en el domicilio y Red de apoyo en el cuidado del prematuro en el domicilio.

Conclusión:

Durante la transición de la maternidad a la casa, la familia enfrenta un torbellino de sentimientos que pueden ser paradójicos, ya que la alegría por el alta hospitalaria puede aparecer junto con la ansiedad y la inseguridad sobre el nuevo rol. El framework sobre la transición del cuidado del recién nacido prematuro de la maternidad al domicilio presentado en este estudio es relevante porque facilita la comprensión de los descubrimientos y la aplicabilidad de intervenciones de salud para promover una transición segura del recién nacido prematuro al domicilio.

Descriptores
Recien nacido prematuro; Alta del paciente; Família; Relaciones profesional-familia

Abstract

Objective:

To synthesize evidence about maternal care for preterm infants at home and develop a framework that guides the transition of care of preterm infants from maternity to home.

Methods:

This is an integrative literature review that followed methodological recommendations to answer the question: “What is the scientific evidence about maternal care for preterm infants at home?”. To select the articles, LILACS and BDENF were used via the VHL Portal, PubMed/MEDLINE, Scopus, CINAHL and Web of Science via the CAPES Journal Portal.

Results:

A visual synthesis of results was obtained through a framework. This synthesis facilitates knowledge translation and the applicability of nursing interventions during care transition from maternity to home, based on evidence. Analysis of these studies revealed three categories: Feelings of mothers during the care of preterm infants at home ; Caring for preterm infants at home ; Support network for caring for preterm infants at home .

Conclusion:

During the transition from maternity to home, families face a whirlwind of feelings that can be paradoxical. The joy due to hospital discharge can also emerge with anxiety and insecurity about the family’s’ new role. The framework on care transition of preterm infants from maternity to home presented in this study is relevant for facilitating the understanding of the health interventions’ finding and its applicability to promote a safe transition for preterm infants.

Keywords
Infant, premature; Patient discharge; Family; Professional-family relations

Introdução

A prematuridade, condição referente ao nascimento de bebês antes de 37 semanas completas de gestação tem sido apontada como a principal causa mundial de morbimortalidade neonatal há cerca de uma década e, atualmente, também está associada com a mortalidade infantil até os cinco anos de idade. Universalmente, a cada ano, 15 milhões de bebês nascem prematuros, representando aproximadamente 11% de todos os partos, vale ressaltar que esses números vêm aumentando na maioria dos países.(11. Harrison MS, Goldenberg RL. Global burden of prematurity. Semin Fetal Neonatal Med. 2016 Apr;21(2):74–9.)

Com mais de 279 mil nascimentos prematuros na última década, totalizando cerca de 17,7% dos partos, o Brasil apresenta índices alarmantes de prematuridade, que resulta em morte neonatal em aproximadamente 70% dos casos. A gestação precoce ou tardia estão entre as principais causas de parto prematuro, seguidos pela desnutrição, baixo peso ao nascer, tratamentos de infertilidade, infecções e complicações obstétricas em geral, além qualidade da assistência pré-natal.(22. Hurtado Guerrero AF, Reis SG, da Costa Parente PS, Oliveira da Silva DV, Hurtado Guerrero JC. Prematuridade de crianças nascidas no Centro Obstétrico do Município de Coari – Amazonas, Brasil. Rev Saúde Pública Paraná. 2018;1(2):23–34.)

Os bebês que nascem prematuros, muitas vezes, precisam de cuidados neonatais intensivos, bem como de suporte tecnológico para que possam se adaptar de maneira satisfatória a vida extrauterina e, muitas vezes, enfrentar um longo período de internação hospitalar. Destaca-se que mesmo após a alta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), responsável por manter o equilíbrio fisiológico dos bebês prematuros, ainda reside um risco acentuado de morbimortalidade para os recém-nascidos, pois são pacientes com quadro clínico imprevisível e que necessitam de cuidados diários dos pais que podem estar despreparados, o que prolonga o risco de morbimortalidade mesmo após a alta hospitalar.(33. Smith V, Stewart J. Discharge planning for high-risk newborns [Internet]. UptoDate; 2019. [cited 2020 Aug 19]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/discharge-planning-for-high-risk-newborns
https://www.uptodate.com/contents/discha...
)

Diante desse cenário, faz-se necessário um planejamento de ações adequadas, para que seja assegurado ao bebê que nasceu prematuro uma transição segura e confortável do âmbito hospitalar para o domicílio. O planejamento da alta deve ser desenvolvido e implementado por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais do hospital em conjunto com os pais e demais familiares dos prematuros, e ainda deve contar com o apoio e referência dos profissionais da atenção primária de saúde que irão dar segmento ao acompanhamento. Esse trabalho conjunto para alta hospitalar facilita a prontidão familiar e melhora os resultados dessa transição.(44. Schmidt KT, Terassi M, Marcon SS, Higarashi IH. Práticas da equipe de enfermagem no processo de alta do bebê pré-termo. Rev Bras Enferm. 2013;66(6):833–9.)

Assim, deverão ser desenvolvidas ações que envolvam o apoio, a orientação e a instrumentalização dos pais ou acompanhantes para os cuidados cotidianos com o bebê prematuro desde a sua admissão, sendo que essas informações devem ser reforçadas durante a internação hospitalar levando em consideração as individualidades e capacidade de compreensão de cada família, a fim de fortalecer o enfrentamento na alta hospitalar.(55. Delgado Galeano M, Villamizar Carvajal B. Coping in mothers of premature newborns after hospital discharge. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(3):105–9.)

Diante disso, cabe aos profissionais de saúde enfrentarem o desafio de promover ações em educação em saúde, como orientações as mães acerca dos cuidados relacionados a alta hospitalar recém-nascido prematuro. Entretanto, a literatura ainda revela a necessidade de tradução de conhecimento sobre as necessidades da família do recém-nascido prematuro na prática de profissionais de saúde.(66. Mousavi SS, Keramat A, Mohagheghi P, Mousavi SA, Motaghi Z, Khosravi A, et al. The need for support and not distress evoking: a meta-synthesis of experiences of iranian parents with premature infants. Iran J Psychiatry Behav Sci. 2017;11(4):e5916.) Por exemplo, um estudo realizado no Irã revelou que os profissionais de enfermagem ainda não conseguem compreender por completo as necessidades da família do recém-nascido prematuro.(77. Ladani MT, Abdeyazdan Z, Sadeghnia A, Hajiheidari M, Hasanzadeh A. Comparison of Nurses and Parents’ Viewpoints Regarding the Needs of Parents of Premature Infants in Neonatal Intensive Care Units. Iran J Nurs Midwifery Res. 2017;22(5):367–71.) Além disso, uma pesquisa realizada na China destacou a necessidade dos profissionais de saúde de saberem ouvir as queixas da família do recém-nascido prematuro.(88. Wang L, He JL, Fei SL. Perceived Needs of Parents of Premature Infants in NICU. West J Nurs Res. 2018;40(5):688–700.)

Frente a isso, esse trabalho possui o objetivo de sintetizar evidências acerca do cuidar materno ao recém-nascido prematuro no domicílio e elaborar um framework que explique a transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio.

Métodos

Trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa da literatura,(66. Mousavi SS, Keramat A, Mohagheghi P, Mousavi SA, Motaghi Z, Khosravi A, et al. The need for support and not distress evoking: a meta-synthesis of experiences of iranian parents with premature infants. Iran J Psychiatry Behav Sci. 2017;11(4):e5916.,77. Ladani MT, Abdeyazdan Z, Sadeghnia A, Hajiheidari M, Hasanzadeh A. Comparison of Nurses and Parents’ Viewpoints Regarding the Needs of Parents of Premature Infants in Neonatal Intensive Care Units. Iran J Nurs Midwifery Res. 2017;22(5):367–71.) para isso utilizou-se a estratégia “População/Problema, Interesse e Contexto” (PICo),(88. Wang L, He JL, Fei SL. Perceived Needs of Parents of Premature Infants in NICU. West J Nurs Res. 2018;40(5):688–700.) sendo que o “P” correspondente a “família do recém-nascido prematuro”, “I” equivalente ao “cuidado materno” e o “Co” como “transição do hospital para o domicílio”. Palavras-chaves e os seus respectivos descritores controlados se encontram descritos no quadro 1 .

Quadro 1
Pergunta de pesquisa segundo a estratégia População/Problema, Interesse e Contexto – PICo

Assim, a questão norteadora elaborada baseada no acrônimo foi: “Quais são as evidências científicas acerca do cuidado materno ao recém-nascido prematuro no domicílio?”. Para seleção dos artigos, utilizou-se seis bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde), BDENF (Banco de Danos em Enfermagem) via Portal BVS (Biblioteca Virtual em Saúde); PubMed / Medline ( National Library of Medicine ), Scopus – Base de dados multidisciplinar da Elsevier, CINAHL ( Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature ) e Web of Science via Portal de Periódicos CAPES.

A busca dos artigos ocorreu entre os meses de abril e maio de 2019, utilizando os descritores controlados, não controlados e palavras-chave. A combinação dos descritores e palavras-chave foi realizada por meio dos operadores boleano “AND” e “OR”, visando ampliar o quantitativo de estudos. Os descritores foram extraídos do DECS (Descritores em Ciências da Saúde) no Portal BVS e do MESH ( Medical Subject Headings ) na National Library . Entre os descritores/palavras-chave do mesmo acrônimo da estratégia PICo, foi utilizado o “OR” e para a combinação entre acrônimos diferentes, o “AND”.

A seleção foi realizada de forma independente por dois revisores, o processo de busca e seleção dos estudos seguiu as recomendações PRISMA(99. Canadian Public Health Association. Public Health: A conceptual framework [Internet]. Ottawa: Canadian Public Health Association; 2017. [cited 2020 Aug 19]. Available from: https://www.cpha.ca/public-health-conceptual-framework
https://www.cpha.ca/public-health-concep...
). Os critérios de inclusão estabelecidos para a revisão foram: estudos primários, qualitativos e que abordavam a temática em questão. Foram excluídas pesquisas que não abordavam a transição do cuidar materno ao recém-nascido prematuro no domicílio ou artigos duplicados. A fim de abranger o número máximo de estudos para o processo revisional, não houve delimitação de tempo ou idioma durante as buscas. Os estudos qualitativos foram incluídos independentemente de suas abordagens metodológicas.

A delimitação de estudos qualitativos ocorreu por sua capacidade metodológica de trazer aspectos e percepções sobre sentimentos e vivências acerca do cuidar materno ao recém-nascido prematuro no domicílio.(1010. DeVoe JE, Bazemore AW, Cottrell EK, Likumahuwa-Ackman S, Grandmont J, Spach N, et al. Perspectives in primary care: a conceptual framework and path for integrating social determinants of health into primary care practice. Ann Fam Med. 2016 ;14(2):104–8.)

Assim, obteve-se uma amostra de 24 artigos ao final da primeira etapa de avaliação, sendo: LILACS: 15; BDENF: 05; MEDLINE: 01, CINAHL: 01; SCOPUS: 02 e WOS: 0. Na segunda etapa, procedeu-se a leitura completa dos 24 estudos para identificar aqueles que respondiam satisfatoriamente à questão de pesquisa e/ou tinham pertinência com o objetivo do estudo. Desse processo, obteve-se uma amostra de 14 artigos. Como a amostra parcial da revisão teve um número sub-representado de artigos internacionais, um terceiro pesquisador realizou buscas via Google Scholar de modo a acrescentar artigos que contribuíssem para a resposta da pergunta de pesquisa. Desse modo, cinco artigos internacionais de outras buscas foram adicionados, totalizando uma amostra final de 19 artigos. O fluxograma com o detalhamento das etapas de pesquisa está apresentado na figura 1

Figura 1
Fluxograma do processo de identificação, seleção e inclusão dos estudos, adaptado do PRISMA.

A elaboração do framework ocorreu após a construção coletiva dos autores, pautada nas leituras e correlação dos resultados obtidos. Os frameworks correspondem a representações visuais que auxiliam a compreensão de questões complexas.(99. Canadian Public Health Association. Public Health: A conceptual framework [Internet]. Ottawa: Canadian Public Health Association; 2017. [cited 2020 Aug 19]. Available from: https://www.cpha.ca/public-health-conceptual-framework
https://www.cpha.ca/public-health-concep...
) Este método de explicação gráfica tem sido utilizado internacionalmente para explicar determinantes da saúde, e compreender o impacto desses determinantes no bem-estar de indivíduos, comunidades e populações.(1010. DeVoe JE, Bazemore AW, Cottrell EK, Likumahuwa-Ackman S, Grandmont J, Spach N, et al. Perspectives in primary care: a conceptual framework and path for integrating social determinants of health into primary care practice. Ann Fam Med. 2016 ;14(2):104–8.1212. Pinto AD, Bloch G. Framework for building primary care capacity to address the social determinants of health. Can Fam Physician. 2017;63(11):e476–82.) Por meio de descrições claras dos fatores complexos que interferem na transição do recém-nascido prematuro, o framework proposto tem qualidade e profundidade por ser baseado em um processo revisional sistematizado da literatura, e possui especificidade por ter sido elaborado por profissionais de saúde com experiência em saúde materno-infantil e saúde pública.

A primeira autora e a orientadora deste trabalho se reuniram no grupo de estudo de enfermagem materno-infantil da Universidade Federal do Piauí (UFPI) para discutir os artigos selecionados e realizar a síntese de conhecimento. Os demais autores realizaram suas revisões, e as enviaram via e-mail seus comentários e pontos de discussão. Os autores deste trabalho criaram as figuras do framework e têm copyrights em relação as mesmas.

Resultados

Constatou-se que os 19 estudos selecionados foram publicados entre os anos de 2004 e 2018, sendo que a maioria (quatro) foi de 2012 (21,05%), seguido de três em 2010 (15,79%). Os anos de 2014, 2017 e 2018 apresentaram dois artigos, representando uma amostra de 10,53% cada ano, os demais anos 2004, 2008, 2009, 2011, 2013, 2016 apresentaram apenas um (5,26% cada).

Em relação aos principais resultados, evidenciou-se que todos os artigos versavam sobre questões referentes ao apoio profissional/orientações a esse público, tanto no momento da internação quanto durante e após a alta. Além disso, foi relatado a relevância do apoio familiar/ social no cuidado ao recém-nascido prematuro no momento de transição do hospital para o domicílio. Abordaram também questões relacionadas a preocupações, sentimentos, dificuldades e facilidades durante o cuidado com o prematuro no domicílio. Esses dados foram apresentados no quadro 2 .

Quadro 2
Síntese de artigos incluídos na revisão integrativa

Acerca dos sentimentos vivenciados, os artigos, em sua maioria, relataram que as mães diante do cuidado domiciliar apresentaram, principalmente, sentimento de medo(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.,1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2222. Couto FF, Praça NS. Recém-nascido prematuro: suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev Bras Enferm. 2012;65(1):19–26.2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.,2626. Sassá AH, Gaíva MA, Higarashi IH, Marcon SS. Nursing actions in homecare to extremely low birth weight infant. Acta Paul Enferm. 2014;27(5):492–8.,2828. Namnabati M, Hemati Z, Taleghani F, Sadeghnia A. Home-based care needs of preterm infants discharged early from the neonatal intensive care unit: A descriptive qualitative study. Iran J Neonatol. 2017;8(4):74–82.,3030. Petty J, Whiting L, Green J, Fowler C. Parents’ views on preparation to care for extremely premature infants at home. Nurs Child Young People. 201;30(4):22–7.,3131. Sales IM, Santos JD, da Rocha SS, Gouveia MT, de Carvalho NA. Contributions of the nursing team in the second stage of the Kangaroo-Mother Care Method: implications for hospital discharge of the newborn. Esc Anna Nery. 2018 Dec;22(4).), insegurança,(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.1818. de Souza NL, Pinheiro-Fernandes AC, Clara-Costa IC, Cruz-Enders B, de Carvalho JB, da Silva ML. Domestic maternal experience with preterm newborn children. Rev Salud Publica (Bogota). 2010;12(3):356–67.,2020. Botêlho SM, Boery RN, Vilela AB, Santos WS, Pinto LS, Ribeiro VM, et al. O cuidar materno diante do filho prematuro: um estudo das representações sociais. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(4):929–34.2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.) ansiedade,(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1818. de Souza NL, Pinheiro-Fernandes AC, Clara-Costa IC, Cruz-Enders B, de Carvalho JB, da Silva ML. Domestic maternal experience with preterm newborn children. Rev Salud Publica (Bogota). 2010;12(3):356–67.,2020. Botêlho SM, Boery RN, Vilela AB, Santos WS, Pinto LS, Ribeiro VM, et al. O cuidar materno diante do filho prematuro: um estudo das representações sociais. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(4):929–34.,2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.,2626. Sassá AH, Gaíva MA, Higarashi IH, Marcon SS. Nursing actions in homecare to extremely low birth weight infant. Acta Paul Enferm. 2014;27(5):492–8.,2929. Veronez M, Borghesan NA, Corrêa DA, Higarashi IH. Vivência de mães de bebês prematuros do nascimento a alta: notas de diários de campo. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e60911.,3131. Sales IM, Santos JD, da Rocha SS, Gouveia MT, de Carvalho NA. Contributions of the nursing team in the second stage of the Kangaroo-Mother Care Method: implications for hospital discharge of the newborn. Esc Anna Nery. 2018 Dec;22(4).) preocupação(1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.,1717. Souza N, Araújo A, Costa I, Medeiros Junior A, Accioly Junior H. Vivência materna com o filho prematuro: refletindo sobre as dificuldades desse cuidado. REME Rev Min Enferm. 2010;14(1):159–5.,1818. de Souza NL, Pinheiro-Fernandes AC, Clara-Costa IC, Cruz-Enders B, de Carvalho JB, da Silva ML. Domestic maternal experience with preterm newborn children. Rev Salud Publica (Bogota). 2010;12(3):356–67.,2727. Boykova M. Life after discharge: what parents of preterm infants say about their transition to home. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(2):58–65.) e culpa.(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1919. Murdoch MR, Franck LS. Gaining confidence and perspective: a phenomenological study of mothers’ lived experiences caring for infants at home after neonatal unit discharge. J Adv Nurs. 2012;68(9):2008–20.,2727. Boykova M. Life after discharge: what parents of preterm infants say about their transition to home. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(2):58–65.) A alegria(2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.,2727. Boykova M. Life after discharge: what parents of preterm infants say about their transition to home. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(2):58–65.,3030. Petty J, Whiting L, Green J, Fowler C. Parents’ views on preparation to care for extremely premature infants at home. Nurs Child Young People. 201;30(4):22–7.,3131. Sales IM, Santos JD, da Rocha SS, Gouveia MT, de Carvalho NA. Contributions of the nursing team in the second stage of the Kangaroo-Mother Care Method: implications for hospital discharge of the newborn. Esc Anna Nery. 2018 Dec;22(4).) e autoconfiança(1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2020. Botêlho SM, Boery RN, Vilela AB, Santos WS, Pinto LS, Ribeiro VM, et al. O cuidar materno diante do filho prematuro: um estudo das representações sociais. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(4):929–34.) destacam-se como sentimentos negativos e paradoxos por contrastarem com a insegurança da família durante a transição hospital-casa.

Os cuidados domiciliares mais frequentes nas publicações analisadas foram relacionados ao uso de medicações,(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.,2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.,2828. Namnabati M, Hemati Z, Taleghani F, Sadeghnia A. Home-based care needs of preterm infants discharged early from the neonatal intensive care unit: A descriptive qualitative study. Iran J Neonatol. 2017;8(4):74–82.) limpeza do ambiente domiciliar,(2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.) visitas,(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1414. Simioni AS, Geib LT. Percepção materna quanto ao apoio social recebido no cuidado às crianças prematuras no domicílio. Rev Bras Enferm. 2008;61(5):545–51.,2727. Boykova M. Life after discharge: what parents of preterm infants say about their transition to home. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(2):58–65.) retorno as consultas ambulatoriais(2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.) e com especialistas para acompanhamento do crescimento e desenvolvimento(1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2222. Couto FF, Praça NS. Recém-nascido prematuro: suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev Bras Enferm. 2012;65(1):19–26.) do prematuro, vacinação,(2020. Botêlho SM, Boery RN, Vilela AB, Santos WS, Pinto LS, Ribeiro VM, et al. O cuidar materno diante do filho prematuro: um estudo das representações sociais. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(4):929–34.,2222. Couto FF, Praça NS. Recém-nascido prematuro: suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev Bras Enferm. 2012;65(1):19–26.,2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.,2626. Sassá AH, Gaíva MA, Higarashi IH, Marcon SS. Nursing actions in homecare to extremely low birth weight infant. Acta Paul Enferm. 2014;27(5):492–8.) prevenção de sequelas neurológicas(1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.) e prevenção de infecções.(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.) No que se refere aos cuidados diários de rotina, os mais citados foram referentes a alimentação (amamentação e demais formas),(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.,1717. Souza N, Araújo A, Costa I, Medeiros Junior A, Accioly Junior H. Vivência materna com o filho prematuro: refletindo sobre as dificuldades desse cuidado. REME Rev Min Enferm. 2010;14(1):159–5.,1818. de Souza NL, Pinheiro-Fernandes AC, Clara-Costa IC, Cruz-Enders B, de Carvalho JB, da Silva ML. Domestic maternal experience with preterm newborn children. Rev Salud Publica (Bogota). 2010;12(3):356–67.,2121. Braga P, Almeida C, Leopoldino I. Percepção materna do aleitamento no contexto da prematuridade. Rev Enferm Centro-Oeste Min. 2012;2(2):151–8.2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.,2626. Sassá AH, Gaíva MA, Higarashi IH, Marcon SS. Nursing actions in homecare to extremely low birth weight infant. Acta Paul Enferm. 2014;27(5):492–8.,2828. Namnabati M, Hemati Z, Taleghani F, Sadeghnia A. Home-based care needs of preterm infants discharged early from the neonatal intensive care unit: A descriptive qualitative study. Iran J Neonatol. 2017;8(4):74–82.) higiene,(2020. Botêlho SM, Boery RN, Vilela AB, Santos WS, Pinto LS, Ribeiro VM, et al. O cuidar materno diante do filho prematuro: um estudo das representações sociais. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(4):929–34.,2222. Couto FF, Praça NS. Recém-nascido prematuro: suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev Bras Enferm. 2012;65(1):19–26.,2828. Namnabati M, Hemati Z, Taleghani F, Sadeghnia A. Home-based care needs of preterm infants discharged early from the neonatal intensive care unit: A descriptive qualitative study. Iran J Neonatol. 2017;8(4):74–82.,3131. Sales IM, Santos JD, da Rocha SS, Gouveia MT, de Carvalho NA. Contributions of the nursing team in the second stage of the Kangaroo-Mother Care Method: implications for hospital discharge of the newborn. Esc Anna Nery. 2018 Dec;22(4).) sono(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.) e vestimentas.(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,2222. Couto FF, Praça NS. Recém-nascido prematuro: suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev Bras Enferm. 2012;65(1):19–26.)

A figura 2 apresenta o framework da transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio, elaborado por meio da revisão de literatura. Por meio do famework , é possível obter uma síntese dos resultados de forma visual, facilitando a tradução do conhecimento e a aplicabilidade de intervenções de enfermagem durante a transição do cuidado do prematuro, da maternidade para o domicílio, baseado na síntese de evidências.

Figura 2
Framework da transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio

Discussão

As estruturas gráficas aqui apresentadas em forma de framework podem apoiar um planejamento inovador e o desenvolvimento de intervenções de saúde para a população em questão, tendo como base os sentimentos positivos/negativos, os cuidados domiciliares e a rede de apoio que influenciam no sucesso da transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio. Com base no framework , chama-se atenção para três eixos principais de discussão: Sentimentos de mães durante o cuidado do prematuro no domicílio; O cuidar do prematuro no domicílio e Rede de apoio no cuidado do prematuro no domicílio. Os agrupamentos no framework permitem uma fácil visualização dos sentimentos paradoxais: duas setas inclinadas para baixo, contendo uma síntese dos sentimentos negativos e positivos. As setas apontam em direção ao próximo seguimento, cuidados domiciliares, como se manifestassem sobre os mesmos e, de certa forma, influenciassem no lar e nas mães dos prematuros. Por fim, a rede de apoio é representada com círculos de diferentes tamanhos, chamando-se atenção para companheiros, membros da família e cuidadores, sendo eles formais (profissionais de saúde) ou informais (família ou amigos).

Sentimentos de mães durante o cuidado do prematuro no domicílio

A chegada ao domicílio com o bebê representa o rompimento com o mundo da internação e gera situações próprias do contexto domiciliar. Todas essas questões sobrevêm de expectativas paradoxais que pousam entre as preocupações da família logo após o nascimento do bebê prematuro. A primeira expectativa é o nascimento com vida (positiva) seguida da internação que vem juntamente com a separação entre mãe e criança (negativa). As famílias reconhecem suas limitações, confiam na equipe de saúde que com o passar do tempo se sentirão melhor e o bebê receberá alta, sendo este o momento mais aguardado pelos pais. Perante a alta, surgem outros sentimentos, estes também podem gerar impactos tanto positivos quanto negativos. Ao mesmo tempo em que se tem um alívio por se ter o filho em casa, há angústia por parte de mães pelo fato de não se contar mais com uma equipe de saúde no cuidado. Desse modo, revelam-se sentimentos de apreensão por conta de possíveis complicações, tendo em vista que os pais atribuem a seus filhos um grau maior de fragilidade quando comparado a uma criança termo, sendo também mais susceptível a doenças graves ou hospitalização recorrente.(2121. Braga P, Almeida C, Leopoldino I. Percepção materna do aleitamento no contexto da prematuridade. Rev Enferm Centro-Oeste Min. 2012;2(2):151–8.,2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.,3030. Petty J, Whiting L, Green J, Fowler C. Parents’ views on preparation to care for extremely premature infants at home. Nurs Child Young People. 201;30(4):22–7.)

A deficiência no processo de preparo para a alta pode ser responsável por sentimento de insegurança e de medo no cuidado domiciliar. Embora a expectativa antes da alta envolva sentimentos conflituosos, percebe-se que quando a mãe recebe orientações consistentes durante a internação do bebê, o processo de transição e adaptação para a realização do cuidado no domicílio se torna mais ameno.(1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.,1717. Souza N, Araújo A, Costa I, Medeiros Junior A, Accioly Junior H. Vivência materna com o filho prematuro: refletindo sobre as dificuldades desse cuidado. REME Rev Min Enferm. 2010;14(1):159–5.,1919. Murdoch MR, Franck LS. Gaining confidence and perspective: a phenomenological study of mothers’ lived experiences caring for infants at home after neonatal unit discharge. J Adv Nurs. 2012;68(9):2008–20.,2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9. 2929. Veronez M, Borghesan NA, Corrêa DA, Higarashi IH. Vivência de mães de bebês prematuros do nascimento a alta: notas de diários de campo. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e60911.,3131. Sales IM, Santos JD, da Rocha SS, Gouveia MT, de Carvalho NA. Contributions of the nursing team in the second stage of the Kangaroo-Mother Care Method: implications for hospital discharge of the newborn. Esc Anna Nery. 2018 Dec;22(4).)

Assim, os esforços dedicados para estimular a inserção e a participação regular da família no cuidado ao filho prematuro durante a internação devem ser constantes. A criação de programas educacionais em unidades neonatais podem facilitar o aprendizado das mães sobre a assistência que deverá ser prestada ao prematuro no domicílio, fortalecendo o vínculo afetivo e diminuindo o sentimento de insegurança, uma queixa frequente dos pais nessa situação.(1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2121. Braga P, Almeida C, Leopoldino I. Percepção materna do aleitamento no contexto da prematuridade. Rev Enferm Centro-Oeste Min. 2012;2(2):151–8. 2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.,2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.)

Desse modo, a transição de um bebê pré-termo do hospital para casa é multidimensional, complexo, e um fenômeno dinâmico para os pais. O estresse, preocupação e ansiedade dos pais existem, entretanto, podem ser minimizados pela segurança que os profissionais de saúde transmitem durante a transição do hospital para a casa.(1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.,2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.,2727. Boykova M. Life after discharge: what parents of preterm infants say about their transition to home. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(2):58–65.)

Rede de apoio no cuidado do prematuro no domicílio

O apoio social é um fator importante na adaptação domiciliar e fonte de superação das dificuldades encontradas, ainda que sejam consideradas as condições individuais de cada família. Tal suporte se faz necessário, principalmente, no ajuste da família às possíveis mudanças. Assim, os atores que mais contribuíram neste processo de ajuste ou adequação foram os membros da família.(2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.,2424. Frota MA, da Silva PF, de Moraes SR, Martins EM, Chaves EM, da Silva CA. Alta hospitalar e o cuidado do recém-nascido prematuro no domicílio: vivência materna. Esc Anna Nery. 2013;17(2):277–83.)

Por exemplo, a ajuda do companheiro no compartilhamento do cuidado contribui para o bem-estar materno no cuidado do bebê no domicílio. Com a participação ativa da figura paterna nos cuidados domiciliares, o fardo de cuidar do filho é aliviado. Além disso, esta parceria contribui para a construção de um sentimento de unidade, força e resiliência. É ultrapassado esperar apenas que a mãe seja responsável pelos cuidados básicos do bebê, tal visão é sexista e deve ser desencorajada, logo, cabe aos profissionais de saúde estarem atentos em relação a visibilidade do pai no processo de transição e estimularem a inclusão do pai no cuidado. A inserção gradativa dos pais no papel de cuidadores pode ser estabelecida ainda na unidade neonatal para que tanto os profissionais como os pais possam identificar as necessidades de aprendizagem e de adaptação no preparo para o cuidado domiciliar do filho nascido prematuro.(1616. Soares DC, Cecagno D, Milbrath VM, Oliveira NA, Cecagno S, Siqueira HC. Faces do cuidado ao prematuro extremo no domicílio. Ciênc Cuid Saúde. 2010;9(2):238-45.,2222. Couto FF, Praça NS. Recém-nascido prematuro: suporte materno domiciliar para o cuidado. Rev Bras Enferm. 2012;65(1):19–26.) Assim como as avós, que são percebidas pelas mães como as fontes de apoio mais significativas e responsáveis pela construção social da família.(1414. Simioni AS, Geib LT. Percepção materna quanto ao apoio social recebido no cuidado às crianças prematuras no domicílio. Rev Bras Enferm. 2008;61(5):545–51.,2929. Veronez M, Borghesan NA, Corrêa DA, Higarashi IH. Vivência de mães de bebês prematuros do nascimento a alta: notas de diários de campo. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e60911.) A participação dos avós tem importância particular, principalmente, em famílias de mães primíparas, tendo em vista que eles contribuem por terem experiência no cuidar de crianças, adicionando confiança aos pais que estão vivenciando um novo papel.

A rede de apoio profissional deve se iniciar ainda no momento da internação do prematuro, nesse período de hospitalização os profissionais devem ganhar confiança para a compreender os anseios das famílias, e isso pode permitir que os enfermeiros forneçam suporte informacional e instrumental mais apropriado, direcionado e focalizado.(1919. Murdoch MR, Franck LS. Gaining confidence and perspective: a phenomenological study of mothers’ lived experiences caring for infants at home after neonatal unit discharge. J Adv Nurs. 2012;68(9):2008–20.) Um estudo realizado na Inglaterra com 14 pais de prematuros evidenciou a necessidade de os profissionais de saúde realizarem treinamentos, ainda no hospital, sobre as diferenças e necessidades específicas dos prematuros. No cenário do estudo uma série de estratégias foi usada para preparar os participantes para cuidar RN em casa, incluindo treinamento de ressuscitação, parentcraft e a oportunidade de ficar com seus bebês durante a noite.(3030. Petty J, Whiting L, Green J, Fowler C. Parents’ views on preparation to care for extremely premature infants at home. Nurs Child Young People. 201;30(4):22–7.)

As crenças acerca dos cuidados com prematuros foram levantadas em um estudo realizado com 16 mães da Uganda. As mães que pariram em casa e não tiveram assistência hospitalar acreditavam que seus filhos são como qualquer outro bebê e não precisam de cuidados especiais, a menos que parecessem fracos e inativos. Elas acreditavam que a inatividade física, em vez do peso ao nascer, era o indicador de que o bebê não era normal. Pelo contrário, as mães que receberam assistência de serviços de saúde acreditavam que os bebês, como nasceram com baixo peso, são delicados, propensos a doenças e necessitam de cuidados especiais mesmo quando não parecem estar doentes.(2525. Nabiwemba EL, Atuyambe L, Criel B, Kolsteren P, Orach CG. Recognition and home care of low birth weight neonates: a qualitative study of knowledge, beliefs and practices of mothers in Iganga-Mayuge Health and Demographic Surveillance Site, Uganda. BMC Public Health. 2014;14(1):546.)

A alta dos neonatos prematuros da UTIN sem o apoio profissional necessário pode acarretar aos pais várias inseguranças em relação à prestação de cuidados domiciliares. O fracasso da equipe de saúde no repasse de informações aos pais e na elucidação de questionamentos oportunos e adequados, em relação aos cuidados, pode levar a consequências irrecuperáveis nos neonatos.(2727. Boykova M. Life after discharge: what parents of preterm infants say about their transition to home. Newborn Infant Nurs Rev. 2016;16(2):58–65.,2828. Namnabati M, Hemati Z, Taleghani F, Sadeghnia A. Home-based care needs of preterm infants discharged early from the neonatal intensive care unit: A descriptive qualitative study. Iran J Neonatol. 2017;8(4):74–82.)

O cuidar do prematuro no domicílio

Embora os pais possam prever que ir para casa seja um evento positivo e estimulante, isso também significa que eles não terão mais o apoio recebido durante sua permanência na UTIN. Não contar com este cuidado, pode ser assustador e inquietante para a família.(3030. Petty J, Whiting L, Green J, Fowler C. Parents’ views on preparation to care for extremely premature infants at home. Nurs Child Young People. 201;30(4):22–7.) Nesse aspecto, destaca-se a filosofia do cuidado centrado na pessoa e família por reforçar a importância cuidado intrafamiliar e ser importante para fortalecer valores, crenças e a cultura estabelecida em cada lar.(3232. Pinto JP, Ribeiro CA, Pettengill MM, Balieiro MM. Cuidado centrado na família e sua aplicação na enfermagem pediátrica. Rev Bras Enferm. 2010;63(1):132–5.)

O cuidado domiciliar envolve diversas particularidades advindas da própria prematuridade e necessidades específicas do bebê de risco, mesmo que sejam considerados cuidados básicos, como relacionados a higiene e conforto, eles geram dúvidas e sobrecarga aos cuidadores.(2323. Schmidt K, Higarashi I. Experiência materno no cuidado domiciliar ao recém-nascido prematuro. REME Rev Min Enferm. 2012;16(3):391–9.) Ao reconhecer a susceptibilidade do prematuro pela fragilidade do sistema imunológico, as mães previnem infecções por meio da restrição de visitas, cuidados com os utensílios e vacinação.(1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.)

Os assuntos relacionados a alimentação, higiene, aquecimento e a prevenção das infecções são comumente descritos na literatura quando se aborda cuidado do prematuro no domicílio. Com relação à alimentação, as mães priorizam o aleitamento materno exclusivo. Desse modo, o leite materno é valorizado e elas conseguem identificar as mudanças necessárias quanto à quantidade e frequência do aleitamento. Ainda, surgem preocupações relacionadas ao momento do desmame, higienização e ganho de peso dos recém-nascidos.(1515. Morais AC, Quirino MD, Almeida MS. O cuidado da criança prematura no domicílio. Acta Paul Enferm. 2009 Feb;22(1):24–30.,1818. de Souza NL, Pinheiro-Fernandes AC, Clara-Costa IC, Cruz-Enders B, de Carvalho JB, da Silva ML. Domestic maternal experience with preterm newborn children. Rev Salud Publica (Bogota). 2010;12(3):356–67.,2525. Nabiwemba EL, Atuyambe L, Criel B, Kolsteren P, Orach CG. Recognition and home care of low birth weight neonates: a qualitative study of knowledge, beliefs and practices of mothers in Iganga-Mayuge Health and Demographic Surveillance Site, Uganda. BMC Public Health. 2014;14(1):546.,2929. Veronez M, Borghesan NA, Corrêa DA, Higarashi IH. Vivência de mães de bebês prematuros do nascimento a alta: notas de diários de campo. Rev Gaúcha Enferm. 2017;38(2):e60911.)

Apesar do fato que cuidar de recém-nascidos com baixo peso tenha desafios, com uma adequada educação em saúde, as mães são capazes de superá-los.(2525. Nabiwemba EL, Atuyambe L, Criel B, Kolsteren P, Orach CG. Recognition and home care of low birth weight neonates: a qualitative study of knowledge, beliefs and practices of mothers in Iganga-Mayuge Health and Demographic Surveillance Site, Uganda. BMC Public Health. 2014;14(1):546.) A intenção dos profissionais de saúde deve ser de reconhecer a complexidade da transição do recém-nascido do hospital para o domicílio, saber ouvir as queixas e simplificar o cuidado através de práticas de educação em saúde, fazendo o uso, por exemplo, de cartilhas.(1313. Fonseca LM, Scochi CG, Rocha SM, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004;12(1):65–75.,3131. Sales IM, Santos JD, da Rocha SS, Gouveia MT, de Carvalho NA. Contributions of the nursing team in the second stage of the Kangaroo-Mother Care Method: implications for hospital discharge of the newborn. Esc Anna Nery. 2018 Dec;22(4).)

Conclusão

A presente revisão integrativa da literatura sintetiza evidências acerca do cuidar materno ao recém-nascido prematuro no domicílio. Nota-se que durante a transição da maternidade para casa, a família enfrenta um turbilhão de sentimentos que podem ser, de certo modo, paradoxos, tendo em vista que o regozijo por conta da alta-hospitalar pode emergir também com a ansiedade e insegurança sobre o novo papel. Em relação aos cuidados domiciliares, há ênfase na alimentação, higiene e uso de medicações. Ao tratar-se dos atores que constroem a rede de apoio nesse processo de transição para a mãe, pode-se destacar os familiares, o companheiro e o profissional de saúde. O framework sobre a transição do cuidado do recém-nascido prematuro da maternidade para o domicílio apresentado nesse estudo é a novidade para a tradução do conhecimento em saúde na alta hospitalar do recém-nascido prematuro. Este framework é relevante por facilitar o entendimento dos achados e a aplicabilidade de intervenções de saúde para promover uma transição segura do recém-nascido prematuro para domicílio. Embora relevante, a presente pesquisa encontra sua limitação na construção de termos de busca para bases de dados, uma vez que houve escassez de artigos internacionais em algumas bases pesquisadas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Jul 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    25 Ago 2019
  • Aceito
    20 Ago 2020
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