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Qualidade microbiológica do leite humano pasteurizado de um Banco de Leite Paulista

Calidad microbiológica de la leche humana pasteurizada de un banco de leche paulista

Resumo

Objetivo

Avaliar a qualidade microbiológica do leite humano pasteurizado proveniente de um Banco de Leite Humano do Estado de São Paulo.

Métodos

Estudo descritivo conduzido com 29 amostras de leite humano ordenhado pasteurizado (LHOP) obtidas entre julho de 2015 a março de 2016 por meio da avaliação dos registros da acidez titulável bem como da quantificação da microbiota heterotrófica (mesófilos, psicrófilos, termófilos), coliformes totais e termotolerantes, fungos filamentosos e leveduriformes e Staphylococcus spp. Realizou-se a avaliação dos parâmetros físico-químicos por meio do potencial hidrogeniônico-pH, teor energético-K e acidez Dornic-ºD. Análises estatísticas descritivas e bivariadas foram conduzidas.

Resultados

Evidenciou-se nas amostras a presença de psicrófilos (17,24%), termófilos (27,59%), mesófilos (55,17%), fungos filamentosos e leveduriformes (41,38%) e ausência de Staphylococcus spp. Detectou-se a presença de 82,76% de coliformes no teste presuntivo. Já no teste confirmativo VB constatou-se a presença de 54,16% de coliformes totais e no teste EC 33,33% de coliformes termotolerantes. Os valores de pH e de K não apresentaram oscilações, enquanto que, na expressão da acidez entre 3º a 15°D detectou-se crescimento microbiano. O microrganismo mesófilo, apresentou correlação positiva com variável da acidez Dornic (r=0.44;p=0.01).

Conclusão

A partir da avaliação da qualidade microbiológica das amostras de LHOP descartado e consideradas impróprias para consumo no referido BLH, especificamente com relação aos indicadores microbiológicos das condições de higiene, sugere que a inviabilidade das amostras possam estar associadas às boas práticas de manipulação do alimento.

Bancos de Leite; Controle de qualidade; Leite humano; Saúde pública; Técnicas microbiológicas

Resumen

Objetivo

Evaluar la calidad microbiológica de la leche humana pasteurizada proveniente de un banco de leche humana del estado de São Paulo.

Métodos

Estudio descriptivo realizado con 29 muestras de leche humana ordeñada pasteurizada (LHOP) obtenidas entre julio de 2015 y marzo de 2016 por medio de la evaluación de los registros de acidez titulable, así como de la cuantificación de la microbiota heterótrofa (mesófilos, psicrófilos, termófilos), coliformes totales y termotolerantes, hongos filamentosos y levaduriformes y Staphylococcus spp. Se realizó la evaluación de los parámetros físico-químicos mediante el potencial de hidrógeno (pH), valor energético (K) y acidez Dornic-ºD. Se llevaron a cabo análisis descriptivos y bivariados.

Resultados

Se observó en las muestras la presencia de psicrófilos (17,24 %), termófilos (27,59 %), mesófilos (55,17 %), hongos filamentosos y levaduriformes (41,38 %) y ausencia de Staphylococcus spp. Se detectó la presencia del 82,76 % de coliformes en la prueba presuntiva. Por otro lado, en la prueba confirmativa VB se confirmó la presencia del 54,16 % de coliformes totales, y en la prueba EC se verificó el 33,33 % de coliformes termotolerantes. Los valores de pH y de K no presentaron oscilaciones, mientras que se detectó crecimiento microbiano en la expresión de la acidez entre 3 y 15°D. El microrganismo mesófilo presentó correlación positiva con variable de la acidez Dornic (r=0.44; p=0.01).

Conclusión

A partir de la evaluación de calidad microbiológica de las muestras de LHOP descartadas y consideradas inapropiadas para consumo en el BLH mencionado, especialmente respecto a los indicadores microbiológicos de las condiciones de higiene, se sugiere que la inviabilidad de las muestras pueda estar asociada con las buenas prácticas de manipulación del alimento.

Bancos de leche; Control de galidad; Leche humana; Salud pública; Técnicas microbiológicas

Abstract

Objective

To assess the microbiological quality of pasteurized human milk from a Human Milk Bank in the State of São Paulo.

Methods

This is a descriptive study conducted with 29 pasteurized expressed human milk (PEHM) samples obtained between July 2015 and March 2016 by assessing titratable acidity records as well as quantifying heterotrophic microbiota (mesophiles, psychrophiles, thermophiles), total and thermotolerant coliforms, filamentous and yeast-like fungi and Staphylococcus spp. The physical-chemical parameters were assessed via hydrogen-pH potential, K-energy content and Dornic-ºD acidity. Descriptive and bivariate statistical analyzes were conducted.

Results

The presence of psychrophiles (17.24%), thermophiles (27.59%), mesophiles (55.17%), filamentous and yeast-like fungi (41.38%) and absence of Staphylococcus spp were evidenced in the sample. The presence of 82.76% of coliforms was detected in the presumptive test. In the confirmatory VB test, the presence of 54.16% of total coliforms was found and, in the EC test, we verified 33.33% of thermotolerant coliforms. The pH and K values did not show oscillations, whereas, in the expression of acidity between 3º and 15°D, microbial growth was detected. The mesophilic microorganism showed a positive correlation with the Dornic acidity variable (r=0.44; p=0.01).

Conclusion

Based on the microbiological quality assessment of the HMB samples discarded and considered unfit for consumption in the HMB, specifically regarding the microbiological indicators of hygiene conditions, it suggests that the infeasibility of the samples may be associated with good food handling practices.

Microbiological Techniques; Milk banks; Milk, human; Public health; Quality control

Introdução

A literatura científica é bastante consistente ao ratificar o Leite Humano (LH) como sendo a principal fonte alimentar em recém-nascidos e lactentes.(11. Victora CG, Bahl R, Ramos AJ, França GV, Horton S, Krasevek J, Murch S, Sankar MJ, Walker N, Rollins NC; Lancet Breastfeeding Series Group. Breastfeeding in the 21 st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet. 2016;387(10017):475-90.

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Estudiosos da área de aleitamento materno e LH apontam que em situações de vulnerabilidades incluindo a prematuridade, internações recorrentes dos recém-nascidos em unidades neonatais, bem como doenças da mãe, ou baixa produção láctea, podem gerar dificuldades no estabelecimento e na manutenção do aleitamento materno.(77. Tonon KM, Miranda A, Abrão AC, de Morais MB, Morais TB. Validation and application of a method for the simultaneous absolute quantification of 16 neutral and acidic human milk oligosaccharides by graphitized carbon liquid chromatography - electrospray ionization - mass spectrometry. Food Chem. 2019;274:691−7.,1212. Menezes G, Lima-Cavalcanti L, Morais-Oliveira AM, Costa-Pinto RM, Steffen Abdallah VO. Evaluación de la recolección domiciliaria feita por un banco de leche humana de un hospital universitario de Brasil. Salud Publica Mex. 2014;56:245−50.,1313. Carreiro JA, Francisco AA, Abrão AC, Marcacine KO, Abuchaim ES, Coca KP. Breastfeeding diffi culties: analysis of a service specialized in breastfeeding. Acta Paul Enferm. 2018;31(4):430−8.) Nessas situações, o uso do LH doado se transpõe como uma eficiente opção para nutrição dos recém-nascidos em condições especiais(22. Section on Breastfeeding. Breastfeeding and the use of human milk. Pediatrics. 2012;129(3):827−41.,55. Wesolowska A, Sinkiewicz-Darol E, Barbarska O, Bernatowicz-Lojko U, Borszewska-Kornacka MK, van Goudoever JB. Innovative Techniques of processing human milk to preserve key components. Nutrients. 2019;11(5):1169. Review.) e uma forma de manutenção da produção de leite pelas nutrizes doadoras.(55. Wesolowska A, Sinkiewicz-Darol E, Barbarska O, Bernatowicz-Lojko U, Borszewska-Kornacka MK, van Goudoever JB. Innovative Techniques of processing human milk to preserve key components. Nutrients. 2019;11(5):1169. Review.,1414. Lubbe W, Oosthuizen CS, Dolman RC, Covic N. Stakeholder attitudes towards donating and utilizing donated human breastmilk. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(10):1838.)Recente revisão sistemática que objetivou identificar as atividades dos Bancos de Leite Humano (BLH) evidenciou que as respectivas ações neles desenvolvidas repercutem positivamente na promoção da saúde materno infantil, representando uma estratégia importante de promoção ao aleitamento e de apoio a amamentação dos bebês que não podem mamar diretamente no peito.(1515. Fonseca RM, Milagres LC, Franceschini SC, Henriques BD. The role of human milk banks in promoting maternal and infant health: a systematic review. Ciênc Saúde Coletiva. 2021;26(1):309-18.)Os autores também apontaram que pesquisas sobre os BLH como promotores da saúde materno infantil são escassas e mais estudos são necessários para subsidiar estratégias de saúde pública em prol da amamentação.(1515. Fonseca RM, Milagres LC, Franceschini SC, Henriques BD. The role of human milk banks in promoting maternal and infant health: a systematic review. Ciênc Saúde Coletiva. 2021;26(1):309-18.)

Para tanto, a existência e a operacionalização dos BLH enquanto serviço especializado é crucial para desencadear ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno bem como pela execução de atividades de coleta do LH, processamento, controle de qualidade e distribuição.(1616. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília (DF): ANVISA; 2008.,1717. Moreno MA, Castro LS, Abrão AC, Coca KP. Food safety and quality of distribution of raw human milk from a University Hospital. Rev Nutr. 2018;31(6):547−56.)Nesse sentido, o processo da qualidade do leite humano ordenhado (LHO) abrange desde a ordenha até sua administração e é resultante das condições higiênico sanitárias adequadas. Tal processo é definido por intermédio da avaliação conjunta de múltiplos parâmetros incluindo as características nutricionais, imunológicas, químicas e microbiológicas, a fim de proporcionar a verificação da segurança do produto final.(1616. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília (DF): ANVISA; 2008.,1818. Vázquez-Román S, Garcia-Lara NR, Escuder-Vieco D, Chaves-Sánchez F, De la Cruz-Bertolo J, Pallas-Alonso CR. Determination of dornic acidity as a method to select donor milk in a milk bank. Breastfeed Med. 2013;8(1):99−104.)

As etapas que envolvem os procedimentos para a coleta de LHO evidenciam riscos de contaminação e, portanto, necessitam ser criteriosamente monitoradas.(1616. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília (DF): ANVISA; 2008.,1919. Rona MS, Novak FR, Portilho M, Pelissari FM, Martins AB, Matioli G. Efeito do tempo e da temperatura de estocagem nas determinações de acidez, cálcio, proteínas e lipídeos de leite de doadoras de bancos de leite humano. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2008;8(3):257−63.

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-2323. Sousa BR, Leite CM, Martins WS, Machado AV, Medeiros AC, Pereira KE, et al. Aspectos qualitativos do leite humano. Infor Téc Semiárido. 2017;11(1):67-71.) É de responsabilidade do BLH o fornecimento de LHO invulnerável, inócuo, e que cumpra a sua função como alimento, já que a pasteurização inativa 95% dos agentes patogênicos.(16,2020. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Funcionamento de Bancos de Leite Humano [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [citado 2020 Mar 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2006/res0171_04_09_2006.html#:~:text=Estabelecer%20os%20requisitos%20para%20instala%C3%A7%C3%A3o,sanit%C3%A1ria%20do%20leite%20humano%20ordenhado
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21. Bhisikar S, Mondkar J, Manerkar S, Goel S, D’Dsouza D, Baveja S. Improving quality of banked milk: utility of dornic acid test. Indian J Pediatr. 2018;85(4):272-5.

22. Barros M, Almeida JG, Rabuffetti A. Rede brasileira de bancos de leite humano: uma rede baseada na confiança. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2018;12(2):125-33.
-2323. Sousa BR, Leite CM, Martins WS, Machado AV, Medeiros AC, Pereira KE, et al. Aspectos qualitativos do leite humano. Infor Téc Semiárido. 2017;11(1):67-71.)Em adição, sua qualidade é circunscrita pelo controle de inspeção em teste físico-químico e microbiológico até a liberação do produto final, sendo que as condições higiênicas sanitárias é o parâmetro aceito para viabilizar sua qualidade microbiológica.(2020. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Funcionamento de Bancos de Leite Humano [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [citado 2020 Mar 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2006/res0171_04_09_2006.html#:~:text=Estabelecer%20os%20requisitos%20para%20instala%C3%A7%C3%A3o,sanit%C3%A1ria%20do%20leite%20humano%20ordenhado
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21. Bhisikar S, Mondkar J, Manerkar S, Goel S, D’Dsouza D, Baveja S. Improving quality of banked milk: utility of dornic acid test. Indian J Pediatr. 2018;85(4):272-5.

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)

As causas de elevação de microrganismos no LH podem estar relacionadas às técnicas inadequadas de coleta, as condições de higiene da doadora e dos utensílios e a manutenção do leite fora da cadeia de frio. O crescimento de bactérias no LH produz acidificação e fermentação o que pode levar a diminuição dos componentes nutricionais e imunológicos devido à utilização de nutrientes do leite pela microbiota contaminante e diminuição dos fatores imunoprotetores.(2424. Pontes MR, Ivasaki Y, Oliveira YS. Avaliação das condições sanitárias do leite humano pasteurizado distribuído pelo banco de leite de um hospital público do Distrito federal. Hig Aliment. 2003;17:43−49.

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-2727. Borges MS, Oliveira AM, Hattori WT, Abdallah VO. Quality of human milk expressed in a human milk bank and at home. J Pediatr (Rio J). 2018;94(4):399−403.)

Uma vez que o LH é um excelente meio de cultura e não dispõe de obstáculo para a flora microbiana que está associada com a disponibilidade e a qualidade do alimento, é de suma importância para a saúde materno infantil que as boas práticas no processo de manipulação sejam asseguradas para garantir a sua qualidade.(1717. Moreno MA, Castro LS, Abrão AC, Coca KP. Food safety and quality of distribution of raw human milk from a University Hospital. Rev Nutr. 2018;31(6):547−56.,2222. Barros M, Almeida JG, Rabuffetti A. Rede brasileira de bancos de leite humano: uma rede baseada na confiança. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2018;12(2):125-33.,2424. Pontes MR, Ivasaki Y, Oliveira YS. Avaliação das condições sanitárias do leite humano pasteurizado distribuído pelo banco de leite de um hospital público do Distrito federal. Hig Aliment. 2003;17:43−49.,2727. Borges MS, Oliveira AM, Hattori WT, Abdallah VO. Quality of human milk expressed in a human milk bank and at home. J Pediatr (Rio J). 2018;94(4):399−403.)Dado a relevância do tema, somado a indefensabilidade materno infantil no consumo do LH distribuído por BLH, é que esta pesquisa se faz pertinente.

Embora existam dois estudos prévios, contudo, ambos abordaram a gestão do processo de trabalho das atividades assistenciais e de processamento de leite humano do BLH sob investigação nessa pesquisa com foco na melhoria da qualidade.(2828. Torrezan AC. Gestão do processo assistencial e de processamento de Banco de Leite Humano com foco na melhoria da qualidade [dissertação]. São Carlos: UFSCar; 2011. 79f.,2929. Silveira JQ, Pereira CA. Identificação de pontos críticos de controle no banco de leite humano da Santa Casa de Misericórdia em São Carlos/SP. Nutrição Brasil. 2011;10(3):161-8.) No entanto, ainda permanecem desconhecidas a avaliação e a qualidade microbiológica do leite humano pasteurizado do referido BLH. Somado a isso, uma das diferenças deste estudo é que avaliamos o crescimento microbiano em diferentes tipos de temperatura, permitindo a associação da temperatura com o ambiente, armazenamento, com a degradação do leite, dentre outros parâmetros. Nesse contexto, o presente estudo objetivou avaliar a qualidade microbiológica do leite humano pasteurizado proveniente de um Banco de Leite Humano do Estado de São Paulo.

Métodos

Trata-se de estudo descritivo, feito por meio da análise e processamento das amostras de LHO obtidas em 2015/2016 no BLH vinculado à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, São Paulo, Brasil. Este estudo obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, sob parecer nº: 1.8088.916 de 12 de maio de 2015, estando em consonância com as normas regulamentadoras contidas na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde no que diz respeito a condução de Pesquisas com Seres Humanos.(3030. Brasil, Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resolução 466/2012 - Normas para pesquisa envolvendo seres humanos [Internet]. Brasília (DF): CNS; 2012 [citado 2020 Mar 6]. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf
https://conselho.saude.gov.br/resolucoes...
) Além disso, obteve-se a aprovação junto a Comissão Interna de Ética da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos - instância na qual o BLH é vinculado.

O processo de amostragem foi do tipo não probabilístico e por conveniência, abrangendo todas as amostras consecutivas de LH. Vinte e nove (29) amostras foram obtidas por coleta domiciliar e 01 amostra foi obtida por coleta no BLH, por doadoras cadastradas no BLH vinculado à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos no período pré-estabelecido da coleta de dados do presente estudo que ocorreu entre julho de 2015 a março de 2016. Foram coletados 30 frascos, contendo 250 ml de LHO em cada um, qualificado como impróprio para o consumo, sendo 01 amostra de LHO cru que foi descartado na fase de sujidade e 29 frascos de LHO pasteurizado, os quais foram descartados na fase de avaliação da acidez titulável expressa em graus Dornic (ºD) e da qualidade microbiológica, conforme estabelecido na RDC nº 171.(2020. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Funcionamento de Bancos de Leite Humano [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [citado 2020 Mar 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2006/res0171_04_09_2006.html#:~:text=Estabelecer%20os%20requisitos%20para%20instala%C3%A7%C3%A3o,sanit%C3%A1ria%20do%20leite%20humano%20ordenhado
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) Ressalta-se que amostra de LHO cru foi descartada devido à ausência de amostras similares para comparações. Além disso, não obtivemos e nem utilizamos amostras de LHO nas fases anteriores, de análise da embalagem, de sujidades, cor e off-flavor. Dessa forma, a amostra final do presente estudo foi constituída por 29 frascos de LHO pasteurizado. As amostras foram transportadas a cadeia de frio do local de coleta no BLH até o Laboratório de Microbiologia e Biomoléculas/UFSCar em recipientes isotérmicos, respeitando as normas estabelecidas pela RDC nº 171,(2020. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Funcionamento de Bancos de Leite Humano [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [citado 2020 Mar 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2006/res0171_04_09_2006.html#:~:text=Estabelecer%20os%20requisitos%20para%20instala%C3%A7%C3%A3o,sanit%C3%A1ria%20do%20leite%20humano%20ordenhado
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)acondicionadas no freezer sob a temperatura de -3ºC para posterior processamento das análises microbiológicas em até 24h. A análise microbiológica foi norteada pelo método preconizado pela American Public Health Association (APHA).(3131. Salfinger Y, Tortorello ML. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. Washington: American Public Health Association; 2015.)

A análise dos parâmetros físico-químicos do potencial hidrogeniônico (pH) do LH ocorreu logo após o degelo em banho-maria a 40°C, sendo controlada para que a temperatura da água permanecesse em até 5°C. Posteriormente, o frasco foi imerso, ficando acima da altura do nível do LH e realizando leves agitações. Após 5 minutos, o LH foi acondicionado em um Becker (50ml), procedendo a mensuração do pH com a imersão do eletrodo no LH por 1 minuto para efetuar a leitura. Este procedimento foi repetido três vezes para cada amostra e obtivemos a média aritmética para o valor de pH registrado para posterior análises estatísticas. Salienta-se que os parâmetros físico-químicos do teor energético (K) bem como os resultados da avaliação da acidez titulável(3232. Cavalcante JL, Teles FJ, Peixoto MM, Rodrigues RC. Uso da acidez titulável no controle de qualidade do leite humano ordenhado. Food Sci Technol. 2005;25(1):103−8.)foram realizados no BLH supracitado.

A detecção de microrganismos heterotróficos iniciou-se com a realização da diluição seriada da amostra de LH em solução salina peptonada. Cada amostra foi pipetada em campo de chama em diluições seriadas, sendo a diluição inicial 100 constituída de 10ml de LH, seguida das diluições 10-1 e 10-2. A identificação de microrganismos heterotróficos foi realizada de acordo com o método descrito anteriormente pela APHA.(3131. Salfinger Y, Tortorello ML. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. Washington: American Public Health Association; 2015.)Alíquotas de 1ml da amostra de LH e de suas diluições decimais seriadas foram semeadas em duplicatas, pela técnica de inoculação em placas de petri (90 x 15mm) estéreis contendo de 10 a 15ml utilizando o meio de cultura Plate Count (PCA – Himedia®). A inoculação em superfície com auxílio de uma alça de Drigalski, possibilitou que as placas fossem incubadas invertidas a 37°C por 24h para o grupo de mesófilos; a 42,5°C por 24h para o grupo de termófilos e a 7°C por 7 dias para o grupo de psicrófilos. Foram contadas as colônias e os resultados foram expressos em unidades formadoras de colônia (UFC) por ml de LH.

Para a análise de Staphylococcus spp. procedeu-se conforme o método proposto pela APHA(3131. Salfinger Y, Tortorello ML. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. Washington: American Public Health Association; 2015.)com a utilização do meio de cultura Agar Sal Manitol (Kasvi®), no qual as placas foram incubadas e invertidas a 37°C por 24h para verificar a presença de colônias Staphylococcus spp. Os resultados foram expressos em unidades formadoras de colônia (UFC) por ml de LH.

Para a quantificação de fungos filamentosos e leveduriformes procedeu-se novamente com o método descrito pela APHA.(3131. Salfinger Y, Tortorello ML. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. Washington: American Public Health Association; 2015.)Assim, utilizamos o meio de cultura Agar Sabouraud Dextrose (Kasvi®), no qual as placas foram incubadas e invertidas a 37°C por 24h, para a detecção da presença de colônias desses fungos. Os resultados também foram expressos em unidades formadoras de colônia (UFC) por ml de LH.

A presença de coliformes totais e coliformes termotolerantes foram determinados pela técnica do Número Mais Provável (NMP), de acordo com o método descrito em estudo prévio.(3333. Novak FR, Almeida JA. Teste alternativo para detecção de coliformes em leite humano ordenhado J Pediatr (Rio J). 2002;78(3):587−91.) O teste no NMP de coliformes totais e termotolerantes foram assentados em dois testes, quais sejam, a presuntiva e a confirmativa para série de 3 tubos. O teste presuntivo foi realizado por meio de uma alíquota de 1ml de LH em um tubo contendo 9ml de Caldo Lauril Sulfato de Sódio (CLSS) (Kasvi ®) em diluições seriadas de 101, 10-2e 10-3sucedendo a incubação a 37°C por 24h. O teste confirmativo foi iniciado após a verificação da inoculação dos tubos positivos por meio da formação de gás e/ou turvação do meio. Essa fase consistiu na transferência de 1 ml da diluição seriada e em triplicada para tubos contendo 9ml de Caldo Verde Brilhante Bile Lactose (VB) 2% (BGBL – (Kasvi®), e para tubos contendo 9ml de Caldo EC (Kasvi®), seguidos pela incubação a 37°C e 42,5ºC por 24h à 48h. Os tubos com gás e/ou turvação, nos dois testes foram registrados a fim de quantificar o NMP/ml de LH.

Para análise dos dados, inicialmente foram digitalizados em planilhas do Microsoft Excel™ e após codificação, foram exportados para o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos), versão 20.0, para proceder-se com as análises estatísticas descritivas e bivariadas. As variáveis qualitativas ordinais e nominais foram apresentadas com base nos números absolutos e percentuais, por meio da distribuição de frequência relativa (%) e as variáveis quantitativas discretas e contínuas, pela média, desvio-padrão (DP), mediana, valor mínimo (min) e valor máximo (máx). Em seguida, procedeu-se com as análises estatísticas bivariadas para investigar a correlação entre as variáveis da microbiota estudada e a acidez °Dornic por meio do coeficiente de correlação de Pearson. Para todas as análises, fixou-se α=5%, β=0,20 e Intervalo de Confiança de 95%, sendo o nível de significância estabelecido para p<0,05.

Resultados

Acidez titulável

A média dos resultados de avaliação da acidez titulável que identifica o nível de acidez expressa em graus Dornic (ºD) das amostras de LHO no BLH foi de 7,8ºD, desvio padrão (DP) = 2,29 ºD (valor mínimo 3ºD, valor máximo 15ºD). Ademais, 76,6% das amostras de LHO (n=23) apresentaram grau de titulação ≥ 8ºD, consideradas impróprias para consumo. No que concerne ao teor energético (K), observou-se nas amostras de LHO do BLH uma média de 587 Kcal/l, DP=77,4 Kcal/l. Além disso, a média do pH das amostras de LHO analisadas foi de 6,8 (DP=0,22). A tabela 1 apresenta o panorama da análise físico-química da acidez Dornic, pH, K e a quantificação de cada grupo microbiano.

Tabela 1
Análise físico-química e quantificação bacteriana do Leite Humano Ordenhado Pasteurizado

Cultura microbiológica

Na tabela 2 é apresentado a quantificação de coliformes no teste presuntivo, teste confirmativo VB e EC respectivamente. Observou-se a ausência de coliformes em 17,24% das amostras. Detectou-se a presença de 82,76% de coliformes no teste presuntivo. Já no teste confirmativo VB constatou-se a presença de 54,16% de coliformes totais e no teste EC verificamos 33,33% de coliformes termotolerantes. Entretanto, em 12,5% das amostras de LHO apresentaram teste positivo para coliformes totais e fecais.

Tabela 2
Quantificação de coliformes na fase presuntivo, confirmativo VB e EC com a acidez ºD

A distribuição do percentual dos demais microrganismos (mesófilos, psicrófilos, termófilos, fungos filamentosos e leveduriformes e Staphylococcus spp.) nas amostras de LH em função da quantificação e suas diluições seriadas são mostradas na tabela 3.

Tabela 3
Distribuição percentual da presença de microrganismos em amostras de leite humano

O microrganismo mesófilo apresentou moderada correlação positiva com a variável da acidez Dornic (r=0.44; p=0.01) (Figura 1). O teste da correlação linear de Pearson na presente amostra não demonstrou correlações estatisticamente significativas entre os demais grupos de microrganismos e a acidez Dornic (p>0,05).

Figura 1
Correlação Linear da acidez °Dornic e mesófilos (n=30)

Discussão

Evidenciou-se neste estudo que as amostras de leite humano ordenhado pasteurizado (LHOP) eram compostas por uma oscilação de 3 a 15º de acidez Dornic, sendo que 20,7% delas apresentaram a acidez entre 3 e 5º D; 55,2% revelaram uma acidez de 8º D e 24,1% acidez entre 9 e 15º D. Em condições normais a acidez Dornic no LHOP tem uma variação de 2º a 7ºD, sendo que as amostras que apresentam acidez ≥ 8°D são consideradas impróprias para o consumo. Ademais, sabe-se que o descarte dessas amostras ocorre entre a fase pasteurização e a análise microbiológica, ou seja, a pasteurização tem como finalidade inativar os agentes microbianos e acidez Dornic é um parâmetro físico e indicador da qualidade higiênico sanitário do LHO.(1212. Menezes G, Lima-Cavalcanti L, Morais-Oliveira AM, Costa-Pinto RM, Steffen Abdallah VO. Evaluación de la recolección domiciliaria feita por un banco de leche humana de un hospital universitario de Brasil. Salud Publica Mex. 2014;56:245−50.,1616. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília (DF): ANVISA; 2008.,2020. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 171, de 04 de setembro de 2006. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Funcionamento de Bancos de Leite Humano [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006 [citado 2020 Mar 6]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2006/res0171_04_09_2006.html#:~:text=Estabelecer%20os%20requisitos%20para%20instala%C3%A7%C3%A3o,sanit%C3%A1ria%20do%20leite%20humano%20ordenhado
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,3232. Cavalcante JL, Teles FJ, Peixoto MM, Rodrigues RC. Uso da acidez titulável no controle de qualidade do leite humano ordenhado. Food Sci Technol. 2005;25(1):103−8.)Para este estudo o aumento da acidez Dornic está em linha com os achados de estudos prévios(3232. Cavalcante JL, Teles FJ, Peixoto MM, Rodrigues RC. Uso da acidez titulável no controle de qualidade do leite humano ordenhado. Food Sci Technol. 2005;25(1):103−8.,3434. Sousa PP, Silva JA. Monitoramento da qualidade do leite humano ordenhado e distribuído em banco de leite de referência. Rev Inst Adolfo Lutz. 2010;69(1):7–14.)pois, a elevação da temperatura após o degelo para o processo de pasteurização interage como modificador da acidez titulável, característica observada em 13,79% de nossas amostras, as quais identificaram a acidez 8ºD e ausência microbiana após a análise microbiológica. Nossos achados também corroboram com outro estudo que durante o armazenamento de LHO ocorreu oxidação lipídica, elevando a acidez,(2525. Galhardo AL, Araújo WM, Borgo LA. Acidez Dornic como parâmetro de qualidade, em bancos de leite humano. Hig Aliment. 2002;16(100):16−27.) e 86,20% das amostras apresentaram inviabilidade devido a presença de microrganismos. Outro estudo também demonstrou que a elevação da acidez Dornic é ocasionada pelo ácido lático degradado da lactose por meio da ação microbiana.(1919. Rona MS, Novak FR, Portilho M, Pelissari FM, Martins AB, Matioli G. Efeito do tempo e da temperatura de estocagem nas determinações de acidez, cálcio, proteínas e lipídeos de leite de doadoras de bancos de leite humano. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2008;8(3):257−63.)

Em nosso estudo obtivemos um valor energético (K) médio das amostras analisadas de 587 Kcal/l, DP=77,4 Kcal/l. A variabilidade do teor energético é um conjunto de resultado das características individuais das doadoras, do período da lactação, de perdas durante o processo de estocagem e da própria amostra de leite (leite de início e/ou final da mamada).(1919. Rona MS, Novak FR, Portilho M, Pelissari FM, Martins AB, Matioli G. Efeito do tempo e da temperatura de estocagem nas determinações de acidez, cálcio, proteínas e lipídeos de leite de doadoras de bancos de leite humano. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2008;8(3):257−63.) A média do pH obtida nas amostras de LHOP analisadas foi de 6,8 e este valor corrobora aos achados de outro estudo que obteve uma variação para LHOP de 6,86 (DP=0,24).(3434. Sousa PP, Silva JA. Monitoramento da qualidade do leite humano ordenhado e distribuído em banco de leite de referência. Rev Inst Adolfo Lutz. 2010;69(1):7–14.) Em nossas amostras, não detectamos a diminuição de pH em relação à acidez elevada e mesmo com a presença microbiana, provavelmente, devido a desestabilização da caseína tornando o cálcio menos disponível, fenômeno que está relacionado com a conservação inadequada do LH após a coleta.(1919. Rona MS, Novak FR, Portilho M, Pelissari FM, Martins AB, Matioli G. Efeito do tempo e da temperatura de estocagem nas determinações de acidez, cálcio, proteínas e lipídeos de leite de doadoras de bancos de leite humano. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2008;8(3):257−63.) Um outro estudo ressalta para além da qualidade higiênico sanitária, que a acidez titulável se relaciona com o armazenamento em refrigeração a 4ºC no qual ocorre reações lipolíticas e proteolíticas liberando ácidos graxos e aminoácidos livres, resultando na diminuição de pH e elevação da acidez.(2525. Galhardo AL, Araújo WM, Borgo LA. Acidez Dornic como parâmetro de qualidade, em bancos de leite humano. Hig Aliment. 2002;16(100):16−27.)

Foi evidenciado em 82,76% (n=24) das nossas amostras a presença de coliformes no teste presuntivo com o valor de 3,600 e 240,000 NMP/ml. Já no teste confirmativo VB constatou-se a presença de 54,16% de coliformes totais; no teste EC verificamos 33,33% de coliformes termotolerantes e 12,5% apresentaram teste positivo para coliformes totais e termotolerantes. Este é um fator relevante considerando que sua presença é um indicador clássico para a detecção de coliformes e indica que houve a quebra das boas práticas de manipulação do LH, incluindo as técnicas inadequadas de coleta, higiene precária da doadora e dos utensílios, e manutenção do leite fora da cadeia de frio.(1616. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Banco de Leite Humano: funcionamento, prevenção e controle de riscos. Brasília (DF): ANVISA; 2008.,3535. Serafini AB, André MC, Rodrigues MA, Kipnis A, Carvalho CO, Campos MR, et al. Microbiological quality of human milk from a Brazilian milk bank. Rev Saude Publica. 2003;37(6):755−9.)Além disso, a carga microbiana inicial elevada compromete a eficiência da pasteurização. Contrariamente aos nossos resultados, um estudo obteve a presença de coliformes em 10% (n=2) das amostras analisadas de LHOP,(3434. Sousa PP, Silva JA. Monitoramento da qualidade do leite humano ordenhado e distribuído em banco de leite de referência. Rev Inst Adolfo Lutz. 2010;69(1):7–14.) o que corrobora a resultados de outra pesquisa(3535. Serafini AB, André MC, Rodrigues MA, Kipnis A, Carvalho CO, Campos MR, et al. Microbiological quality of human milk from a Brazilian milk bank. Rev Saude Publica. 2003;37(6):755−9.)na qual a avaliação das condições higiênico sanitárias de LHOP, revelou a presença de 5,6% (n=8) coliformes totais e 25,9% de coliformes termotolerantes que sugeriram a contaminação fecal.(2424. Pontes MR, Ivasaki Y, Oliveira YS. Avaliação das condições sanitárias do leite humano pasteurizado distribuído pelo banco de leite de um hospital público do Distrito federal. Hig Aliment. 2003;17:43−49.)

Identificamos em nosso estudo a presença dos microrganismos psicrófilos em 17,24% e de termófilos 27,59% nas amostras de LHOP. Um estudo mostrou a presença de psicrófilos em 36,7% de suas amostras de LHOP e de 6,7% de microrganismos termófilos,(3636. Novak FR, Junqueira AR, Dias MS, Almeida JA. Sensorial analysis of expressed human milk and its microbial load. J Pediatr (Rio J). 2008;84(2):181–4.) sugerindo contaminação secundária, com manipulação ou estocagem de refrigeração inadequada.

Nossos achados revelaram 55,17% de mesófilos e 4x101a 130x101UFC/ml. Salienta-se que a quantidade permitida de microrganismos aeróbios mesófilos é de até 1x102UFC/ml.(3535. Serafini AB, André MC, Rodrigues MA, Kipnis A, Carvalho CO, Campos MR, et al. Microbiological quality of human milk from a Brazilian milk bank. Rev Saude Publica. 2003;37(6):755−9.) Esses achados são superiores aos valores encontrados por outra pesquisa(2424. Pontes MR, Ivasaki Y, Oliveira YS. Avaliação das condições sanitárias do leite humano pasteurizado distribuído pelo banco de leite de um hospital público do Distrito federal. Hig Aliment. 2003;17:43−49.)na qual foi se identificou 48,2% de mesófilos. Diferentemente, um outro estudo(3737. Mesquita M, Silva A, Tavares AP, Almeida A. Contagem de bactérias mesófilas aeróbias e características físico-químicas do leite humano armazenado em embalagem de polietileno. Vigil Sanit Debate. 2016;4(3):51-6.) evidenciou a presença de 96% desse microrganismo em suas análises, corroborando aos achados de outras três pesquisas3838. Novak FR, Cordeiro DM. The Correlation between aerobic mesoplilic microoganism counts and Dornic acidith in expressed human breastmilk. J Pediatr (Rio J). 2007;83(1):87−91.as quais constataram respectivamente uma população de 96% e 98,6% de mesófilos em suas amostras.(3939. Scarso IS, Valle RV, Lira BB, Teixeira EP, Fonseca YS, Arine ML, et al. Análise Físico-química e bacteriológica de leite cru e pasteurizado do Banco de Leite Humano de Sorocaba, SP. Hig Aliment. 2006;20(142):85–9.) Em adição, em nosso estudo, especificamente o grupo aeróbio mesófilos, após o teste da correlação linear de Pearson, demonstrou correlação positiva com a variável da acidez Dornic (r=0.44; p=0.01).

A detecção de microrganismos mesófilos em amostras de LH superior ao valor de referência evidencia contaminação ocasionada à ausência das boas práticas de manipulação. As bactérias mesófilas funcionam como indicador da qualidade sanitária do LH.(2727. Borges MS, Oliveira AM, Hattori WT, Abdallah VO. Quality of human milk expressed in a human milk bank and at home. J Pediatr (Rio J). 2018;94(4):399−403.,3838. Novak FR, Cordeiro DM. The Correlation between aerobic mesoplilic microoganism counts and Dornic acidith in expressed human breastmilk. J Pediatr (Rio J). 2007;83(1):87−91.) Adicionalmente, a presença desses microrganismos está relacionada as técnicas inadequadas de coleta, higiene precária em relação a doadoras e dos utensílios bem como da manutenção do leite fora da cadeia de frio.(55. Wesolowska A, Sinkiewicz-Darol E, Barbarska O, Bernatowicz-Lojko U, Borszewska-Kornacka MK, van Goudoever JB. Innovative Techniques of processing human milk to preserve key components. Nutrients. 2019;11(5):1169. Review.,2727. Borges MS, Oliveira AM, Hattori WT, Abdallah VO. Quality of human milk expressed in a human milk bank and at home. J Pediatr (Rio J). 2018;94(4):399−403.,3434. Sousa PP, Silva JA. Monitoramento da qualidade do leite humano ordenhado e distribuído em banco de leite de referência. Rev Inst Adolfo Lutz. 2010;69(1):7–14.,3838. Novak FR, Cordeiro DM. The Correlation between aerobic mesoplilic microoganism counts and Dornic acidith in expressed human breastmilk. J Pediatr (Rio J). 2007;83(1):87−91.,4040. Sousa C, Neves E, Lourenço L, Lucena M, Lins R. Diagnostico das condições higiênicas e microbiológicas do Banco de Leite Humano do Hospital Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Belém, Estado do Pará. Alim Nutr. 2007;18(2):133-40.)

Identificamos ainda, 41,38% de fungos filamentosos e leveduriformes em nossas amostras. Pesquisadores encontraram uma prevalência de fungos filamentosos e leveduriformes em 69,4% de suas amostras.(4141. Almeida VM, Nascimento AR, Chaves NP, Bezerra DC, Alves LM. Diagnóstico das condições higiênicosanitárias de um banco de leite humano na cidade de São Luís, MA, Brasil. Alim Nutr. 2012;23(1):95–99.) Já em outro estudo foi reportado a presença de fungos filamentosos e leveduriformes em 56% de suas amostras.(3939. Scarso IS, Valle RV, Lira BB, Teixeira EP, Fonseca YS, Arine ML, et al. Análise Físico-química e bacteriológica de leite cru e pasteurizado do Banco de Leite Humano de Sorocaba, SP. Hig Aliment. 2006;20(142):85–9.)A incidência de fungos filamentosos e leveduriformes sugerem a transferência para as mãos das doadoras e consequentemente ao LHO, fato de extrema relevância para o controle da assepsia e da manipulação adequada durante a coleta de LHO a fim de evitar contaminação.(3333. Novak FR, Almeida JA. Teste alternativo para detecção de coliformes em leite humano ordenhado J Pediatr (Rio J). 2002;78(3):587−91.)

Ressalta-se que, em nosso estudo não foram encontradas crescimento microbiano de Staphylococcus spp semelhante a outros dois estudos com 20 e 14 amostra de LHOP respectivamente.(3434. Sousa PP, Silva JA. Monitoramento da qualidade do leite humano ordenhado e distribuído em banco de leite de referência. Rev Inst Adolfo Lutz. 2010;69(1):7–14.,4040. Sousa C, Neves E, Lourenço L, Lucena M, Lins R. Diagnostico das condições higiênicas e microbiológicas do Banco de Leite Humano do Hospital Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Belém, Estado do Pará. Alim Nutr. 2007;18(2):133-40.) Este microrganismo faz parte do grupo de bactérias mesófilas possuindo um crescimento ótimo a 37°C e na faixa entre 7 a 47,8°C, além de apresentar um crescimento microbiano em pH de 4 e 9,8. Portanto, a presença desse microrganismo no LH é um indicativo de contaminante externo, proveniente de manipuladores, utensílios e equipamentos.(2121. Bhisikar S, Mondkar J, Manerkar S, Goel S, D’Dsouza D, Baveja S. Improving quality of banked milk: utility of dornic acid test. Indian J Pediatr. 2018;85(4):272-5.,3636. Novak FR, Junqueira AR, Dias MS, Almeida JA. Sensorial analysis of expressed human milk and its microbial load. J Pediatr (Rio J). 2008;84(2):181–4.,4040. Sousa C, Neves E, Lourenço L, Lucena M, Lins R. Diagnostico das condições higiênicas e microbiológicas do Banco de Leite Humano do Hospital Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Belém, Estado do Pará. Alim Nutr. 2007;18(2):133-40.)

Reconhecemos algumas limitações do presente estudo, dentre elas o tamanho pequeno da amostra que impossibilitou a condução de análises de subgrupos e análises multivariadas. Outra limitação é que a maioria dos estudos prévios na literatura reflete sobre o LHO cru e o nosso estudo utilizou o LHOP, o que pode ter dificultado algumas comparações. Entretanto, este estudo diferentemente dos previamente publicados, utilizou o grupo de microrganismo indicador microbiológico das condições de higiene nos alimentos por meio da variação da temperatura, não optando em classificá-lo.

Conclusão

A partir da avaliação da qualidade microbiológica das amostras de LHOP descartado e consideradas impróprias para consumo no referido BLH, especificamente com relação aos indicadores microbiológicos das condições de higiene, sugere que a inviabilidade das amostras possam estar associadas às boas práticas de manipulação do alimento. Dentre elas, às técnicas inadequadas de coleta, à conservação inadequada do LHO após a coleta, e contaminação secundária, com manipulação ou estocagem de refrigeração inadequada, que podem ter sido ocasionadas tanto pelas doadoras quanto pelo próprio BLH. Espera-se com os nossos achados possam contribuir para a reflexão de gestores e profissionais de saúde, destacando a necessidade da Educação Permanente junto aos BLH a fim de melhorar as boas práticas de manipulação do LH, principalmente, em consonância com a qualidade higiênico sanitária na coleta do mesmo, uma vez que ela não exerce monitoramento absoluto na coleta externa.

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Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Adriana Amorim Francisco (https://orcid.org/0000-0003-4705-6987) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    7 Abr 2020
  • Aceito
    28 Mar 2021
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