Acessibilidade / Reportar erro

Proficiência digital e aprendizagem da história das entidades da enfermagem brasileira na pandemia

Competencia digital y aprendizaje de la historia de las asociaciones de enfermería brasileñas durante la pandemia

Resumo

Objetivo

Caracterizar a proficiência digital e a aprendizagem de estudantes de enfermagem sobre a história das entidades de classe da enfermagem brasileira.

Métodos

Estudo exploratório-descritivo, transversal, realizado no curso de bacharelado em enfermagem, de três campi de uma instituição de ensino superior pública federal do Nordeste brasileiro. Aplicou-se, de novembro de 2020 a maio de 2021, questionário, via Google Forms, aos estudantes de enfermagem regularmente matriculados no segundo e terceiro períodos do curso. Realizou-se a análise estatística descritiva e inferencial.

Resultados

Participaram 56 estudantes de enfermagem, sendo 55,4% vinculados ao campus 1; 53,6% cursavam o terceiro semestre; 83,9% do sexo feminino; média idade de 20,55 (+3,32) anos; 55,4% pardos; 94,6% sem vínculo empregatício; 73,2% residindo com os pais; 92,9% com renda familiar mensal equivalente a três salários-mínimos. O grau de proficiência digital básico médio foi considerado baixo. Quanto às tecnologias digitais no ensino e à aprendizagem sobre história das entidades de classe, 62,5% acreditaram que contribuiria para aprendizagem, além do espaço da sala de aula, e facilitaria o acesso aos conteúdos; e 78,6% consideraram importante para desenvolver o senso crítico-reflexivo e a conscientização sobre a participação nessas entidades. Evidenciaram fundamental conhecer história da criação, contribuições, lutas, desafios e primeiras diretoras da Associação Brasileira de Enfermagem, além da criação dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e das respectivas atribuições.

Conclusão

As ações de ensino-aprendizagem, mediadas por tecnologias digitais, precisam considerar as competências digitais e os interesses dos estudantes na aprendizagem remota sobre história das entidades de classe da enfermagem.

Alfabetização digital; Tecnologia digital; Educação em enfermagem; Aprendizagem; História da enfermagem; Pandemias

Resumen

Objetivo

Caracterizar la competencia digital y el aprendizaje de estudiantes de enfermería sobre la historia de las asociaciones profesionales en la enfermería brasileña.

Métodos

Estudio exploratorio descriptivo, transversal, realizado en la carrera de licenciatura en enfermería, en tres campi de una institución de enseñanza superior pública federal del nordeste brasileño. De noviembre de 2020 a mayo de 2021, se aplicó un cuestionario por Google Forms a los estudiantes de enfermería regularmente matriculados en el segundo y tercer semestre de la carrera. Se realizó un análisis estadístico descriptivo e inferencial.

Resultados

Participaron 56 estudiantes de enfermería, el 55,4 % estaba vinculado al campus 1; el 53,6 % del tercer semestre; el 83,9 % de sexo femenino; promedio de edad de 20,55 (+3,32) años; el 55,4 % pardo; el 94,6 % sin vínculo laboral; el 73,2 % vive con sus padres; el 92,9 % con ingresos familiares mensuales equivalentes a tres salarios mínimos. El nivel de competencia digital básica promedio fue considerado bajo. En lo que se refiere a las tecnologías digitales en la enseñanza y al aprendizaje sobre historia de las asociaciones profesionales, el 62,5 % consideró que contribuiría para el aprendizaje, más allá del aula, y facilitaría el acceso a los contenidos; el 78,6 % lo consideró importante para desarrollar el sentido crítico-reflexivo y para concientizar sobre la participación en esas asociaciones. Consideraron fundamental conocer la historia de la creación, las contribuciones, las luchas, los desafíos y las primeras directoras de la Asociación Brasileña de Enfermería, además de la creación del Consejo Federal y los Consejos Regionales de Enfermería y sus respectivas atribuciones.

Conclusión

Las acciones de enseñanza-aprendizaje, mediadas por tecnologías digitales, deben considerar las competencias digitales y los intereses de los estudiantes en el aprendizaje remoto sobre historia de las asociaciones profesionales de enfermería.

Alfabetización digital; Tecnología digital; Educación en enfermería; Aprendizage; Historia de la Enfermería; Pandemias

Abstract

Objective

To characterize the digital proficiency of nurse students about the history of Brazilian nursing class institutions.

Methods

Exploratory-descriptive, cross-sectional study carried out in the Nursing bachelor’s degree from three campuses of a federal public higher education institution in northeastern Brazil. We applied, from November 2020 to May, a questionnaire via Google Forms to nurse students regularly registered in the second and third periods of the course. We carried out statistical, descriptive, and inferential analyses.

Results

56 nurse students participated in the study, of which 55.64% were from campus 1; 53.6% attended the third semester, 83.9% were female; average age of 20.55 (+3.32) years old; 55.4 were brown; 94.6% with no employment relationship; 73.2% living with their parents; 92.9% with a monthly family income of three minimum wages. We considered the average degree of basic digital proficiency low. Regarding the digital technologies in teaching and the learning about the class institutions’ history, 62.5% believed that it contributed to the learning process, besides the classroom space and it eased the access to content, and 78.6% considered it important to develop a critical-reflexive sense and the awareness about the participation of these institutions. They found it fundamental to know the creation history, contributions, struggles, challenges, and first directors of the Brazilian Nursing Association, besides the creation of the Nursing Federal and Regional Councils and the respective attributions.

Conclusion

The teaching-learning process mediated by digital technologies needs to consider the digital competencies and students’ interest in remote teaching about the nursing class institutions’ history.

Computer literacy; Digital technology; Education, nursing; learning; History of nursing; Pandemics

Introdução

No Brasil, o processo formativo do enfermeiro requer conhecimento acerca das entidades de classe, como a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, considerando que esse entendimento é fundamental para compreensão da profissionalização da enfermagem. Esta inclui a conformação de um corpo de conhecimento próprio/a ciência da enfermagem, a autonomia e a autorregulação profissional e revelam a dinâmica de lutas e conquistas das entidades de enfermagem para formação da identidade profissional, do crescimento científico e reconhecimento social dessa categoria.(11. Bellaguarda ML, Padilha MI, Nelson S. Eliot Freidson’s sociology of professions: an interpretation for Health and Nursing. Rev Bras Enferm. 2020;73(6):e20180950.) Desse modo, a importância da luta coletiva e organizada por meio de suas entidades permeia a enfermagem brasileira desde o início de sua profissionalização.(22. Oguisso T, Freitas GF. Memória e história na construção da identidade profissional da enfermagem. Oguisso T, organizador. Trajetória histórica da enfermagem. São Paulo (SP): Manole; 2014. p. 242–60.)

Essa identidade se constrói ao longo do tempo e em diferentes conjunturas, não é estanque, e portanto, transforma-se nos contextos políticos, sociais e culturais. Assim, as entidades de classe acompanham essas modificações e reforçam a identidade profissional pelo reconhecimento social, pela propriedade do conhecimento específico e pelo credencialismo da profissão.(33. Bellaguarda ML, Silveira LR, Mesquita MP, Ramos FR. Identidade da profissional enfermeira caracterizada numa revisão integrativa. Enferm Foco. 2011;2(3):180–3.)

Em razão da relevância no processo de formação em enfermagem e posta como necessidade de aprendizagem ao ser contemplada como conteúdos em disciplinas curriculares, a história das entidades de classe da enfermagem brasileira também enfrentou desafios no atual contexto pandêmico, em que diversas atividades presenciais no cenário global foram suspensas e/ou adaptadas ao sistema remoto emergencial, o que incluiu as educacionais. No Brasil, ocorreu substituição das aulas presenciais por aulas remotas em meios digitais. Desta forma, as tecnologias digitais se tornaram imprescindíveis em todos os cenários de ensino-aprendizagem, da educação básica ao ensino superior. A pandemia obrigou as Instituições de Ensino Superior (IES) a adotarem o ensino mediado por tecnologia.(44. Deng X, Yang Z. Digital proficiency and psychological well-being in online learning: experiences of first-generation college students and their peers. Soc Sci (Basel). 2021;10(6):192.)

Assim, professores e estudantes foram provocados e estimulados a ensinar-aprender por meio das tecnologias digitais. Nesse processo, faz-se necessário ponderar a infraestrutura tecnológica, as competências com softwares e as proficiências distintas de professores e estudantes no uso dos diferentes recursos, a fim de atingir os objetivos curriculares.(55. Gambo JM, Bahreman NT, Watties-Daniels D, Neal M, Swoboda SM. Can mobile technology enhance learning and change educational practice? Comput Inform Nurs. 2017;35(8):375–80.)

Estudos desenvolvidos em diferentes países do ocidente e oriente apontam que o processo de formação em enfermagem pelo ensino remoto emergencial, durante a pandemia, encontrou diferentes desafios para realização que influenciaram negativamente a aprendizagem, dentre os quais, citou-se a proficiência de estudantes e professores em relação ao uso de softwares.(66. Bdair IA. Nursing students’ and faculty members’ perspectives about online learning during COVID-19 pandemic: a qualitative study. Teach Learn Nurs. 2021;16(3):220–6.

7. Sharma M, Adhikari T, Bhattarai T, Tulza KC. Education Shift During COVID-19: students’ satisfaction with emergency distance learning. Int J Nurs Educ. 2021;13(3):90–6.

8. Suliman WA, Abu-Moghli FA, Khalaf I, Zumot AF, Nabolsi M. Experiences of nursing students under the unprecedented abrupt online learning format forced by the national curfew due to COVID-19: A qualitative research study. Nurse Educ Today. 2021;100:104829.
-99. Wallace S, Schuler MS, Kaulback M, Hunt K, Baker M. Nursing student experiences of remote learning during the COVID-19 pandemic. Nurs Forum. 2021;56(3):612–8.)

A proficiência digital na educação pode ser compreendida como a capacidade individual de empregar sistemas de gerenciamento de cursos, recursos e ferramentas interativas para realizar educação virtual no contexto da aprendizagem on-line.(44. Deng X, Yang Z. Digital proficiency and psychological well-being in online learning: experiences of first-generation college students and their peers. Soc Sci (Basel). 2021;10(6):192.) Essa compreensão é importante para concepção e planejamento de atividades educativas que envolvam e motivem os estudantes.(1010. Thorell M, Fridorff-Jens PK, Lassen P, Lange T, Kayser L. Transforming students into digital academics: a challenge at both the individual and the institutional level. BMC Med Educ. 2015;15(1):48.)

Assim, este estudo se justifica pela importância das entidades de classe como organização da enfermagem nos processos históricos de lutas políticas e sociais para enfermagem e para a sociedade. Além de considerar a transição inesperada e abrupta, em decorrência da pandemia da COVID-19, do ensino tradicional para o remoto emergencial, mediado por tecnologias digitais, no qual não se pôde considerar aspectos individuais das competências digitais em relação aos diferentes recursos e tecnologias empregadas. Apesar do retorno gradativo das aulas presenciais, acredita-se que o emprego dessas tecnologias permanecerá integrado à educação.

Ademais, no Brasil, a pandemia descortinou a realidade acerca das desigualdades de acesso à informação, seja pela falta de habilidade, recursos financeiros para o computador e a internet, ou não acesso devido à localização geográfica. Há, portanto, uma questão social de um país continental definido pela pluralidade de características da população. Assim, torna-se necessário caracterizar as particularidades, incluindo a proficiência digital de estudantes de enfermagem, o que permitirá planejar atividades condizentes com o público-alvo.

Diante do exposto, o estudo objetivou caracterizar a proficiência digital e a aprendizagem de estudantes de enfermagem sobre a história das entidades de classe da enfermagem brasileira.

Métodos

Estudo exploratório-descritivo, transversal, que integra a primeira etapa metodológica de um macroprojeto de construção e validação de um aplicativo educacional para smartphones sobre a história das entidades de classe da enfermagem. Foi norteado pelo Strengthtening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE),(1111. Cuschieri S. The STROBE guidelines. Saudi J Anaesth. 2019;13(5 Suppl 1):S31–4.) realizado com estudantes de enfermagem de 3 campi de uma instituição de ensino superior pública federal do Nordeste brasileiro. Em relação à localização, um dos campi está na capital do estado (campus 1), enquanto os outros dois estão situados a 313 (campus 2) e 246 (campus 3) quilômetros da capital.

A população foi composta por 210 estudantes de enfermagem, regularmente matriculados no segundo e terceiro períodos do Curso de Bacharelado em Enfermagem em um dos três campi. Incluíram-se estudantes que cursaram a disciplina História da Enfermagem e excluíram-se aqueles com idade inferior a 18 anos e os que, durante a coleta de dados, solicitaram trancamento de matrícula. Optou-se, nesse estudo, por envolver somente os estudantes de enfermagem, ainda que no processo de ensino-aprendizagem estudantes e professores sejam essenciais. Muitos professores, embora tenham vivenciado dificuldades da transição do ensino presencial para o remoto, receberam de suas instituições suportes necessários à condução desse processo, como capacitações.(1212. Araújo AR, Sousa LM, Carvalho RB, Oliveira AD, Amorim FC, Sousa KH, et al. O trabalho remoto de enfermeiros docentes em tempos de pandemia. Esc Anna Nery. 2021;25(Spe):e20210198.)

O tamanho da amostra foi calculado conforme a técnica amostral estratificada por proporção, considerando o nível de confiança de 95%, margem de erro amostral de 5%. Em virtude do advento da pandemia da COVID-19, que inviabilizou o encontro presencial, em que muitos possuíam ou não acesso restrito à internet, a amostra foi de 56 indivíduos. Com isto, o erro amostral passou para 11,24%, com intervalo de confiança de 95%, o que não inviabilizou o estudo.

A coleta de dados ocorreu de novembro de 2020 a maio de 2021. O convite para participação na pesquisa foi feito pela pesquisadora principal de forma eletrônica. Utilizou-se e-mail e aplicativo de mensagens instantâneas dos grupos de estudantes de enfermagem do segundo e do terceiro períodos.

Aplicou-se, portanto, questionário on-line, via Google Forms, norteado pelos componentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para caracterização do perfil sociodemográfico, composto pelas variáveis: idade, sexo, raça/cor, ocupação, com quem reside e renda familiar. A Proficiência Digital Básica (PDB) foi avaliada por instrumento, desenvolvido em 2013 por pesquisadores do estado de São Paulo para avaliar o nível de proficiência digital, sendo constituído de oito componentes, mensurados em escala do tipo Likert, variando de 1 a 5. Enfatiza-se que o instrumento obteve alfa de Cronbach de 0,921, em sua avaliação na totalidade.(1313. Marques Júnior E, Oliveira Neto JD, Marques ED. Profix: método de avaliação on-line da proficiência digital. Rev Paidéia. 2014;6(10):1-25.) A média aritmética desses componentes define a PDB. Para cada componente, calculou-se o grau de concordância médio.

Revisões de literatura, realizadas pelos autores deste estudo e aceitas para publicação em periódicos nacionais de relevância para o conhecimento de enfermagem e áreas afins, que contemplaram as tecnologias digitais no ensino de história da enfermagem; e as entidades de classe e a profissionalização da enfermagem, bem como a análise dos planos das disciplinas de história da enfermagem e dos projetos pedagógicos permitiram a construção de duas perguntas fechadas do questionário on-line sobre a utilização das tecnologias digitais e a aprendizagem sobre a história das entidades de classe. Possibilitou, ainda, a construção de itens acerca dos conteúdos sobre as entidades de classe, que foram mensurados em escala do tipo Likert, variando de 1 (não importante) a 5 (imprescindível). O instrumento não foi submetido a pré-teste. Ressalta-se que o tempo médio de resposta do questionário foi de aproximadamente 10 minutos.

Os dados quantitativos foram tabulados em planilhas do programa Microsoft Excel, transferidos para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0, para análise estatística. As variáveis quantitativas foram descritas pelas medidas de tendência central (Posição): média, mediana, e de variabilidade (Dispersão): desvio padrão. Para as variáveis qualitativas, utilizou-se a estatística descritiva simples: frequência absoluta e relativa. Os dados estão apresentados em tabelas e gráficos e discutidos com base na literatura revisada.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. A livre participação dos estudantes na pesquisa ocorreu mediante concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), disponibilizado on-line (Certificado de Apresentação de Apreciação Ética: 34393020.2.0000.5214).

Resultados

Quanto ao perfil dos participantes, evidenciou-se predomínio de estudantes do campus 1, situado na capital, 31 (55,4%), do terceiro período; 30 (53,6%), sexo feminino; 47 (83,9%), com média de 20,55 (+ 3,32) anos de idade; pardos 31 (55,4%); que não trabalhavam 53 (94,6%); residiam com os pais, pai ou mãe, 41 (73,2%); e possuíam renda familiar mensal de um a três salários-mínimos 52 (92,9%) (Tabela 1).

Tabela 1
Características sociodemográficas de estudantes de enfermagem

Em relação à PDB, prevaleceram 21 (37,5%) que sempre usavam computador; 26 (46,4%) quase sempre gostavam de trabalhar no computador; 46 (82,1%) sempre acessavam à internet; 44 (78,6%) sempre gostam de acessar à internet; 24 (42,9%) quase sempre verificavam e-mail todos os dias ou várias vezes por semana; 38 (67,9%) sempre procuravam informações na internet; 27 (48,2%) quase sempre liam notícias ou outros textos na internet; 39 (69,6%) sempre escreviam texto em word ou outro processador de texto (Tabela 2).

Tabela 2
Componentes da proficiência digital básica de estudantes de enfermagem

O grau de concordância médio dos estudantes de enfermagem em relação a cada questão da PDB obteve valores que variaram de 3,84 (alto) a 4,82 (muito alto) nos oito componentes da PDB avaliados (Figura 1), e grau de concordância médio geral de 4,38 (+0,36), ou seja, muito alto. O grau de PDB médio foi de 3,43, considerado baixo (Figura 1).

Figura 1
Grau de concordância média e de proficiência digital básica de estudantes de enfermagem

Quanto à utilização das tecnologias digitais, 35 (62,5%) dos participantes acreditavam que contribuiria para possibilitar a aprendizagem além do espaço da sala de aula e 35 (62,5%) para facilitar o acesso aos conteúdos a qualquer momento e lugar. Contudo, 35 (62,5%) referiram que não contribuiria para motivar a aprendizagem e 37 (66,1%) que não romperia com a metodologia tradicional de ensino. No tocante à aprendizagem sobre a história das entidades de classe da enfermagem, os estudantes de enfermagem consideraram importante para desenvolver o senso crítico-reflexivo sobre as entidades de classe da enfermagem 44 (78,6%), bem como a conscientização sobre a participação nessas entidades. Não consideraram importante: 28 (67,9%) para construção da identidade profissional, 47 (83,9%) para se apropriar da história das entidades e 35 (62,5%) para entender as contribuições das entidades para a enfermagem. Em relação aos conteúdos educacionais de interesse dos estudantes de enfermagem para aprendizagem sobre história das entidades de classe, os participantes pontuaram a importância da história da criação da ABEn 32 (57,1%); e as primeiras diretoras da ABEn 24 (42,9%); imprescindível as contribuições da ABEn 33 (58,9%); as lutas e os desafios da ABEn 36 (64,3%); a história de criação do sistema Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselhos Regionais de Enfermagem (Coren) 36 (64,3%); e as atribuições do sistema Cofen/Coren 38 (67,9%) .

Discussão

A mudança repentina na oferta do ensino de enfermagem nos moldes tradicionais para o modelo totalmente remoto ensejou dos estudantes de enfermagem necessidade de superar desafios, para se adaptarem a este modelo e às tecnologias digitais. Ao considerar que pouco se conhece sobre a prontidão dos estudantes para usar as tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem, caracterizar os estudantes que fazem uso desta tecnologia possibilita antever os obstáculos e planejar ações para o enfrentamento referente a essa utilização, de modo a favorecer a absorção, compreensão e apreensão de conteúdo por jovens que não estavam familiarizados com essa metodologia pedagógica.(1010. Thorell M, Fridorff-Jens PK, Lassen P, Lange T, Kayser L. Transforming students into digital academics: a challenge at both the individual and the institutional level. BMC Med Educ. 2015;15(1):48.)

Observou-se que o perfil sociodemográfico dos participantes se assemelhou ao de estudantes do ensino superior, bem como os de enfermagem de outros estados brasileiros, sendo predominantemente do sexo feminino, com média de idade de, aproximadamente, 20 anos, pardos, que não trabalhavam, de baixa renda e que residiam com pais/familiares.(1414. Saho M, Lomanto GA, Salviano IC, Reis ES, Anjos KF, Rosa DO. Características sociodemográficas e acadêmicas de estudantes de enfermagem em formação profissional. Rev Enferm Contem. 2021;10(2):280–8.

15. Ximenes Neto FR, Muniz CF, Dias LJ, Diogenes Júnior F, Silva MA, Oliveira EN. Perfil sociodemográfico dos estudantes de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Enferm Foco. 2017;8(3):75–9.
-1616. Bublitz S, Azevedo Guido L, Kirchhof RS, Neves ET, Lopes LF. Sociodemographic and academic profile of nursing students from four Brazilian institutions. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36(1):77–83.) Dados do último censo da educação superior brasileira apontaram que em relação ao número de estudantes matriculados, houve predomínio do sexo feminino, com idade de 21 anos em cursos de ensino presencial.(1717. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Censo da Educação Superior 2020: notas estatísticas. Brasília (DF): INEP; 2022 [citado 2022 Out 14]. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_da_educacao_superior_2020.pdf
https://download.inep.gov.br/publicacoes...
)

Faz-se ainda necessário considerar que a enfermagem é uma profissão predominantemente feminina, embora seja notória a crescente participação do sexo masculino no exercício desta profissão. O perfil da enfermagem na Região das Américas aponta que cerca de 87% da equipe de enfermagem é formada por pessoas do sexo feminino.(1818. World Health Organization (WHO). State of the world’s nursing 2020: investing in education, jobs and leadership. Geneva: WHO; 2019 [cited 2022 Oct 14]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240003279
https://www.who.int/publications/i/item/...
)

Quanto à caracterização da PDB, ou seja, o quão verdadeiramente o indivíduo se envolve com as tecnologias digitais, o conhecimento de informática, o uso da internet e as infinitas possibilidades,(1313. Marques Júnior E, Oliveira Neto JD, Marques ED. Profix: método de avaliação on-line da proficiência digital. Rev Paidéia. 2014;6(10):1-25.) os resultados convergiram para características da geração de universitários nascidos por volta no ano 2000, a Geração Net, considerada nativa digital.(1919. Filatro A. Como preparar conteúdo para EAD. São Paulo: Saraiva; 2018. 192 p.) Essa geração têm a tecnologia como parte da vida e aprendem a aprender de forma mais relacionada à heutagogia do que à pedagogia clássica.(1919. Filatro A. Como preparar conteúdo para EAD. São Paulo: Saraiva; 2018. 192 p.)

Apesar dessa característica peculiar da geração em que se enquadraram os participantes deste estudo, o grau de PDB apresentado por eles foi considerado baixo (3,43), portanto, limitações quanto ao uso das tecnologias digitais precisam ser consideradas na aplicação do ensino remoto no contexto pandêmico. Esse achado corrobora o estudo que constatou que mesmo estudantes universitários nativos digitais inseridos em universidade com amplos recursos, não apresentavam competência digital.(1010. Thorell M, Fridorff-Jens PK, Lassen P, Lange T, Kayser L. Transforming students into digital academics: a challenge at both the individual and the institutional level. BMC Med Educ. 2015;15(1):48.)

A pouca habilidade de estudantes de enfermagem no uso das tecnologias para o aprendizado on-line na pandemia também foi identificada em estudo realizado na Jordânia.(88. Suliman WA, Abu-Moghli FA, Khalaf I, Zumot AF, Nabolsi M. Experiences of nursing students under the unprecedented abrupt online learning format forced by the national curfew due to COVID-19: A qualitative research study. Nurse Educ Today. 2021;100:104829.) A carência de proficiência e treinamento no uso das plataformas educacionais foi considerada desafiadora ao ensino on-line instituído em virtude da COVID-19, em estudo desenvolvido na Arábia Saudita.(66. Bdair IA. Nursing students’ and faculty members’ perspectives about online learning during COVID-19 pandemic: a qualitative study. Teach Learn Nurs. 2021;16(3):220–6.)

Assim, as instituições de ensino, além de considerar a proficiência digital dos estudantes no desenvolvimento das ações de ensino-aprendizagem remota, têm função primordial no aprimoramento dessa proficiência, contribuindo para o aperfeiçoamento das habilidades tecnológicas que serão importantes para aprendizagem ao longo da vida profissional. Elas devem ter especial atenção sobre as tecnologias e fornecer cursos de formação em aprendizagem on-line, educação continuada e suporte em informática em enfermagem.(88. Suliman WA, Abu-Moghli FA, Khalaf I, Zumot AF, Nabolsi M. Experiences of nursing students under the unprecedented abrupt online learning format forced by the national curfew due to COVID-19: A qualitative research study. Nurse Educ Today. 2021;100:104829.) Desse modo, não se espera que os estudantes nativos digitais sejam autodidatas, capazes de navegar e aprender sozinhos, sem qualquer tipo de orientação.(1010. Thorell M, Fridorff-Jens PK, Lassen P, Lange T, Kayser L. Transforming students into digital academics: a challenge at both the individual and the institutional level. BMC Med Educ. 2015;15(1):48.)

Nessa perspectiva, revisão de escopo acerca da alfabetização tecnológica no ensino de enfermagem aponta que as instituições de ensino precisam garantir o desenvolvimento das competências e habilidades tecnológicas necessárias para o êxito estudantil, bem como profissional.(2020. Nes AA, Steindal SA, Larsen MH, Heer HC, Lærum-Onsager E, Gjevjon ER. Technological literacy in nursing education: a scoping review. J Prof Nurs. 2021;37(2):320–34. Review.)

As tecnologias digitais mudaram o ambiente de aprendizagem, proporcionaram flexibilidade e permitiram o aprendizado em qualquer lugar que houvesse acesso à internet.(66. Bdair IA. Nursing students’ and faculty members’ perspectives about online learning during COVID-19 pandemic: a qualitative study. Teach Learn Nurs. 2021;16(3):220–6.,99. Wallace S, Schuler MS, Kaulback M, Hunt K, Baker M. Nursing student experiences of remote learning during the COVID-19 pandemic. Nurs Forum. 2021;56(3):612–8.,2121. Meum TT, Koch TB, Briseid HS, Vabo GL, Rabben J. Perceptions of digital technology in nursing education: a qualitative study. Nurse Educ Pract. 2021;54:103136.) A aplicação destas no ensino-aprendizagem possibilita a aprendizagem além do espaço da sala de aula e facilita o acesso aos conteúdos a qualquer momento e lugar, conforme constatado pelos estudantes de enfermagem.

Os participantes, contudo, referiram que as tecnologias digitais não contribuem para motivar a aprendizagem. A insatisfação e a falta de motivação pelo emprego das tecnologias digitais na pandemia para aprendizagem da enfermagem constituíram realidade constatada em pesquisas na Arábia Saudita(66. Bdair IA. Nursing students’ and faculty members’ perspectives about online learning during COVID-19 pandemic: a qualitative study. Teach Learn Nurs. 2021;16(3):220–6.) e Suécia,(2222. Langegård U, Kiani K, Nielsen SJ, Svensson PA. Nursing students’ experiences of a pedagogical transition from campus learning to distance learning using digital tools. BMC Nurs. 2021;20(1):23.) o que reforça a necessidade de atividades adaptadas, com instruções claras.

Nesse contexto, relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura aponta que o ingresso repentino dos professores em uma modalidade de ensino complexa, composta de diversas opções tecnológicas e pedagógicas, nunca experimentada e sem o devido treinamento necessário ao uso, pode implicar resultados de ensino-aprendizagem não satisfatórios.(2323. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). la Educación Superior en América Latina y el Caribe (IESALC). COVID-19 and higher education: today and tomorrow. Impact analysis, policy responses and recommendations. France: UNESCO; 2020 [cited 2022 Oct 14]. Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000374886
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf...
)

Desse modo, considera-se que a transposição de metodologias de ensino de forma abrupta não permitiu processo de familiarização, entendimento e teste do novo método empregado, não apenas pelos estudantes, como também pelos professores.

Esforços e investimentos devem ser realizados, a fim de proporcionar a formação permanente dos professores e garantir melhor preparo frente às inovações tecnológicas ofertadas no campo educacional.(2424. Chavaglia SR, Barbosa MH, Santos AS, Duarte RD, Contim D, Barduchi RI. Didactic strategies identified by nursing students. Cogitare Enferm. 2018;23(3):e53876.) Deste modo, urge ter papel ativo no incremento da proficiência digital dos estudantes, de modo a contribuir para redução das dificuldades desses no uso das ferramentas digitais.(2222. Langegård U, Kiani K, Nielsen SJ, Svensson PA. Nursing students’ experiences of a pedagogical transition from campus learning to distance learning using digital tools. BMC Nurs. 2021;20(1):23.)

A aprendizagem mediada por essas tecnologias requer mudanças no papel de professores e estudantes, para estes deixarem de ser receptores do conhecimento e aqueles incentivarem a autonomia na construção do conhecimento, dispensando o controle total no processo.(88. Suliman WA, Abu-Moghli FA, Khalaf I, Zumot AF, Nabolsi M. Experiences of nursing students under the unprecedented abrupt online learning format forced by the national curfew due to COVID-19: A qualitative research study. Nurse Educ Today. 2021;100:104829.) É importante, portanto, projetar experiências de ensino-aprendizagem significativas, que envolvam e motivem os estudantes, sem impor barreiras digitais nem parecer experiencias simplistas.(1010. Thorell M, Fridorff-Jens PK, Lassen P, Lange T, Kayser L. Transforming students into digital academics: a challenge at both the individual and the institutional level. BMC Med Educ. 2015;15(1):48.)

Estudos relataram a adoção de diferentes estratégias para aprendizagem da história da enfermagem e que favoreceram o envolvimento dos estudantes, ao contemplarem tecnologias educacionais digitais, como site, objeto virtual de aprendizagem e ambiente virtual de aprendizagem.(2525. Orkiszewski P, Pollitt P, Leonard A, Lane SH. Reaching millennials with nursing history. Creat Nurs. 2016;22(1):60–4.

26. Masson VA, Ribeiro RL, Hipólito MC, Tobase L. Construction of virtual learning objects for teaching the history of nursing. Rev Min Enferm. 2014;18(3):764–9.
-2727. Camacho AC. A construção da disciplina de história da Enfermagem na educação à distância: relato de experiência. Rev Enferm UFPE On Line. 2011;5(2):295-300.) Outrossim, foram reconhecidos como recursos atraentes, envolventes e que cativam a atenção dos estudantes.(2525. Orkiszewski P, Pollitt P, Leonard A, Lane SH. Reaching millennials with nursing history. Creat Nurs. 2016;22(1):60–4.,2828. McAllister M, Rogers I, Lee Brien D. Illuminating and inspiring: using television historical drama to cultivate contemporary nursing values and critical thinking. Contemp Nurse. 2015;50(2-3):127–38.)

Ao se delimitar a história das entidades de classe da enfermagem, a aprendizagem desta contribui para desenvolvimento do senso crítico-reflexivo acerca das relações políticas e sociais que envolvem o processo de profissionalização da enfermagem. A fundamentação da prática profissional do enfermeiro envolve o conhecimento da história da enfermagem, o que inclui as entidades de classe.(2929. Oguisso T, Campos PF. Por que e para que estudar a história da Enfermagem? Enferm Foco. 2013;4(1):49–53.)

Ainda que historiadores da enfermagem sustentem essa concepção, os participantes desta pesquisa não perceberam este conhecimento como importante para construção da identidade profissional. Contudo, considera-se relevante destacar que é o conhecimento prévio sobre os fatos históricos que possibilita planejar e implementar o futuro da profissão, conformar uma identidade profissional, explorar questões sensíveis à profissão e que influenciam a natureza da força de trabalho de enfermagem,(2525. Orkiszewski P, Pollitt P, Leonard A, Lane SH. Reaching millennials with nursing history. Creat Nurs. 2016;22(1):60–4.) uma vez que pela compreensão do passado, buscam-se respostas para situações do presente.

Apesar dessa perspectiva, controversamente, ao serem questionados acerca dos conteúdos sobre as entidades de classe da enfermagem, as respostas oscilaram entre “muito importante” e “imprescindíveis”. A ABEn é crucial nas lutas e ações que resultam no delineamento e na produção do conhecimento da ciência da enfermagem, com iniciativas na formação e no ensino de enfermagem, na pesquisa científica e propagação desta entre os profissionais.(3030. Silva JH, Machado DM. Enfermagem brasileira em 90 anos de história associativa: contribuições da Associação Brasileira de Enfermagem. Hist Enferm Rev Eletronica. 2018;9(2):131–40.

31. Pereira LA, Santos TC. The pioneering role of the brazilian nursing association in research development: from the journal to the research center. Esc Anna Nery. 2013;17(3):526–33.

32. Cabral IE, Almeida Filho AJ. 85 anos de ABEn e 80 anos da REBEn promovendo o desenvolvimento científico e professional da Enfermagem Brasileira. Rev Bras Enferm. 2013;66(Spe):13-23.

33. Xavier ML, Baptista SS. Associação Brasileira de Enfermagem no contexto da reforma educacional de 1996. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):257–63.
-3434. Germano RM. Organização da enfermagem brasileira. Enferm Foco. 2010;1(1):14–7.) Os Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem conferem legitimidade, autonomia no exercício e fazer específico da profissão.(3434. Germano RM. Organização da enfermagem brasileira. Enferm Foco. 2010;1(1):14–7.,3535. Bellaguarda ML, Padilha MI, Neto AF, Borenstein MS. Birth of the Regional Nursing Council of Santa Catarina (1970s). Rev Eletrônica Enferm. 2015;17(2):350–9.)

Esses resultados sinalizam que esforços devem ser realizados pelos professores, a fim de que, imbuídos de conhecimento acerca da história das entidades de classe da enfermagem, os estudantes se identifiquem, aprendam e discutam sobre as contribuições destas na consolidação da enfermagem como legítimo campo profissional.

Observou-se como limitação do estudo o número de respondentes, pois o isolamento dificultou o acesso de alguns às tecnologias e à internet, o que pode ter comprometido a coleta dos dados por meio eletrônico.

Conclusão

As ações de ensino-aprendizagem sobre a história das entidades de classe da enfermagem, mediadas por tecnologias digitais, precisam considerar o perfil dos estudantes, a proficiência digital destes no gerenciamento da aprendizagem remota, bem como os interesses deles pelas aprendizagens. Destaca-se que novos estudos são fundamentais para mensurar a proficiência digital de professores, sendo importante que outras regiões brasileiras também o façam para estudantes e professores, pois apesar dos regionalismos no país, o uso de tecnologias digitais é um legado importante da pandemia e seguirá presente na formação em enfermagem. Deve-se considerar, ainda, a necessidade de compreender como tem ocorrido o planejamento das atividades educativas que fazem uso dessas tecnologias.

Agradecimentos

Benevina Maria Vilar Teixeira Nunes (In Memoriam).

Referências

  • 1
    Bellaguarda ML, Padilha MI, Nelson S. Eliot Freidson’s sociology of professions: an interpretation for Health and Nursing. Rev Bras Enferm. 2020;73(6):e20180950.
  • 2
    Oguisso T, Freitas GF. Memória e história na construção da identidade profissional da enfermagem. Oguisso T, organizador. Trajetória histórica da enfermagem. São Paulo (SP): Manole; 2014. p. 242–60.
  • 3
    Bellaguarda ML, Silveira LR, Mesquita MP, Ramos FR. Identidade da profissional enfermeira caracterizada numa revisão integrativa. Enferm Foco. 2011;2(3):180–3.
  • 4
    Deng X, Yang Z. Digital proficiency and psychological well-being in online learning: experiences of first-generation college students and their peers. Soc Sci (Basel). 2021;10(6):192.
  • 5
    Gambo JM, Bahreman NT, Watties-Daniels D, Neal M, Swoboda SM. Can mobile technology enhance learning and change educational practice? Comput Inform Nurs. 2017;35(8):375–80.
  • 6
    Bdair IA. Nursing students’ and faculty members’ perspectives about online learning during COVID-19 pandemic: a qualitative study. Teach Learn Nurs. 2021;16(3):220–6.
  • 7
    Sharma M, Adhikari T, Bhattarai T, Tulza KC. Education Shift During COVID-19: students’ satisfaction with emergency distance learning. Int J Nurs Educ. 2021;13(3):90–6.
  • 8
    Suliman WA, Abu-Moghli FA, Khalaf I, Zumot AF, Nabolsi M. Experiences of nursing students under the unprecedented abrupt online learning format forced by the national curfew due to COVID-19: A qualitative research study. Nurse Educ Today. 2021;100:104829.
  • 9
    Wallace S, Schuler MS, Kaulback M, Hunt K, Baker M. Nursing student experiences of remote learning during the COVID-19 pandemic. Nurs Forum. 2021;56(3):612–8.
  • 10
    Thorell M, Fridorff-Jens PK, Lassen P, Lange T, Kayser L. Transforming students into digital academics: a challenge at both the individual and the institutional level. BMC Med Educ. 2015;15(1):48.
  • 11
    Cuschieri S. The STROBE guidelines. Saudi J Anaesth. 2019;13(5 Suppl 1):S31–4.
  • 12
    Araújo AR, Sousa LM, Carvalho RB, Oliveira AD, Amorim FC, Sousa KH, et al. O trabalho remoto de enfermeiros docentes em tempos de pandemia. Esc Anna Nery. 2021;25(Spe):e20210198.
  • 13
    Marques Júnior E, Oliveira Neto JD, Marques ED. Profix: método de avaliação on-line da proficiência digital. Rev Paidéia. 2014;6(10):1-25.
  • 14
    Saho M, Lomanto GA, Salviano IC, Reis ES, Anjos KF, Rosa DO. Características sociodemográficas e acadêmicas de estudantes de enfermagem em formação profissional. Rev Enferm Contem. 2021;10(2):280–8.
  • 15
    Ximenes Neto FR, Muniz CF, Dias LJ, Diogenes Júnior F, Silva MA, Oliveira EN. Perfil sociodemográfico dos estudantes de enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Enferm Foco. 2017;8(3):75–9.
  • 16
    Bublitz S, Azevedo Guido L, Kirchhof RS, Neves ET, Lopes LF. Sociodemographic and academic profile of nursing students from four Brazilian institutions. Rev Gaúcha Enferm. 2015;36(1):77–83.
  • 17
    Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Censo da Educação Superior 2020: notas estatísticas. Brasília (DF): INEP; 2022 [citado 2022 Out 14]. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_da_educacao_superior_2020.pdf
    » https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_da_educacao_superior_2020.pdf
  • 18
    World Health Organization (WHO). State of the world’s nursing 2020: investing in education, jobs and leadership. Geneva: WHO; 2019 [cited 2022 Oct 14]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240003279
    » https://www.who.int/publications/i/item/9789240003279
  • 19
    Filatro A. Como preparar conteúdo para EAD. São Paulo: Saraiva; 2018. 192 p.
  • 20
    Nes AA, Steindal SA, Larsen MH, Heer HC, Lærum-Onsager E, Gjevjon ER. Technological literacy in nursing education: a scoping review. J Prof Nurs. 2021;37(2):320–34. Review.
  • 21
    Meum TT, Koch TB, Briseid HS, Vabo GL, Rabben J. Perceptions of digital technology in nursing education: a qualitative study. Nurse Educ Pract. 2021;54:103136.
  • 22
    Langegård U, Kiani K, Nielsen SJ, Svensson PA. Nursing students’ experiences of a pedagogical transition from campus learning to distance learning using digital tools. BMC Nurs. 2021;20(1):23.
  • 23
    United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). la Educación Superior en América Latina y el Caribe (IESALC). COVID-19 and higher education: today and tomorrow. Impact analysis, policy responses and recommendations. France: UNESCO; 2020 [cited 2022 Oct 14]. Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000374886
    » https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000374886
  • 24
    Chavaglia SR, Barbosa MH, Santos AS, Duarte RD, Contim D, Barduchi RI. Didactic strategies identified by nursing students. Cogitare Enferm. 2018;23(3):e53876.
  • 25
    Orkiszewski P, Pollitt P, Leonard A, Lane SH. Reaching millennials with nursing history. Creat Nurs. 2016;22(1):60–4.
  • 26
    Masson VA, Ribeiro RL, Hipólito MC, Tobase L. Construction of virtual learning objects for teaching the history of nursing. Rev Min Enferm. 2014;18(3):764–9.
  • 27
    Camacho AC. A construção da disciplina de história da Enfermagem na educação à distância: relato de experiência. Rev Enferm UFPE On Line. 2011;5(2):295-300.
  • 28
    McAllister M, Rogers I, Lee Brien D. Illuminating and inspiring: using television historical drama to cultivate contemporary nursing values and critical thinking. Contemp Nurse. 2015;50(2-3):127–38.
  • 29
    Oguisso T, Campos PF. Por que e para que estudar a história da Enfermagem? Enferm Foco. 2013;4(1):49–53.
  • 30
    Silva JH, Machado DM. Enfermagem brasileira em 90 anos de história associativa: contribuições da Associação Brasileira de Enfermagem. Hist Enferm Rev Eletronica. 2018;9(2):131–40.
  • 31
    Pereira LA, Santos TC. The pioneering role of the brazilian nursing association in research development: from the journal to the research center. Esc Anna Nery. 2013;17(3):526–33.
  • 32
    Cabral IE, Almeida Filho AJ. 85 anos de ABEn e 80 anos da REBEn promovendo o desenvolvimento científico e professional da Enfermagem Brasileira. Rev Bras Enferm. 2013;66(Spe):13-23.
  • 33
    Xavier ML, Baptista SS. Associação Brasileira de Enfermagem no contexto da reforma educacional de 1996. Rev Bras Enferm. 2010;63(2):257–63.
  • 34
    Germano RM. Organização da enfermagem brasileira. Enferm Foco. 2010;1(1):14–7.
  • 35
    Bellaguarda ML, Padilha MI, Neto AF, Borenstein MS. Birth of the Regional Nursing Council of Santa Catarina (1970s). Rev Eletrônica Enferm. 2015;17(2):350–9.

Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Thiago da Silva Domingos (https://orcid.org/0000-0002-1421-7468) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Maio 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    22 Ago 2022
  • Aceito
    24 Out 2022
Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo R. Napoleão de Barros, 754, 04024-002 São Paulo - SP/Brasil, Tel./Fax: (55 11) 5576 4430 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: actapaulista@unifesp.br