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Análise noticiosa do trabalho em enfermagem no contexto da pandemia da COVID-19

Análisis de noticias sobre el trabajo de enfermería en el contexto de la pandemia de COVID-19

Resumo

Objetivo

Analisar as notícias veiculadas na imprensa brasileira sobre o trabalho em enfermagem no período da pandemia da COVID-19, compreendido entre fevereiro de 2020 a agosto de 2021.

Métodos

Estudo documental, descritivo, de abordagem qualitativa. Elaborado a partir de informações coletadas em sites de notícias, por meio de clipping, seguindo as etapas de monitoramento, coleta, análise e arquivamento de menções ao trabalho em enfermagem feitas pela mídia brasileira. A amostra totalizou 432 notícias. A análise dos dados se deu pela Análise de Conteúdo Temática proposta por Laurence Bardin.

Resultados

O ano de 2020 destacou-se dentre as notícias analisadas (59,96%), cujos personagens envolvidos foram profissionais da enfermagem, do sexo feminino (36,57%), de nível técnico (38,89%) e superior (38,43%). Houve predomínio de notícias nas regiões Sudeste (45,83%) e Centro-Oeste (17,36%). Foram identificadas seis categorias para análise dos dados: óbitos entre as trabalhadoras (40,74%), condições precárias de trabalho (28,94%), vacinação (8,56%), contaminação das trabalhadoras (8,33%), suspeita de infração ética (8,10%) e cura da COVID-19 (5,32%).

Conclusão

A pandemia da COVID-19 no Brasil trouxe o trabalho e as trabalhadoras da enfermagem para o centro de debate jornalístico. O óbito, as condições precárias de trabalho e a contaminação das trabalhadoras de enfermagem, veiculadas na imprensa, relacionam-se com a precarização do trabalho em enfermagem neste estudo. Conjectura-se que o debate jornalístico sobre o trabalho em enfermagem na pandemia da COVID-19 ajudou a fortalecer pautas políticas, como a que conduziu à promulgação da Lei n. 14.434/2022, que trata do piso salarial nacional para essas profissionais.

Meios de comunicação de massa; Pandemias; COVID-19; Doenças profissionais; Condições de trabalho; Profissionais de enfermagem

Resumen

Objetivo

Analizar las noticias difundidas en la prensa brasileña sobre el trabajo de enfermería en el período de la pandemia de COVID-19 comprendido entre febrero de 2020 y agosto de 2021.

Métodos

Estudio documental, descriptivo, de enfoque cualitativo. Elaborado a partir de información recopilada en sitios web de noticias, por medio de clipping, siguiendo las etapas de monitoreo, recopilación, análisis y archivo de menciones del trabajo de enfermería realizadas por los medios de comunicación brasileños. La muestra totalizó 432 noticias. El análisis de los datos se realizó mediante el análisis de contenido temático propuesto por Laurence Bardin.

Resultados

El año 2020 se destacó entre las noticias analizadas (59,96 %), cuyos personajes involucrados fueron profesionales de enfermería, de sexo femenino (36,57 %), de nivel técnico (38,89 %) y superior (38,43 %). Hubo un predominio de noticias en la región Sudeste (45,83 %) y Centro-Oeste (17,36 %). Se identificaron seis categorías para el análisis de datos: fallecimiento entre las trabajadoras (40,74 %), condiciones de trabajo precarias (28,94 %), vacunación (8,56 %), contaminación de las trabajadoras (8,33 %), sospecha de infracción ética (8,10 %) y cura de COVID-19 (5,32 %).

Conclusión

La pandemia de COVID-19 en Brasil colocó el trabajo de enfermería y sus trabajadoras en el centro del debate periodístico. Los fallecimientos, las condiciones de trabajo precarias y la contaminación de las trabajadoras de enfermería, difundidas en la prensa, se relacionan con la precarización del trabajo de enfermería en este estudio. Se presume que el debate periodístico sobre el trabajo de enfermería durante la pandemia de COVID-19 ayudó a fortalecer debates políticos, como el que llevó a la promulgación de la ley n°. 14.434/2022, que trata sobre el salario mínimo nacional para estas profesionales.

Medios de comunicación de masas; Pandemias; COVID-19; Enfermedades profesionales; Condiciones de trabajo; Enfermeras practicantes

Abstract

Objective

To analyze the news published in the Brazilian press about nursing work during the COVID-19 pandemic period, between February 2020 and August 2021.

Methods

This is a documentary, descriptive study with a qualitative approach. Elaborated from information collected on news sites, through clipping, following the stages of monitoring, collection, analysis and archiving of mentions of work in nursing made by the Brazilian media. The sample totaled 432 news. Data analysis was performed using the Thematic Content Analysis proposed by Laurence Bardin.

Results

The year 2020 stood out among the analyzed news (59.96%), whose characters involved were nursing professionals, female (36.57%), technical (38.89%) and higher (38. 43%). There was a predominance of news in the Southeast (45.83%) and Midwest (17.36%) regions. Six categories were identified for data analysis: deaths among workers (40.74%), precarious working conditions (28.94%), vaccination (8.56%), contamination of workers (8.33%), suspected of ethical infraction (8.10%) and COVID-19 cure (5.32%).

Conclusion

The COVID-19 pandemic in Brazil brought nursing work and workers to the center of journalistic debate. Death, precarious working conditions and contamination of nursing workers, reported in the press, are related to the precariousness of nursing work in this study. It is conjectured that the journalistic debate on nursing work in the COVID-19 pandemic helped to strengthen political guidelines, such as the one that led to the enactment of Law 14,434/2022, which deals with the national wage floor for these professionals.

Mass media; Pandemics; COVID-19; Occupational diseases; Working conditions; Nurse practitioners

Introdução

Em 11 de março de 2020, devido aos níveis preocupantes de disseminação do vírus SARS-CoV-2 e sua transmissibilidade, a OMS considerou a COVID-19 como uma pandemia. O vírus se propagou rapidamente no mundo e trouxe desafios e consequências em todos os segmentos sociais, sobretudo para os sistemas de saúde que passaram a lidar com alta demanda e baixa capacidade de resposta para uma doença desconhecida.

Consoante demanda por informações confiáveis, os meios de comunicação, os de massa ou de público específico, tornaram-se braço auxiliar da ciência e da saúde pública em todo o mundo. A revisão de escopo das metanálises publicadas sobre a COVID-19 apontou a China e os Estados Unidos como os maiores produtores desses estudos, porém apenas 8,9% deles com algum grau de confiabilidade.(11. Pires GN, Bezerra AG, Oliveira TB, Chen SF, Malfatti VD, Mello VF, et al. COVID-19 meta-analyses: a scoping review and quality assessment. einstein (São Paulo). 2021;19:eAO6002.)Na América Latina, o Brasil e o México foram os maiores produtores de estudos científicos sobre a temática, sendo o Chile o maior produtor de estudos originais.(22. Espinosa I, Cuenca V, Eissa-Garcés A, Sisa I. A bibliometric analysis of COVID-19 research in Latin America and the Caribbean. Rev Fac Med. 2021;69(3):1-11.)Estudo sobre a cobertura midiática da pandemia da COVID-19 em 17 países revelou que nos primeiros oito meses houve aumento de 6,7 vezes da diversidade dos tipos de mídia relacionada à doença.(33. Ng R, Tan YW. Diversity of COVID-19 news media coverage across 17 countries: the influence of cultural values, government stringency and pandemic severity. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(22):11768.)

Quanto às informações, uma pesquisa demonstrou que 70% dos entrevistados avaliaram o trabalho da imprensa como excelente ou bom; e que, em uma época de medo e incerteza, os cidadãos tendem confiar mais em instituições sólidas, aceitando seus relatos de forma menos crítica.(44. Massarani L, Neves LF. Reporting COVID-19 preprints: fast science in newspapers in the United States, the United Kingdom and Brazil. Cien Saúde Coletiva. 2022;27(3):957-68.)De fato, rapidamente estudos iam sendo produzidos, publicados e consumidos por pesquisadores, profissionais de saúde e pela população em geral. Contudo, acendeu o alerta sobre a possível fragilidade de uma ciência rápida, a circulação de notícias falsas e a necessidade de ampliar para o público as nuances dos métodos e processos científicos.(55. Stueber K, Silveira FX. Teixeira MR. Ciência aberta, acesso aberto: revisão de literatura da comunicação científica sobre COVID-19 na plataforma SciELO (2020). Saúde Debate. 2022;46(Spe 1):348-67.,66. Pereira Neto A, Ferreira EC, Domingos RL, Barbosa L, Vilharba BL, Dorneles FS, et al. Assessment of the quality of information on COVID-19 websites: an alternative for combating fake news. Saúde Debate. 2022;46(132):30-46.)

A atuação da mídia também ajudou a (re)construir a identidade social dos profissionais de saúde ao divulgar fatos como: representações visuais (pinturas de profissionais da saúde em murais, outdoors, cartazes, etc.), as salvas de palmas em agradecimento pelo trabalho, textos jornalísticos e manifestações trabalhistas e/ou homenagens.(77. Moreno-Barreneche S. Los héroes de la pandemia: la construcción discursiva del colectivo de los trabajadores sanitarios durante la crisis del COVID-19. Rev CS. 2021;(33):75-101.)

Especificamente em relação à enfermagem, em 2019 a Assembleia Mundial da Saúde anunciou que o ano de 2020 seria designado como o Ano Internacional dos Profissionais da Enfermagem e Obstetrícia, cujo marco comemorativo seria alusivo ao reconhecimento do trabalho realizado por essas trabalhadoras em todo o mundo.(88. World Health Organization (WHO). State of the world’s nursing 2020: investing in education, jobs and leadership. Geneva: WHO [cited 2022 Aug 30]. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/9789240003279
https://www.who.int/publications/i/item/...
)Com a pandemia do Coronavírus esta tendência se ampliou e as comemorações e homenagens a essas trabalhadoras ficaram mais visíveis, alcançando todas as mídias em âmbito global.

O objetivo deste estudo foi analisar as notícias veiculadas por canais de comunicação da imprensa brasileira sobre o trabalho em enfermagem no período da pandemia da COVID-19, compreendido entre fevereiro de 2020 a agosto de 2021.

Métodos

Pesquisa documental, descritiva, de abordagem qualitativa. Desenvolvida com base nas informações coletadas em sites de notícias, por meio de clipping, seguindo as etapas de monitoramento, coleta, análise e arquivamento de menções ao trabalho em enfermagem feitas pela mídia brasileira, durante período compreendido entre fevereiro de 2020 a agosto de 2021, que engloba as primeiras cinco das seis fases da pandemia no Brasil.(99. Fundação Oswaldo Cruz. Boletim Observatório COVID-19. Boletim Especial. Balanço de dois anos da pandemia COVID-19 - Janeiro de 2020 a Janeiro de 2022. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2020 [citado 2022 Ago 15]. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55828
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict...
)

A base inicial foi levantada por meio de clippagem do Google, utilizando as palavras-chave “Enfermagem”, e “COVID-19”, com delimitação de tempo personalizado mês a mês. Os critérios de inclusão foram: ter alcance nacional, ser acessível pela internet, ter sido publicada no período definido e que abordasse em seu enunciado e escopo de episódios o envolvimento de trabalhadoras da enfermagem no contexto pandêmico. Das 654 notícias encontradas, 222 foram excluídas da amostra por tratar-se de repetições do mesmo fato, notícias internacionais e/ou não condizentes com o objeto deste estudo, restando 432 notícias que foram analisadas (Figura 1).

Figura 1
Número de notícias publicadas sobre o trabalho em enfermagem no contexto da COVID-19 de fevereiro de 2020 a agosto de 2021 (n=432)

A análise dos dados se deu por meio da Análise de Conteúdo Temática,(1010. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011.)de acordo com as seguintes fases: 1) pré-análise: leitura flutuante do material visando identificar os significados das unidades de análise; 2) exploração do material: codificação/definição das unidades de registro, contexto e categorização. Após definição das unidades de análise, estas foram quantificadas, por meio da frequência simples; e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação: os resultados foram descritos a partir de uma síntese que expressa o conjunto de significados presentes nas diversas unidades de análise, buscando interconexões entre o trabalho em enfermagem e o contexto da pandemia da COVID-19. Os aspectos éticos, como transparência, publicidade e anonimização, foram observados e cumpridos. Por se tratar de reportagens já publicadas por veículos de comunicação digital, com veiculação livre, não envolve qualquer risco adicional aos autores das reportagens, aos personagens das matérias e aos veículos.

Resultados

No ano de 2020, quando foi decretada a pandemia da COVID-19 e quando foram notificados os primeiros casos da doença no Brasil, registrou-se maior número de matérias cujo objeto relacionava-se ao trabalho e/ou às trabalhadoras em enfermagem (59,96%) do que no ano seguinte, 2021 (40,04), conforme revela a tabela 1.

Tabela 1
Caracterização de notícias divulgadas na mídia sobre as trabalhadoras da enfermagem e COVID- 19

Quando observadas as publicações das matérias e os veículos de mídia que as publicaram, distribuídas nas cinco regiões que dividem o Brasil, nota-se predomínio de produções nas regiões Sudeste (45,83%) e Centro-Oeste (17,36%). Entre as(os) personagens que protagonizaram as matérias, em 41,44% das publicações analisadas não foi possível identificar o sexo, uma vez que as publicações abordam sobre o campo de trabalho “enfermagem” ou sobre a “equipe de enfermagem”, sem a identificação de sujeitos. Contudo, nas matérias em que foi possível identificar as(os) personagens por sexo, houve maior frequência do sexo feminino (36,57%). As(os) técnicas(os) de enfermagem (38,89%) e as(os) enfermeiras(os) (38,43%) ocuparam espaços semelhantes nas publicações noticiosas analisadas. A análise temática do corpus deste estudo permitiu a identificação de seis categorias analíticas que estão apresentadas abaixo por ordem de frequência.

Categoria 1 – Óbitos entre as trabalhadoras

Observou-se diferença de frequência de publicações entre os anos de 2020 e 2021. Para o ano de 2020, entre os meses de fevereiro a dezembro, este estudo analisou 142 matérias jornalísticas sobre esse tema, com destaque para os meses de abril a agosto (86,61%). Em 2021, entre janeiro a agosto foram analisadas 34 matérias, com destaque para os meses de fevereiro a maio (76,47%).

Categoria 2 – Condições precárias de trabalho

Notou-se variação temática nas matérias nesta categoria entre os anos de 2020 e 2021. Em 2020, as matérias analisadas apresentavam-se em forma de denúncias a escassez, a falta de acesso, de questionáveis protocolos de tempo de uso e de treinamento para o uso de EPI’s. Com o avançar dos meses, naquele ano, as matérias apresentavam como objeto de denúncia outras debilidades nas condições de trabalho: falta de testagens para as trabalhadoras, ausência de insumos necessários e apoio psicológico, subdimensionamento de pessoal, a exaustão física, mental e emocional. Em 2021 as matérias publicadas sobre essa temática destacaram a precarização das relações de trabalho: os baixos salários, os atrasos nos pagamentos por hospitais de campanha geridos por organizações sociais e, também, a reação das trabalhadoras: os atos políticos, os protestos, as paralisações, as ameaças de greve e a pressão dessas sobre o Senado Federal e a Câmara dos Deputados para a aprovação do piso salarial nacional da enfermagem.

Categoria 3 – Vacinação

Das matérias analisadas nesta categoria, 97,29% foram publicadas em 2021. A vacina contra a COVID-19 teve seu uso em humanos autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 17 de janeiro de 2021. Neste mesmo dia, a primeira pessoa a ser vacinada no país foi uma enfermeira, na cidade de São Paulo. Em todo o país as trabalhadoras da enfermagem foram escolhidas para serem as primeiras pessoas a receberem o imunobiológico, o que rendeu 30 (81,08%) matérias jornalísticas no mês de janeiro daquele ano.

Categoria 4 – Contaminação das trabalhadoras

Em 8,33% das matérias o foco da notícia era a contaminação de trabalhadoras da enfermagem pelo vírus SARS-CoV-2, com destaque para os meses de maio a agosto de 2020, com 22 (73,33%) matérias. Ressalta-se que o objeto de debate dessas matérias tratou da segunda contaminação dessas trabalhadoras pelo vírus.

Categoria 5 - Suspeita de infração ética

Das matérias analisadas nesta categoria, 97,14% foram publicadas em 2021. Essas matérias, principalmente as publicadas entre fevereiro a junho de 2021 (91,42%), versaram sobre denúncias de aplicações falsas (encenadas) de imunobiológico, com destaque para as técnicas de enfermagem, durante a aplicação das vacinas na população idosa.

Categoria 6 – Cura da COVID-19

Do total de matérias analisadas sobre trabalhadoras da enfermagem que se curaram da COVID-19, 65,21% foram publicadas nos meses de maio e junho de 2020, fase inicial da pandemia no país.

Discussão

Este estudo registrou maior abrangência temática sobre o trabalho em enfermagem nos meios de comunicação no contexto da pandemia da COVID-19 no Brasil em relação às categorias encontradas em estudo com método semelhante, como: Protagonismo Político e Profissional da Enfermagem Brasileira, Condições de Trabalho dos Profissionais da equipe Enfermagem e Vulnerabilidade, Adoecimento e Morte de Profissionais de Enfermagem.(1111. Freire NP, Castro DA, Fagundes MC, Ximenes Neto FR, Cunha IC, Silva MC. Notícias sobre a Enfermagem Brasileira na pandemia da COVID-19. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE02273.)Observa-se a predominância da cobertura da mídia no eixo Sudeste, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e Centro-Oeste, sobretudo pela cobertura em Brasília, capital do Brasil, mesmo resultado encontrado no estudo supracitado,(1111. Freire NP, Castro DA, Fagundes MC, Ximenes Neto FR, Cunha IC, Silva MC. Notícias sobre a Enfermagem Brasileira na pandemia da COVID-19. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE02273.)que reflete a estrutura centralizada da mídia no Brasil nos eixos econômico e político, respectivamente.

Se por um lado os dados de sexo neste estudo revelam o apagamento dessa identificação na maioria das matérias analisadas, por outro lado, no Brasil, 86% da força de trabalho em enfermagem é composta por mulheres e, desse total, 53% declararam-se pretas e pardas. As técnicas de enfermagem somam 77% da força de trabalho e 57,4% delas declararam-se pretas e pardas.(1212. Machado MH, Aguiar Filho W, De Lacerda WF, De Oliveira E, Lemos W, Wermelinger M, et al. Características Gerais da Enfermagem: o perfil sociodemográfico. Rev Enfermagem Foco. 2016;7(Esp):9-14.)São as mulheres que estão mais inseridas no mercado formal do cuidado e que estão na linha de frente como trabalhadoras da saúde, ocupando os lugares de maior exposição à contaminação pelo novo coronavírus em múltiplos vínculos de trabalhos precários e insalubres.(1313. Nacla Reporting on the Americas since 1967. O loop das desigualdades. Por Emanuelle F. Goes, June 27, 2022. New York: 2022 [citado 2022 Set 23]. Disponível em: https://nacla.org/brasil-COVID-desigualdades
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)

No Brasil, as trabalhadoras da enfermagem foram as primeiras a figurarem nas matérias jornalísticas por estarem se contaminando, e, sobretudo, morrendo por COVID-19, ainda nas semanas iniciais da pandemia no país. A divisão técnica e social do trabalho em enfermagem está na base dos diferentes processos de trabalho de enfermeiras, que é assistencial-gerencial, e de técnicas de enfermagem, que é assistencial.(1414. Melo CM, Mussi FC, Santos TA, Moraes MA. Pandemia da COVID-19: algo de novo no trabalho da enfermeira? Rev Baiana Enferm. 2021;35:1-7.)Profissionais estas que laboram com maior proximidade física do paciente, tornando-as mais vulneráveis à contaminação pelo Coronavírus.

A análise sobre desigualdades socioeconômicas, moduladas segundo pertencimento racial, mostrou que dentre as trabalhadoras da enfermagem no Brasil as técnicas de enfermagem pretas e pardas têm menores níveis de renda e que essas desigualdades são maiores nas regiões mais pobres do país.(1515. Marinho GL, Oliveira BL, Cunha CL, Tavares FG, Paz EP. Nursing in Brazil: socioeconomic analysis with a focus on the racial composition. Rev Bras Enferm. 2022;75(2):1-7.)

De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen),(1616. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Observatório de Enfermagem. Profissionais infectados com COVID-19 informado pelos enfermeiros responsáveis técnicos/coordenadores. Brasília (DF): COFEN; 2020 [citado 2020 Maio 18]. Disponível em: http://observatoriodaenfermagem.cofen.gov.br/
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) até 14 de setembro de 2022, foram registrados 872 óbitos entre profissionais da enfermagem no Brasil, com destaque para os estados de São Paulo, Amazonas e Rio de Janeiro, sendo a taxa de letalidade entre essas trabalhadoras (2,29%) maior do que a registrada no Brasil (2%).(1717 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Painel Coronavírus. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2022 [citado 2022 Set 15]. Disponível em: https://COVID.saude.gov.br/
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) Apesar desses dados não estarem desagregados por categoria profissional, pela cobertura jornalística analisada neste estudo percebe-se, no entanto, maior número de matérias sobre óbitos entre os/as técnicos de enfermagem.

No pano de fundo do trabalho em enfermagem no contexto da pandemia do Coronavírus está a precarização do trabalho, com a generalização da insegurança e da exploração, significando mais trabalho e menos salário.(1414. Melo CM, Mussi FC, Santos TA, Moraes MA. Pandemia da COVID-19: algo de novo no trabalho da enfermeira? Rev Baiana Enferm. 2021;35:1-7.)Estudos revelam que a pandemia intensificou as condições precárias do trabalho em enfermagem já existentes, como subdimensionamento, aumento da sobrecarga laboral, falta ou dificuldades de acesso a equipamentos de proteção individual e de recursos materiais para a assistência, assim como afetou a saúde das trabalhadoras, ampliando o sofrimento mental diante do risco de contaminação, do medo da própria morte e da morte frequente de pacientes, colegas de trabalho e familiares.(1515. Marinho GL, Oliveira BL, Cunha CL, Tavares FG, Paz EP. Nursing in Brazil: socioeconomic analysis with a focus on the racial composition. Rev Bras Enferm. 2022;75(2):1-7.

16. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Observatório de Enfermagem. Profissionais infectados com COVID-19 informado pelos enfermeiros responsáveis técnicos/coordenadores. Brasília (DF): COFEN; 2020 [citado 2020 Maio 18]. Disponível em: http://observatoriodaenfermagem.cofen.gov.br/
http://observatoriodaenfermagem.cofen.go...

17 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Painel Coronavírus. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2022 [citado 2022 Set 15]. Disponível em: https://COVID.saude.gov.br/
https://COVID.saude.gov.br/...

18. Galon T, Navarro VL, Gonçalves AM. Percepções de profissionais de enfermagem sobre suas condições de trabalho e saúde no contexto da pandemia de COVID-19. Rev Bras Saúde Ocupacional. 2022;47:1-9.

19. Gandra EC, Silva KL, Passos HR, Schreck RS. Enfermagem brasileira e a pandemia de COVID-19: desigualdades em evidência. Esc Anna Nery. 2021;25(Spe):1-7.

20. Sabetian G, Moghadami M, Hashemizadeh Fard Haghighi L, Shahriarirad R, Fallahi MJ, Asmarian N, et al. COVID-19 infection among healthcare workers: a cross-sectional study in southwest Iran. Virol J. 2021;18(1):58.

21. Ruiz-Recéndiz MJ, Jiménez-Arroyo V, Huerta-Baltazar MI, Alcántar-Zavala ML, Herrera-Paredes JM, González-Villegas G. Uncertainty about COVID-19 disease among nurses in hospitals in Morelia, Mexico. Sanus. 2021;6:242.
-2222. Vega EA, Antoniolli L, Macedo AB, Pinheiro JM, Dornelles TM, De Souza SB. Riscos de adoecimento ocupacional em profissionais da saúde que atendem pacientes com COVID-19: revisão integrativa. Rev Lat Am Enfermagem. 2021;29:e3455. Review.)

Em dezembro de 2020 o Ministério da Saúde publicou o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19 (PNO), que consta em sua lista de priorização a preservação do funcionamento dos serviços de saúde, elencando os trabalhadores da saúde como uma das populações prioritárias para a imunização.(2323. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência. Protocolo de manejo clínico da COVID-19 na Atenção Especializada. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2020 [citado 2022 Ago 30]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manejo_clinico_covid-19_atencao_especializada.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
,2424. Brasil. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2022 [citado 2022 Ago 30]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/publicacoes-tecnicas/guias-e-planos/plano-nacional-de-operacionalizacao-da-vacinacao-contra-covid-19.pdf/
https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavir...
)Iniciada em 17 de janeiro de 2021, a imunização no Brasil aconteceu após a aprovação, pela Anvisa, do uso emergencial de dois imunizantes: a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, em colaboração com o Instituto Butantan, e o da Astrazeneca/Universidade de Oxford, elaborada em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz. A reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa teve ampla cobertura midiática, sendo transmitida em tempo real em diversos canais de comunicação para todo o país.

A primeira pessoa imunizada no Brasil contra o vírus SARS-CoV-2 foi uma enfermeira negra de 54 anos, que atuou como auxiliar de enfermagem por 26 anos e graduou-se enfermeira aos 47 anos. A escolha de trabalhadoras da enfermagem como sendo as primeiras pessoas a serem vacinadas repetiu-se por todo o país, rendendo cobertura de diversos veículos de comunicação. Este gesto simbólico, associado com a ampla cobertura dos veículos de comunicação, foi recebido por essas trabalhadoras com sentimentos de gratidão, alívio e de reconhecimento pelo trabalho de risco durante a pandemia. Pelas matérias analisadas também se percebe que as técnicas de enfermagem foram as profissionais que mais apareceram nas reportagens como sendo as primeiras pessoas a serem vacinadas em seus respectivos estados e cidades.

O simbolismo do gesto dessas escolhas não é neutro. Enquanto boa parte da população viveu as piores fases9 da pandemia da COVID-19 em casa, os trabalhadores da saúde estavam na linha de frente dos serviços de cuidado. Assim, além de cumprir com o PNO, essas escolhas denotam um movimento por parte dos gestores de apaziguamento da tensão com essas profissionais, uma vez que pela análise da produção noticiosa da mídia, durante o ano de 2020, é possível inferir relação entre as condições precárias de trabalho e o elevado número de óbito entre as trabalhadoras da enfermagem, hipótese que precisa ser testada.

De maio a agosto de 2020 a mídia deu enfoque às trabalhadoras da enfermagem que estavam apresentando a segunda contaminação por COVID-19. Naquele momento dois argumentos prevaleciam no debate público, mas ambos sem evidências científicas. O primeiro, vindo do senso comum, era de que seria possível após a primeira contaminação adquirir imunidade contra a COVID-19. Algumas matérias suscitam a frustração pela nova contaminação e o medo de novas possibilidades, que mais tarde foram comprovadas pelo surgimento de diferentes variantes do vírus SARS-CoV-2.

O segundo, vindo do governo federal, expressamente do presidente da República, era a ideia de que após 70% da população ter sido contaminada pelo vírus SARS-CoV-2 se alcançaria a “imunidade de rebanho”. Tal argumento, negado por sanitaristas e epidemiologistas, reforçava a ideia de que o afastamento social, medida cientificamente provada como eficaz diante da ausência de vacinas e/ou tratamento curativo para a COVID-19, prejudicava a economia do país.(2525. Campos GW. O pesadelo macabro da COVID-19 no Brasil: entre negacionismos e desvarios. Trab Educ Saúde. 2020;18(3):e00279111.)Este argumento também foi negado por economistas, que defendiam para aquele momento uma recessão econômica inevitável, ou seja, a redução do consumo e da produção em favor do afastamento social como medida de saúde pública.(2626. Souza FE. Brazil. Panem et circenses: a propósito da macroeconomia da pandemia. J Polit Econ. 2021;41(2):236-56.)

Apesar do modo errante e anticientífico da condução de toda a pandemia da COVID-19 pelo presidente da República e Ministério da Saúde,(2525. Campos GW. O pesadelo macabro da COVID-19 no Brasil: entre negacionismos e desvarios. Trab Educ Saúde. 2020;18(3):e00279111.)a população brasileira aguardava com expectativa a imunização. Contudo, entre fevereiro e junho de 2021 o objeto das matérias sobre o trabalho em enfermagem passou a ter denúncias e suspeitas contra as técnicas de enfermagem que atuavam na linha de frente da vacinação, apontando que algumas dessas profissionais estavam falseando a vacinação, sobretudo em idosos. Para sanar a desconfiança no trabalho dessas profissionais, o Cofen sugeriu mudança de atitude da população, incentivando a denúncia, e das profissionais no procedimento de imunização, devendo mostrar para o cidadão a seringa com o imunobiológico antes da aplicação e, após, a seringa vazia.(2727. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Falsa aplicação de vacina: COFEN orienta como evitar e denunciar crime. Brasília (DF): COFEN; 2022 [citado 2022 Ago 30]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/falsa-aplicacao-de-vacina-conselho-de-enfermagem-orienta-como-evitar-e-denunciar-crime_85659.html
http://www.cofen.gov.br/falsa-aplicacao-...
)

Novos estudos precisam ser realizados para investigar se há associação entre os achados dessa pesquisa e a mortalidade dessas trabalhadoras no Brasil. Observou-se também o papel da mídia e seus desdobramentos, a exemplo da utilização pelas trabalhadoras da enfermagem desse destaque para fortalecer o debate de pautas políticas, uma vez que este campo de trabalho se torna agenda de discussões sociais e políticas apenas em cenários de catástrofes e emergências em saúde. Este cenário colaborou como força motriz para a aprovação da Emenda Constitucional n. 11/2022 e a promulgação da Lei n. 14.434/2022, que trata do piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira.

Conclusão

A pandemia da COVID-19 no Brasil trouxe o trabalho e as trabalhadoras da enfermagem para o centro de debate jornalístico. Não há na história recente do Brasil outro período em que se registrem cobertura e produção jornalísticas envolvendo o campo de trabalho da enfermagem nas dimensões aqui analisadas. Observou-se que o tempo e a dinâmica epidemiológica da pandemia da COVID-19 fizeram variar os temas e a frequência das publicações jornalísticas sobre o trabalho em enfermagem. No período analisado neste estudo, aproximadamente 60% das publicações ocorreram em 2020, com destaque para o mês de maio, vinculadas a dois fatores: 1) a mortalidade das trabalhadoras da enfermagem; e 2) a comemoração pelo dia da enfermeira, 12 de maio, e pelo dia dos técnicos e auxiliares de enfermagem, 20 de maio, articuladas naquele momento histórico às manifestações espontâneas de apoio e agradecimento pelo trabalho, sob forma de aplausos, e pela campanha Nurse Now. Metade das categorias de análise, respectivamente, Óbito entre as trabalhadoras, Condições Precárias de Trabalho e Contaminação das Trabalhadoras relacionam-se diretamente com a precarização do trabalho em enfermagem.

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Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Alexandre Pazetto Balsanelli (https://orcid.org/0000-0003-3757-1061) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Ago 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    8 Dez 2022
  • Aceito
    16 Maio 2023
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