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Métodos para vigilância de infecção do sítio cirúrgico pós-alta: revisão integrativa

Post-discharge surveillance methods for infection of the surgical site: integrative review

Métodos para control de infecciones del sitio quirúrgico posterior al alta: revisión integradora

Resumo

Objetivo

Identificar os métodos utilizados na vigilância de infecção do sítio cirúrgico pós-alta hospitalar.

Métodos

Revisão integrativa, realizada nas bases de dados PubMed, Cinahl, Lilacs, Embase e Web of Science, com estudos publicados até julho de 2022, utilizando os descritores controlados: Infecção da Ferida Cirúrgica, Vigilância, Alta do Paciente, Controle de Infecções e Profissionais Controladores de Infecções. Foram identificados 2.054 títulos relevantes e destes 17 foram selecionados. Utilizou-se análise descritiva e síntese do conhecimento produzido em cada estudo.

Resultados

Dos 17 estudos selecionados, dez foram encontrados na base de dados Pubmed, três na Cinahl e Embase e um na Lilacs. Todos foram publicados na língua inglesa e em periódicos internacionais de localidades diversas. Quanto aos métodos de vigilância utilizados para identificar a infecção do sítio cirúrgico após a alta hospitalar nove estudos usaram chamadas telefônicas, seis utilizaram revisão de prontuários, quatro usaram vigilância prospectiva e acompanhamento ambulatorial, e, outros realizaram avaliação clínica, consulta ao banco de dados do seguro de saúde, comunicação virtual, programa de vigilância ativa e tecnologia de smartphone. A maioria (64,7%) dos estudos selecionados utilizaram mais de um método de vigilância.

Conclusão

Os principais métodos identificados para a vigilância da infecção do sítio cirúrgico pós-alta foram chamadas telefônicas, revisão de prontuários, vigilância prospectiva e acompanhamento ambulatorial, sendo a combinação dos métodos uma estratégia comumente utilizada.

Infecção da ferida cirúrgica; Vigilância; Alta do paciente; Controle de infecções; Profissionais controladores de infecções

Resumen

Objetivo

Identificar los métodos utilizados en el control de infecciones del sitio quirúrgico posterior al alta hospitalaria.

Métodos

Revisión integradora, realizada en las bases de datos PubMed, Cinahl, Lilacs, Embase y Web of Science, con estudios publicados hasta julio de 2022, utilizando los descriptores controlados: Infección de la Herida Quirúrgica, Control, Alta del Paciente, Control de Infecciones y Profesionales Controladores de Infecciones. Se identificaron 2.054 títulos relevantes, de los cuales se seleccionaron 17. Se utilizó un análisis descriptivo y síntesis del conocimiento producido en cada estudio.

Resultados

De los 17 estudios seleccionados, diez fueron encontrados en la base de datos Pubmed, tres en Cinahl y Embase y uno en Lilacs. Todos fueron publicados en idioma inglés y en periódicos internacionales de distintos lugares. Con relación a los métodos de control utilizados para identificar infecciones del sitio quirúrgico después del alta hospitalaria, nueve estudios usaron llamadas telefónicas, seis utilizaron revisión de historias clínicas, cuatro usaron control prospectivo y seguimiento ambulatorio y otros realizaron evaluación clínica, consulta al banco de datos del seguro médico, comunicación virtual, programa de control activo y tecnología de smartphone. La mayoría (64,7 %) de los estudios seleccionados utilizó más de un método de control.

Conclusión

Los principales métodos identificados para el control de infecciones del sitio quirúrgico posterior al alta fueron llamadas telefónicas, revisión de historias clínicas, control prospectivo y seguimiento ambulatorio, y la combinación de los métodos fue una estrategia comúnmente utilizada.

Infección de la herida quirúrgica; Vigilancia; Alta del paciente; Control de Infecciones; Profesionales para control de infecciones

Abstract

Objective

To identify post hospital discharge surveillance methods used in infection of the surgical wound.

Methods

Integrative review carried out in the PubMed, Cinahl, Lilacs, Embase, and Web of Science databases with studies published until July 2022, using controlled descriptors: Surgical Wound Infection, Surveillance, Patient Discharge, Infections Control, and Infection Control Practitioners. We identified 2,054 relevant records, and from that, we selected 17 studies. We used descriptive analysis and knowledge synthesis in each study.

Results

From the 17 selected studies, we found ten in the Pubmed database, three from Cinahl and Embase, and one from Lilacs. All of them published in English and international journals from different locations. Regarding the surveillance methods used to identify infection in the surgical wound post-hospital discharge, nine studies used telephone calls, six used medical records, four used prospective surveillance and outpatient follow-up, and others carried out a clinical evaluation, consultation of the health insurance database, virtual communication, active surveillance program, and smartphone technology. The majority (64.7%) of the selected studies used more than one surveillance method.

Conclusion

The main methods identified for infection surveillance of the surgical wound post-discharge were telephone calls, review of medical records, prospective surveillance, and outpatient follow-up, being the combination of methods a commonly used strategy.

Surgical wound infection; Surveillance; Patient discharge; Infection control; Infection control practitioners

Introdução

A infecção do sítio cirúrgico (ISC), considerada um indicador de qualidade dos serviços de saúde, é uma das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) mais comum no pós-operatório.(11. Chungsiriwattana W, Sangkhathat S, Kongkamol C, Suwalak N, Phainuphong P, et al. Decreasing trend of surgical site infections among surgical patients in a University Hospital in Thailand after an Active Surveillance Program. Surg Infect (Larchmt). 2019;20(5):382-9.)

Esse tipo de infecção acomete cerca de 5 a 20% dos pacientes submetidos a um procedimento anestésico-cirúrgico,(22. National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE). Surgical site infections: prevention and treatment. United Kingdom: NICE; 2019 [cited 2021 Apr 20]. Available from: https://www.nice.org.uk/guidance/ng125/resources/surgical-site-infections-prevention-and-treatment-pdf-66141660564421
https://www.nice.org.uk/guidance/ng125/r...
) e apresenta um impacto significativo na morbidade, mortalidade e segurança do paciente, uma vez que pacientes com ISC são 2 vezes mais propensos a mortalidade e 5 vezes mais propensos a readmissão hospitalar, quando comparados a pacientes sem ISC.(33. Broman KK, Gaskill CE, Faqih A, Feng M, Phillips SE, Lober WB, et al. Evaluation of wound photography for remote postoperative assessment of surgical site infections. JAMA Surg. 2019;154(2):117-24.)

A vigilância pós-alta, considerada uma ferramenta de monitoramento ativo de ISC permite melhorar a qualidade do atendimento oferecido, auxiliar na prevenção de danos fisícos e emocionais ao paciente, reduzir os custos de tratamento, de readmissão hospitalar, e consequentemente da incidência de ISC.(44. Pagamisse AF, Tanner J, Poveda VB. Post-discharge surveillance of surgical site infections in teaching hospitals in Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:e03542.)

Os métodos para vigilância pós-alta variam, incluindo revisão de registros/prontuários médicos; registros de admissão e readmissão dos pacientes; resultados de exames laboratoriais; vigilância por carta, e-mail e telefone, dentre outros.(44. Pagamisse AF, Tanner J, Poveda VB. Post-discharge surveillance of surgical site infections in teaching hospitals in Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:e03542.)

As taxas de ISC aumentam com a adoção de estratégias de vigilância pós-alta, uma vez que a ausência do seguimento do paciente após a alta hospitalar gera subnotificação dos casos e, consequentemente, a subestimação da real incidência, do impacto e da relevância da ISC.(55. Costa EA, Moreira LL, Gusmão ME. Incidence of infection of surgical site in hospital day: cohort of 74,213 patients monitored. Rev SOBECC. 2019;24(4):211-6.)

Revisão sistemática realizada com o objetivo de identificar a prevalência de ISC em pacientes submetidos a cirurgias eletivas limpas e contaminadas na África, Ásia, América Latina e China identificou uma prevalência de ISC de 6%, que aumentou para 15% após a vigilância pós-alta.(66. Curcio D, Cane A, Fernández F, Correa J. Surgical site infection in elective clean and clean-contaminated surgeries in developing countries. Int J Infect Dis. 2019;80:34-45.) Na Itália 161 (1,13%) casos de ISC foram identificados, sendo 66 (41%) durante a internação e 95 (59%) após a alta.(77. Gagliotti C, Buttazzi R, Ricciardi A, Ricchizzi E, Lanciotti G, Moro ML. Use of health databases to deal with underreporting of surgical site infections due to suboptimal post-discharge follow-up. J Hosp Infect. 2020;104(2):239-42.) Pesquisa realizada em Gana verificou uma incidência de ISC de 10%, que aumentou para 49% após a alta do paciente, mostrando a viabilidade da vigilância pós-alta.(88. Bediako-Bowan A, Owusu E, Debrah S, Kjerulf A, Newman MJ, Kurtzhals JA, et al. Surveillance of surgical site infection in a teaching hospital in Ghana: a prospective cohort study. J Hosp Infect. 2020;104(3):321-7.) Já no Brasil, estudo com pacientes submetidos a cirurgias cardíacas verificou que 52 (18,6%) pacientes foram diagnosticados com ISC e destes 20 (38,5%) foram após a alta hospitalar.(99. Braz NJ, Evangelista SS, Evangelista SS, Garbaccio JL, Oliveira AC. Infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas: uma análise do perfil epidemiológico. Rev Enfermagem Centro-Oeste Mineiro. 2018;8:e1793.)

Assim, a vigilância pós-alta se torna uma estratégia necessária ao considerar que 12 a 84% das ISC são diagnosticadas após a alta(1010. Martins T, Amante LN, Virtuoso JF, Sell BT, Wechi JS, Senna CV. Risk factors for surgical site infections in potentially contaminated surgeries. Texto Contexto Enferm. 2018;27(3):e2790016.) e que essas infecções são consideradas um problema de saúde pública de grande magnitude, com taxas alarmantes para os serviços de saúde. Entretanto, para sua implementação é necessário que a equipe perioperatória tenha conhecimento e se aproprie de métodos de vigilância seguros e eficazes. Frente a isso, o objetivo desse estudo foi identificar os métodos utilizados na vigilância de Infecção do Sítio Cirúrgico pós-alta hospitalar.

Métodos

Revisão integrativa de literatura conduzida nas seguintes etapas: construção da questão de pesquisa; busca dos estudos; extração de dados; avaliação dos estudos incluídos na amostra; análise e síntese dos resultados e apresentação da revisão.(1111. Mendes KD, Silveira RC, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm. 2008;17(4):758-64.) Ressalta-se que o estudo foi norteado pelas diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).(1212. Page MJ, McKenzie JE, Bossuyt PM, Boutron I, Hoffmann TC, Mulrow CD, et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. BMJ 2021;372:n71.)

A questão da pesquisa foi assim construída: quais os métodos de vigilância utilizados para identificar a Infecção de Sítio Cirúrgico após a alta hospitalar?

A busca dos estudos primários foi realizada nas bases de dados US National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Excerpta Medica (EMBASE) e Web of Science. Os descritores utilizados na busca foram: Infecção da Ferida Cirúrgica, Vigilância, Alta do Paciente, Controle de Infecções e Profissionais Controladores de Infecções. Combinou-se os descritores com seus sinônimos, usando os operadores booleanos OR e AND, ampliando-se assim a busca pelos estudos.

A busca foi realizada por dois revisores enfermeiros, doutores, de modo independente. Estudos que descrevessem métodos utilizados na vigilância de Infecção do Sítio Cirúrgico pós-alta hospitalar, publicados até julho de 2022, nos idiomas português, espanhol e inglês foram os critérios de inclusão dos estudos primários delimitados para a revisão integrativa, enquanto os de exclusão se constituíram em editorial, carta resposta, estudos de revisão narrativa de literatura/revisão tradicional, dissertação, tese e métodos de revisão.

A extração dos dados dos estudos selecionados seguiu a sequência: autores, título, país, ano, idioma, objetivo, tipo de estudo, amostra e métodos de vigilância. Os resultados foram analisados e sintetizados de forma descritiva.

Resultados

Foram identificados 2.054 títulos relevantes, 1.197 na Embase, 391 na PubMed, 206 na Cinahl, 159 na Lilacs e 98 na Web of Science. Após eliminar os títulos duplicados e descartar os artigos que não atendiam aos critérios de exclusão pela leitura dos títulos e resumos, restaram 23 artigos cujos textos completos foram lidos, sendo ainda eliminados mais seis estudos após a leitura. Por fim, foram selecionados 17 estudos para compor a amostra da revisão (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos artigos

Dos 17 estudos selecionados nesta revisão integrativa, dez (58,8%) foram encontrados na base de dados Pubmed e três (17,7%) na CINAHL e Embase e um (5,8%) na Lilacs. Todos os estudos foram publicados na língua inglesa e quanto aos periódicos todos são internacionais, de localidades diversas. Quanto aos métodos de vigilância utilizados para identificar a ISC após a alta hospitalar, todos os estudos descreveram que os métodos foram eficientes. Nove estudos usaram chamadas telefônicas, seis utilizaram revisão de prontuários, quatro estudos usaram vigilância prospectiva (monitoramento dos pacientes) e acompanhamento ambulatorial, um usou avaliação clínica, um consulta ao banco de dados do seguro de saúde, um utilizou comunicação virtual com fotos da incisão cirúrgica e/ou videoconferência, um utilizou um programa de vigilância ativa e outro fez uso de tecnologia de smartphone para acompanhar a incisão cirúrgica por meio de imagens digitais. Ressalta-se que onze (64,7%) dos dezessete estudos selecionados utilizaram mais de um método de vigilância. A caracterização dos artigos selecionados está apresentada no quadro 1.

Quadro 1
Caracterização dos artigos selecionados (autores/título, país/ano/idioma, objetivo, tipo de estudo/amostra, métodos de vigilância)

Discussão

Os achados deste estudo apontam que os métodos preferenciais para a vigilância pós-alta das ISCs foram: chamadas telefônicas, revisão de prontuários, vigilância prospectiva e acompanhamento ambulatorial.

Em alguns estudos analisados,(44. Pagamisse AF, Tanner J, Poveda VB. Post-discharge surveillance of surgical site infections in teaching hospitals in Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:e03542.,1313. Sandy-Hodgetts K, Norman R, Edmondston S, Haywood Z, Davies L, Hulsdunk K, et al. A non-randomised pragmatic trial for the early detection and prevention of surgical wound complications using an advanced hydropolymer wound dressing and smartphone technology: the EDISON trial protocol. Int Wound J. 2022;19(8):2174-82.,1515. Shah M, Douglas J, Carey R, Daftari M, Smink T, Paisley A, et al. Reducing ER visits and readmissions after head and neck surgery through a phone-based quality improvement program. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2021;130(1):24-31.

16. Abu-Sheasha GA, Bedwani RN, Anwar MM, Yassine OG. Cost-effectiveness analysis of three methods of surgical-site infection surveillance: Less is more. Am J Infect Control. 2020;48(10):1220-4.

17. Manivannan B, Gowda D, Bulagonda P, Rao A, Raman SS, Natarajan SV. Surveillance, auditing, and feedback can reduce surgical site infection dramatically: toward zero surgical site infection. Surg Infect (Larchmt). 2018;19(3):313-20.
-1818. Forrester JA, Koritsanszky L, Parsons BD, Hailu M, Amenu D, Alemu S, et al. Development of a Surgical Infection Surveillance Program at a Tertiary Hospital in Ethiopia: lessons learned from two surveillance strategies. Surg Infect (Larchmt). 2018;19(1):25-32.,2020. Ashraf I, Mohib Y, Hasan O, Malik A, Ahmad K, Noordin S. Surgical site infection surveillance following total knee arthroplasty: Tertiary care hospital experience. Ann Med Surg (Lond). 2018;31:14-6.,2222. Benenson S, Moses AE, Cohen MJ, Brezis M, Minster N, Schwartz C, et al. A practical tool for surveillance of surgical-site infections: a 5-year experience in orthopedic surgeries. Infect Control Hosp Epidemiol. 2017;38(5):610-3.

23. Guerra J, Isnard M, Guichon C. Postdischarge surveillance of surgical site infections using telephone calls and a follow-up card in a resource-limited setting. J Hosp Infect. 2017;96(1):16-9.
-2424. Nguhuni B, De Nardo P, Gentilotti E, Chaula Z, Damian C, Mencarini P, et al. Reliability and validity of using telephone calls for post-discharge surveillance of surgical site infection following caesarean section at a tertiary hospital in Tanzania. Antimicrob Resist Infect Control. 2017;6:43.,2828. Guerra J, Guichon C, Isnard M, So S, Chan S, Couraud S, et al. Active prospective surveillance study with post-discharge surveillance of surgical site infections in Cambodia. J Infect Public Health. 2015;8(3):298-301.)evidenciou-se que os métodos para vigilância das ISCs foram combinados entre si; ressalta-se que esta combinação é aceitável, no entanto, os critérios diagnósticos do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) para definição da ISC devem ser adotados.(2929. Centers For Disease Control and Prevention (CDC). Surgical Site Infection Event (SSI). Procedure-associated Module. January 2023. Atlanta: CDC; 2021 [cited 2021 May 27]. Available from: https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/9pscssicurrent.pdf
https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/...
)

Recomenda-se que a vigilância da ISC seja realizada de forma retrospectiva ou prospectiva pela equipe do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH); seja no prontuário do paciente ou baseada nos resultados laboratoriais ou nas pistas contidas na prescrição do antimicrobiano; no entanto, o método de vigilância adotado deve estar de acordo com a realidade institucional, uma vez que pode apresentar limitações e impactar na interpretação das taxas e indicadores, qualidade assistencial e aumento de custos.(2929. Centers For Disease Control and Prevention (CDC). Surgical Site Infection Event (SSI). Procedure-associated Module. January 2023. Atlanta: CDC; 2021 [cited 2021 May 27]. Available from: https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/9pscssicurrent.pdf
https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/...
,3030. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília (DF): ANVISA; 2017 [citado 2021 Maio 27]. Disponível em: http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=pCiWUy84%2BR0%3D
http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico...
)

Em hospitais universitários brasileiros a vigilância por telefone consiste no principal método utilizado, sendo os enfermeiros os principais profissionais envolvidos com as ações de vigilância das ISCs.(44. Pagamisse AF, Tanner J, Poveda VB. Post-discharge surveillance of surgical site infections in teaching hospitals in Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2020;54:e03542.) Estudo que avaliou a relação custo-benefício de três métodos distintos de vigilância de ISC, evidenciou que a vigilância por telefone consiste em um método econômico, eficaz, confiável e com alta sensibilidade e especificidade para a detecção de ISC pós-alta.(1616. Abu-Sheasha GA, Bedwani RN, Anwar MM, Yassine OG. Cost-effectiveness analysis of three methods of surgical-site infection surveillance: Less is more. Am J Infect Control. 2020;48(10):1220-4.)

As chamadas telefônicas são estratégias positivas no acompanhamento de pacientes no pós-operatório imediato, na redução significativa de visitas ao pronto-socorro e melhor satisfação do paciente, o que contribui para diminuir a pressão sobre o sistema de saúde e melhorar a qualidade da assistência ao paciente.(1515. Shah M, Douglas J, Carey R, Daftari M, Smink T, Paisley A, et al. Reducing ER visits and readmissions after head and neck surgery through a phone-based quality improvement program. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2021;130(1):24-31.)

Um dos estudos selecionados nesta revisão evidenciou que a revisão de prontuários médicos para identificar as ISCs durante a hospitalização não foi eficaz, no entanto, o uso de um cartão de acompanhamento com telefonemas para vigilância pós-alta foi efetivo alcançando taxa de contato geral de 87%.(2323. Guerra J, Isnard M, Guichon C. Postdischarge surveillance of surgical site infections using telephone calls and a follow-up card in a resource-limited setting. J Hosp Infect. 2017;96(1):16-9.)

Um comparativo envolvendo a utilização de dois métodos de vigilância de ISC - acompanhamento direto do paciente internado e revisão de prontuários pós-alta demonstrou que a revisão de prontuários de forma isolada não reflete com precisão as complicações pós-operatórias devido a inconsistência dos registros.(1818. Forrester JA, Koritsanszky L, Parsons BD, Hailu M, Amenu D, Alemu S, et al. Development of a Surgical Infection Surveillance Program at a Tertiary Hospital in Ethiopia: lessons learned from two surveillance strategies. Surg Infect (Larchmt). 2018;19(1):25-32.)

Apesar das limitações atribuídas à vigilância por meio de prontuários, outros autores observaram que o impacto da vigilância pela revisão de prontuários representou um acréscimo de mais de 38,4% das ISC em cirurgias cardíacas, comparado àquela realizada por pistas (resultados de exames laboratoriais, culturas positivas, prescrição de antimicrobianos ou contato direto com os profissionais).(99. Braz NJ, Evangelista SS, Evangelista SS, Garbaccio JL, Oliveira AC. Infecção do sítio cirúrgico em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas: uma análise do perfil epidemiológico. Rev Enfermagem Centro-Oeste Mineiro. 2018;8:e1793.)

Um programa de vigilância ativa, baseado em dados do paciente, do procedimento cirúrgico e dados do laboratório de microbiologia com monitoramento contínuo pelos profissionais de controle de infecção associado a implementação de medidas para prevenção de ISC foi eficaz em diminuir as taxas de ISC ao longo de quatorze anos de vigilância, demonstrando que a vigilância das ISCs é fundamental para avaliar o impacto da implementação de medidas preventivas nas instituições de saúde.(1414. Bataille C, Venier AG, Caire F, Salle H, Le Guyader A, Pesteil F, et al. Benefits of a 14-year surgical site infections active surveillance programme in a French teaching hospital. J Hosp Infect. 2021;117:65-73.)

O acompanhamento do paciente no período pós-operatório por meio do retorno ambulatorial tem-se mostrado uma estratégia eficiente, com bom índice de retorno, pois um profissional de saúde realiza a avaliação do sítio cirúrgico e os dados colhidos são mais consistentes.(3131. Stadler DV, Zanardo RR, Paulino GM, Sonobe HM, Giordani AT. Métodos de vigilância ativa de infecção de sítio cirúrgico: evidências de potencialidades e fragilidades. Rev Gestão Saúde. 2016;7(Supl.):993-1010.,3232. Mozel CO, Cividini FR. O enfermeiro na vigilância pós-alta hospitalar para rastreamento de Infecção de Sítio Cirúrgico: uma revisão bibliográfica. Rev Contribuciones Ciencias Sociales. 2020;10:22.) Entretanto, o acompanhamento ambulatorial tende a ser um método mais oneroso ao serviço de saúde.(1616. Abu-Sheasha GA, Bedwani RN, Anwar MM, Yassine OG. Cost-effectiveness analysis of three methods of surgical-site infection surveillance: Less is more. Am J Infect Control. 2020;48(10):1220-4.)

As taxas de ISC podem variar de 1% a 5% no mês seguinte à cirurgia, desse modo, recomenda-se que a vigilância pós-alta seja realizada em até 90 dias, dependendo do procedimento cirúrgico, por meio de contato com o paciente, seja por ligação telefônica ou acompanhamento ambulatorial, a fim de identificar precocemente a ISC.(2929. Centers For Disease Control and Prevention (CDC). Surgical Site Infection Event (SSI). Procedure-associated Module. January 2023. Atlanta: CDC; 2021 [cited 2021 May 27]. Available from: https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/9pscssicurrent.pdf
https://www.cdc.gov/nhsn/pdfs/pscmanual/...
,3030. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília (DF): ANVISA; 2017 [citado 2021 Maio 27]. Disponível em: http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=pCiWUy84%2BR0%3D
http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico...
,3333. Liu Z, Dumville JC, Norman G, Westby MJ, Blazeby J, McFarlane E, et al. Intraoperative interventions for preventing surgical site infection: an overview of Cochrane Reviews. Cochrane Database Syst Rev. 2018;2(2):CD012653. Review.) Estudo em seis hospitais iranianos evidenciou que 76,24% das ISCs ocorreram após a alta, entre os quais 45,54% ocorreram dentro de 31 dias após o procedimento cirúrgico ortopédico e 17,82% das ISCs foram detectadas dentro de 90 dias a um ano após a cirurgia.(3434. Taherpour N, Mehrabi Y, Seifi A, Eshrati B, Hashemi Nazari SS. Epidemiologic characteristics of orthopedic surgical site infections and under-reporting estimation of registries using capture-recapture analysis. BMC Infect Dis. 2021;21(1):3.) Outro estudo evidenciou que todos os casos de ISC foram diagnosticados na vigilância pós-alta, principalmente no retorno ambulatorial, entre 8º e 11º dia pós-operatório.(3535. Machado EA, Dutra BK, Hayashida M, Galvão CM. Ocorrência e fatores associados para infecção de sítio cirúrgico em colecistectomia videolaparoscópica. Rev Rene. 2019;20:e40718.)

Tendo em vista a fragilidade dos métodos convencionais para a vigilância de infecções, desponta a utilização da telessaúde definida como “o uso de telecomunicações e tecnologia da informação para fornecer acesso à avaliação de saúde, diagnóstico, intervenção, consulta, supervisão e informação à distância”.(3636. Khan ZH, Siddique A, Lee CW. Robotics for healthcare digitalization in global COVID-19 management. Int J Environ Res Public Health. 2020 May 28;17(11):3819.)Consiste em um elemento importante nos sistemas de saúde para estender o alcance ou o impacto dos profissionais de controle de infecção, e ainda é um recurso capaz de aumentar a acessibilidade dos pacientes por meio de visitas virtuais de profissionais da saúde. Nesse cenário, destaca-se a prevenção e controle virtual de infecções que embora incipiente está se tornando uma estratégia viável, aplicável em configurações com recursos limitados, pois permite comunicação rápida e geograficamente remota, além disso pode ser integrada à telessaúde.(3737. Jones T, Marimuthu K, Bearman G. Virtual infection prevention and control in low- and middle-income countries. Int J Infect Dis. 2022;117:93-6. Review.)

A acessibilidade e simplicidade de uso de um smartphone demonstram sua utilidade associada ao cuidado de pacientes no pós-operatório e seu potencial para reduzir as readmissões hospitalares especialmente daquelas infecções que podem ser gerenciadas no ambiente de cuidado domiciliar.(1313. Sandy-Hodgetts K, Norman R, Edmondston S, Haywood Z, Davies L, Hulsdunk K, et al. A non-randomised pragmatic trial for the early detection and prevention of surgical wound complications using an advanced hydropolymer wound dressing and smartphone technology: the EDISON trial protocol. Int Wound J. 2022;19(8):2174-82.,1515. Shah M, Douglas J, Carey R, Daftari M, Smink T, Paisley A, et al. Reducing ER visits and readmissions after head and neck surgery through a phone-based quality improvement program. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2021;130(1):24-31.)

Nesse cenário, outro método que demonstra resultados promissores para a vigilância das infecções, em comparação aos métodos convencionais consiste na utilização de métodos semiautomatizados, os quais fornecem resultados de alta qualidade proporcionando aumento da confiabilidade, eficiência e padronização das práticas de vigilância, além de diminuir a carga de trabalho associada dos profissionais controladores de infecções.(1414. Bataille C, Venier AG, Caire F, Salle H, Le Guyader A, Pesteil F, et al. Benefits of a 14-year surgical site infections active surveillance programme in a French teaching hospital. J Hosp Infect. 2021;117:65-73.,1818. Forrester JA, Koritsanszky L, Parsons BD, Hailu M, Amenu D, Alemu S, et al. Development of a Surgical Infection Surveillance Program at a Tertiary Hospital in Ethiopia: lessons learned from two surveillance strategies. Surg Infect (Larchmt). 2018;19(1):25-32.,2121. Cho SY, Chung DR, Choi JR, Kim DM, Kim SH, Huh K, et al. Validation of semiautomated surgical site infection surveillance using electronic screening algorithms in 38 surgery categories. Infect Control Hosp Epidemiol. 2018;39(8):931-5.)

A vigilância epidemiológica das ISCs contribui para a detecção oportuna das infecções, auxilia na prevenção dos casos perdidos, subestimação dos registros, além de consistir em importante medida para a prevenção das infecções.(3434. Taherpour N, Mehrabi Y, Seifi A, Eshrati B, Hashemi Nazari SS. Epidemiologic characteristics of orthopedic surgical site infections and under-reporting estimation of registries using capture-recapture analysis. BMC Infect Dis. 2021;21(1):3.,3838. Vicentini C, Dalmasso P, Politano G, Furmenti MF, Quattrocolo F, Zotti CM. Surgical site infections in italy, 2009–2015: incidence, trends, and impact of surveillance duration on infection risk. Surg Infect. 2019;20(6):504-9.)

Por fim, ainda, acrescenta-se que um programa de vigilância de ISC eficiente está associado a uma diminuição significativa da incidência de ISC.(1414. Bataille C, Venier AG, Caire F, Salle H, Le Guyader A, Pesteil F, et al. Benefits of a 14-year surgical site infections active surveillance programme in a French teaching hospital. J Hosp Infect. 2021;117:65-73.)

Como limitação foi evidenciado durante a busca nas bases de dados uma grande quantidade de artigos, porém com temas divergentes à questão de pesquisa do estudo. Isto pode ser relacionado a inexistência do descritor controlado “métodos de vigilância” e também ao crescente número de publicações referentes a infecção por COVID-19 que incrementou significativamente o número de publicações nas bases de dados.

É importante notar que nenhuma investigação da amostra do presente estudo avaliou a vigilância no retorno ambulatorial de forma isolada, considerado por alguns autores como um método eficiente.

Conclusão

Os métodos preferenciais para a vigilância das ISCs pós-alta identificados nesta revisão integrativa compreenderam: chamadas telefônicas, revisão de prontuários, vigilância prospectiva e acompanhamento ambulatorial, sendo a combinação dos métodos uma estratégia comumente utilizada. Os achados deste estudo permitem reunir evidências científicas para orientar as equipes dos serviços de controle de infecção hospitalar quanto aos métodos utilizados para a vigilância pós-alta das ISCs, a fim de subsidiar as tomadas de decisões quanto a escolha do melhor método de vigilância alinhado à realidade institucional. Diante disso, se faz necessário que as instituições de saúde se apropriem de métodos de vigilância seguros e eficazes para monitorar as taxas de infecção, auxiliar na detecção precoce das ISCs e consequentemente prevenir a ocorrência das ISCs.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de produtividade em pesquisa (PQ nº 307468/2021-6) concedida à pesquisadora M.H.B.

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Editado por

Editor Associado (Avaliação pelos pares): Marcia Barbieri (https://orcid.org/0000-0002-4662-1983) Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Maio 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    13 Set 2021
  • Aceito
    19 Dez 2022
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