Indicadores da participação feminina em Ciência e Tecnologia

Indicators of women participation in Brazilian Science and Technology

Resumos

Este trabalho tem por objetivo analisar a questão do gênero no setor de ciência e tecnologia nacional e examinar a situação das docentes que pertencem à comunidade científica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O estudo baseou-se em teorias sobre as questões do gênero na ciência e da participação feminina. Para a coleta de dados, utilizou-se o Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil/CNPq. Para aprofundamento da realidade das mulheres na UFSCar, realizou-se um levantamento adicional nos sites da instituição e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Conforme revelam os dados do Diretório, em 1995, a participação feminina alcançou 39% dos cientistas e, em 2004, passou para 47%. Na UFSCar, as mulheres representam 39,3% dos docentes, ocupam 1/3 dos postos de comando e entre os discentes superam 55% dos estudantes. Destaca-se que ainda falta um caminho a percorrer para igualarem-se aos pesquisadores nos postos acadêmicos e áreas do conhecimento mais prestigiadas. Utilizar o potencial feminino é estratégico para avançar cientificamente.

Ciência e Tecnologia; indicadores de C&T; participação feminina; produção científica

Nowadays, in Brazil, the role of women in science is a reality, but it is still essential to develop studies on their roles in academia. This work evaluates the gender situation in science and technology, focusing on the Federal University of São Carlos (UFSCar), in the state of São Paulo, Brazil, as a case study. Data about the female insertion in research groups in Brazil were collected using the Directory of Research Groups in Brazil published by the CNPq (the National Counsel for Scientific and Technological Development). The UFSCar situation was closely examined using the institutional website and also the site of the Brazilian Institute of Information in Science and Technology (IBICT). It is supposed that, in Brazil, women working in science will soon represent the major group. It should be mentioned that, according to the above mentioned Directory data, women were 39% of the scientists in 1995 and this percentage increased to 47% in 2004. Taking into account the situation at UFSCar, it can be said that women are 39.3% of the academic staff, occupy 1/3 of the command positions, and constitute 55% of the students. However, there are still room for increments of women participation in highly reputed academic positions and research areas. The full release of female potential is strategic for further advancements in science. The Brazilian scene must be better evaluated by investigating the women participation in other universities and research centers.

Science and Technology; S&T indicators; women participation; scientific production

• ABÓS, A. Ciencias de mujer. In: CONGRESO IBEROAME-RICANO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA Y GÊNERO. 6., 2006, Zaragoza. Anais... Zaragoza: Prensas Universitárias, 2006.
• BAGDASSARIAN, E.C. Paridad en el sistema CyT desde el punto de vista de las jóvenes investigadoras y tecnólogas afecta tener hijos y hijas? In: VI CONGRESO IBEROAMERICANO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA Y GÊNERO. 6., 2006, Zaragoza. Anais... Zaragoza: Prensas Universitárias, 2006. p.53-54.
• BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). 2006a. A ciência brasileira descobre a competência feminina: espinhos. Disponível em: <http://ftp.mct.gov.br/especial/mulher1.htm>. Acesso em: 20 mar. 2006.
• BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). 2006b. A ciência brasileira descobre a competência feminina: Glaci Zancan. Disponível em: <http://ftp.mct.gov.br/especial/mulher4.htm>. Acesso em: 20 mar. 2006.
• BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A ciência brasileira descobre a competência feminina: jovem cientista. 2006c. Disponível em: <http://ftp.mct.gov.br/especial/mulher3.htm>. Acesso em: 20 mar. 2006.
• CABRAL, C.G. O conhecimento dialogicamente situado: histórias de vida, valores humanistas e consciência crítica de professoras do Centro Tecnológico da UFSC. 2006. Tese (Doutorado em Educação Científica e Tecnológica) - Programa de Pós-Gra-duação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.
• CABRERO, R.C. et al. Questão do gênero no setor científico nacional In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE LEITURA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 2, 2006, Salvador. Leitura e Formação de Professores. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2006.
• CITELI, M.T. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. In: LOPES, M.M. (Org.). Cadernos Pagu: gênero, ciência e história. Campinas: Unicamp, n.15, p.39-75, 2000.
• CNPQ. Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil. Censo 2004. Disponível em: <http://dgp.cnpq.br/censo2004/>. Acessos em: 15 out. 2006.
• COSTA, M.C. Ainda somos poucas: exclusão e invisibilidade na ciência. Cadernos Pagu, v.27, p.455-459, 2006.
• ESTÉBANEZ, M.E. As mulheres na ciência regional: diagnóstico e estratégias para a igualdade. Traduzido por: Sabine Righetti., 2003. Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/mulheres/10.shtml>. Acesso em: 13 mar. 2006.
• ESTÉBANEZ, M.E.; LÁSCARIS-COMNENO, T. La mujer y ciencia en Centroamérica: un ejercício de aplicación del enfoque del género en la construcción de indicadores. In: Taller Indicadores de ciencia y tecnología bajo un enfoque de género, 2004, El Salvador, Disponível em: <http://www.ricyt.org/interior/difusion/pubs/elc2003/6.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2006.
• FERNÁNDEZ RIÚS, L. Roles de género: mujeres académicas, conflictos? In: CONGRESO INTERNACIONAL MULTIDIS-CIPLINARIO SOBRE MUJER, CIENCIA Y TECNOLOGÍA. 2., 2000, Panamá. Anais... Panamá: Universidad de Panamá, 2000. Disponível em: <http://www.oei.es/salactsi/lourdes.htm>. Acesso em: 10 dez. 2006.
• FLORES ESPINOLA, A. Metodologia feminista y prática científica. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA Y GÊNERO. 6., 2006, Zaragoza. Anais... Zaragoza: Prensas Universitárias, 2006. p.213-214.
• GALIZA, M. Mulheres na pesquisa: uma realidade. 2005. Dis-ponível em: <http://www.cnpq.br/noticias/2005/080305.htm>. Acesso em: 18 maio 2005.
• GONZÁLEZ GARCÍA, M.I.; PÉREZ SEDEÑO, E. Ciencia, tecnologia y género. Revista Iberoamericana de Ciência, Tecnologia, Sociedad y Innovación, v.2, enero 2002. Disponível em: <http://www.oei.es/revistactsi/numero2/varios2.htm>. Acesso em: 18 maio 2005.
• HARAWAY, D. Simians, cyborgs and women: The reinvention of nature New York: Routledge, 1991.
• HARDING, S. Ciencia y feminismo Madrid: Ediciones Morata, 1996.
• HAYASHI, M.C.P.I. Mulher na ciência e na tecnologia In: SEMANA DA HISTÓRIA: A mulher na ciência, na política e na história, 2., 2003. São Carlos: UNICEP, 2003.
• HAYASHI, M.C.P.I. Participação feminina na ciência e na tecnologia: um estudo sobre a representação da mulher na C&T na UFSCar. São Carlos, UFSCar, 2005. (Projeto de pesquisa)
• HAYASHI, M.C.P.I.; HAYASHI, C.R.M.; MASTROGIROLAMO, F.D. Participação feminina na ciência e tecnologia na UFSCar In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFSCAR, 12.,  2004, São Carlos.
• IBICT. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Prossiga 2006. Disponível em: <http://prossiga.ibict.br/fomento>. Acesso em: 15 out. 2006.
• KELLER, E.F. Reflections on gender and science. New Heaven: Yale University Press, 1985.
• KELLER, E.F. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? Cadernos Pagu, v.7, p.13-34, 2006.
• LETA, J. As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso. Estudos Avançados, v.17, n.49, p.1-14, 2003.
• LETA, L.; LEWISON, G. The contribution of women in Brazilian science: A case study in astronomy, immunology and oceanography. Scientometrics, v.57, p.339-353, 2003.
• LONGINO, H. Science is social knowledge: Values and objectivity in scientific inquiry. Princeton: Princeton University Press, 1990.
• LOPES, M.M. "Aventureiras" nas ciências: refletindo sobre gênero e história das ciências naturais no Brasil. Cadernos Pagu, v.10, p.345-368, 1998.
• LOPES, M.M. (Org.). Cadernos Pagu: Gênero, ciência e história. Campinas: Unicamp, n.15, p.7-14, 2000.
• LOPES, M.J.M.; LEAL, S.M.C. A feminização persistente na qualificação profissional da enfermagem brasileira. Cadernos Pagu, v.24, p.105-125, 2005.
• MACHADO, M.H. Os médicos no Brasil: um retrato da realidade. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1997.
• MACIEL, B. Mulheres na produção do conhecimento científico. Revista FACIPE, v.1, n.1, p.15-26, 2005.
• MASTROGIROLAMO, F.D. Subsídios para a construção de indicadores da participação feminina na ciência e tecnologia na UFSCar São Carlos: UFSCar, 2003. (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação)
• MELO, H.P.; LASTRES, H.M.M.; MARQUES, T.C.N. Gênero no Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil Rio de Janeiro, 2004. Disponível em:<http://www.cbpf.br/~mulher/hildete1.pdf>. Acesso em: 15 out. 2006.
• MELO, H.P.; LASTRES, H.M.M. Ciência e tecnologia numa perspectiva de gênero: o caso do CNPq. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.cbpf.br/~mulher/hildete2.pdf>. Acesso em: 15 out. 2006.
• MELO, H.P.; OLIVEIRA, A.B. A produção científica brasileira no feminino. Cadernos Pagu, v. 27, p.301-331, 2006.
• NEAD. Núcleo de Estudos Agrários e de Desenvolvimento Rural. Encontro nacional discute a participação das mulheres nas universidades e produção acadêmica sobre gênero 2006. Disponível em: <http://www.nead.org.br/boletim/boletim. php?boletim=327&noticia=1580>. Acesso em: 10 maio 2006.
• NOGUEIRA-MARTINS, L.A. Saúde mental dos profissionais de saúde. Psychiatry on-line Brazil, v.7, n.4, 2002. Disponível em: <http://www.polbr.med.br/ano02/artigo0402_a.php>. Acesso em: 20 dez. 2006.
• OLINTO, G. La inserción de las mujeres en la investigación científica y tecnológica en Brasil: indicios de transformación. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE CIENCIA, TECNOLOGÍA Y GÉNERO. 5., 2004, Ciudad de México. Anais... Ciudad de México: 2004.
• PASTORE, E.; DALLA ROSA, L. A presença da mulher nos cuidados em saúde. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 7. 2006, Florianópolis. Anais... Florianópolis: 2006. Disponível em: <www.fazendogenero7.ufsc.br/artigos/D/Dalla_Rosa-Pastore_27.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2006.
• PÉREZ-SEDEÑO, E. y cols. La situación de las mujeres en el sistema educativo de ciencia y tecnología en España y su contexto internacional Madrid: Ministerio de la Educación, Cultura y Desportes, 2004.
• SCHIENBINGER, L. O feminismo mudou a ciência? Tradução de Raul Fiker. Bauru: EDUSC, 2001.
• SOARES, T.A. Mulheres em ciência e tecnologia: ascensão ilimitada. Química Nova, v.24, n.2, p.281-285, 2001.
• TABAK, F. O laboratório de Pandora: estudos sobre a ciência no feminino. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
• UFSCar. Universidade Federal de São Carlos. Equipe administrativa 2006. Disponível em: <http://www2.ufscar.br/aufscar/equipeadmin.php>. Acesso em: 15 out.  2006.
• UFSCar. SRH. Universidade Federal de São Carlos. Secretaria Geral de Recursos Humanos. Quadro de servidores 2006. Disponível em: <http://www.srh.ufscar.br>. Acesso em: 15 out. 2006.
• VELHO, L; LEÓN, E. A construção social da produção científica por mulheres. Cadernos Pagu, v.10, p.309-344, 1998.
• VELHO, L.; PROCHAZKA, M.V. No que o mundo da ciência difere dos outros mundos? 2003. Disponível em: <http://www. comciencia.br/reportagens/mulheres/09.shtml>. Acesso em: 13 março 2006.
• WATSON, J.D. A dupla hélice Lisboa: Gradiva, 1988.
• YANNOULAS, S.C.; VALLEJOS, A.L.; LENARDUZZI, Z.V.A.  Feminismo e academia. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v.81, n.199, p.425-451, 2000.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  12 Set 2014
• Data do Fascículo
  Ago 2007

Histórico

• Aceito
  08 Fev 2007
• Recebido
  28 Set 2006