Acessibilidade / Reportar erro

As interseções entre História e Ciência da Informação na produção científica da Web of Science

The intersections between History and Information Science in the scientific production of Web of Science

Resumo

O tema deste artigo é a interdisciplinaridade a partir das interseções entre História e Ciência da Informação. O objetivo geral é identificar quais são as correntes historiográficas mais utilizadas em artigos científicos da área de Ciência da Informação, recuperados na Web of Science. Para tanto, defiram-se os seguintes objetivos específicos: (a) Descrever, sumariamente, as correntes historiográficas identificadas na subárea de Teoria da História; (b) Caracterizar os aspectos quantitativos e qualitativos da produção recuperada na Web of Science; (c) Categorizar em subáreas as produções recuperadas na Web of Science, tendo por base as temáticas dessas produções científicas; (d) Identificar as correntes historiográficas e os(as) autores(as) de História mais utilizados na produção recuperada na Web of Science No aspecto metodológico, trata-se de pesquisa básica, qualitativa, descritiva e exploratória, com procedimento técnico de pesquisa bibliográfica e revisão narrativa de literatura. Como resultados, apresentam-se as principais correntes historiográficas e os dados gerais da produção científica. As principais temáticas que relacionam a História à Ciência da Informação são História oral, História local, história do livro, história do ensino e relações entre Ciência da Informação e história das informações em saúde. Os autores que servem de referência para as duas áreas são Michel Foucault e Peter Burke e as correntes historiográficas de maior influência na Ciência da Informação são a Nova História Cultural e a Escola dos Annales. Conclui-se que a influência dos autores e das correntes historiográficas constatadas confere à produção científica internacional da área de Ciência da Informação um caráter crítico, político, cultural e social.

Palavras-chave
Correntes de pensamento; Epistemologia da Ciência da Informação; Interdisciplinaridade; Historiografia

Abstract

The theme of this article is interdisciplinarity from the intersections between History and Information Science. The general objective is to identify which are the historiographical currents most used in scientific articles in the field Information Science, retrieved from Web of Science. Therefore, the following specific objectives are defined: a) Briefly describe the historiographical currents identified in the subarea of Theory of History; (b) Characterize the quantitative and qualitative aspects of the production retrieved in Web of Science; (c) Categorize the productions retrieved in Web of Science into sub-areas, based on the themes of these scientific productions; d) Identify the historiographical currents and the most used history authors in the production retrieved in Web of Science. In the methodological aspect, it is about basic, qualitative, descriptive and exploratory research, with a technical procedure of bibliographic research and narrative literature review. As a result, the main historiographical currents and general data on scientific production are presented. The main themes that relate History to Information Science are: oral history, local history, history of the book, history of teaching and the relationship between Information Science and the history of health information. The authors that serve as a reference for both areas are Michel Foucault and Peter Burke, and the historiographical currents of greatest influence on Information Science are the New Cultural History and the Annales School. It is concluded that the authors’ influence and the historiographical currents found give the international scientific production in the area of Information Science a critical, political, cultural and social character.

Keywords
Currents of thought; Epistemology of Information Science; Interdisciplinarity; Historiography

Introdução

A concepção e/ou discussões acerca da interdisciplinaridade da Ciência da Informação (CI) perpassa pelo trabalho de muitos autores, como Pinheiro e Loureiro (1995)Pinheiro, L. V. R.; Loureiro, J. M. M. Traçados e limites da ciência da informação. Ciência da Informação, v. 24, n. 1, 1995. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/609/611. Acesso em: 24 ago. 2021.
http://revista.ibict.br/ciinf/article/vi...
, Saracevic (1996)Saracevic, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 1, n. 1, p. 41-62, 1996. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/235/22. Acesso em: 26 ago. 2021.
http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/in...
, Moreira, Valentim e Santana (2018)Moreira, F. M.; Valentim, M. L. P.; Santana, R. C. G. A interdisciplinaridade da ciência da informação e suas contribuições no estudo do compartilhamento de dados governamentais na internet. Em Questão, v. 24, n. 2, p. 300-329, 2018., Santos Neto et al. (2017)Santos Neto, J. A. D. et al. Interdisciplinaridade no contexto da ciência da informação: correntes e questionamentos. Em Questão, v. 23, n. 1, p. 9-35, 2017., Lança et al. (2018)Lança, T. A. et al. Multi e interdisciplinaridade nos programa em ciência da informação brasileiros. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 23, n. 4, p. 150-183, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/108435. Acesso em: 21 ago. 2022.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
. Tendo em vista essa interdisciplinaridade, o presente artigo analisa especificamente as contribuições e os diálogos entre a área de História e CI. Segundo Silva e Oliveira (2019)Silva, L. G.; Oliveira, L. M. B. Ciência da informação e história: os estudos históricos nos programas de pós-graduação brasileiros da área de ciência da informação. Ciência da Informação em Revista, v. 6, n. 2, p. 4-15, 2019. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/article/view/7785. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/a...
, estudos que tenham como foco as relações entre essas duas áreas do conhecimento proporcionam a compreensão de técnicas, métodos e teorias, sendo análises úteis para as reflexões e discussões presentes na CI e na História. Nesse sentido, definiu-se como problema de pesquisa a seguinte pergunta: quais são as correntes historiográficas mais utilizadas em artigos científicos da CI presentes na área Information Science Library Science da Web of Science (WoS)?

Para responder ao questionamento supracitado, o objetivo principal da pesquisa foi o de identificar quais são as correntes historiográficas mais utilizadas em artigos científicos da área de CI recuperados na WoS. Para tanto, defiram-se os seguintes objetivos específicos: (a) Descrever, sumariamente, as correntes historiográficas identificadas na subárea de Teoria da História; (b) Caracterizar os aspectos quantitativos e qualitativos da produção recuperada na WoS; (c) Categorizar em subáreas a produção recuperadas na WoS, tendo por base as temáticas dessas produções científicas; (d) Identificar as correntes historiográficas e os(as) autores(as) de História mais utilizados na produção recuperada na WoS.

Silva e Oliveira (2019)Silva, L. G.; Oliveira, L. M. B. Ciência da informação e história: os estudos históricos nos programas de pós-graduação brasileiros da área de ciência da informação. Ciência da Informação em Revista, v. 6, n. 2, p. 4-15, 2019. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/article/view/7785. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/a...
apontam que a relação entre a área de História e CI é pouco abordada e estudada. Os mesmos autores ainda consideram que a falta de discussões entre a CI e a área da História se reflete na formação profissional dos cientistas da informação que não possuem preparo teórico e metodológico para lidarem com questões históricas ou para realizarem estudos históricos. Por isso, um diálogo que aproxime essas duas áreas pode contribuir de diversas maneiras, já que possibilitaria uma melhor compreensão de métodos e teorias úteis para a CI, como “[...] estudo de antigos objetos e contextos informacionais” (Silva; Oliveira, 2019Silva, L. G.; Oliveira, L. M. B. Ciência da informação e história: os estudos históricos nos programas de pós-graduação brasileiros da área de ciência da informação. Ciência da Informação em Revista, v. 6, n. 2, p. 4-15, 2019. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/article/view/7785. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/a...
, p. 5).

Assim, o estudo dos conceitos, objetos e procedimentos metodológicos pode confluir para o enriquecimento do campo teórico das duas áreas. Na CI, a teoria e a metodologia da História contribuem para a formação técnica do cientista da informação no âmbito da escrita crítica de sua história. Para a História, a expertise da CI enriquece a crítica em relação às fontes documentais, objeto primordial do trabalho do historiador.

Procedimentos Metodológicos

A pesquisa que dá origem a este artigo se caracteriza como básica, qualitativa, exploratória, descritiva e bibliográfica (Flick, 2008Flick, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2008.; Gil, 2022Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2022.). A coleta e a análise dos dados foram realizadas em duas etapas, sendo que a primeira se voltou especialmente ao debate teórico acerca das correntes historiográficas. De caráter analítico, essa fase se pautou na técnica da revisão narrativa de literatura nos termos de Rother (2007)Rother, E. T. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 5-6, 2007. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001.
https://doi.org/10.1590/S0103-2100200700...
. Esse momento da pesquisa se concentrou na leitura de livros, capítulos e artigos de Teoria da História, realizando fichamentos e resumos que serviram para posterior organização dos dados e informações acerca da história da História.

Já na segunda etapa, a pesquisa se concentrou na seleção e análise dos artigos indexados na base de dados WoS. O acesso a essa base se deu por meio do portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da utilização do Virtual Private Network (VPN) da instituição de origem dos autores. Após o acesso a essa base, foram estabelecidas as estratégias de busca, optando-se pela busca simples com descritor history, no campo title (título). Dessa primeira consulta, realizada no dia 4 de novembro de 2021, foram recuperados 457.955 documentos. A partir daí, estabeleceram-se os seguintes filtros: (a) Área Information Science Library Science, que resultou no número de 8.139 documentos recuperados; (b) Limitado apenas aos documentos Open Access (acesso aberto), cujo resultado passou para 441; (c) Tipo de documento, Article (Artigos) e nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, o que restringiu o universo da pesquisa a 156 documentos.

Vale destacar que não houve delimitação temporal, permitindo, assim, recuperar trabalhos de qualquer período, desde que cumprissem com os critérios citados acima. Ao finalizar o processo de filtragem, constituiu-se o instrumento de análise dos dados, utilizando-se o software Excel, a partir de tabelas que serviram para tratar todos os dados extraídos da base a partir do download de arquivo no formato .xls.

Com relação ao tratamento dos dados coletados, a planilha estruturada para essa atividade se constituiu por quatro abas distintas, que exigia a inclusão dos seguintes dados: (a) Primeira aba: inserção dos dados descritivos do documento, como o código criado para cada artigo selecionado, a autoria, o título, o ano de publicação, o periódico em que foi publicado e o link de acesso; (b) Segunda aba: inserção do resumo de cada um dos 156 artigos; (c) Terceira aba: inserção das palavras-chave definidas pelos autores dos artigos; (d) Quarta aba: inclusão das referências bibliográficas de cada um dos trabalhos.

Os dados inseridos na primeira aba da planilha do Excel foram importados do arquivo gerado pela WoS e, posteriormente, conferidos em cada um dos documentos originais. Já para a obtenção dos dados da segunda à quarta aba, que dizem respeito ao resumo, às palavras-chaves e ao referencial bibliográfico, foi necessário coletar essas informações de cada documento. Desse modo, todos os 156 artigos foram acessados e os dados copilados a partir dos documentos disponíveis em html ou pdf. Com relação às palavras-chaves e ao resumo, optou-se por seguir o padrão da WoS, ou seja, foram inseridos na planilha apenas os termos e os resumos definidos pelos autores e que estivessem em língua inglesa.

As correntes ou perspectivas de teoria da história

Os resultados apresentados nesta seção advêm de reflexões teóricas e sintetizam os principais aspectos da “Teoria da História”, subárea específica que identifica o campo epistemológico da história com a abordagem de conceitos, metodologias e da chamada “história da história”, a historiografia. Assim, descrevem-se as principais correntes historiográficas, bem como os autores que as fundamentam. Com essa análise, foi possível constituir uma síntese que serviu de instrumento para analisar a produção científica da área de CI coletada na WoS.

Historicismo e Romantismo alemão (séculos XVIII e XIX)

Segundo Barros (2014a)Barros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a., o Historicismo alemão e seus desdobramentos em outros países devem ser compreendidos a partir de uma relação direta com a formação dos Estados Nacionais do século XIX. O autor destaca que o Historicismo, desde seus primórdios e no decorrer de boa parte do século XIX, estava vinculado a um contexto conservador do Estado e da Burocracia Estatal que, por sua vez, financiava projetos historiográficos.

Para Reis (2002)Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, essa perspectiva historiográfica buscava, em seus métodos, recorrer aos fatos para justificar as estruturas sociais e as ordens impostas. Nesse sentido, como corrente histórica, o Historicismo tinha um caráter antirrevolucionário, conservador e tradicionalista. Reis (2002)Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
ainda aponta que os historiadores dessa corrente combatiam arduamente teorias iluministas e jusnaturalistas, ou seja, ideias que, de alguma forma, poderiam legitimar rupturas com o passado.

Tendo em vista essa característica, Reis (2002)Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
destaca que, para os historicistas alemães, nenhum indivíduo poderia ser julgado por meio de valores externos ao contexto em que estava inserido. Assim, essa corrente de pensamento estabeleceu uma visão de mundo em que o ser humano era “multiforme, localizado e datado” (Reis, 2002Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, p. 13). Desse modo, os historicistas alemães, diferentemente de outras correntes historiográficas do mesmo período, como o Positivismo e o Materialismo Histórico, buscavam elaborar uma história de caráter nacional e não universal.

Scholtz (2011)Scholtz, G. O problema do historicismo e as ciências do espírito no século XX. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 4, n. 6, p. 42–63, 2011.Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/239. Acesso em: 1 set. 2021.
https://www.historiadahistoriografia.com...
destaca que o Historicismo, como movimento historiográfico, é complexo. Entretanto, para o autor, essa corrente possuiria cinco características bem definidas e conectadas: (1) uma percepção universal da história para todos os fenômenos culturais; (2) uma compreensão metafísica da história; (3) uma relação romântica e tradicionalista com o passado; (4) uma análise positivista e objetiva dos dados históricos; (5) uma compreensão relativista sobre o passado.

Tendo em vista essas características apresentadas por Sholtz (2011)Scholtz, G. O problema do historicismo e as ciências do espírito no século XX. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 4, n. 6, p. 42–63, 2011.Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/239. Acesso em: 1 set. 2021.
https://www.historiadahistoriografia.com...
, em especial com relação à análise positivista dos dados históricos, Reis (2002)Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
afirma que, para os historicistas, não seria possível realizar uma narrativa histórica por meio de especulações sistemáticas e abstratas. Isso porque os membros dessa corrente historiográfica acreditavam na necessidade do estudo de dados empíricos e fatos particulares para descrever eventos históricos. Essa forma de ver a história, segundo Reis (2002)Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, auxiliou no projeto idealizado por parte desses historiadores de construir uma “história científica”, com o objetivo de se opor a uma “história filosófica”.

Nesse ponto, são interessantes as constatações de Barros (2014a)Barros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a., descrevendo a existência de uma grande proximidade entres os românticos e os historicistas. Entretanto, o que mais os diferenciava era o método utilizado por cada um. Para os historicistas, era necessário desenvolver uma rigorosa metodologia de crítica ao documento histórico, buscando trazer, dessa forma, a cientificidade moderna às análises. Já para os românticos, os métodos se baseavam em processos de empatia e intuição.

Escola positivista ou metódica francesa (séculos XVIII e XIX)

Segundo Barros (2014a)Barros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a., o Positivismo do século XIX herdou algumas das características centrais do pensamento iluminista do século XVIII. Entre elas, destaca-se “a ambição de encontrar ‘leis gerais’ ou ‘padrões’ que a multiplicidade e a diversidade da experiência histórica poderiam encobrir” (Barros, 2014aBarros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a., p. 73). Além disso, o Positivismo acrescentou “[...] ao ideal iluminista de progresso, o conceito de Ordem” (Barros, 2014aBarros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a., p. 91).

Sobre o contexto histórico do Positivismo, Pinto Júnior (2012)Pinto Júnior, E. G. Escola metódica: nuances e reconsiderações. In: Fórum Internacional de Pedagogia, 4., 2012, Parnaíba. Anais [...], Campina Grande: Editora Ralize, 2012. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/153. Acesso em: 1 ago. 2021.
https://www.editorarealize.com.br/index....
aponta que a fundamentação e a propagação dos pensamentos de Augusto Comte e da escola positivista teriam ocorrido no período de consolidação da revolução industrial europeia. Nesse contexto, as perspectivas científicas estavam em alta, em especial as de caráter exato, como a matemática. O autor também destaca que uma das principais características da Escola positivista é, justamente, a metodologia utilizada pelos historiadores dessa corrente. Seus adeptos defendiam uma história científica nos moldes das ciências exatas, estabelecendo, desse modo, a obrigatoriedade do rigor metodológico e da “neutralidade” do historiador durante a narrativa histórica.

Para Reis (2006)Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, a principal característica do Positivismo francês é a história-narrativa. Nesse modelo, a escrita histórica era uma descrição fiel do que realmente aconteceu no passado, chegando ao ponto do historiador se “ocultar” como autor e criador do relato histórico. Dessa forma, os textos escritos pelos positivistas assumiam um caráter de “passado-real” e “imparcial”.

O modelo estrutural dessa forma de narrativa histórica, para Reis (2006)Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, possuía claras características bibliográficas, e seus eventos estavam inseridos em uma continuidade teleológica. Assim, as narrativas apresentavam uma temporalidade linear na concepção do passado, presente e futuro que ocorria de forma progressiva e irreversível. Desse modo, a história induzia à percepção do passado como uma série de eventos objetivos, inseridos em um único e “verdadeiro” processo histórico. Quando narrados pelo historiador, cientista e neutro, com uso de fontes históricas, os eventos tornavam-se comprovadamente históricos e, a partir de então, sem dúvidas sobre sua existência.

Sobre essas questões, Barros (2014a)Barros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a. comenta que o Positivismo buscava por meio da ordem a “conciliação das classes sociais”, ou melhor, “a submissão da massa de trabalhadores aos industriais que deveriam ser os responsáveis em encaminhar o bem ordenado progresso positivista” (Barros, 2014aBarros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a., p. 95) Dessa forma, segundo o mesmo autor, o discurso do progresso no contexto positivista possuía um caráter mecanicista e automático, em que a humanidade, por meio dos avanços tecnológicos, deveria rumar inexoravelmente para um mundo melhor.

Materialismo Histórico (século XIX)

Segundo Barros (2011)Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011., o Materialismo Histórico teria surgido no século XIX a partir das perspectivas de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Esses dois pensadores foram grandes criadores e recriadores de conceitos e percepções presentes no pensamento europeu de sua época, influenciando, dessa forma, não só a História, como também a Economia, Sociologia etc.

Entretanto, é importante diferenciar o Materialismo Histórico do marxismo, uma vez que o primeiro se configura um paradigma relacionado ao fazer historiográfico que visa, assim como o Positivismo e o Historicismo, ser uma forma de entender a história e fazer História. Já o marxismo é um modelo de ação política que visa dar condições para a existência de uma sociedade comunista (Barros, 2011Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.).

Já para Reis (1998)Reis, J. C. Marxismo e annales: “programas históricos” complementares, antagônicos ou “diferentes”? Varia História, n. 19, p. 68-91, 1998. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5724c48362cd94a6ca0218c3/1462027411301/4_Reis%2C+Jose+Carlos+rev.pdf. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://static1.squarespace.com/static/5...
, o contexto em que o Materialismo Histórico está inserido é complexo, pois existiram várias vertentes historiográficas marxistas e não apenas uma. Esse fato implica cuidados ao analisar as influências marxistas na história, uma vez que essa corrente perpassa várias perspectivas históricas. O autor também destaca que, em cada uma dessas vertentes, identificam-se distintas concepções sobre o fazer historiográfico. Dessa forma, existe desde um Materialismo com forte caráter iluminista, com uma visão teleológica sobre o processo histórico que se consolidaria com a utopia comunista, até um Materialismo mais próximo de uma visão das ciências sociais, fundamentado no século XX, que não possuiria nem um caráter utópico, nem idealista.

Para Barros (2011)Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011., há três fundamentos indissociáveis e centrais para o Materialismo Histórico, que seriam o próprio Materialismo, a Dialética e a Historicidade Radical. Além desses fundamentos, o autor destaca que existem três conceitos incontornáveis para a consolidação dessa corrente historiográfica, que são a práxis, a luta de classes e o modo de produção. Por fim, Barros (2011)Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. aponta que um conceito fortemente discutido dentro dessa corrente é o de Determinismo, sendo ele de dois modos: o sincrônico, em que alguns aspectos da sociedade seriam derivados de outros; ou o diacrônico, que aponta que certas formações sociais geradas no decorrer do desenvolvimento histórico necessariamente se transformariam em outras.

Escola dos Annales (França, século XX)

De acordo com Barros (2012)Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012., os historiadores Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956) foram os fundadores da Escola dos Annales, que nasceu durante a primeira metade do século XX. Ainda segundo o autor, “[...] a história dos Annales praticamente se superpõe a história da produção e recepção da Revista dos Annales” (Barros, 2012Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012., p. 45). Tal periódico foi fundado por Bloch e Febvre no ano de 1929. Outro nome de grande importância para esse movimento historiográfico, segundo Barros (2012)Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012., foi Fernand Braudel (1902-1985), que teria consolidado o movimento dos Annales durante a segunda geração.

De forma distinta e crítica aos historiadores metódicos ou positivistas, a Escola dos Annales buscou entender a complexidade de seu objeto de estudo. Dessa forma, para Reis (2006)Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, os historiadores dessa corrente compreenderam que as narrativas sobre o passado seriam interpretações e não a reconstrução integral do que teria acontecido. Sendo assim, o historiador seria um agente ativo na construção de seus objetos de estudo, sendo necessário que ele “apareça” e explique sua concepção e compreensões históricas.

Além disso, para essa corrente historiográfica, de acordo com Reis (2006)Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, o olhar sobre o passado seria baseado na ideia de uma “história-problema”, na qual os historiadores selecionariam seus objetos de estudo, procurando investigar um problema por ele formulado. Nesse processo, o intuito é interrogar o passado a partir do presente. O autor também destaca que a história-problema entraria em confronto com a história-narrativa praticada até então. Isso se deveu ao fato de que os historiadores dos Annales se opunham à noção de tempo da história iluminista, que conduziu a compreensão de uma história teleológica e factual.

Barros (2012)Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. aponta que uma estratégia de projeção da Escola dos Annales, desde a época de Bloch e Febvre, foi a noção de interdisciplinaridade para a história. Essa postura rompeu com uma história estigmatizada, por ser apenas uma literatura de fatos. Desse modo, a Escola dos Annales buscou “assimilar conceitos que já vinham sendo desenvolvidos pelas demais Ciências Sociais e Humanas” (Barros, 2012Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012., p. 107). Além disso, a noção de tempo para os Annales, segundo Reis (2006)Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, estava atrelada à perspectiva de um tempo histórico, dividida em três esferas: a longa, a média e a curta duração.

Sobre essas várias fases no pensamento dos Annales, Reis (1998)Reis, J. C. Marxismo e annales: “programas históricos” complementares, antagônicos ou “diferentes”? Varia História, n. 19, p. 68-91, 1998. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5724c48362cd94a6ca0218c3/1462027411301/4_Reis%2C+Jose+Carlos+rev.pdf. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://static1.squarespace.com/static/5...
explica que ela se divide em três gerações, sendo cada uma composta por um grupo de historiadores que, no decorrer dos anos, propuseram diferentes perspectivas de se olhar e escrever a história. Um exemplo dessas distinções e até divergências dentro da mesma perspectiva, segundo Reis (2006)Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, é a transição de uma ‘história global’ para uma ‘história fragmentada’. Já que, diferentemente da primeira e da segunda geração, a terceira compreendia que “[...] não há articulação global, não há interpretação de todos os fatos, não há homogeneidade e transição dos níveis, não há síntese total pensável, não há historiador, sujeito histórico, capaz de olhar o absoluto” (Reis, 2006Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634. Acesso em: 18 ago. 2021.
https://periodicos.ufjf.br/index.php/loc...
, p. 84).

Além disso, a Escola dos Annales, como corrente historiográfica, segundo Reis (1998)Reis, J. C. Marxismo e annales: “programas históricos” complementares, antagônicos ou “diferentes”? Varia História, n. 19, p. 68-91, 1998. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5724c48362cd94a6ca0218c3/1462027411301/4_Reis%2C+Jose+Carlos+rev.pdf. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://static1.squarespace.com/static/5...
, buscou, em suas discussões, ampliar a concepção de fontes históricas para além das fontes tidas como oficiais, maximizando as temáticas possíveis de serem estudadas pelos historiadores. Desse modo, uma linha de investigação importante para os Annales, em especial para a terceira geração, segundo Barros (2012, p. 329)Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012., é a história das mentalidades, “campo histórico” atrelado ao estudo das “formas coletivas de pensar e de sentir”.

História Social Inglesa (século XX)

Sobre a contexto de formação da corrente historiográfica da História Social Inglesa, Meira (2018)Meira, J. C. Crise social e as encruzilhadas da história: a fragmentação epistemológica e o surgimento da história social inglesa (1960-1990). Revista Expedições, v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://www.revista.ueg.br/index.php/rev...
explica que seu surgimento se deve ao processo de organização da revista New Left Review, lançada em 1960. Foram responsáveis por essa revista, inicialmente, os historiadores E. P. Thompson, Charles Taylor, Alastair Macintyre, Raphael Samuel e Isaac Deutscher. O periódico foi utilizado para publicar o posicionamento crítico dos seus fundadores, em um contexto social cheio de conflitos e dicotomias. Entre os problemas desse período, estão a crise sociocultural do pós-guerra, a crise política e ideológica do Partido Comunista Britânico e a crise epistemológica das Ciências Humanas e Sociais durante a década de 1960.

Para Reis (1998)Reis, J. C. Marxismo e annales: “programas históricos” complementares, antagônicos ou “diferentes”? Varia História, n. 19, p. 68-91, 1998. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5724c48362cd94a6ca0218c3/1462027411301/4_Reis%2C+Jose+Carlos+rev.pdf. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://static1.squarespace.com/static/5...
, a História Social Inglesa se estabeleceu como perspectiva histórica a partir de uma vertente marxista, porém com posições distintas das que seguiam o Materialismo Histórico. Isso porque estabeleceu a cultura como uma matriz estrutural histórica, principal responsável pelas permanências e transformações na sociedade. Além disso, a História Social Inglesa privilegia o papel das contradições na história e as dinâmicas sociais.

De acordo com Meira (2018)Meira, J. C. Crise social e as encruzilhadas da história: a fragmentação epistemológica e o surgimento da história social inglesa (1960-1990). Revista Expedições, v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://www.revista.ueg.br/index.php/rev...
, o novo significado dado ao conceito de “cultura”, bem como suas implicações históricas, é uma das maiores contribuições dessa corrente historiográfica. Os historiadores da escola inglesa defendiam que a cultura deveria ser tomada a partir de sua forma plural tanto no contexto das estruturas materiais quanto das formas simbólicas.

Dessa forma, Meira (2018)Meira, J. C. Crise social e as encruzilhadas da história: a fragmentação epistemológica e o surgimento da história social inglesa (1960-1990). Revista Expedições, v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://www.revista.ueg.br/index.php/rev...
aponta que a História Social Inglesa constrói uma narrativa histórica da sociedade por meio da experiência de indivíduos comuns, não mais das instituições ou grupos privilegiados. Nesse sentido, o foco das pesquisas e da escrita historiográfica se detém ao modo de vida e às práticas culturais das pessoas.

O fundamental para essa corrente historiográfica é a experiência dos sujeitos na análise das relações e classes sociais, que são sempre mediadas/constituídas no espaço da cultura. É a valorização da experiência que os historiadores ingleses dessa vertente compreendem o lugar das classes sociais. De acordo com Meira (2018)Meira, J. C. Crise social e as encruzilhadas da história: a fragmentação epistemológica e o surgimento da história social inglesa (1960-1990). Revista Expedições, v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://www.revista.ueg.br/index.php/rev...
, a História Social Inglesa entende “classe” não como algo fixo como defendido pelo Materialismo Histórico Clássico.

Concordando com essa posição, Barros (2011)Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. relata que Thompson, importante historiador dessa corrente historiográfica, deixa de compreender a classe social como uma estrutura, e sim como uma instancia cultural, invertendo, desse modo, “[...] uma fórmula que até então era aceita sem maiores questionamentos dentro do pensamento marxista” (Barros, 2011Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011., p. 124). Além disso, segundo Barros (2011)Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011., a noção de ‘luta de classes’ para Thompson passa a ser o ponto de partida para a formação da ‘consciência de classe’, que, por sua vez, dá forma para as ‘classes sociais’.

Sendo assim, os historiadores dessa corrente percebem as classes sociais como sendo algo fluído e mutável, ligado tanto a questões econômicas quanto culturais, sendo necessário o entendimento da experiência do sujeito para a compreensão das divisões sociais dentro das sociedades e da construção de uma consciência de classe (Barros, 2011Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.; Meira, 2018Meira, J. C. Crise social e as encruzilhadas da história: a fragmentação epistemológica e o surgimento da história social inglesa (1960-1990). Revista Expedições, v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395. Acesso em: 30 ago. 2021.
https://www.revista.ueg.br/index.php/rev...
)

Nova História Cultural (final do Século XX)

Para Barros (2014b)Barros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html. Acesso em: 30 jan. 2022
http://poderecultura.blogspot.com/p/nume...
, a ideia de uma ‘Nova História Cultural’ não está ligada apenas a uma definição de História Cultural como modelo historiográfico. Isso porque permite a discussão sobre o que seria uma Nova História Cultural, pois, se existe uma “nova”, essa estaria em confrontamento com uma ‘Velha História Cultural’? Nesse sentido, Barros (2014b, p. 12)Barros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html. Acesso em: 30 jan. 2022
http://poderecultura.blogspot.com/p/nume...
comenta que “[...] frequentemente a expressão é utilizada para designar grupamentos historiográficos específicos – ou seja, escolas, grupos de historiadores, movimentos sediados em países específicos”.

A expressão “Nova História Cultural” passou a ser utilizada no final da década de 1980, para representar um novo paradigma para o campo da História Cultural. Porém, para Barros (2014b)Barros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html. Acesso em: 30 jan. 2022
http://poderecultura.blogspot.com/p/nume...
, essa nova percepção sobre a cultura já estava presente em realizações historiográficas desenvolvidas desde a década de 1970.

Lara (1997)Lara, S. H. História cultural e história social. Diálogos, v. 1, p. 25-32, 1997. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/issue/view/1283. Acesso em: 27 dez. 2021.
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/...
explica que a Nova História Cultural possui quatro características que a distingue das demais correntes historiográficas: (1) a relação entre cultura e sociedade; (2) a existência tanto da ideia de unidade quanto de diversidade cultural; (3) as variações do conceito de cultura; (4) problemas gerados pela noção estreita e limitada de cultura.

Barros (2014b)Barros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html. Acesso em: 30 jan. 2022
http://poderecultura.blogspot.com/p/nume...
menciona que a História Cultural clássica possuía um caráter elitista tanto nos sujeitos quanto nos objetos de estudo, sendo, dessa forma, uma historiografia restritiva, limitada à escrita da história de grandes artistas e das obras de arte. Entretanto, para o autor, com a influência da Antropologia durante o século XX, o movimento da Nova História Cultural buscou ampliar o conceito de cultura. Esses historiadores passaram, então, a não se limitar aos estudos da ‘alta cultura’, buscando compreender os demais processos comunicativos, que também passaram a compor o universo cultural.

Além disso, Barros (2011)Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. aponta que a Nova História Cultural busca estabelecer uma percepção de complexidade com relação aos aspectos culturais. O mesmo autor destaca que, nessa perspectiva, a cultura passa a ser percebida não apenas como dinâmica, mas também como profundamente diversificada, a partir de uma “[...] dimensão múltipla, plural, complexa, e que pode gerar diversas aproximações diferenciadas” (Barros, 2014bBarros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html. Acesso em: 30 jan. 2022
http://poderecultura.blogspot.com/p/nume...
, p.19). Nesse contexto, os atores sociais, analisados historicamente, também possuem uma dinâmica mais flexível.

Segundo Barros (2014b)Barros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html. Acesso em: 30 jan. 2022
http://poderecultura.blogspot.com/p/nume...
, a Nova História Cultural apresenta objetos de estudos que diversificam os objetos culturais, tais como práticas, processos e padrões. Além disso, para o autor, a Nova História Cultural busca construir suas análises historiográficas pelo viés antropológico da noção de alteridade, seja entre indivíduos, grupos sociais ou sociedades inteiras.

Quadro síntese das correntes historiográficas

Por meio das leituras realizadas sobre as correntes citadas anteriormente, foi possível estabelecer um quadro das vertentes historiográficas mais relevantes e seus autores mais significativos. Tais informações encontram-se no Quadro 1.

Quadro 1
Correntes historiográficas e autores de influência.

Esse quadro se tornou ponto de partida para a identificação entre História e CI na análise realizada nos documentos coletados na WoS. Com isso, a próxima seção apresenta tal análise proveniente dos dados coletados das produções científicas, especificamente da área de CI, e que, de alguma forma, dialogam com os estudos históricos.

Análise da produção científica da CI na Web of Science

Uma das primeiras constatações é a de que na última década houve um aumento na produção que interconecta História e CI. As publicações estão distribuídas em 29 anos, sendo que o artigo mais antigo é do ano 1966, e o mais recente, de 2021. Ininterruptamente, há produções nos últimos 24 anos, sendo que, de 1997 até 2021, as publicações são regulares. Por fim, aproximadamente metade de todos os trabalhos recuperados se encontra entre 2016 e 2021. Dos 56 anos entre a primeira e última publicação, é importante notar que há um intervalo de 27 anos sem publicações. Porém, nos últimos 10 anos, houve um crescimento da produção, o que demonstra o interesse pelas temáticas relacionadas à história da área. Os anos com maior produção, em ordem decrescente, são 2019, com 17 publicações, 2017, com 15, 2020 e 2016, com 13 trabalhos cada.

Quanto aos periódicos científicos que mais publicaram trabalhos, identificam-se os seguintes: Journal of the American Medical Informatics Association, com 12; Scientometrics, com 11; Journal of the Medical Library Association, com 10; Library Trends, com oito; Perspectivas em Ciência da Informação, com seis; College & Research Libraries, com cinco; Investigación Bibliotecologica, com cinco. Vale destacar que a soma das publicações desses sete periódicos perfaz 37% do universo da pesquisa.

Para as análises de caráter qualitativo, foram utilizados os resumos, as palavras-chave e o referencial bibliográfico. Nesse aspecto, é necessário salientar que seis trabalhos não continham referencial bibliográfico, 10 documentos não possuíam resumos e 63 não possuíam palavras-chave. Assim, foram selecionadas as palavras-chave de 93 artigos que, juntos, somaram 500 termos. Desses, o termo History foi o mais citado, com 11 ocorrências. Essa constatação já era esperada, principalmente pelo fato de que a busca inicial na WoS foi, justamente, por esse termo. No entanto, entre os outros termos, destacam-se os seguintes, citados em mais de dois artigos:

  1. Digital Humanities (Davis et al., 2017Davis, A. M. et al. Faculty–library collaborations in digital history: A case study of the travel journal of Cornelius B. Gold. College & Undergraduate Libraries, v. 24, n. 2-4, p. 482-500, 2017. Doi: https://doi.org/10.1080/10691316.2017.1325347.
    https://doi.org/10.1080/10691316.2017.13...
    ; Kong et al. 2017Kong, N. N. et al. Spatial information literacy for digital humanities: The case study of leveraging geospatial information for African American history education. College & Undergraduate Libraries, v. 24, n. 2-4, p. 376-392, 10 fev. 2017. Doi: https://doi.org/10.1080/10691316.2017.1329044.
    https://doi.org/10.1080/10691316.2017.13...
    ; Lahti et al., 2019Lahti, L. et al. Bibliographic Data Science and the History of the Book (c. 1500–1800). Cataloging & Classification Quarterly, v. 56, n. 1, p. 5-23, 2019. Disponível em: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1080/01639374.2018.1543747. Acesso em: 15 jan. 2022.
    https://doi.org/10.1080/01639374.2018.15...
    ; Hoffmann; Bisset-Alvarez; Marti-Lahera, 2020Hoffmann, Y. T.; Bisset Alvarez, E.; Martí-Lahera, Y. Análisis textual con IRaMuTeQ de investigaciones recientes en historia de la educación matemática en Brasil: un ejemplo de Humanidades Digitales. Investigación Bibliotecológica: Archivonomía, Bibliotecología e Información, v. 34, n. 84, p. 103-133, 2020. Disponível em: http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/article/view/58097. Acesso em: 11 fev. 2022.
    http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/ar...
    );

  2. Oral history (Walker; Halvey, 2017Walker, I. W.; Halvey, M. On designing an oral history search system. Journal of Documentation, v. 73, n. 6, 2017. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-10-2016-0121/full/html. Acesso em: 3 jan. 2022.
    https://www.emerald.com/insight/content/...
    ; Craft, 2018Craft, A. R. Creating connections, building community: The role of oral history collections in documenting and sharing campus diversity. Serials Review, v. 44, n. 3, p. 232-237, 2018. Doi: https://doi.org/10.1080/00987913.2018.1513750.
    https://doi.org/10.1080/00987913.2018.15...
    ; Ahmed, 2018Ahmed, S. Seeking Information from the Lips of People: oral history in the archives of Qatar and the Gulf region. Archival Science, v. 18, p. 225-240, 2018. Doi: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1007/s10502-018-9293-8.
    https://doi.org/10.1007/s10502-018-9293-...
    );

  3. Local history (Chaves Salgado, 2017Chaves Salgado, L. La sección de temas locales de la Biblioteca Pública Municipal de Simat de la Valldigna: un testimonio de la historia pasada y presente. E-Ciencias De La Información, v. 8, n. 1, p. 1-20, 2017. Doi: https://doi.org/10.15517/eci.v8i1.29926.
    https://doi.org/10.15517/eci.v8i1.29926...
    ; Hood; Reid, 2018Hood, C.; Reid, P. Social media as a vehicle for user engagement with local history: a case study in the North East of Scotland. Journal of Documentation, v. 74, n. 4, 2018. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-12-2017-0167/full/html. Acesso em: 11 fev. 2022.
    https://www.emerald.com/insight/content/...
    ; Rubiano Montaño; Vivas Moreno; Nuño Moral, 2019Rubiano Montaño, P.; Vivas Moreno, A.; Nuño Moral, M. Metodología para la confección de un Sistema de Información Histórico Fotográfico para la historia local en Extremadura. El ejemplo de Los Santos de Maimona. Revista General de Información y Documentación, v. 29, n. 1, p. 241-259, 2019. Doi: https://doi.org/10.5209/rgid.64547.
    https://doi.org/10.5209/rgid.64547...
    );

  4. History of book (Giurgevich, 2019Giurgevich, L. Uma tradição de papel. Novas achegas para a história das bibliotecas eclesiásticas em Portugal. Em Questão, v. 5, 2019. Edição Especial. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/issue/view/3810. Acesso em: 9 jan. 2022.
    https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/issue/vi...
    ; Dias, 2019Dias, D. La larga “República de las Letras” y el siglo de los intelectuales: notas para la historia de las bibliotecas en Occidente. Investigación Bibliotecológica: Archivonomía, Bibliotecología e Información, v. 33, n. 81, p. 157-178, 2019. Disponível em: http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/article/view/58065. Acesso em: 10 jan. 2022.
    http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/ar...
    );

  5. History teaching (Zerega-Garaycoa, 2015Zerega-Garaycoa, M. M. Un “tuiterazo” por la independencia: el uso de Twitter para la enseñanza de historia. AtoZ: Novas Práticas em Informação e Conhecimento, v. 4, n. 2, p. 74-83, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/atoz/article/view/43596. Acesso em: 10 jan. 2022.
    https://revistas.ufpr.br/atoz/article/vi...
    ; Corrêa; Gonçalves, 2021Corrêa, S. S.; Gonçalves, R. B. Competência em Informação e Mídia no Ensino de História: observações acerca de indicações de obras cinematográficas em meios virtuais. Em Questão, Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 370-391, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/105056. Acesso em: 28 dez. 2021.
    https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/...
    );

  6. Medical history taking (Chen et al., 2015Chen, E. S. et al. Multi-source development of an integrated model for family health history. Journal of the American Medical Informatics Association, v. 22, n. 1, p. 67-80, 2015. Doi: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1136/amiajnl-2014-003092.
    https://doi.org/10.1136/amiajnl-2014-003...
    ; Bajracharya et al., 2019Bajracharva, A. S. et al. Patient experience with family history tool: analysis of patients’ experience sharing their family health history through patient-computer dialogue in a patient portal. Journal of the American Medical Informatics Association, v. 26, n. 7, p. 603-609, 2019. Doi: https://doi.org/10.1093/jamia/ocz008.
    https://doi.org/10.1093/jamia/ocz008...
    );

  7. Historiography (Garfield, 2009Garfield, E. From the science of science to Scientometrics visualizing the history of science with HistCite software. Journal of Informetrics, v. 3, n. 3, 2009. Doi: https://doi.org/10.1016/j.joi.2009.03.009.
    https://doi.org/10.1016/j.joi.2009.03.00...
    ; Kolasa, 2012Kolasa, W. M. Specific character of citations in historiography (using the example of Polish history). Scientometrics, v. 90, p. 905-923, 2012. Disponível em: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1007/s11192-011-0553-0. Acesso em: 6 jan. 2022.
    https://doi.org/10.1007/s11192-011-0553-...
    ).

Para a categorização dos artigos em subáreas, foi realizada a leitura dos resumos dos trabalhos e, a partir desta técnica, foi possível identificar cinco categorias temáticas relacionadas à história/História. Dessa forma, os artigos foram agrupados nas seguintes categorias: Grupo A – Historiografia e conceitos históricos, com 23 trabalhos; Grupo B – História factual (instituições, pessoas, objetos), com 56 trabalhos; Grupo C – História, memória e arquivo, com nove trabalhos; Grupo D – História da CI, com 49 trabalhos; Grupo E – História e informações da área médica, com 19 trabalhos.

Em ordem decrescente, apresentam-se as constatações de cada um dos grupos categorizados:

  1. Grupo B: trabalhos com narrativas factuais sobre instituições, pessoas ou objetos relacionados à CI. Em geral, os artigos desse grupo apresentam uma história linear e factual em suas narrativas históricas. Nesse conjunto de trabalhos, foi possível identificar dois subgrupos temáticos: (i) Personalidades e instituições (Canete; Ferreyra, 2010Cañete, M.-G.; Ferreyra, G.-L. Red Historia y Patrimonio Cultural de la Salud, Argentina. Profesional de la Información, v. 19, n. 5, p. 519-522, 2010. Doi: https://doi.org/10.3145/epi.2010.sep.12.
    https://doi.org/10.3145/epi.2010.sep.12...
    ; Kapronczay; Magyar; Putnam, 2011Kapronczay, K.; Magyar, L. A.; Putnam, C. E. The Library of the Royal Society of Physicians in Budapest becomes today’s Semmelweis Medical History Library. Journal ot the Medical Library Association, v. 99, n. 1, 2011. Disponível em: https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC3016667/. Acesso em: 3 jan. 2022.
    https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos...
    ; Roff, 2014Roff, S. A Room of Her Own: The Woman’s Library, a Footnote to New York City Library History. Information & Culture, v. 49, n. 4, 2014. Disponível em: https://www.utexaspressjournals.org/doi/10.7560/IC49403. Acesso em: 22 jan. 2022.
    https://doi.org/10.7560/IC49403...
    ; Ishmael, 2018Ishmael, H. J. M. Reclaiming history: Arthur Schomburg. Archives and Manuscripts, v. 46, n. 3, p. 269-288, 2018. Disponível em: https://www-tandfonline.ez46.periodicos.capes.gov.br/doi/full/10.1080/01576895.2018.1559741. Acesso em: 8 jan. 2022.
    https://doi.org/10.1080/01576895.2018.15...
    ); (ii) Objetos, conceitos e temas relacionados à CI (Stimson; Nobunaga, 1995Stimson, N. F.; Nobunaga, W. Y. Life and times of John H. Hickcox: Government publications history revisited. Journal of Government Information, v. 22, n. 5, p. 403-412, 1995. Disponível em: https://www-ciencedirect.ez46.periodicos.capes.gov.br/science/article/pii/135202379500016V?via%3Dihub. Acesso em: 3 jan. 2022.
    https://www-ciencedirect.ez46.periodicos...
    ; Ortega, 2009Ortega, C. D. Surgimento e consolidação da documentação: subsídios para compreensão da história da Ciência da Informação no Brasil. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 14, p. 59-79, 2009. Edição especial. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-99362009000400005.
    https://doi.org/10.1590/S1413-9936200900...
    ; Boyd, 2011Boyd, C. T. The lost history of American veterinary medicine: the need for preservation. Journal of the Medical Library Association, v. 99, n. 1, p. 8-14, 2011.Disponível em: https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC3016659/. Acesso em: 14 dez. 2021.
    https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos...
    ; Ike et al., 2020Ike, J. D. et al. Face masks: their history and the values they communicate. Journal of Health Communication, v. 25, n. 12, 2020. Disponível em: https://www-tandfonline.ez46.periodicos.capes.gov.br/doi/citedby/10.1080/10810730.2020.1867257?scroll=top&needAccess=true. Acesso em: 13 jan. 2022.
    https://www-tandfonline.ez46.periodicos....
    ; Mering; Hoeve, 2020Mering, M.; Hoeve, C. D. A brief history to the future of open access. Serials Review, v. 46, n. 4, 2020. Doi: https://doi.org/10.1080/00987913.2020.1850041.
    https://doi.org/10.1080/00987913.2020.18...
    ; Vanz, 2021Vanz, S. A. S. Revista Em Questão: 35 anos de história. Em Questão, v. 27, n. 2, p. 12-25, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/111420. Acesso em: 29 dez. 2021.
    https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/...
    );

  2. Grupo D: Em geral, esse conjunto apresenta análises que tratam a área de História e afins como um espaço de atuação para a CI e os cientistas da informação, visando ao tratamento, à recuperação, à preservação e à disseminação das informações. Destacam-se os artigos que apresentam aspectos históricos do tratamento informacional como: indexação (Fernández Izquierdo et al., 2010Fernández Izquierdo, F. et al. Problemas planteados en la creación de índices de citas en el área de Humanidades: la base de datos ModernitasCitas y las publicaciones de Historia Moderna. Revista Española De Documentación Científica, v. 33, n. 3, p. 496-505, 2010. Doi: https://doi.org/10.3989/redc.2010.3.729.
    https://doi.org/10.3989/redc.2010.3.729...
    ); classificação (Medeiros et al., 2016Medeiros, H. V. et al. Sobre la elaboración de una taxonomía de historia medieval portuguesa: problemas y desafios. Revista Española de Documentación Científica, v. 39, n. 1, e123, 2016. Disponível em: https://redc.revistas.csic.es/index.php/redc/article/view/926/1346. Acesso em: 7 jan. 2022.
    https://redc.revistas.csic.es/index.php/...
    ); estudos métricos (Zuccala et al., 2015Zuccala, A. A. et al. Can we rank scholarly book publishers? A bibliometric experiment with the field of history. Journal of The Association for Information Science and Technology, v. 66, n. 7, p. 1333-1347, 2015. Disponível em: https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/asi.23267. Acesso em: 4 jan. 2022
    https://doi.org/10.1002/asi.23267...
    ); disseminação informacional e estudos de usuários (Nemeth, 2010Nemeth, E. Complementary value of databases for discovery of scholarly literature: a user survey of online searching for publications in art history. College & Research Libraries, v. 71, n. 3, p. 224-235, 2010. Disponível em: https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/16079. Acesso em: 7 jan. 2022.
    https://crl.acrl.org/index.php/crl/artic...
    ); recuperação da informação (Cole et al., 2003Cole, C. et al. Structure of domain novice users’ queries to a history database. ASIS&T, v. 40, n. 1, p. 271-279, 2003. Disponível em: https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/meet.1450400134. Acesso em: 28 dez. 2021.
    https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/...
    ); avaliação de fontes de informação (Lewison, 2001Lewison, G. Evaluation of books as research outputs in history of medicine. Research Evaluation, v. 10, n. 2, p. 89-95, 2001. Doi: https://doi.org/10.3152/147154401781777051.
    https://doi.org/10.3152/1471544017817770...
    ); preservação documental (Schaffner; Baird, 1999Schaffner, B. L.; Baird, B. J. Into the Dustbin of History? The evaluation and preservation of slavic materials. College & Research Libraries, v. 60, n. 2, p. 144-151, 1999. Disponível em: https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/15274. Acesso em: 10 jan. 2022.
    https://crl.acrl.org/index.php/crl/artic...
    );

  3. Grupo A: os trabalhos desse grupo versam sobre temáticas historiográficas e conceituais da área de História. Os temas de maior destaque são: a história das mulheres (Sachs, 2008Sachs, H. R. Reconstructing a Life: the archival challenges of women’s History. Library Trends, v. 56, n. 3, p. 650-666, 2008. Disponível em: https://muse-jhu-edu.ez46.periodicos.capes.gov.br/article/231692. Acesso em: 5 jan. 2022.
    https://muse-jhu-edu.ez46.periodicos.cap...
    ); o ensino de história (Zerega-Garaycoa, 2015Zerega-Garaycoa, M. M. Un “tuiterazo” por la independencia: el uso de Twitter para la enseñanza de historia. AtoZ: Novas Práticas em Informação e Conhecimento, v. 4, n. 2, p. 74-83, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/atoz/article/view/43596. Acesso em: 10 jan. 2022.
    https://revistas.ufpr.br/atoz/article/vi...
    ); a história oral (Craft, 2018Craft, A. R. Creating connections, building community: The role of oral history collections in documenting and sharing campus diversity. Serials Review, v. 44, n. 3, p. 232-237, 2018. Doi: https://doi.org/10.1080/00987913.2018.1513750.
    https://doi.org/10.1080/00987913.2018.15...
    ); a história local (Hood; Reid, 2018Hood, C.; Reid, P. Social media as a vehicle for user engagement with local history: a case study in the North East of Scotland. Journal of Documentation, v. 74, n. 4, 2018. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-12-2017-0167/full/html. Acesso em: 11 fev. 2022.
    https://www.emerald.com/insight/content/...
    );

  4. Grupo E: as temáticas mais recorrentes nesse grupo são: história de vida de pacientes (Harris; Rhodes, 2018Harris, M.; Rhodes T. “It’s Not Much of a Life”: The benefits and ethics of using life history methods with people who inject drugs in qualitative harm reduction research. Qualitative Health Research, v. 28, n. 7, p. 1123-1134, 2018. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1049732318764393. Acesso em: 10 jan. 2022.
    https://doi.org/10.1177/1049732318764393...
    ); histórico médico de pacientes (Lesselroth et al., 2009Lesselroth, B. J. et al. Design and Implementation of a Medication Reconciliation Kiosk: the Automated Patient History Intake Device (APHID). Journal of the American Medical Informatics Association, v. 16, n. 3, p. 300-304, 2009. Doi: https://doi.org/10.1197/jamia.M2642.
    https://doi.org/10.1197/jamia.M2642...
    ); e história da saúde familiar (Bajracharya et al., 2019Bajracharva, A. S. et al. Patient experience with family history tool: analysis of patients’ experience sharing their family health history through patient-computer dialogue in a patient portal. Journal of the American Medical Informatics Association, v. 26, n. 7, p. 603-609, 2019. Doi: https://doi.org/10.1093/jamia/ocz008.
    https://doi.org/10.1093/jamia/ocz008...
    );

  5. Grupo C: relacionam memória às instituições que, em geral, referem-se aos arquivos. As temáticas de maior destaque são: patrimônio documental e estrutura de uma unidade informacional de memória (Lemiez; Endere, 2020Lemiez, G.; Endere, M. L. Patrimonio documental, memorias e historia obrera. La reconstrucción del caso de Villa Carlos von Bernard, partido de Olavarría, Buenos Aires, Argentina. Revista General de Información y Documentación, v. 30, n. 2, p. 507-526, 2020. Doi: https://doi.org/10.5209/rgid.72820.
    https://doi.org/10.5209/rgid.72820...
    ); e projetos de memória (Turnbull, 2016Turnbull, P. Managing and mapping the history of collecting indigenous human remains. The Australian Library Journal, v. 65, n. 3, 2016. Doi: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1080/00049670.2016.1207714
    https://doi.org/10.1080/00049670.2016.12...
    ).

Para a identificação das correntes historiográficas que mais influenciam as pesquisas voltadas à história na área de CI da WoS, serviram como parâmetros 152 documentos. Isso porque quatro dos documentos que compõem o corpus não apresentaram referências bibliográficas. Desse universo, foram extraídas 5.248 referências, uma média de aproximadamente 35 referências por artigo. Já com relação ao número mínimo e máximo de referências em um artigo, identificaram-se 1 e 116, respectivamente.

Para as análises, foram selecionadas apenas autoridades pessoais e cada autor foi contabilizado uma vez por artigo em que foi referenciado. Dessa forma, o Quadro 2 descreve os dados de autores que apareceram, no mínimo, em três trabalhos.

Quadro 2
Autores mais referenciados.

Sobre os dados do Quadro 2, é possível identificar a presença de autores importantes para a área da CI, como Shiyali Ramamrita Ranganathan, Eugene Garfield, Michael K. Buckland, Paul Otlet, Biger Hjørland, Derek J. De Solla Price etc. Além disso, também se encontram nesse quadro alguns nomes de relevância para a área de História, como Michel Foucault, Manuel Castells, Pierre Nora e Terry Cook.

Para identificação das correntes historiográficas presentes na produção científica da CI, pesquisou-se, entre as referências dos artigos recuperados na WoS, cada um dos autores elencados no “Quadro 1 – Correntes historiográficas”. Nesse sentido, foi constatado o que descreve o Quadro 3:

Quadro 3
Autores e correntes historiográficas influentes na Ciência da Informação.

Os autores comuns às áreas de História e CI são Pierre Nora, Michael Foucault e Pierre Bourdieu, cada um referenciado em três trabalhos. Também se verificam duas ocorrências de Peter Burke e uma ocorrência de Robert Darnton, Stuart Hall, Raymond Williams, Fernand Braudel, Lucien Febvre, E. P. Thompson e Émile Durkheim.

Já sobre as correntes historiográficas mais influentes, em ordem decrescente, são: Nova História Cultural (Michael Foucault, Pierre Bourdieu, Robert Darnton e Peter Burke), cujos autores foram citados em nove artigos; Escola dos Annales (Pierre Nora, Fernand Braudel e Lucien Febvre), cujos autores foram citados em cinco trabalhos; História Social Inglesa (E. P. Thompson, Raymond Williams e Stuart Hall), com autores citados em três trabalhos; e o Positivismo ou Escola Metódica (Émile Durkheim), com autor citado em um artigo.

Conclusão

Levando em consideração os resultados e as análise realizadas durante o desenvolvimento da pesquisa, foi possível identificar algumas questões sobre a relação de interdisciplinaridade entre a área de História e da CI.

Por meio do objetivo especifico “a) Descrever, sumariamente, as correntes historiográficas identificadas na subárea de Teoria da História”, foi possível sistematizar as principais correntes historiográficas e seus autores, sendo o quadro sistemático um dos principais resultados.

Com relação ao objetivo específico “b) Caracterizar os aspectos quantitativos e qualitativos das produções recuperadas na WoS”, foram alcançados resultados em âmbito geral e específico. No âmbito geral, foram identificados os anos com maior produção e os periódicos com maior incidência de publicação. Especificamente, a partir do levantamento das palavras-chave, os resultados mostram que as temáticas históricas da produção são oral history, local history, history of book, history teaching, medical history taking.

Já sobre o objetivo “c) Categorizar em subáreas as produções recuperadas na WoS, tendo por base as temáticas destas produções científicas”, foi possível categorizar em grupos temáticos os 156 trabalhos. Nesse aspecto, o resultado é a identificação de cinco categorias: Grupo A – Historiografia e conceitos históricos; Grupo B – História factual (instituições, pessoas, objetos); Grupo C – História, memória e arquivo; Grupo D – História da CI; e Grupo E – História e informações da área médica.

Com o objetivo “d) Identificar as correntes historiográficas e os autores de História mais utilizados na produção recuperada na WoS”, foi possível realizar uma análise detalhada do referencial teórico dos artigos. Como resultado, neste caso, foi constatado que os autores em comum para as áreas de História e CI são Michel Foucault, Manuel Castells, Pierre Nora e Terry Cook. Já a corrente historiográfica mais influente é a Nova História cultural, seguida pela Escola dos Annales, História Social Inglesa e Positivismo ou Escola Metódica.

Assim, somados os resultados de cada objetivo específico, pode-se dizer que o objetivo geral foi alcançado, uma vez que se percebe interconexões temáticas e diálogos fundamentais com autores de influência para as duas áreas. Constata-se, portanto, que as intersecções entre História e CI se dão tanto na atenção aos fatos e personagens históricos quanto na forma de abordagem destes objetos. A influência das correntes historiográficas atuais, Nova História Cultural e Escola dos Annales, confere um caráter crítico, político, cultural e social às abordagens historiográficas presentes na CI.

Apesar dos robustos resultados dos dados analisados, há que se considerar ainda algumas reflexões que permearam os pesquisadores ao longo da investigação. Percebeu-se, por exemplo, a pouca expressividade de trabalhos recuperados na WoS que possuem relações diretas com temáticas ligadas à Teoria da História ou à historiografia. Além disso, muitos dos artigos recuperados abordam a história sem ponderar aspectos conceituais do ofício, como a indicação minuciosa das fontes e das perspectivas de análise. Também chamou a atenção o considerável número de artigos que relacionam medicina e informação a partir da história: histórico médico; história da saúde familiar; histórico de saúde etc.

Durante o processo de pesquisa, coleta, tratamento e análise dos dados recuperados e do desenvolvimento deste artigo, foi possível desenvolver estratégias coerentes com os objetos, como os instrumentos de identificação dos autores mais importantes e das correntes historiográficas mais relevantes. A criação desses instrumentos, por mais limitados e frágeis que sejam, permite avançar para mecanismos mais eficientes no processo de identificação das influências da área de História na CI e vice-versa, completando o ciclo de análise interdisciplinar. Desse modo, pretende-se continuar as pesquisas, possibilitando futuras reflexões sobre a interdisciplinaridade entre a História e a CI.

  • Como citar este artigo/How to cite this article: Guerner, A. H. V.; Karpinski, C. As interseções entre História e Ciência da Informação na produção científica da Web of Science. Transinformação, v. 35, e226712, 2023. https://doi.org/10.1590/2318-0889202335e226712

Referências

  • Ahmed, S. Seeking Information from the Lips of People: oral history in the archives of Qatar and the Gulf region. Archival Science, v. 18, p. 225-240, 2018. Doi: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1007/s10502-018-9293-8.
    » https://doi.org/10.1007/s10502-018-9293-8
  • Bajracharva, A. S. et al. Patient experience with family history tool: analysis of patients’ experience sharing their family health history through patient-computer dialogue in a patient portal. Journal of the American Medical Informatics Association, v. 26, n. 7, p. 603-609, 2019. Doi: https://doi.org/10.1093/jamia/ocz008.
    » https://doi.org/10.1093/jamia/ocz008
  • Barros, J. D’A. Existe uma nova história cultural? análise de um campo histórico. Revista Poder & Cultura, a.1, v. 2, p. 11-44, 2014b. Disponível em: http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html Acesso em: 30 jan. 2022
    » http://poderecultura.blogspot.com/p/numeros-anteriores.html
  • Barros, J. D’A. Teoria da história II: Os primeiros paradigmas: Positivismo e Historicismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014a.
  • Barros, J. D’A. Teoria da história III: Os paradigmas revolucionários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
  • Barros, J. D’A. Teoria da história V: A escola dos Annales e a Nova História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
  • Boyd, C. T. The lost history of American veterinary medicine: the need for preservation. Journal of the Medical Library Association, v. 99, n. 1, p. 8-14, 2011.Disponível em: https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC3016659/ Acesso em: 14 dez. 2021.
    » https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC3016659/
  • Cañete, M.-G.; Ferreyra, G.-L. Red Historia y Patrimonio Cultural de la Salud, Argentina. Profesional de la Información, v. 19, n. 5, p. 519-522, 2010. Doi: https://doi.org/10.3145/epi.2010.sep.12.
    » https://doi.org/10.3145/epi.2010.sep.12
  • Chaves Salgado, L. La sección de temas locales de la Biblioteca Pública Municipal de Simat de la Valldigna: un testimonio de la historia pasada y presente. E-Ciencias De La Información, v. 8, n. 1, p. 1-20, 2017. Doi: https://doi.org/10.15517/eci.v8i1.29926.
    » https://doi.org/10.15517/eci.v8i1.29926
  • Chen, E. S. et al. Multi-source development of an integrated model for family health history. Journal of the American Medical Informatics Association, v. 22, n. 1, p. 67-80, 2015. Doi: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1136/amiajnl-2014-003092.
    » https://doi.org/10.1136/amiajnl-2014-003092
  • Cole, C. et al. Structure of domain novice users’ queries to a history database. ASIS&T, v. 40, n. 1, p. 271-279, 2003. Disponível em: https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/meet.1450400134 Acesso em: 28 dez. 2021.
    » https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/meet.1450400134
  • Corrêa, S. S.; Gonçalves, R. B. Competência em Informação e Mídia no Ensino de História: observações acerca de indicações de obras cinematográficas em meios virtuais. Em Questão, Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 370-391, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/105056 Acesso em: 28 dez. 2021.
    » https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/105056
  • Craft, A. R. Creating connections, building community: The role of oral history collections in documenting and sharing campus diversity. Serials Review, v. 44, n. 3, p. 232-237, 2018. Doi: https://doi.org/10.1080/00987913.2018.1513750.
    » https://doi.org/10.1080/00987913.2018.1513750
  • Davis, A. M. et al. Faculty–library collaborations in digital history: A case study of the travel journal of Cornelius B. Gold. College & Undergraduate Libraries, v. 24, n. 2-4, p. 482-500, 2017. Doi: https://doi.org/10.1080/10691316.2017.1325347.
    » https://doi.org/10.1080/10691316.2017.1325347
  • Dias, D. La larga “República de las Letras” y el siglo de los intelectuales: notas para la historia de las bibliotecas en Occidente. Investigación Bibliotecológica: Archivonomía, Bibliotecología e Información, v. 33, n. 81, p. 157-178, 2019. Disponível em: http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/article/view/58065 Acesso em: 10 jan. 2022.
    » http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/article/view/58065
  • Fernández Izquierdo, F. et al. Problemas planteados en la creación de índices de citas en el área de Humanidades: la base de datos ModernitasCitas y las publicaciones de Historia Moderna. Revista Española De Documentación Científica, v. 33, n. 3, p. 496-505, 2010. Doi: https://doi.org/10.3989/redc.2010.3.729.
    » https://doi.org/10.3989/redc.2010.3.729
  • Flick, U. Introdução à pesquisa qualitativa 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2008.
  • Garfield, E. From the science of science to Scientometrics visualizing the history of science with HistCite software. Journal of Informetrics, v. 3, n. 3, 2009. Doi: https://doi.org/10.1016/j.joi.2009.03.009.
    » https://doi.org/10.1016/j.joi.2009.03.009
  • Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa 7. ed. São Paulo: Atlas, 2022.
  • Giurgevich, L. Uma tradição de papel. Novas achegas para a história das bibliotecas eclesiásticas em Portugal. Em Questão, v. 5, 2019. Edição Especial. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/issue/view/3810 Acesso em: 9 jan. 2022.
    » https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/issue/view/3810
  • Harris, M.; Rhodes T. “It’s Not Much of a Life”: The benefits and ethics of using life history methods with people who inject drugs in qualitative harm reduction research. Qualitative Health Research, v. 28, n. 7, p. 1123-1134, 2018. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1049732318764393. Acesso em: 10 jan. 2022.
    » https://doi.org/10.1177/1049732318764393
  • Hoffmann, Y. T.; Bisset Alvarez, E.; Martí-Lahera, Y. Análisis textual con IRaMuTeQ de investigaciones recientes en historia de la educación matemática en Brasil: un ejemplo de Humanidades Digitales. Investigación Bibliotecológica: Archivonomía, Bibliotecología e Información, v. 34, n. 84, p. 103-133, 2020. Disponível em: http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/article/view/58097 Acesso em: 11 fev. 2022.
    » http://rev-ib.unam.mx/ib/index.php/ib/article/view/58097
  • Hood, C.; Reid, P. Social media as a vehicle for user engagement with local history: a case study in the North East of Scotland. Journal of Documentation, v. 74, n. 4, 2018. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-12-2017-0167/full/html Acesso em: 11 fev. 2022.
    » https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-12-2017-0167/full/html
  • Ike, J. D. et al. Face masks: their history and the values they communicate. Journal of Health Communication, v. 25, n. 12, 2020. Disponível em: https://www-tandfonline.ez46.periodicos.capes.gov.br/doi/citedby/10.1080/10810730.2020.1867257?scroll=top&needAccess=true. Acesso em: 13 jan. 2022.
    » https://www-tandfonline.ez46.periodicos.capes.gov.br/doi/citedby/10.1080/10810730.2020.1867257?scroll=top&needAccess=true
  • Ishmael, H. J. M. Reclaiming history: Arthur Schomburg. Archives and Manuscripts, v. 46, n. 3, p. 269-288, 2018. Disponível em: https://www-tandfonline.ez46.periodicos.capes.gov.br/doi/full/10.1080/01576895.2018.1559741. Acesso em: 8 jan. 2022.
    » https://doi.org/10.1080/01576895.2018.1559741
  • Kapronczay, K.; Magyar, L. A.; Putnam, C. E. The Library of the Royal Society of Physicians in Budapest becomes today’s Semmelweis Medical History Library. Journal ot the Medical Library Association, v. 99, n. 1, 2011. Disponível em: https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC3016667/ Acesso em: 3 jan. 2022.
    » https://www-ncbi-nlm-nih.ez46.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC3016667/
  • Kolasa, W. M. Specific character of citations in historiography (using the example of Polish history). Scientometrics, v. 90, p. 905-923, 2012. Disponível em: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1007/s11192-011-0553-0. Acesso em: 6 jan. 2022.
    » https://doi.org/10.1007/s11192-011-0553-0
  • Kong, N. N. et al. Spatial information literacy for digital humanities: The case study of leveraging geospatial information for African American history education. College & Undergraduate Libraries, v. 24, n. 2-4, p. 376-392, 10 fev. 2017. Doi: https://doi.org/10.1080/10691316.2017.1329044.
    » https://doi.org/10.1080/10691316.2017.1329044
  • Lahti, L. et al. Bibliographic Data Science and the History of the Book (c. 1500–1800). Cataloging & Classification Quarterly, v. 56, n. 1, p. 5-23, 2019. Disponível em: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1080/01639374.2018.1543747. Acesso em: 15 jan. 2022.
    » https://doi.org/10.1080/01639374.2018.1543747
  • Lança, T. A. et al. Multi e interdisciplinaridade nos programa em ciência da informação brasileiros. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 23, n. 4, p. 150-183, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/108435 Acesso em: 21 ago. 2022.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/108435
  • Lara, S. H. História cultural e história social. Diálogos, v. 1, p. 25-32, 1997. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/issue/view/1283 Acesso em: 27 dez. 2021.
    » https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/issue/view/1283
  • Lemiez, G.; Endere, M. L. Patrimonio documental, memorias e historia obrera. La reconstrucción del caso de Villa Carlos von Bernard, partido de Olavarría, Buenos Aires, Argentina. Revista General de Información y Documentación, v. 30, n. 2, p. 507-526, 2020. Doi: https://doi.org/10.5209/rgid.72820.
    » https://doi.org/10.5209/rgid.72820
  • Lesselroth, B. J. et al. Design and Implementation of a Medication Reconciliation Kiosk: the Automated Patient History Intake Device (APHID). Journal of the American Medical Informatics Association, v. 16, n. 3, p. 300-304, 2009. Doi: https://doi.org/10.1197/jamia.M2642.
    » https://doi.org/10.1197/jamia.M2642
  • Lewison, G. Evaluation of books as research outputs in history of medicine. Research Evaluation, v. 10, n. 2, p. 89-95, 2001. Doi: https://doi.org/10.3152/147154401781777051.
    » https://doi.org/10.3152/147154401781777051
  • Medeiros, H. V. et al. Sobre la elaboración de una taxonomía de historia medieval portuguesa: problemas y desafios. Revista Española de Documentación Científica, v. 39, n. 1, e123, 2016. Disponível em: https://redc.revistas.csic.es/index.php/redc/article/view/926/1346 Acesso em: 7 jan. 2022.
    » https://redc.revistas.csic.es/index.php/redc/article/view/926/1346
  • Meira, J. C. Crise social e as encruzilhadas da história: a fragmentação epistemológica e o surgimento da história social inglesa (1960-1990). Revista Expedições, v. 9, n. 1, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395 Acesso em: 30 ago. 2021.
    » https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/7395
  • Mering, M.; Hoeve, C. D. A brief history to the future of open access. Serials Review, v. 46, n. 4, 2020. Doi: https://doi.org/10.1080/00987913.2020.1850041.
    » https://doi.org/10.1080/00987913.2020.1850041
  • Moreira, F. M.; Valentim, M. L. P.; Santana, R. C. G. A interdisciplinaridade da ciência da informação e suas contribuições no estudo do compartilhamento de dados governamentais na internet. Em Questão, v. 24, n. 2, p. 300-329, 2018.
  • Nemeth, E. Complementary value of databases for discovery of scholarly literature: a user survey of online searching for publications in art history. College & Research Libraries, v. 71, n. 3, p. 224-235, 2010. Disponível em: https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/16079 Acesso em: 7 jan. 2022.
    » https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/16079
  • Ortega, C. D. Surgimento e consolidação da documentação: subsídios para compreensão da história da Ciência da Informação no Brasil. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 14, p. 59-79, 2009. Edição especial. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-99362009000400005.
    » https://doi.org/10.1590/S1413-99362009000400005
  • Pinheiro, L. V. R.; Loureiro, J. M. M. Traçados e limites da ciência da informação. Ciência da Informação, v. 24, n. 1, 1995. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/609/611 Acesso em: 24 ago. 2021.
    » http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/609/611
  • Pinto Júnior, E. G. Escola metódica: nuances e reconsiderações. In: Fórum Internacional de Pedagogia, 4., 2012, Parnaíba. Anais [...], Campina Grande: Editora Ralize, 2012. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/153 Acesso em: 1 ago. 2021.
    » https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/153
  • Reis, J. C. O Historicismo: a redescoberta da História. Locus: Revista de História, v. 8, n. 1, 2002. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551 Acesso em: 18 ago. 2021.
    » https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20551
  • Reis, J. C. Marxismo e annales: “programas históricos” complementares, antagônicos ou “diferentes”? Varia História, n. 19, p. 68-91, 1998. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5724c48362cd94a6ca0218c3/1462027411301/4_Reis%2C+Jose+Carlos+rev.pdf Acesso em: 30 ago. 2021.
    » https://static1.squarespace.com/static/561937b1e4b0ae8c3b97a702/t/5724c48362cd94a6ca0218c3/1462027411301/4_Reis%2C+Jose+Carlos+rev.pdf
  • Reis, J. C. Tempo, História e Compreensão Narrativa em Paul Ricoeur. Locus: Revista de História, v. 12, n. 1, p. 17-40, 2006. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634 Acesso em: 18 ago. 2021.
    » https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20634
  • Roff, S. A Room of Her Own: The Woman’s Library, a Footnote to New York City Library History. Information & Culture, v. 49, n. 4, 2014. Disponível em: https://www.utexaspressjournals.org/doi/10.7560/IC49403. Acesso em: 22 jan. 2022.
    » https://doi.org/10.7560/IC49403
  • Rother, E. T. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 5-6, 2007. Doi: https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001.
    » https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001
  • Rubiano Montaño, P.; Vivas Moreno, A.; Nuño Moral, M. Metodología para la confección de un Sistema de Información Histórico Fotográfico para la historia local en Extremadura. El ejemplo de Los Santos de Maimona. Revista General de Información y Documentación, v. 29, n. 1, p. 241-259, 2019. Doi: https://doi.org/10.5209/rgid.64547.
    » https://doi.org/10.5209/rgid.64547
  • Sachs, H. R. Reconstructing a Life: the archival challenges of women’s History. Library Trends, v. 56, n. 3, p. 650-666, 2008. Disponível em: https://muse-jhu-edu.ez46.periodicos.capes.gov.br/article/231692 Acesso em: 5 jan. 2022.
    » https://muse-jhu-edu.ez46.periodicos.capes.gov.br/article/231692
  • Santos Neto, J. A. D. et al. Interdisciplinaridade no contexto da ciência da informação: correntes e questionamentos. Em Questão, v. 23, n. 1, p. 9-35, 2017.
  • Saracevic, T. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 1, n. 1, p. 41-62, 1996. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/235/22 Acesso em: 26 ago. 2021.
    » http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/235/22
  • Schaffner, B. L.; Baird, B. J. Into the Dustbin of History? The evaluation and preservation of slavic materials. College & Research Libraries, v. 60, n. 2, p. 144-151, 1999. Disponível em: https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/15274 Acesso em: 10 jan. 2022.
    » https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/15274
  • Scholtz, G. O problema do historicismo e as ciências do espírito no século XX. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, v. 4, n. 6, p. 42–63, 2011.Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/239 Acesso em: 1 set. 2021.
    » https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/239
  • Silva, L. G.; Oliveira, L. M. B. Ciência da informação e história: os estudos históricos nos programas de pós-graduação brasileiros da área de ciência da informação. Ciência da Informação em Revista, v. 6, n. 2, p. 4-15, 2019. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/article/view/7785 Acesso em: 18 ago. 2021.
    » https://www.seer.ufal.br/index.php/cir/article/view/7785
  • Stimson, N. F.; Nobunaga, W. Y. Life and times of John H. Hickcox: Government publications history revisited. Journal of Government Information, v. 22, n. 5, p. 403-412, 1995. Disponível em: https://www-ciencedirect.ez46.periodicos.capes.gov.br/science/article/pii/135202379500016V?via%3Dihub Acesso em: 3 jan. 2022.
    » https://www-ciencedirect.ez46.periodicos.capes.gov.br/science/article/pii/135202379500016V?via%3Dihub
  • Turnbull, P. Managing and mapping the history of collecting indigenous human remains. The Australian Library Journal, v. 65, n. 3, 2016. Doi: https://doi-org.ez46.periodicos.capes.gov.br/10.1080/00049670.2016.1207714
    » https://doi.org/10.1080/00049670.2016.1207714
  • Vanz, S. A. S. Revista Em Questão: 35 anos de história. Em Questão, v. 27, n. 2, p. 12-25, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/111420 Acesso em: 29 dez. 2021.
    » https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/111420
  • Walker, I. W.; Halvey, M. On designing an oral history search system. Journal of Documentation, v. 73, n. 6, 2017. Disponível em: https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-10-2016-0121/full/html Acesso em: 3 jan. 2022.
    » https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JD-10-2016-0121/full/html
  • Zerega-Garaycoa, M. M. Un “tuiterazo” por la independencia: el uso de Twitter para la enseñanza de historia. AtoZ: Novas Práticas em Informação e Conhecimento, v. 4, n. 2, p. 74-83, 2015. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/atoz/article/view/43596 Acesso em: 10 jan. 2022.
    » https://revistas.ufpr.br/atoz/article/view/43596
  • Zuccala, A. A. et al. Can we rank scholarly book publishers? A bibliometric experiment with the field of history. Journal of The Association for Information Science and Technology, v. 66, n. 7, p. 1333-1347, 2015. Disponível em: https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/asi.23267. Acesso em: 4 jan. 2022
    » https://doi.org/10.1002/asi.23267

Editado por

Editor

César Antônio Pereira

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jul 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    24 Ago 2022
  • Aceito
    10 Abr 2023
Pontifícia Universidade Católica de Campinas Núcleo de Editoração SBI - Campus II - Av. John Boyd Dunlop, s/n. - Prédio de Odontologia, Jd. Ipaussurama - 13059-900 - Campinas - SP, Tel.: +55 19 3343-6875 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: transinfo@puc-campinas.edu.br