Editorial
O XXVI Congresso Latino-Americano de Química (CLAQ) e a 27ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), realizados em Salvador entre 30 de maio e 2 de junho deste ano, reuniram cerca de três mil participantes, dos quais mais de 10% do exterior, principalmente de quinze países da América Latina. A cidade de Salvador foi um excelente palco para a apresentação das conferências e trabalhos e para as frutíferas discussões científicas que foram geradas entre os colegas presentes. As atividades científicas foram além do Centro de Convenções, alcançando as ruas do Centro Histórico desta bela cidade, onde os participantes tiveram a oportunidade de desfrutar dos aspectos culturais e históricos que são característicos desta região do Brasil. Indubitavelmente, também apreciamos a bela paisagem e a alegria contagiante dos baianos. Seja pelo alto nível sua programação, seja pelo grande número de participantes, todas as avaliações da CLAQ foram fortemente positivas.
Dentre as atividades científicas desenvolvidas na Reunião, que fazem parte das atividades normais da Federação Latino-Americana de Sociedades Químicas, duas reuniões merecem destaque com relação ao JBCS. A primeira foi uma reunião realizada por iniciativa da American Chemical Society (ACS), que contou com a presença dos presidentes de sociedades científicas Latino-Americanas, do presidente da IUPAC e editores das publicações editadas pela ACS e SBQ (JBCS, Química Nova e Química Nova na Escola). O objetivo desta reunião foi o de apresentar iniciativas da ACS dirigidas à América Latina, a fim de estimular a cooperação entre as sociedades. Foram feitas apresentações das revistas editadas pela SBQ, com destaque ao JBCS, por ser a revista que tem caráter internacional, em que enfatizamos os últimos avanços da revista em termos de sua organização, divulgação e consolidação, principalmente a implementação do sistema eletrônico de submissão e acompanhamento de manuscritos, e o recente aumento no fator de impacto da revista (medido pelo ISI). A apresentação seguinte, sobre o setor de publicações da ACS, deixou clara a importância dedicada aos países da América Latina, que participam significativamente destas publicações, seja como autores ou na forma de assinantes. O Brasil, especificamente, é responsável por mais de 1% dos acessos (downloads) de publicações da ACS. O resultado mais promissor desta reunião foi o estabelecimento de um dialogo e a troca de informações entre as seções de publicações das diferentes sociedades, referentes ao intercâmbio de idéias sobre a organização de páginas eletrônicas das diferentes sociedades em relação às suas publicações.
A segunda reunião foi realizada entre os editores do JBCS e da Revista de la Sociedad Química de México. Esta reunião deu andamento às conversações iniciadas no começo do ano sobre esforços no sentido de estreitar a colaboração entre as duas publicações. Estas conversas culminaram com a decisão da publicação de um número especial de ambas as revistas, em forma conjunta, pelas duas sociedades científicas. Este número especial contará com contribuições científicas dos dois países e será aberto à comunidade, que poderá enviar trabalhos utilizando o sistema on-line que já é tradicional no JBCS. A apresentação desta edição especial deverá se realizar na próxima Reunião Anual da SBQ (Poços de Caldas, 2005) e contará com a presença de nossos colegas mexicanos. Esta cooperação científica e o intercâmbio de experiências com outras publicações adquirem uma relevância fundamental para nossa sociedade, principalmente considerando a importância de nossas revistas na América Latina e o papel da ciência Brasileira no mundo, como foi mostrado no número de 14 de junho de 2004 da revista Chemical and Engineering News. Naquele número é comentado levantamento que indica um forte crescimento das publicações oriundas de diversos países, dentre eles o Brasil, cuja participação cresceu de 0,4 para 1,1 % dos artigos publicados em ciência e tecnologia em todo o mundo entre 1998 e 2001. Esperamos que este número especial do JBCS conjunto com a Sociedade Mexicana de Química seja um marco nesta direção.
Consideramos que a cooperação com os nossos vizinhos Latino-Americanos merece uma atenção especial sem o detrimento de nossas relações com os outros países da América e Europa, cristalizada na Reunião em Salvador. Acreditamos que a colaboração incipiente com as sociedades irmãs é uma excelente continuação do desenvolvimento da Química Brasileira, tal como apresentado na edição especial da QN (A Química no Brasil) sobre a criação, expansão e consolidação da Química no país, nos últimos 27 anos.
Roberto M. Torresi e Watson Loh
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
15 Set 2004 -
Data do Fascículo
Ago 2004
