Acessibilidade / Reportar erro

N-acetilcisteína e deferoxamina protegem contra insuficiência renal aguda induzida por isquemia/reperfusão em ratos

Resumos

OBJETIVO: Os antioxidantes são largamente utilizados em modelos animal para prevenir lesão renal após isquemia/reperfusão. Uma questão importante é se os benefícios dos antioxidantes são aditivos ou não. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos protetores da N-acetilcisteína com deferoxamina, em modelo animal, de isquemia renal/traumatismo por reperfusão. MÉTODOS: A isquemia renal bilateral foi mantida por 45 minutos. N-acetilcisteína, deferoxamina ou ambas foram administradas na aorta, acima das artérias renais, antes da isquemia. Cinco ratos de cada grupo foram sacrificados, entre 1, 6 ou 12 horas após reperfusão, para determinar a creatinina no sangue, os parâmetros de danos oxidativos no rim e a atividade da mieloperoxidase. RESULTADOS: A associação de N-acetilcisteína e deferoxamina, mas não o uso isolado de cada uma, evitou o aumento da creatinina após isquemia/reperfusão. Tal evento foi seguido de diminuição consistente da atividade da mieloperoxidase e dos parâmetros de danos oxidativos, tanto no córtex como na medula renais. CONCLUSÃO: O tratamento com N-acetilcisteína e deferoxamina mostrou-se superior ao uso de cada substância isoladamente em modelo animal de isquemia/reperfusão renal.

Desferroxamina; Traumatismo por reperfusão; Insuficiência renal; Acetilcisteína; Espécies de oxigênio reativas; Ratos


OBJECTIVE: Antioxidants are widely used in animal models to prevent renal injury after ischemia/reperfusion, but it is unknown if the benefits of antioxidants are additive. In this study, we aimed to investigate the protective effects of N-acetylcysteine plus deferoxamine in an animal model of kidney ischemia/reperfusion injury. METHODS: Bilateral kidney ischemia was mastintained for 45 minutes. N-acetylcysteine, deferoxamine or both were administered into the aorta above the renal arteries immediately prior to induction of ischemia. Five rats from each group were sacrificed 1, 6 or 12 hours after reperfusion for the determination of blood creatinine, kidney oxidative damage parameters and myeloperoxidase activity. RESULTS: The combination of N-acetylcysteine and deferoxamine, but not their isolated use, prevented the increase in creatinine after ischemia/reperfusion. This prevention was followed by a consistent decrease in myeloperoxidase activity and oxidative damage parameters both in the kidney cortex and medulla. CONCLUSION: Treatment with N-acetylcysteine and deferoxamine was superior to the isolated use of either compound in an animal model of kidney ischemia/reperfusion.

Deferoxamine; Reperfusion injury; Renal insufficiency; Acetylcysteine; Reactive oxygen species; Rats


ARTIGO ORIGINAL - PESQUISA BÁSICA

N-acetilcisteína e deferoxamina protegem contra insuficiência renal aguda induzida por isquemia/reperfusão em ratos

Roberto Meister Bernardi; Larissa Constantino; Roberta Albino Machado; Francieli Vuolo; Patricia Budni; Cristiane Ritter, Felipe Dal-Pizzol

Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC - Criciúma (SC), Brasil

Autor correspondente Autor correspondente: Felipe Dal-Pizzol Laboratório de Fisiopatologia Experimental Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Unidade Acadêmica Ciências da Saúde Universidade do Extremo Sul Catarinense Avenida Universitária, 1.105 CEP: 88806-000 - Criciúma (SC), Brasil E-mail: piz@unesc.net

RESUMO

OBJETIVO: Os antioxidantes são largamente utilizados em modelos animal para prevenir lesão renal após isquemia/reperfusão. Uma questão importante é se os benefícios dos antioxidantes são aditivos ou não. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos protetores da N-acetilcisteína com deferoxamina, em modelo animal, de isquemia renal/traumatismo por reperfusão.

MÉTODOS: A isquemia renal bilateral foi mantida por 45 minutos. N-acetilcisteína, deferoxamina ou ambas foram administradas na aorta, acima das artérias renais, antes da isquemia. Cinco ratos de cada grupo foram sacrificados, entre 1, 6 ou 12 horas após reperfusão, para determinar a creatinina no sangue, os parâmetros de danos oxidativos no rim e a atividade da mieloperoxidase.

RESULTADOS: A associação de N-acetilcisteína e deferoxamina, mas não o uso isolado de cada uma, evitou o aumento da creatinina após isquemia/reperfusão. Tal evento foi seguido de diminuição consistente da atividade da mieloperoxidase e dos parâmetros de danos oxidativos, tanto no córtex como na medula renais.

CONCLUSÃO: O tratamento com N-acetilcisteína e deferoxamina mostrou-se superior ao uso de cada substância isoladamente em modelo animal de isquemia/reperfusão renal.

Descritores: Desferroxamina; Traumatismo por reperfusão; Insuficiência renal; Acetilcisteína; Espécies de oxigênio reativas; Ratos

INTRODUÇÃO

A isquemia renal é observada em uma variedade de situações clínicas, como a recuperação de parada cardíaca, transplante de rim e de fígado e nefrectomia parcial. A insuficiência renal aguda (IRA) observada após isquemia é caracterizada pela diminuição glomerular da taxa de filtragem, necrose tubular e aumento da resistência vascular renal.(1,2)

O processo de isquemia/reperfusão (I/R) envolve múltiplos mecanismos patofisiológicos, como o distúrbio na homeostase cálcica,(3) a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO),(4) a disfunção mitocondrial (5) e a infiltração neutrofílica.(6) A ERO tem sido demonstrada como principal componente patofisiológico da IRA durante a I/R renal,(4,7) e um componente que contribui para sua produção é o ferro. O ferro livre pode catalisar a conversão de H2O2 para OH• ou formar espécie de ferril reativo ou perferril.(8) Além disso, após a I/R, observam-se ativação do endotélio e recrutamento de células neutrofílicas.(9) A migração de neutrófilos para o rim lesionado, seguida da reperfusão, leva ao aumento da atividade da mieloperoxidase (MPO) renal, sugerindo que substâncias cloradas desempenham um papel durante a lesão renal.(10)

Num esforço para minimizar esses eventos, alguns estudos usaram antioxidantes, como a N-acetilcisteína (NAC)(11) e a deferoxamina (DFX).(12) A NAC é um antioxidante que atua aumentando o nível intracelular de glutationa, melhorando a atividade da glutationa S-transferase e eliminando ERO.(13-15) Além disso, a sobrecarga prévia de animais com ferro(16) poderia acelerar o dano oxidativo, o que é evitado pelo uso de DFX,(17-21) sugerindo que esta poderia ter aplicação clínica na prevenção de dano oxidativo em IRA. Pelo fato de NAC e DFX conferirem proteção por meio de diferentes mecanismos, seus efeitos benéficos podem ser aditivos ou sinergéticos.(22,23)

Neste estudo, tomou-se como hipótese o fato de que NAC e DFX podem ter efeitos sinergéticos, quando administradas em modelo animal de lesão renal por I/R.

MÉTODOS

Todos os experimentos foram realizados de acordo com as diretrizes do National Institutes of Health (NIH) e aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade do Extremo Sul Catarinense.

Procedimentos gerais

Ratos Wistar machos, com idades de 2 a 3 meses, pesando 300 a 350 g foram divididos em 5 grupos de tratamento, com 15 ratos cada: (1) animal submetido à cirurgia sham; (2) I/R mais solução salina; (3) I/R mais NAC (20 mg/kg); (4) I/R mais DFX (20 mg/kg); e (5) I/R mais NAC e DFX (mesmas doses dos grupos 3 e 4). Os medicamentos foram administrados em dose única antes da indução da isquemia. As doses de NAC e DFX foram baseadas em estudos anteriores do grupo do presente estudo.(24) Para o procedimento de I/R, os ratos foram anestesiados com quetamina (75 mg/kg). Realizou-se incisão mediana, sendo identificadas a aorta e as artérias renais. Os medicamentos foram administrados na aorta acima das artérias renais e, então, ambos os pedículos foram pinçados com pinças microvasculares não traumáticas. A isquemia foi mantida por 45 minutos. Após este período, a perda de fluido foi recompensada por meio da administração de 5 mL de solução salina isotônica morna, e foram removidas as pinças. Cinco ratos de cada grupo foram sacrificados entre 1, 6 e 12 horas após a reperfusão, sendo o sangue e o rim removidos e acondicionados a -80ºC.

Creatinina plasmática

A creatinina foi determinada utilizando-se um ensaio enzimático. O soro foi exposto a 2% de naftol e 0,05% de diacetil em volume final de 1 mL e calculado por espectrofotometria a 540 nm após 20 minutos. Os resultados foram expressos em miligramas por decilitros.

Atividade da mieloperoxidase

A atividade da MPO, um índice de infiltração de leucócitos, foi calculada entre 1, 6 e 12 horas após a reperfusão, como descrito anteriormente.(25) Os rins foram homogeneizados em 0,5% de brometo de hexadeciltrimetilamônio e centrifugados em 15.000 g por 40 minutos. Uma alíquota de sobrenadante foi misturada a solução de 1,6 mM de tetrametilbenzidina e 1 mM de H2O2. A atividade foi medida por espectrofotometria, com a variação na absorbância em 650 nm a 37ºC.

Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

Os níveis teciduais de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) foram determinados por um método baseado na reação com ácido tiobarbitúrico (ATB) a 90 a 100ºC.(26) No teste, o malondialdeído (MDA) ou substâncias MDA-like reagiram com ATB, produzindo um pigmento rosa com absorção máxima de 532 nm.

Dano proteico oxidativo

O dano oxidativo às proteínas foi avaliado pela determinação do conteúdo do grupo carbonil, com base na reação com dinitrofenilhidrazina (DNPH), como descrito anteriormente.(27) As proteínas foram precipitadas pela adição de 20% de ATB e redissolvidas em DNPH; a absorbância foi monitorada em 370 nm.

Análises estatísticas

A diferença entre os grupos foi avaliada por análise de variância (ANOVA). Quando o valor de F foi significante, realizaram-se comparações post hoc pelo teste Student-Newman-Keuls (SNK).

RESULTADOS

Os níveis de creatinina não diferiram entre os grupos 1 hora após reperfusão, mas aumentaram das 6 para as 12 horas, quando comparados com o grupo Sham (Figura 1). A associação de NAC e DFX, mas não o uso isolado delas, evitou esse aumento (Figura 1).


Os ratos submetidos à I/R tiveram aumento substancial na atividade de MPO no rim (Figura 2), tanto no córtex como na medula. O tratamento com NAC e DFX produziu uma maior atenuação da atividade da MPO no córtex (Figura 2A) e na medula (Figura 2B) quando comparado ao uso de uma delas isoladamente. Avaliou-se também o dano oxidativo renal (Figuras 3 e 4) e os níveis de TBARS foram, em geral, mais baixos quando a NAC e a DFX foram administradas associadas em relação à administração delas isoladamente (Figura 3). Esse efeito diferencial de NAC e DFX foi menos pronunciado quando o dano oxidativo foi avaliado utilizando carbonilas proteicas (Figura 4).




DISCUSSÃO

Neste estudo, demonstrou-se que a associação de NAC e DFX diminuiu o dano oxidativo e inflamatório nos rins após lesão por I/R em modelo animal. Uma resposta diferencial era esperada no córtex e na medula renais, dada a fisiologia hipoxêmica da medula; todavia, neste estudo, não foi possível demonstrar esse achado.

O peróxido de hidrogênio está presente em altos níveis após a reperfusão renal e é associado à produção de oxidantes derivados da MPO e à reação de Fenton. Os radicais ânion superóxido e o peróxido de hidrogênio podem ser produzidos via nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato reduzida (NADPH) oxidase ou pelo complexo desidrogenase mitocondrial NADPH em fagócitos (neutrófilos) ou nas células não fagócitas.(28-30) A formação de peróxido de hidrogênio pela atividade elevada de xantina oxidase ainda não se confirmou como relevante na lesão renal por reperfusão em humanos. Apesar disso, nos rins de roedores, a I/R induz a conversão de xantina desidrogenase, que utiliza a NAD oxidada como aceptor de elétrons, na xantina oxidase, na xantina oxidase, que, em contraste, utiliza o oxigênio como substrato.(31-33) Devido ao ATP ser consumido durante a isquemia, a xantina e a hipoxantina podem se acumular; na presença de oxigênio, o radical ânion superóxido e o peróxido de hidrogênio poderiam ser produzidos durante a reperfusão.(34) A xantina oxidase encontrada em células endoteliais renais poderia contribuir, em parte, para lesão oxidativa microvascular que ocorre seguida da reperfusão.(35,36) Nesse contexto, os antioxidantes foram largamente utilizados em modelos experimentais na tentativa de evitar essas variações, porém poucos estudos consideraram o papel das associações antioxidantes. Shokeir et al. demonstraram que a associação de alfa-tocoferol e L-arginina tem maior efeito protetor e efeito sinergético antioxidante em modelo animal de transplante de lesão por I/R.(37) Além disso, a associação de NAC e ebselen evita a dano renal mais do que o uso de cada droga separadamente,(38) e o mesmo padrão de proteção foi observado no uso da erdosteína e do alfa-tocoferol.(39) Previamente, os autores deste estudo demonstraram, em diferentes modelos de doenças inflamatória, que a associação de NAC e DFX é superior ao uso isolado de antioxidante.(24,40-42) Neste estudo, é possível confirmar os resultados prévios em modelo de I/R renal. Provavelmente essas ações sinergéticas estão relacionadas à capacidade de remover mais de um tipo de radical ou por evitar a possível produção de antioxidantes de radicais livres. Na verdade, esses achados são de grande relevância para NAC, que pode produzir radicais thiyl na presença de ferro; assim, o efeito quelante de ferro DFX pode evitar o estresse oxidativo NAC-induzido.

CONCLUSÃO

O tratamento com a associação de NAC e DFX foi superior ao uso isolado das substâncias em modelo animal de I/R renal, sugerindo que a disponibilidade de ferro pode representar um papel relevante no processo da doença ou na eficácia da NAC.

REFERÊNCIAS

1. Biology of acute renal failure: therapeutic implications. Kidney Int. 1997;52(4):1102-15.

2. Thadhani R, Pascual M, Bonventre JV. Acute renal failure. N Engl J Med. 1996;334(22):1448-60. Review.

3. Meldrum DR, Cleveland JC Jr, Sheridan BC, Rowland RT, Banerjee A, Harken AH. Cardiac surgical implications of calcium dyshomeostasis in the heart. Ann Throrac Surg. 1996;61(4):1273-80.

4. Weight SC, Bell PR, Nicholson ML. Renal ischaemia--reperfusion injury. Br J Surg. 1996;83(2):162-70.

5. Rouslin W. Mitochondrial complexes I, II, III, IV, and V in myocardial ischemia and autolysis. Am J Physiol. 1983;244(6):H743-8.

6. Lauriat S, Linas SL. The role of neutrophils in acute renal failure. Semin Nephrol. 1998;18(5):498-504.

7. Paller MS, Jacob HS. Cytochrome P-450 mediates tissue-damaging hydroxyl radical formation during reoxygenation of the kidney. Proc Natl Acad Sci U S A. 1994;91(15):7002-6.

8. Halliwell B, Gutteridge JM. Role of free radicals and catalytic metal ions in human disease: an overview. Methods Enzymol. 1990;186:1-85. Review.

9. Witko-Sarsat V, Rieu P, Descamps-Latscha B, Lesavre P, Halbwachs-Mecarelli L. Neutrophils: molecules, functions and pathophysiological aspects. Lab Invest. 2000;80(5):617-53.

10. Klebanoff SJ. Myeloperoxidase: friend and foe. J Leukoc Biol. 2005;77(5):598-625.

11. Erbas H, Aydogdu N, Kaymak K. Effects of N-acetylcysteine on arginase, ornithine and nitric oxide in renal ischemia-reperfusion injury. Pharmacol Res. 2004;50(5):523-7.

12. Huang H, He Z, Roberts LJ 2nd, Salahudeen AK. Deferoxamine reduces cold-ischemic renal injury in a syngeneic kidney transplant model. Am J Transplant. 2003;3(12):1531-7.

13. Spapen H. N-acetylcysteine in clinical sepsis: a difficult marriage. Crit Care. 2004;8(4):229-30.

14. Hsu BG, Lee RP, Yang FL, Harn HJ, Chen HI. Post-treatment with N-acetylcysteine ameliorates endotoxin shock-induced organ damage in conscious rats. Life Sci. 2006;79(21):2010-6.

15. Paterson RL, Galley HF, Webster NR. The effect of N-acetylcysteine on nuclear factor-kappa B activation, interleukin-6, interleukin-8, and intercellular adhesion molecule-1 expression in patients with sepsis. Crit Care Med. 2003;31(11):2574-8.

16. Wu ZL, Paller MS. Iron loading enhances susceptibility to renal ischemia in rats. Ren Fail. 1994;16(4):471-80.

17. Paller MS, Hedlund BE. Extracellular iron chelators protect kidney cells from hypoxia/reoxygenation. Free Radic Biol Med. 1994;17(6):597-603.

18. Baliga R, Zhang Z, Baliga M, Ueda N, Shah SV. In vitro and in vivo evidence suggesting a role for iron in cisplatin-induced nephrotoxicity. Kidney Int. 1998;53(2):394-401.

19. de Vries B, Walter SJ, von Bonsdorff L, Wolfs TG, van Heurn LW, Parkkinen J, et al. Reduction of circulating redox-active iron by apotransferrin protects against renal ischemia-reperfusion injury. Transplantation.2004;77(5):669-75.

20. Shah SV, Walker PD. Evidence suggesting a role for hydroxyl radical in glycerol-induced acute renal failure. Am J Physiol. 1988;255(3 Pt 2):F438-43.

21. Paller MS. Hemoglobin- and myoglobin-induced acute renal failure in rats: role of iron in nephrotoxicity. Am J Physiol. 1988;255(3 Pt 2):F539-44.

22. Klebanoff SJ, Wallersdorph AM, Michel BR, Rosen H. Oxygen-based free radical generation by ferrous ions and deferoxamine. J Biol Chem. 1989;264(33):19765-71.

23. Zager RA, Foerder CA. Effects of inorganic iron and myoglobin on in vitro proximal tubular lipid peroxidation and cytotoxicity. J Clin Invest. 1992;89(3):989-95.

24. Ritter C, Andrades ME, Reinke A, Menna-Barreto S, Moreira JC, Dal-Pizzol F. Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats against oxidative stress and improves survival in sepsis. Crit Care Med. 2004;32(2):342-9.

25. Liaudet L, Mabley JG, Soriano FG, Pacher P, Marton A, Haskó G, et al. Inosine reduces systemic inflammation and improves survival in septic shock induced by cecal ligation and puncture. Am J Respir Crit Care Med. 2001;164(7):1213-20.

26. Draper HH, Hadley M. Malondialdehyde determination as index of lipid peroxidation. Methods Enzymol. 1990;186:421-31.

27. Levine RL, Williams JA, Stadtman ER, Shacter E. Carbonyl assays for determination of oxidatively modified proteins. Methods Enzymol. 1994;233:346-57.

28. Maruyama Y, Lindholm B, Stenvinkel P. Inflammation and oxidative stress in ESRD-- the role of myeloperoxidase. J Nephrol. 2004;17 Suppl 8:S72-6.

29. González-Flecha B, Boveris A. Mitochondrial sites of hydrogen peroxide production in reperfused rat kidney cortex. Biochim Biophys Acta. 1995;1243(3):361-6.

30. Zulueta JJ, Sawhney R, Yu FS, Cote CC, Hassoun PM. Intracellular generation of reactive oxygen species in endothelial cells exposed to anoxia-reoxygenation. Am J Physiol. 1997;272(5 Pt 1):L897-902.

31. McKelvey TG, Höllwarth ME, Granger DN, Engerson TD, Landler U, Jones HP. Mechanisms of conversion of xanthine dehydrogenase to xanthine oxidase in ischemic rat liver and kidney. Am J Physiol. 1988;254(5 Pt 1):G753-60.

32. Linas SL, Whittenburg D, Repine JE. Role of xanthine oxidase in ischemia/reperfusion injury. Am J Physiol. 1990;258(3 Pt 2):F711-6.

33. Greene EL, Paller MS. Xanthine oxidase produces O2-. in posthypoxic injury of renal epithelial cells. Am J Physiol. 1992;263(2 Pt 2):F251-5.

34. Granger DN. Role of xanthine oxidase and granulocytes in ischemia-reperfusion injury. Am J Physiol. 1988;255(6 Pt 2):H1269-75. Review.

35. Kooij A, Schijns M, Frederiks WM, Van Noorden CJ, James J. Distribution of xanthine oxidoreductase activity in human tissues--a histochemical and biochemical study. Virchows Arch B Cell Pathol Incl Mol Pathol. 1992;63(1):17-23.

36. Linder N, Rapola J, Raivio KO. Cellular expression of xanthine oxidoreductase protein in normal human tissues. Lab Invest. 1999;79(8):967-74.

37. Shokeir AA, Barakat N, Hussein AA, Awadalla A, Abdel-Aziz A, Abo-Elenin H. Role of combination of L-arginine and α-tocopherol in renal transplantation ischaemia/reperfusion injury: a randomized controlled experimental study in a rat model. BJU Int. 2011;108(4):612-8.

38. Kizilgun M, Poyrazoglu Y, Oztas Y, Yaman H, Cakir E, Cayci T, et al. Beneficial effects of N-acetylcysteine and ebselen on renal ischemia/reperfusion injury. Ren Fail. 2011;33(5):512-7.

39. Yurdakul T, Kulaksizoglu H, Pişkin MM, Avunduk MC, Ertemli E, Gokçe G, et al. Combination antioxidant effect of α-tocoferol and erdosteine in ischemia-reperfusion injury in rat model. Int Urol Nephrol. 2010;42(3):647-55. Erratum in Int Urol Nephrol. 2010;42(3):657. Gokçe, Gürhan [added].

40. Ritter C, Cunha AA, Echer IC, Andrades M, Reinke A, Lucchiari N, et al. Effects of N-acetylcysteine plus deferoxamine in lipopolysaccharide-induced acute lung injury in the rat. Crit Care Med. 2006;34(2):471-7.

41. Petronilho F, Constantino L, de Souza B, Reinke A, Martins MR, Fraga CM, et al. Efficacy of the combination of N- acetylcysteine and deferoxamine in the prevention and treatment of gentamicin-induced acute renal failure in male Wistar rats. Nephrol Dial Transplant. 2009;24(7):2077-82.

42. Fraga CM, Tomasi CD, Biff D, Topanotti MF, Felisberto F, Vuolo F, et al. The effects of N-acetylcysteine and deferoxamine on plasma cytokine and oxidative damage parameters in critically ill patients with prolonged hypotension: a randomized controlled trial. J Clin Pharmacol. 2012;52(9):1365-72.

Submetido em 7 de Agosto de 2012

Aceito em 10 de Setembro de 2012

Conflito de interesse: Nenhum.

Financiamento: Esta pesquisa recebeu suporte financeiro da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM).

Estudo realizado no Laboratório de Fisiopatologia Experimental, Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC - Criciuma (SC), Brasil.

  • 1. Biology of acute renal failure: therapeutic implications. Kidney Int. 1997;52(4):1102-15.
  • 2. Thadhani R, Pascual M, Bonventre JV. Acute renal failure. N Engl J Med. 1996;334(22):1448-60. Review.
  • 3. Meldrum DR, Cleveland JC Jr, Sheridan BC, Rowland RT, Banerjee A, Harken AH. Cardiac surgical implications of calcium dyshomeostasis in the heart. Ann Throrac Surg. 1996;61(4):1273-80.
  • 4. Weight SC, Bell PR, Nicholson ML. Renal ischaemia--reperfusion injury. Br J Surg. 1996;83(2):162-70.
  • 5. Rouslin W. Mitochondrial complexes I, II, III, IV, and V in myocardial ischemia and autolysis. Am J Physiol. 1983;244(6):H743-8.
  • 6. Lauriat S, Linas SL. The role of neutrophils in acute renal failure. Semin Nephrol. 1998;18(5):498-504.
  • 7. Paller MS, Jacob HS. Cytochrome P-450 mediates tissue-damaging hydroxyl radical formation during reoxygenation of the kidney. Proc Natl Acad Sci U S A. 1994;91(15):7002-6.
  • 8. Halliwell B, Gutteridge JM. Role of free radicals and catalytic metal ions in human disease: an overview. Methods Enzymol. 1990;186:1-85. Review.
  • 9. Witko-Sarsat V, Rieu P, Descamps-Latscha B, Lesavre P, Halbwachs-Mecarelli L. Neutrophils: molecules, functions and pathophysiological aspects. Lab Invest. 2000;80(5):617-53.
  • 10. Klebanoff SJ. Myeloperoxidase: friend and foe. J Leukoc Biol. 2005;77(5):598-625.
  • 11. Erbas H, Aydogdu N, Kaymak K. Effects of N-acetylcysteine on arginase, ornithine and nitric oxide in renal ischemia-reperfusion injury. Pharmacol Res. 2004;50(5):523-7.
  • 12. Huang H, He Z, Roberts LJ 2nd, Salahudeen AK. Deferoxamine reduces cold-ischemic renal injury in a syngeneic kidney transplant model. Am J Transplant. 2003;3(12):1531-7.
  • 13. Spapen H. N-acetylcysteine in clinical sepsis: a difficult marriage. Crit Care. 2004;8(4):229-30.
  • 14. Hsu BG, Lee RP, Yang FL, Harn HJ, Chen HI. Post-treatment with N-acetylcysteine ameliorates endotoxin shock-induced organ damage in conscious rats. Life Sci. 2006;79(21):2010-6.
  • 15. Paterson RL, Galley HF, Webster NR. The effect of N-acetylcysteine on nuclear factor-kappa B activation, interleukin-6, interleukin-8, and intercellular adhesion molecule-1 expression in patients with sepsis. Crit Care Med. 2003;31(11):2574-8.
  • 16. Wu ZL, Paller MS. Iron loading enhances susceptibility to renal ischemia in rats. Ren Fail. 1994;16(4):471-80.
  • 17. Paller MS, Hedlund BE. Extracellular iron chelators protect kidney cells from hypoxia/reoxygenation. Free Radic Biol Med. 1994;17(6):597-603.
  • 18. Baliga R, Zhang Z, Baliga M, Ueda N, Shah SV. In vitro and in vivo evidence suggesting a role for iron in cisplatin-induced nephrotoxicity. Kidney Int. 1998;53(2):394-401.
  • 19. de Vries B, Walter SJ, von Bonsdorff L, Wolfs TG, van Heurn LW, Parkkinen J, et al. Reduction of circulating redox-active iron by apotransferrin protects against renal ischemia-reperfusion injury. Transplantation.2004;77(5):669-75.
  • 20. Shah SV, Walker PD. Evidence suggesting a role for hydroxyl radical in glycerol-induced acute renal failure. Am J Physiol. 1988;255(3 Pt 2):F438-43.
  • 21. Paller MS. Hemoglobin- and myoglobin-induced acute renal failure in rats: role of iron in nephrotoxicity. Am J Physiol. 1988;255(3 Pt 2):F539-44.
  • 22. Klebanoff SJ, Wallersdorph AM, Michel BR, Rosen H. Oxygen-based free radical generation by ferrous ions and deferoxamine. J Biol Chem. 1989;264(33):19765-71.
  • 23. Zager RA, Foerder CA. Effects of inorganic iron and myoglobin on in vitro proximal tubular lipid peroxidation and cytotoxicity. J Clin Invest. 1992;89(3):989-95.
  • 24. Ritter C, Andrades ME, Reinke A, Menna-Barreto S, Moreira JC, Dal-Pizzol F. Treatment with N-acetylcysteine plus deferoxamine protects rats against oxidative stress and improves survival in sepsis. Crit Care Med. 2004;32(2):342-9.
  • 25. Liaudet L, Mabley JG, Soriano FG, Pacher P, Marton A, Haskó G, et al. Inosine reduces systemic inflammation and improves survival in septic shock induced by cecal ligation and puncture. Am J Respir Crit Care Med. 2001;164(7):1213-20.
  • 26. Draper HH, Hadley M. Malondialdehyde determination as index of lipid peroxidation. Methods Enzymol. 1990;186:421-31.
  • 27. Levine RL, Williams JA, Stadtman ER, Shacter E. Carbonyl assays for determination of oxidatively modified proteins. Methods Enzymol. 1994;233:346-57.
  • 28. Maruyama Y, Lindholm B, Stenvinkel P. Inflammation and oxidative stress in ESRD-- the role of myeloperoxidase. J Nephrol. 2004;17 Suppl 8:S72-6.
  • 29. González-Flecha B, Boveris A. Mitochondrial sites of hydrogen peroxide production in reperfused rat kidney cortex. Biochim Biophys Acta. 1995;1243(3):361-6.
  • 30. Zulueta JJ, Sawhney R, Yu FS, Cote CC, Hassoun PM. Intracellular generation of reactive oxygen species in endothelial cells exposed to anoxia-reoxygenation. Am J Physiol. 1997;272(5 Pt 1):L897-902.
  • 31. McKelvey TG, Höllwarth ME, Granger DN, Engerson TD, Landler U, Jones HP. Mechanisms of conversion of xanthine dehydrogenase to xanthine oxidase in ischemic rat liver and kidney. Am J Physiol. 1988;254(5 Pt 1):G753-60.
  • 32. Linas SL, Whittenburg D, Repine JE. Role of xanthine oxidase in ischemia/reperfusion injury. Am J Physiol. 1990;258(3 Pt 2):F711-6.
  • 33. Greene EL, Paller MS. Xanthine oxidase produces O2-. in posthypoxic injury of renal epithelial cells. Am J Physiol. 1992;263(2 Pt 2):F251-5.
  • 34. Granger DN. Role of xanthine oxidase and granulocytes in ischemia-reperfusion injury. Am J Physiol. 1988;255(6 Pt 2):H1269-75. Review.
  • 35. Kooij A, Schijns M, Frederiks WM, Van Noorden CJ, James J. Distribution of xanthine oxidoreductase activity in human tissues--a histochemical and biochemical study. Virchows Arch B Cell Pathol Incl Mol Pathol. 1992;63(1):17-23.
  • 36. Linder N, Rapola J, Raivio KO. Cellular expression of xanthine oxidoreductase protein in normal human tissues. Lab Invest. 1999;79(8):967-74.
  • 38. Kizilgun M, Poyrazoglu Y, Oztas Y, Yaman H, Cakir E, Cayci T, et al. Beneficial effects of N-acetylcysteine and ebselen on renal ischemia/reperfusion injury. Ren Fail. 2011;33(5):512-7.
  • 40. Ritter C, Cunha AA, Echer IC, Andrades M, Reinke A, Lucchiari N, et al. Effects of N-acetylcysteine plus deferoxamine in lipopolysaccharide-induced acute lung injury in the rat. Crit Care Med. 2006;34(2):471-7.
  • 41. Petronilho F, Constantino L, de Souza B, Reinke A, Martins MR, Fraga CM, et al. Efficacy of the combination of N- acetylcysteine and deferoxamine in the prevention and treatment of gentamicin-induced acute renal failure in male Wistar rats. Nephrol Dial Transplant. 2009;24(7):2077-82.
  • 42. Fraga CM, Tomasi CD, Biff D, Topanotti MF, Felisberto F, Vuolo F, et al. The effects of N-acetylcysteine and deferoxamine on plasma cytokine and oxidative damage parameters in critically ill patients with prolonged hypotension: a randomized controlled trial. J Clin Pharmacol. 2012;52(9):1365-72.
  • Autor correspondente:

    Felipe Dal-Pizzol
    Laboratório de Fisiopatologia Experimental Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Unidade Acadêmica Ciências da Saúde Universidade do Extremo Sul Catarinense
    Avenida Universitária, 1.105
    CEP: 88806-000 - Criciúma (SC), Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      05 Nov 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2012

    Histórico

    • Recebido
      07 Ago 2012
    • Aceito
      10 Set 2012
    Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB Rua Arminda, 93 - Vila Olímpia, CEP 04545-100 - São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (11) 5089-2642 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: rbti.artigos@amib.com.br