Acessibilidade / Reportar erro

Critérios de segurança para iniciar a mobilização precoce em unidades de terapia intensiva. Revisão sistemática

RESUMO

Pacientes críticos internados em unidade de terapia intensiva devem ser mobilizados com base em critérios de segurança. O objetivo desta revisão foi verificar os critérios de segurança mais utilizados para iniciar a mobilização precoce em pacientes sob ventilação mecânica internados em unidade de terapia intensiva. Os artigos foram pesquisados nas bases de dados PubMed, PEDro, LILACS, Cochrane e CINAHL, tendo sido incluídos ensaios clínicos randomizados e controlados, ensaios clínicos quase randomizados, coortes, estudos comparativos com ou sem controles simultâneos, séries de casos com dez ou mais casos consecutivos, e estudos descritivos. O mesmo foi feito para estudos prospectivos, retrospectivos e transversais, nos quais, em sua metodologia, deveria constar a descrição dos critérios de segurança utilizados para iniciar a mobilização precoce. Dois revisores selecionaram, independentemente, estudos em potencial, de acordo com os critérios de inclusão, extraíram os dados e avaliaram a qualidade metodológica. Na análise dos dados, foi utilizada descrição narrativa para resumir as características e os resultados dos estudos obtidos, sendo os critérios de segurança categorizados nos seguintes subgrupos: cardiovasculares, respiratórios, neurológicos, ortopédicos e outros. Obtivemos 37 estudos elegíveis. O critério de segurança cardiovascular apresentou o maior número de variáveis identificadas. No entanto, o critério de segurança respiratório apresentou maior concordância. Houve maior divergência entre os autores em relação aos critérios neurológicos. Faz-se necessário reforçar o reconhecimento dos critérios de segurança utilizados para segurança da mobilização precoce do paciente crítico, ao mesmo tempo em que os parâmetros e as variáveis encontradas poderão auxiliar na incorporação à rotina dos serviços, com a intenção de iniciar, progredir e guiar a prática clínica.

Descritores:
Hospitalização; Reabilitação; Respiração artificial; Deambulação precoce; Cuidados críticos; Segurança do paciente

ABSTRACT

Mobilization of critically ill patients admitted to intensive care units should be performed based on safety criteria. The aim of the present review was to establish which safety criteria are most often used to start early mobilization for patients under mechanical ventilation admitted to intensive care units. Articles were searched in the PubMed, PEDro, LILACS, Cochrane and CINAHL databases; randomized and quasi-randomized clinical trials, cohort studies, comparative studies with or without simultaneous controls, case series with 10 or more consecutive cases and descriptive studies were included. The same was performed regarding prospective, retrospective or cross-sectional studies where safety criteria to start early mobilization should be described in the Methods section. Two reviewers independently selected potentially eligible studies according to the established inclusion criteria, extracted data and assessed the studies' methodological quality. Narrative description was employed in data analysis to summarize the characteristics and results of the included studies; safety criteria were categorized as follows: cardiovascular, respiratory, neurological, orthopedic and other. A total of 37 articles were considered eligible. Cardiovascular safety criteria exhibited the largest number of variables. However, respiratory safety criteria exhibited higher concordance among studies. There was greater divergence among the authors regarding neurological criteria. There is a need to reinforce the recognition of the safety criteria used to start early mobilization for critically ill patients; the parameters and variables found might contribute to inclusion into service routines so as to start, make progress and guide clinical practice.

Keywords:
Hospitalization; Rehabilitation; Respiration, artificial; Early ambulation; Critical care; Patient safety

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, houve aumento das taxas de sobrevida de pacientes com doença crítica e, consequentemente, do número de morbidades deles em decorrência da permanência prolongada em unidades de terapia intensiva (UTI).(11 Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med. 2008;34(7):1188-99.

2 Pohlman MC, Schweickert WD, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Feasibility of physical and occupational therapy beginning from initiation of mechanical ventilation. Crit Care Med. 2010;38(11):2089-94.
-33 Pandullo SM, Spilman SK, Smith JA, Kingery LK, Pille SM, Rondinelli RD, et al. Time for critically ill patients to regain mobility after early mobilization in the intensive care unit and transition to a general inpatient floor. J Crit Care. 2015;30(6):1238-42.) Neste sentido, a mobilização precoce (MP), realizada de maneira segura, pode diminuir estes efeitos deletérios.

As informações sobre os critérios de segurança utilizados para realizar a MP em UTI adulto foram inicialmente publicadas por Stiller e Philips,(44 Stiller K, Phillips A. Safety aspects of mobilising acutely ill inpatients. Physiother Theory Pract. 2003;19(4):239-57.) seguidos por Stiller.(55 Stiller K. Safety issues that should be considered when mobilizing critically ill patients. Crit Care Clin. 2007;23(1):35-53.) Ambos os estudos foram baseados nos princípios fisiológicos e nas experiências clínicas dos autores. Gosselink et al.,(11 Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med. 2008;34(7):1188-99.) junto à European Respiratory Society & European Society of Intensive Care Medicine, recomendaram que a mobilização do paciente fosse realizada com monitorização e segurança adequadas. Hodgson et al.(66 Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.) por sua vez, fundamentaram-se em evidências de estudos clínicos e no consenso dos participantes. Já Sommers et al.(77 Sommers J, Engelbert RH, Dettling-Ihnenfeldt D, Gosselink R, Spronk PE, Nollet F, et al. Physiotherapy in the intensive care unit: an evidence-based, expert driven, practical statement and rehabilitation recommendations. Clin Rehabil. 2015;29(11):1051-63.) elaboraram recomendações baseadas em evidências para realização efetiva e segura da MP em UTI.

A reabilitação do paciente em UTI depende de fatores como força física e funcionalidades prévias, nível de cooperação, dispositivos anexados ao paciente e a cultura de mobilização existente na unidade.(88 Ntoumenopoulos G. Rehabilitation during mechanical ventilation: Review of the recent literature. Intensive Crit Care Nurs. 2015;31(3):125-32.

9 Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.
-1010 Bailey P, Thomsen GE, Spuhler VJ, Blair R, Jewkes J, Bezdjian L, et al. Early activity is feasible and safe in respiratory failure patients. Crit Care Med. 2007;35(1):139-45.) Estudos demonstram que a MP é segura e viável,(1111 Clark DE, Lowman JD, Griffin RL, Matthews HM, Reiff DA. Effectiveness of an early mobilization protocol in a trauma and burns intensive care unit: a retrospective cohort study. Phys Ther. 2013;93(2):186-96.

12 Perme C, Chandrashekar R. Early mobility and walking program for patients in intensive care units: creating a standard of care. Am J Crit Care. 2009;18(3):212-21.
-1313 Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.) porém ainda não há consenso em relação a seus desfechos. Estudos(33 Pandullo SM, Spilman SK, Smith JA, Kingery LK, Pille SM, Rondinelli RD, et al. Time for critically ill patients to regain mobility after early mobilization in the intensive care unit and transition to a general inpatient floor. J Crit Care. 2015;30(6):1238-42.,66 Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.,1313 Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.

14 Needham DM, Korupolu R. Rehabilitation quality improvement in an intensive care unit setting: implementation of a quality improvement model. Top Stroke Rehabil. 2010;17(4):271-81.

15 Nawa RK, Lettvin C, Winkelman C, Evora PR, Perme C. Initial interrater reliability for a novel measure of patient mobility in a cardiovascular intensive care unit. J Crit Care. 2014;29(3):475.e1-5.

16 Nydahl P, Ruhl AP, Bartoszek G, Dubb R, Filipovic S, Flohr HJ, et al. Early mobilization of mechanically ventilated patients: a 1-day point-prevalence study in Germany. Crit Care Med. 2014;42(5):1178-86.
-1717 Klein K, Mulkey M, Bena JF, Albert NM. Clinical and psychological effects of early mobilization in patients treated in a neurologic ICU: a comparative study. Crit Care Med. 2015;43(4):865-73.) mostram potenciais benefícios como redução do tempo de ventilação mecânica (VM), permanência na UTI, internação hospitalar, sedação e duração do delirium, custos hospitalares, além da melhora dos desfechos clínicos e funcionais na alta hospitalar. No entanto, estes resultados contrastam com os de outros estudos randomizados e controlados,(1818 AVERT Trial Collaboration group. Efficacy and safety of very early mobilisation within 24 h of stroke onset (AVERT): a randomised controlled trial. Lancet. 2015;386(9988):46-55

19 Moss M, Nordon-Craft A, Malone D, Van Pelt D, Frankel SK, Warner ML, et al. A randomized trial of an intensive physical therapy program for patients with acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med. 2016;193(10):1101-10.
-2020 Morris PE, Berry MJ, Files DC, Thompson JC, Hauser J, Flores L, et al. Standardized rehabilitation and hospital length of stay among patients with acute respiratory failure: a randomized clinical trial. JAMA. 2016;315(24):2694-702.) que demonstraram que a realização de mobilização intensiva e precoce não altera funcionalidade e qualidadede vida quando avaliados na alta e até 6 meses após alta hospitalar.

Para que os desfechos sejam favoráveis, é importante conhecer a relação existente entre os potenciais benefícios, elegibilidade para realização da MP e seus eventos adversos.(66 Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.,2121 Abrams D, Javidfar J, Farrand E, Mongero LB, Agerstrand CL, Ryan P, et al. Early mobilization of patients receiving extracorporeal membrane oxygenation: a retrospective cohort study. Crit Care. 2014;18(1):R38.) Por mais que os índices de eventos adversos se apresentem menores ou iguais a 4%,(1414 Needham DM, Korupolu R. Rehabilitation quality improvement in an intensive care unit setting: implementation of a quality improvement model. Top Stroke Rehabil. 2010;17(4):271-81.,2222 Adler J, Malone D. Early mobilization in the intensive care unit: a systematic review. Cardiopulm Phys Ther J. 2012;23(1):5-13.

23 Médrinal C, Lebret M, Bousta M, Nassaj A, Colas G. Effects of sitting at the bedside of the patient with mechanical ventilation. Kinesitherapie Revue. 2013;13(138):43-9.

24 Davis J, Crawford K, Wierman H, Osgood W, Cavanaugh J, Smith KA, et al. Mobilization of ventilated older adults. J Geriatr Phys Ther. 2013;36(4):162-8.
-2525 Lee H, Ko YJ, Suh GY, Yang JH, Park CM, Jeon K, et al. Safety profile and feasibility of early physical therapy and mobility for critically ill patients in the medical intensive care unit: Beginning experiences in Korea. J Crit Care. 2015;30(4):673-7.) é essencial que os pacientes sejam avaliados minuciosamente, apoiados em critérios de segurança antes de a MP ser iniciada.(66 Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.) No entanto, há diferença entre as escolhas dos critérios de segurança nos diferentes tipos de UTI. Desta forma, por não haver padronização dos critérios de segurança, não existe consenso sobre quais deles devem ser utilizados para iniciar a MP, a fim de que os riscos sejam minimizados. Com intuito de guiar a prática clínica com base científica cada vez mais consistente, este estudo teve por objetivo verificar os critérios de segurança mais utilizados para o início da MP em pacientes sob VM internados em UTI, por meio de uma revisão sistemática.

MÉTODOS

Esta revisão sistemática foi realizada conforme as recomendações do Preferred Reporting Intens for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA).(2626 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; Prisma Group. Preferred reporting items for Systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Ann Intern Med. 2009;151(4):264-9.)

Critérios de inclusão

Foram incluídos os seguintes delineamentos: ensaios clínicos randomizados, estudos prospectivos e retrospectivos, série de casos com pelos menos dez pacientes consecutivos e designs de grupos independentes ou paralelos. Para definição destes delineamentos, foi utilizada a classificação proposta pela Cochrane Collaboration.(2727 Ryan R, Hill S, Broclain D, Horey D, Oliver S, Prictor M; Cochrane Consumers and Communication Review Group. Study Design Guide [Internet]. June 2013. [cited 2017 Oct 24]. Avalable from: http://cccrg.cochrane.org/sites/cccrg.cochrane.org/files/public/uploads/Study_design_guide2013.pdf
http://cccrg.cochrane.org/sites/cccrg.co...
) Adicionalmente, foram incluídos protocolos de ensaios clínicos randomizados e protocolos assistenciais. Os sujeitos deveriam ter idade superior a 18 anos e estar internados em UTI, em VM por mais de 24 horas. Foram incluídos artigos em português, inglês, espanhol e francês. Os estudos deveriam conter a descrição dos critérios de segurança utilizados para iniciar a MP em sua metodologia.

Critérios de exclusão

Foram excluídos estudos com métodos que não tivessem descritos os critérios de segurança utilizados para iniciar MP do paciente em VM internado em UTI. Foram excluídos também estudos de revisão, monografias/dissertações/teses, anais, capítulos, livros e ponto de vista ou opinião de especialista.

Estratégia de busca

A busca por artigos científicos foi conduzida por dois pesquisadores independentes nas bases de dados eletrônicos PubMed, Physiotherapy Evidence Database (PEDro), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cochrane e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), desde o início das bases até maio de 2015. Devido ao objetivo desta revisão, a busca foi estruturada e organizada conforme as recomendações do PRISMA,(2626 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; Prisma Group. Preferred reporting items for Systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Ann Intern Med. 2009;151(4):264-9.) e considerando o paciente alvo e a intervenção da estratégia PICO. Assim, os acrômios referentes ao controle e ao outcomes não foram utilizados na estratégia de busca. Os desfechos encontrados não foram delimitados como critérios de busca.

Com base nas palavras do dicionário Medical Suject Heading Terms (MeSH), com os descritores e operadores boleanos adequados, a primeira busca foi realizada na base de dados PubMed, conforme segue: [(intensive care units/or intensive care.tw or critical illness/) and (early ambulation/or early mobilization.tw or passive mobilization or active mobilization)]. As buscas nas bases subsequentes sofreram adequações conforme a base de dados utilizada, e tais buscas podem ser solicitadas aos autores. Para complementar a busca eletrônica, foi realizada a busca manual nas referências dos artigos incluídos.

Seleção dos estudos

Dois examinadores independentes realizaram a pesquisa para encontrar estudos potencialmente elegíveis. Inicialmente, os artigos foram selecionados de acordo com o título; em seguida, os resumos foram analisados, e foram selecionados apenas os que fossem potencialmente elegíveis. Em caso de desacordo entre avaliadores, um terceiro avaliador tomou a decisão sobre a elegibilidade do estudo em questão.

Qualidade metodológica

Os ensaios clínicos randomizados foram avaliados de acordo com a escala PEDro,(2828 Maher CG, Sherrington C, Herbert RD, Moseley AM, Elkins M. Reliability of the PEDro scale for rating quality of randomized controlled trials. Phys Ther. 2003;83(8):713-21.) por meio de 11 itens destinados a avaliar a qualidade metodológica (validade interna e informação estatística). Com exceção do primeiro, cada item respondido positivamente valeu 1 ponto para a classificação geral final (zero a 10 pontos). Valores de 7 a 10 foram considerados estudos de alta qualidade; 5 e 6, de qualidade intermediária; e de zero a 4, de baixa qualidade.(2929 Bündchen DC, Gonzáles AI, Noronha M, Brüggemann AK, Sties SW, Carvalho T. Ventilação não invasiva e tolerância ao exercício na insuficiência cardíaca: uma revisão sistemática e metanálise. Braz J Phys Ther. 2014;18(5):385-94.) Cabe salientar que a pontuação da escala PEDro não foi utilizada como critério de inclusão ou de exclusão dos artigos, mas como um indicador da qualidade da evidência científica dos estudos incluídos.

Processo de extração dos dados e seleção das variáveis

Os dados referentes aos critérios de segurança foram extraídos de forma independente por dois examinadores, para cada estudo elegível, por meio de um formulário de extração de dados padronizado. Os critérios de segurança foram categorizados em cardiovasculares, respiratórios, neurológicos, ortopédicos e outros, e suas respectivas variáveis e parâmetros foram extraídos em formulário específico. Em relação às variáveis relativas a cada um dos critérios de segurança, foram incluídas apenas aquelas mencionadas em pelo menos três artigos incluídos na revisão.

RESULTADOS

Ao total, 1.943 artigos foram identificados na pesquisa, sendo 1.462 selecionados para realizar a triagem. Foram excluídos com base nos títulos 1.223 artigos e, na sequência, foram excluídos 96 resumos. Foram avaliados para elegibilidade 143 artigos para leitura na íntegra e, por fim, incluídos 37 estudos nesta revisão sistemática, os quais contemplaram os critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos (Figura 1).

Figura 1
Fluxograma do processo de busca.

O tamanho amostral entre os estudos variou de 11 a 2.176 sujeitos e, no total, englobaram 6.641 indivíduos, de ambos os sexos, com média de idade variando entre 45,2 e 75,2 anos, internados em UTI clínica, cirúrgica ou geral.

A tabela 1 demonstra a qualidade metodológica dos ensaios clínicos randomizados.(99 Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.,1313 Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.,2323 Médrinal C, Lebret M, Bousta M, Nassaj A, Colas G. Effects of sitting at the bedside of the patient with mechanical ventilation. Kinesitherapie Revue. 2013;13(138):43-9.,3030 Nava S. Rehabilitation of patients admitted to a respiratory intensive care unit. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(7):849-54.

31 Dantas CM, Silva PF, Siqueira FH, Pinto RM, Matias S, Maciel C, et al. Influence of early mobilization on respiratory and peripheral muscle strength in critically ill patients. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):173-8.
-3232 Dong ZH, Yu BX, Sun YB, Fang W, Li L. Effects of early rehabilitation therapy on patients with mechanical ventilation. World J Emerg Med. 2014;5(1):48-52.) Dos seis estudos, três encontravam-se indexados na PEDro(99 Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.,1313 Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.,3030 Nava S. Rehabilitation of patients admitted to a respiratory intensive care unit. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(7):849-54.) e apresentavam a pontuação disponível na base de dados. Os outros três(2323 Médrinal C, Lebret M, Bousta M, Nassaj A, Colas G. Effects of sitting at the bedside of the patient with mechanical ventilation. Kinesitherapie Revue. 2013;13(138):43-9.,3131 Dantas CM, Silva PF, Siqueira FH, Pinto RM, Matias S, Maciel C, et al. Influence of early mobilization on respiratory and peripheral muscle strength in critically ill patients. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):173-8.,3232 Dong ZH, Yu BX, Sun YB, Fang W, Li L. Effects of early rehabilitation therapy on patients with mechanical ventilation. World J Emerg Med. 2014;5(1):48-52.) foram pontuados de acordo com a leitura completa do artigo e consenso entre revisores. Os escores variaram entre 4 e 8 pontos. Nenhum estudo pontuou nos itens relacionados ao cegamento do paciente e terapeuta, e somente em um estudo houve cegamento do avaliador.(99 Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.) O escore mínimo de 4 pontos foi observado em dois estudos,(3030 Nava S. Rehabilitation of patients admitted to a respiratory intensive care unit. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(7):849-54.,3232 Dong ZH, Yu BX, Sun YB, Fang W, Li L. Effects of early rehabilitation therapy on patients with mechanical ventilation. World J Emerg Med. 2014;5(1):48-52.) e o de 8 pontos foi observado somente no estudo de Schweickert et al.(99 Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.)

Tabela 1
Classificação metodológica dos artigos de acordo com a escala PEDro

Os critérios de segurança utilizados para considerar a iniciação da MP são apresentados na tabela 2. É possível observar que os critérios cardiovasculares foram os que apresentaram o maior número de variáveis (9 no total), com destaque para ausência de isquemia miocárdica, ausência de arritmias e estabilidade hemodinâmica. Em relação à dose tolerada de droga vasoativa ou a combinação entre as drogas para se alcançar a estabilidade hemodinâmica, não foram citados parâmetros nos estudos selecionados e, por este motivo, não foi possível quantificar esta variável.

Tabela 2
Critérios de segurança identificados na busca e suas respectivas categorias com identificação das variáveis, parâmetros e referências

No que se refere aos critérios respiratórios, as variáveis relacionadas com a VM, a fração inspirada de oxigênio (FiO2) < 0,6 e/ou pressão positiva expiratória final (PEEP) < 10cmH2O foram os de maior concordância, por serem citadas por 14 autores.

Quanto aos critérios neurológicos, o nível de consciência dos pacientes foi avaliado de forma subjetiva pelos pesquisadores. Por este motivo, esta variável apresentou maior número de variações.

Na tabela 3, são apresentadas informações relativas ao delineamento dos estudos, características da amostra, tipo de UTI, protocolos de mobilização e ocorrência de eventos adversos. A maioria era de UTI gerais (14 ao todo), seguidas por 8 UTI clínicas. Em relação aos protocolos de mobilização, houve similaridade no que era proposto como tratamento, e grande parte dos estudos seguia a mesma linha de progressão, com a mobilização no leito, sedestação à beira do leito, ortostatismo e deambulação. A segurança destas intervenções foi demonstrada por meio da ocorrência de eventos adversos e, apesar de 15 estudos não descreverem este desfecho, pode-se observar a baixa ocorrência deles. Quando citados, os eventos adversos mais frequentes foram dessaturação, taquipneia, alteração de frequência cardíaca, perda de dispositivos como tubos e cateteres e hipotensão postural.

Tabela 3
Delineamento dos estudos selecionados, tipos de unidades de terapia intensiva, protocolos de mobilização e descrição de eventos adversos

DISCUSSÃO

Este trabalho destaca-se por analisar sistematicamente os critérios de segurança mais utilizados para iniciar a MP em pacientes críticos, sob VM, internados em UTI, diante das condições clínicas individuais e os dispositivos invasivos anexados ao paciente.

As publicações afirmam que o prolongado imobilismo do paciente crítico repercute negativamente no sistema musculoesquelético, cardiovascular, respiratório, tegumentar e cognitivo.(4141 Mah JW, Staff I, Fichandler D, Butler KL. Resource-efficient mobilization programs in the intensive care unit: who stands to win? Am J Surg. 2013;206(4):488-93.,5656 Parry SM, Puthucheary ZA. The impact of extended bed rest on the musculoskeletal system in the critical care environment. Extrem Physiol Med. 2015;4:16.) Para prevenir e minimizar estas alterações, faz-se necessária a intervenção fisioterapêutica imediata, desde que o paciente tenha estabilidade clínica para suprir as demandas vasculares e oxigenativas que a intervenção exige.(77 Sommers J, Engelbert RH, Dettling-Ihnenfeldt D, Gosselink R, Spronk PE, Nollet F, et al. Physiotherapy in the intensive care unit: an evidence-based, expert driven, practical statement and rehabilitation recommendations. Clin Rehabil. 2015;29(11):1051-63.,5757 Nordon-Craft A, Moss M, Quan D, Schenkman M. Intensive care unit-acquired weakness: implications for physical therapist management. Phys Ther. 2012;92(12):1494-506.)

Pode-se justificar que os critérios cardiovasculares foram os mais citados pelo fato de que os pacientes acamados com prolongada internação hospitalar, ao serem estimulados, requerem adicional trabalho do sistema cardiovascular para manter a pressão arterial, débito cardíaco, bem como adequado e constante fluxo cerebral.(5858 Toccolini BF, Osaku EF, de Macedo Costa R, Teixeira SN, Costa NL, Candia MF, et al. Passive orthostatism (tilt table) in critical patients: clinicophysiologic evaluation. J Crit Care. 2015;30(3):655.e1-6.) Com isto, os pacientes hemodinamicamente instáveis, que necessitam de altas doses de vasopressores não estão aptos a iniciar e nem a progredir a terapia.(2121 Abrams D, Javidfar J, Farrand E, Mongero LB, Agerstrand CL, Ryan P, et al. Early mobilization of patients receiving extracorporeal membrane oxygenation: a retrospective cohort study. Crit Care. 2014;18(1):R38.) O mesmo foi evidenciado nos resultados em relação à estabilidade hemodinâmica, a qual foi citada por sete estudos, e à ausência de droga vasoativa, mencionada por outros quatro autores.

Especificamente em relação aos dispositivos inseridos na região femoral, no estudo observacional de Perme et al.,(3535 Perme C, Nalty T, Winkelman C, Kenji Nawa R, Masud F. Safety and efficacy of mobility interventions in patients with femoral catheters in the ICU: a prospective observational study. Cardiopulm Phys Ther J. 2013;24(2):12-7.) foi evidenciada a segurança da mobilização pelo grande número de sessões (210) e atividades realizadas (630) na pesquisa. A presença de cateter femoral não deveria limitar a prática, por não ser mais uma contraindicação para mobilizar o paciente crítico.(3535 Perme C, Nalty T, Winkelman C, Kenji Nawa R, Masud F. Safety and efficacy of mobility interventions in patients with femoral catheters in the ICU: a prospective observational study. Cardiopulm Phys Ther J. 2013;24(2):12-7.) Stiller(55 Stiller K. Safety issues that should be considered when mobilizing critically ill patients. Crit Care Clin. 2007;23(1):35-53.) descreve que a mobilização pode ser limitada pelos dispositivos anexados ao paciente. Porém, há discordância quanto ao paciente em hemodiálise, pois cinco estudos incluídos nesta revisão contraindicam sua mobilização. De forma contrária, os estudos de Hodgson et al.(66 Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.) e Wang et al.(4848 Wang YT, Haines TP, Ritchie P, Walker C, Ansell TA, Ryan DT, et al. Early mobilization on continuous renal replacement therapy is safe and may improve filter life. Crit Care. 2014;18(4): R161.) afirmam que a mobilização de pacientes durante esta prática em UTI é segura e viável. Por fim, Wang et al.(4848 Wang YT, Haines TP, Ritchie P, Walker C, Ansell TA, Ryan DT, et al. Early mobilization on continuous renal replacement therapy is safe and may improve filter life. Crit Care. 2014;18(4): R161.) concluem que a intervenção não resulta em deslocamento, hematoma ou sangramento, porém interrupções sucessivas podem interferir no resultado da terapia.

Em relação aos critérios respiratórios, estes tiveram maior concordância entre os estudos incluídos. Ressaltamos a saturação periférica de oxigênio (SpO2), encontrada em 14 estudos, sendo que 11 consideraram a SpO2 > 88% segura para iniciar a mobilização. Para Stiller e Philips(44 Stiller K, Phillips A. Safety aspects of mobilising acutely ill inpatients. Physiother Theory Pract. 2003;19(4):239-57.) e Amidei et al.,(5959 Amidei C, Sole ML. Physiological responses to passive exercise in adults receiving mechanical ventilation. Am J Crit Care. 2013;22(4):337-48.) este é um parâmetro seguro e individual de monitorização para se aliar a prática clínica. Este resultado assemelha-se com os de Stiller et al.(55 Stiller K. Safety issues that should be considered when mobilizing critically ill patients. Crit Care Clin. 2007;23(1):35-53.) e Gosselink et al.,(11 Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med. 2008;34(7):1188-99.) para quem SpO2 > 90%, com oscilações de 4%, foi um indicativo de reserva respiratória para tolerar a mobilização.

Devido à necessidade dos pacientes críticos estarem sob VM, estes se favorecem com os avanços nos cuidados intensivos e as novas abordagens da VM.(3939 Segers J, Hermans G, Bruyninckx F, Meyfroidt G, Langer D, Gosselink R. Feasibility of neuromuscular electrical stimulation in critically ill patients. J Crit Care. 2014;29(6):1082-8.) Já são comprovadas a viabilidade e a segurança de mobilizar pacientes com via aérea artificial, desde que esta esteja segura e corretamente posicionada.(1212 Perme C, Chandrashekar R. Early mobility and walking program for patients in intensive care units: creating a standard of care. Am J Crit Care. 2009;18(3):212-21.) Em relação aos parâmetros ventilatórios, foram reportados por 20 estudos, dos quais 14 consideraram FiO2 < 0,6 e/ou PEEP < 10cmH2O; a mesma variável (FiO2 < 0,6) foi adotada por Gosselink et al.(6060 Gosselink R, Clerckx B, Robbeets C, Vanhullebusch T, Vanpee G, Segers J. Physiotherapy in the intensive care unit. Neth J Crit Care. 2011;15(2):66-75.) para início de seu protocolo de mobilização. Resultado similar foi recomendado por Hodgdon et al.(66 Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.) e Sommers et al.,(77 Sommers J, Engelbert RH, Dettling-Ihnenfeldt D, Gosselink R, Spronk PE, Nollet F, et al. Physiotherapy in the intensive care unit: an evidence-based, expert driven, practical statement and rehabilitation recommendations. Clin Rehabil. 2015;29(11):1051-63.) os quais consideram seguros para mobilizar o paciente crítico valores FiO2 ≤ 0,6 e PEEP ≤ 10cmH2O.

Dentre os critérios neurológicos, destacaram-se a avaliação da pressão intracraniana (PIC) e do nível de consciência. No que diz respeito à PIC elevada, Witcher et al.(5252 Witcher R, Stoerger L, Dzierba AL, Silverstein A, Rosengart A, Brodie D, et al. Effect of early mobilization on sedation practices in the neurosciences intensive care unit: a preimplementation and postimplementation evaluation. J Crit Care. 2015;30(2):344-7.) afirmam que pacientes com elevação da PIC, nos quais a sedação profunda está associada a bloqueadores neuromusculares, não são candidatos a participarem de protocolos de MP e da interrupção diária da sedação. Outros motivos para a MP ser comprometida são as plegias ou paresias, disfunções cognitivas, alterações na perfusão cerebral, além dos dispositivos utilizados para contínua monitorização cerebral.(1717 Klein K, Mulkey M, Bena JF, Albert NM. Clinical and psychological effects of early mobilization in patients treated in a neurologic ICU: a comparative study. Crit Care Med. 2015;43(4):865-73.,5252 Witcher R, Stoerger L, Dzierba AL, Silverstein A, Rosengart A, Brodie D, et al. Effect of early mobilization on sedation practices in the neurosciences intensive care unit: a preimplementation and postimplementation evaluation. J Crit Care. 2015;30(2):344-7.)

No que se refere à avaliação contínua do nível de consciência dos pacientes, é recomendada a interrupção diária das sedações ou a manutenção da sedação mínima necessária, para possiblitar avaliação mais fiel do paciente, além de reduzir a gravidade das complicações relacionadas à internação em UTI.(99 Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.,4646 Needham DM, Korupolu R, Zanni JM, Pradhan P, Colantuoni E, Palmer JB, et al. Early physical medicine and rehabilitation for patients with acute respiratory failure: a quality improvement project. Arch Phys Med Rehabil. 2010;91(4):536-42.) Nesta revisão sistemática, observou-se que a avaliação do nível de consciência não foi realizada de forma objetiva, com auxílio de escalas, e sim de forma subjetiva com grande variação nos parâmetros. Isto pode ser explicado pelos diferentes objetivos e métodos dos estudos, sendo que, em alguns, o paciente deveria estar acordado e colaborativo com o tratamento proposto, enquanto em outras deveriam estar com sedação profunda.

Os eventos adversos geralmente estão relacionados com complicações respiratórias, cardiovasculares e com os dispositivos anexados aos pacientes.(2525 Lee H, Ko YJ, Suh GY, Yang JH, Park CM, Jeon K, et al. Safety profile and feasibility of early physical therapy and mobility for critically ill patients in the medical intensive care unit: Beginning experiences in Korea. J Crit Care. 2015;30(4):673-7.) Collings et al.(1313 Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.) afirmam que estes eventos refletem a limitada reserva individual dos pacientes e que eles podem mostrar as mudanças fisiológicas esperadas com o exercício.(22 Pohlman MC, Schweickert WD, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Feasibility of physical and occupational therapy beginning from initiation of mechanical ventilation. Crit Care Med. 2010;38(11):2089-94.) Eventos adversos ocorridos não aumentaram os custos hospitalares e nem prolongaram o tempo de internação.(1313 Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.)

Alguns resultados encontrados não repercutem o que acontece na prática clínica. Pacientes que estão em cuidados paliativos muitas vezes não são inseridos na população estudada, em razão de ser uma população em situações de extrema fragilidade, sem possibilidade terapêutica de cura e, por isto, maior probabilidade de o tratamento não modificar a funcionalidade.(6161 Meneguin S, Ribeiro R. Dificuldades de cuidadores de pacientes em cuidados paliativos na estratégia da saúde da família. Texto Contexto Enferm. 2016;25(1):e3360014.) Assim, acredita-se que os autores queiram evitar viés nas respectivas pesquisas. No entanto, se considerarmos que as rotinas dos serviços de fisioterapia nas UTI são semelhantes às informadas nos estudos, estas indicações não são compatíveis com Marcucci,(6262 Marcucci FC. O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos a pacientes com câncer. Rev Bras Cancerol. 2005;51(1):67-77.) que afirma que a fisioterapia atua de forma complementar a abordagem paliativa, com caráter preventivo, além de aliviar sintomas e dar oportunidade, sempre que possível, à construção e à manutenção da independência funcional.

Os critérios de segurança podem ir além de critérios clínicos e fisiológicos, como mostrado neste estudo. A restrição quanto aos recursos humanos e de materias pode limitar a mobilização do paciente crítico, além de sempre serem ressaltadas as especificidades de cada paciente. Para que a MP se torne essencial e indispensável na reabilitação do paciente crítico, os profissionais, em especial o fisioterapeuta, devem ser capazes de avaliar e propor o tratamento terapêutico seguro, adequado ao paciente e com a apropriada monitorização, para que potenciais benefícios da mobilização resultem em ganhos para os pacientes. Para tanto, faz-se necessário que uma equipe multidisciplinar tenha conhecimento e esteja em constante harmonia para que os desfechos sejam sempre favoráveis ao paciente.(3232 Dong ZH, Yu BX, Sun YB, Fang W, Li L. Effects of early rehabilitation therapy on patients with mechanical ventilation. World J Emerg Med. 2014;5(1):48-52.)

Limitações do estudo

De acordo com o nosso conhecimento, esta é a primeira revisão sistemática que verificou os critérios de segurança utilizados para iniciar a MP. No entanto, como este trabalho foi baseado nos métodos dos artigos algumas limitações precisam ser abordadas. Primeiramente, como em qualquer revisão sistemática, o potencial de seleção de viés existia, porém, uma estratégia de busca abrangente foi usada para incluir o maior número de artigos possíveis. Adicionalmente, foram utilizados dois revisores independentes, e os critérios de exclusão foram claramente documentados. Segundo, alguns dos estudos publicados tinham informações consideravelmente limitadas em seus textos (ou limitações substanciais nas informações de seus métodos). Terceiro, a dificuldade para comparar os estudos, por haver heterogeneidade entre as populações estudadas, discrepância entre os métodos e a diversidade dos resultados, de acordo com o objetivo de cada estudo, foi um desafio para esta revisão. Ainda, cabe ressaltar que houve escassez de informações nos manuscritos quanto a eventos adversos, o que poderia auxiliar na interpretação de alguns dados e ajudar o leitor na escolha de determinadas condutas em sua prática clínica. Esta dificuldade destaca a necessidade de uma boa descrição nos métodos e informações em geral que são expostas nos artigos - algo que possa facilitar a reprodutibilidade e a consolidação da ciência nesta área.

CONCLUSÃO

Os critérios cardiovasculares foram os mais citados entre os estudos, com o maior número de variáveis. Em relação aos critérios respiratórios, as variáveis relacionadas com a ventilação mecânica obtiveram maior concordância entre os autores. Houve maior divergência entre os autores em relação aos critérios neurológicos, não havendo consenso principalmente em relação à avaliação do nível de consciência.

Esta pesquisa reforça os achados de outros estudos no intuito de fortalecer quais critérios são frequentemente utilizados para segurança da mobilização precoce do paciente crítico, abordagem em amplo crescimento nos ambientes de unidades de terapia intensiva no Brasil e no mundo. Os parâmetros e as variáveis encontradas nesta revisão sistemática podem ser incorporados à rotina dos serviços, com a intenção de iniciar, progredir e guiar a prática clínica.

  • Editor responsável: Alexandre Biasi Cavalcanti

REFERÊNCIAS

  • 1
    Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive Care Med. 2008;34(7):1188-99.
  • 2
    Pohlman MC, Schweickert WD, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Feasibility of physical and occupational therapy beginning from initiation of mechanical ventilation. Crit Care Med. 2010;38(11):2089-94.
  • 3
    Pandullo SM, Spilman SK, Smith JA, Kingery LK, Pille SM, Rondinelli RD, et al. Time for critically ill patients to regain mobility after early mobilization in the intensive care unit and transition to a general inpatient floor. J Crit Care. 2015;30(6):1238-42.
  • 4
    Stiller K, Phillips A. Safety aspects of mobilising acutely ill inpatients. Physiother Theory Pract. 2003;19(4):239-57.
  • 5
    Stiller K. Safety issues that should be considered when mobilizing critically ill patients. Crit Care Clin. 2007;23(1):35-53.
  • 6
    Hodgson CL, Stiller K, Needham DM, Tipping CJ, Harrold M, Baldwin CE, et al. Expert consensus and recommendations on safety criteria for active mobilization of mechanically ventilated critically ill adults. Crit Care. 2014;18(6):658.
  • 7
    Sommers J, Engelbert RH, Dettling-Ihnenfeldt D, Gosselink R, Spronk PE, Nollet F, et al. Physiotherapy in the intensive care unit: an evidence-based, expert driven, practical statement and rehabilitation recommendations. Clin Rehabil. 2015;29(11):1051-63.
  • 8
    Ntoumenopoulos G. Rehabilitation during mechanical ventilation: Review of the recent literature. Intensive Crit Care Nurs. 2015;31(3):125-32.
  • 9
    Schweickert WD, Pohlman MC, Pohlman AS, Nigos C, Pawlik AJ, Esbrook CL, et al. Early physical and occupational therapy in mechanically ventilated, critically ill patients: a randomised controlled trial. Lancet. 2009;373(9678):1874-82.
  • 10
    Bailey P, Thomsen GE, Spuhler VJ, Blair R, Jewkes J, Bezdjian L, et al. Early activity is feasible and safe in respiratory failure patients. Crit Care Med. 2007;35(1):139-45.
  • 11
    Clark DE, Lowman JD, Griffin RL, Matthews HM, Reiff DA. Effectiveness of an early mobilization protocol in a trauma and burns intensive care unit: a retrospective cohort study. Phys Ther. 2013;93(2):186-96.
  • 12
    Perme C, Chandrashekar R. Early mobility and walking program for patients in intensive care units: creating a standard of care. Am J Crit Care. 2009;18(3):212-21.
  • 13
    Collings N, Cusack R. A repeated measures, randomised cross-over trial, comparing the acute exercise response between passive and active sitting in critically ill patients. BMC Anesthesiol. 2015;15:1.
  • 14
    Needham DM, Korupolu R. Rehabilitation quality improvement in an intensive care unit setting: implementation of a quality improvement model. Top Stroke Rehabil. 2010;17(4):271-81.
  • 15
    Nawa RK, Lettvin C, Winkelman C, Evora PR, Perme C. Initial interrater reliability for a novel measure of patient mobility in a cardiovascular intensive care unit. J Crit Care. 2014;29(3):475.e1-5.
  • 16
    Nydahl P, Ruhl AP, Bartoszek G, Dubb R, Filipovic S, Flohr HJ, et al. Early mobilization of mechanically ventilated patients: a 1-day point-prevalence study in Germany. Crit Care Med. 2014;42(5):1178-86.
  • 17
    Klein K, Mulkey M, Bena JF, Albert NM. Clinical and psychological effects of early mobilization in patients treated in a neurologic ICU: a comparative study. Crit Care Med. 2015;43(4):865-73.
  • 18
    AVERT Trial Collaboration group. Efficacy and safety of very early mobilisation within 24 h of stroke onset (AVERT): a randomised controlled trial. Lancet. 2015;386(9988):46-55
  • 19
    Moss M, Nordon-Craft A, Malone D, Van Pelt D, Frankel SK, Warner ML, et al. A randomized trial of an intensive physical therapy program for patients with acute respiratory failure. Am J Respir Crit Care Med. 2016;193(10):1101-10.
  • 20
    Morris PE, Berry MJ, Files DC, Thompson JC, Hauser J, Flores L, et al. Standardized rehabilitation and hospital length of stay among patients with acute respiratory failure: a randomized clinical trial. JAMA. 2016;315(24):2694-702.
  • 21
    Abrams D, Javidfar J, Farrand E, Mongero LB, Agerstrand CL, Ryan P, et al. Early mobilization of patients receiving extracorporeal membrane oxygenation: a retrospective cohort study. Crit Care. 2014;18(1):R38.
  • 22
    Adler J, Malone D. Early mobilization in the intensive care unit: a systematic review. Cardiopulm Phys Ther J. 2012;23(1):5-13.
  • 23
    Médrinal C, Lebret M, Bousta M, Nassaj A, Colas G. Effects of sitting at the bedside of the patient with mechanical ventilation. Kinesitherapie Revue. 2013;13(138):43-9.
  • 24
    Davis J, Crawford K, Wierman H, Osgood W, Cavanaugh J, Smith KA, et al. Mobilization of ventilated older adults. J Geriatr Phys Ther. 2013;36(4):162-8.
  • 25
    Lee H, Ko YJ, Suh GY, Yang JH, Park CM, Jeon K, et al. Safety profile and feasibility of early physical therapy and mobility for critically ill patients in the medical intensive care unit: Beginning experiences in Korea. J Crit Care. 2015;30(4):673-7.
  • 26
    Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; Prisma Group. Preferred reporting items for Systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Ann Intern Med. 2009;151(4):264-9.
  • 27
    Ryan R, Hill S, Broclain D, Horey D, Oliver S, Prictor M; Cochrane Consumers and Communication Review Group. Study Design Guide [Internet]. June 2013. [cited 2017 Oct 24]. Avalable from: http://cccrg.cochrane.org/sites/cccrg.cochrane.org/files/public/uploads/Study_design_guide2013.pdf
    » http://cccrg.cochrane.org/sites/cccrg.cochrane.org/files/public/uploads/Study_design_guide2013.pdf
  • 28
    Maher CG, Sherrington C, Herbert RD, Moseley AM, Elkins M. Reliability of the PEDro scale for rating quality of randomized controlled trials. Phys Ther. 2003;83(8):713-21.
  • 29
    Bündchen DC, Gonzáles AI, Noronha M, Brüggemann AK, Sties SW, Carvalho T. Ventilação não invasiva e tolerância ao exercício na insuficiência cardíaca: uma revisão sistemática e metanálise. Braz J Phys Ther. 2014;18(5):385-94.
  • 30
    Nava S. Rehabilitation of patients admitted to a respiratory intensive care unit. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(7):849-54.
  • 31
    Dantas CM, Silva PF, Siqueira FH, Pinto RM, Matias S, Maciel C, et al. Influence of early mobilization on respiratory and peripheral muscle strength in critically ill patients. Rev Bras Ter Intensiva. 2012;24(2):173-8.
  • 32
    Dong ZH, Yu BX, Sun YB, Fang W, Li L. Effects of early rehabilitation therapy on patients with mechanical ventilation. World J Emerg Med. 2014;5(1):48-52.
  • 33
    Brummel NE, Jackson JC, Girard TD, Pandharipande PP, Schiro E, Work B, et al. A combined early cognitive and physical rehabilitation program for people who are critically ill: the activity and cognitive therapy in the intensive care unit (ACT-ICU) trial. Phys Ther. 2012;92(12):1580-92.
  • 34
    Harris CL, Shahid S. Physical therapy-driven quality improvement to promote early mobility in the intensive care unit. Proc (Bayl Univ Med Cent). 2014;27(3):203-7.
  • 35
    Perme C, Nalty T, Winkelman C, Kenji Nawa R, Masud F. Safety and efficacy of mobility interventions in patients with femoral catheters in the ICU: a prospective observational study. Cardiopulm Phys Ther J. 2013;24(2):12-7.
  • 36
    Dammeyer JA, Baldwin N, Packard D, Harrington S, Christofferson B, Christopher J, et al. Mobilizing outcomes: implementation of a nurse-led multidisciplinary mobility program. Crit Care Nurs Q. 2013;36(1):109-19.
  • 37
    Timmerman RA. A mobility protocol for critically ill adults. Dimens Crit Care Nurs. 2007;26(5):175-9; quiz 180-1.
  • 38
    Bourdin G, Barbier J, Burle JF, Durante G, Passant S, Vincent B, et al. The feasibility of early physical activity in intensive care unit patients: a prospective observational one-center study. Respir Care. 2010;55(4):400-7.
  • 39
    Segers J, Hermans G, Bruyninckx F, Meyfroidt G, Langer D, Gosselink R. Feasibility of neuromuscular electrical stimulation in critically ill patients. J Crit Care. 2014;29(6):1082-8.
  • 40
    Engel HJ, Tatebe S, Alonzo PB, Mustille RL, Rivera MJ. Physical therapist-established intensive care unit early mobilization program: quality improvement project for critical care at the University of California San Francisco Medical Center. Phys Ther. 2013;93(7):975-85.
  • 41
    Mah JW, Staff I, Fichandler D, Butler KL. Resource-efficient mobilization programs in the intensive care unit: who stands to win? Am J Surg. 2013;206(4):488-93.
  • 42
    Dickinson S, Tschannen D, Shever LL. Can the use of an early mobility program reduce the incidence of pressure ulcers in a surgical critical care unit? Crit Care Nurs Q. 2013;36(1):127-40.
  • 43
    Titsworth WL, Hester J, Correia T, Reed R, Guin P, Archibald L, et al. The effect of increased mobility on morbidity in the neurointensive care unit. J Neurosurg. 2012;116(6):1379-88.
  • 44
    Ronnebaum JA, Weir JP, Hilsabeck TA. Earlier mobilization decreases the length of stay in the intensive care unit. J Acute Care Phys Ther. 2012;3(2):204-10.
  • 45
    Thomsen GE, Snow GL, Rodriguez L, Hopkins RO. Patients with respiratory failure increase ambulation after transfer to an intensive care unit where early activity is a priority. Crit Care Med. 2008;36(4):1119-24.
  • 46
    Needham DM, Korupolu R, Zanni JM, Pradhan P, Colantuoni E, Palmer JB, et al. Early physical medicine and rehabilitation for patients with acute respiratory failure: a quality improvement project. Arch Phys Med Rehabil. 2010;91(4):536-42.
  • 47
    Balas MC, Vasilevskis EE, Olsen KM, Schmid KK, Shostrom V, Cohen MZ, et al. Effectiveness and safety of the awakening and breathing coordination, delirium monitoring/management, and early exercise/mobility bundle. Crit Care Med. 2014;42(5):1024-36.
  • 48
    Wang YT, Haines TP, Ritchie P, Walker C, Ansell TA, Ryan DT, et al. Early mobilization on continuous renal replacement therapy is safe and may improve filter life. Crit Care. 2014;18(4): R161.
  • 49
    Berney S, Haines K, Skinner EH, Denehy L. Safety and feasibility of an exercise prescription approach to rehabilitation across the continuum of care for survivors of critical illness. Phys Ther. 2012;92(12):1524-35.
  • 50
    Drolet A, DeJuilio P, Harkless S, Henricks S, Kamin E, Leddy EA, et al. Move to improve: the feasibility of using an early mobility protocol to increase ambulation in the intensive and intermediate care settings. Phys Ther. 2013;93(2):197-207.
  • 51
    Olkowski BF, Devine MA, Slotnick LE, Veznedaroglu E, Liebman KM, Arcaro ML, et al. Safety and feasibility of an early mobilization program for patients with aneurysmal subarachnoid hemorrhage. Phys Ther. 2013;93(2):208-15.
  • 52
    Witcher R, Stoerger L, Dzierba AL, Silverstein A, Rosengart A, Brodie D, et al. Effect of early mobilization on sedation practices in the neurosciences intensive care unit: a preimplementation and postimplementation evaluation. J Crit Care. 2015;30(2):344-7.
  • 53
    Meyer MJ, Stanislaus AB, Lee J, Waak K, Ryan C, Saxena R, et al. Surgical Intensive Care Unit Optimal Mobilisation Score (SOMS) trial: a protocol for an international, multicentre, randomised controlled trial focused on goal-directed early mobilisation of surgical ICU patients. BMJ Open. 2013;3(8):e003262.
  • 54
    Winkelman C, Higgins PA, Chen YJ. Activity in the chronically critically ill. Dimens Crit Care Nurs. 2005;24(6):281-90.
  • 55
    Hopkins RO, Miller RR 3rd, Rodriguez L, Spuhler V, Thomsen GE. Physical therapy on the wards after early physical activity and mobility in the intensive care unit. Phys Ther. 2012;92(12):1518-23.
  • 56
    Parry SM, Puthucheary ZA. The impact of extended bed rest on the musculoskeletal system in the critical care environment. Extrem Physiol Med. 2015;4:16.
  • 57
    Nordon-Craft A, Moss M, Quan D, Schenkman M. Intensive care unit-acquired weakness: implications for physical therapist management. Phys Ther. 2012;92(12):1494-506.
  • 58
    Toccolini BF, Osaku EF, de Macedo Costa R, Teixeira SN, Costa NL, Candia MF, et al. Passive orthostatism (tilt table) in critical patients: clinicophysiologic evaluation. J Crit Care. 2015;30(3):655.e1-6.
  • 59
    Amidei C, Sole ML. Physiological responses to passive exercise in adults receiving mechanical ventilation. Am J Crit Care. 2013;22(4):337-48.
  • 60
    Gosselink R, Clerckx B, Robbeets C, Vanhullebusch T, Vanpee G, Segers J. Physiotherapy in the intensive care unit. Neth J Crit Care. 2011;15(2):66-75.
  • 61
    Meneguin S, Ribeiro R. Dificuldades de cuidadores de pacientes em cuidados paliativos na estratégia da saúde da família. Texto Contexto Enferm. 2016;25(1):e3360014.
  • 62
    Marcucci FC. O papel da fisioterapia nos cuidados paliativos a pacientes com câncer. Rev Bras Cancerol. 2005;51(1):67-77.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2017

Histórico

  • Recebido
    14 Jan 2017
  • Aceito
    24 Abr 2017
Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB Rua Arminda, 93 - Vila Olímpia, CEP 04545-100 - São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (11) 5089-2642 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbti.artigos@amib.com.br