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suPAR na avaliação do prognóstico após permanência na unidade de terapia intensiva: um estudo piloto

RESUMO

Objetivo:

Determinar o desempenho da dosagem do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel quando da alta da unidade de terapia intensiva para predição da mortalidade após permanência na mesma unidade.

Métodos:

Durante 24 meses conduziu-se um estudo prospectivo observacional de coorte em uma unidade de terapia intensiva polivalente de oito leitos. Colheram-se os seguintes dados: APACHE II, SOFA, níveis de proteína C-reativa e receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel, além de contagem de leucócitos no dia da alta da unidade de terapia intensiva, em pacientes que sobreviveram à permanência na unidade de terapia intensiva.

Resultados:

Durante este período, incluíram-se no estudo 202 pacientes; 29 (18,6%) morreram após alta da unidade de terapia intensiva. Os não sobreviventes eram mais idosos e tinham enfermidades mais graves quando admitidos à unidade de terapia intensiva, com escores de severidade mais elevados, e necessitaram de vasopressores por mais tempo do que os que sobreviveram. As áreas sob a curva Característica de Operação do Receptor para SOFA, APACHE II, proteína C-reativa, contagem de leucócitos e receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel, no momento da alta da unidade de terapia intensiva, avaliadas como marcadores de prognóstico de morte hospitalar, foram, respectivamente, 0,78 (IC95% 0,70 - 0,86); 0,70 (IC95% 0,61 - 0,79); 0,54 (IC95% 0,42 - 0,65); 0,48 (IC95% 0,36 - 0,58); 0,68 (IC95% 0,58 - 0,78). O SOFA associou-se de forma independente com risco mais elevado de morte no hospital (OR 1,673; IC95% 1,252 - 2,234), assim como para mortalidade após 28 dias (OR 1,861; IC95% 1,856 - 2,555) e mortalidade após 90 dias (OR 1,584; IC95% 1,241 - 2,022).

Conclusão:

A dosagem do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel na alta unidade de terapia intensiva teve um valor prognóstico fraco de mortalidade após a permanência nesta unidade.

Descritores:
Receptores de ativador de plasminogênio tipo uroquinase; Proteína C- retiva; Biomarcadores; Prognóstico

ABSTRACT

Objective:

To determine the performance of soluble urokinase-type plasminogen activator receptor upon intensive care unit discharge to predict post intensive care unit mortality.

Methods:

A prospective observational cohort study was conducted during a 24-month period in an 8-bed polyvalent intensive care unit. APACHE II, SOFA, C-reactive protein, white cell count and soluble urokinase-type plasminogen activator receptor on the day of intensive care unit discharge were collected from patients who survived intensive care unit admission.

Results:

Two hundred and two patients were included in this study, 29 patients (18.6%) of whom died after intensive care unit discharge. Nonsurvivors were older and more seriously ill upon intensive care unit admission with higher severity scores, and nonsurvivors required extended use of vasopressors than did survivors. The area under the receiver operating characteristics curves of SOFA, APACHE II, C-reactive protein, white cell count, and soluble urokinase-type plasminogen activator receptor at intensive care unit discharge as prognostic markers of hospital death were 0.78 (95%CI 0.70 - 0.86); 0.70 (95%CI 0.61 - 0.79); 0.54 (95%CI 0.42 - 0.65); 0.48 (95%CI 0.36 - 0.58); and 0.68 (95%CI 0.58 - 0.78), respectively. SOFA was independently associated with a higher risk of in-hospital mortality (OR 1.673; 95%CI 1.252 - 2.234), 28-day mortality (OR 1.861; 95%CI 1.856 - 2.555) and 90-day mortality (OR 1.584; 95%CI 1.241 - 2.022).

Conclusion:

At intensive care unit discharge, soluble urokinase-type plasminogen activator receptor is a poor predictor of post intensive care unit prognosis.

Keywords:
Receptors, urokinase plasminogen activator; C-reactive protein; Biomarkers; Prognosis

INTRODUÇÃO

Estima-se a ocorrência de óbito hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva (UTI) entre 5% e 27% dos pacientes, e cerca de 10% dos pacientes necessitam ser readmitidos à UTI.(11 Rosenberg AL, Watts C. Patients readmitted to ICUs: a systematic review of risk factors and outcomes. Chest. 2000;118(2):492-502.

2 Moreno R, Vincent JL, Matos R, Mendonca A, Cantraine F, Thijs L, et al. The use of maximum SOFA score to quantify organ dysfunction/failure in intensive care. Results of a prospective, multicentre study. Working Group on Sepsis related Problems of the ESICM. Intensive Care Med. 1999;25(7):686-96.

3 Williams TA, Dobb GJ, Finn JC, Webb SA. Long-term survival from intensive care: a review. Intensive Care Med. 2005;31(10):1306-15.
-44 Brinkman S, de Jonge E, Abu-Hanna A, Arbous MS, de Lange DW, de Keizer NF. Mortality after hospital discharge in ICU patients. Crit Care Med. 2013;41(5):1229-36.) Apesar das melhoras alcançadas em termos da qualidade do tratamento na UTI e da disseminada utilização de unidades semi-intensivas nas décadas recentes, um número significativo de pacientes ainda morre no hospital após alta bem-sucedida da UTI.(55 Makris N, Dulhunty JM, Paratz JD, Bandeshe H, Gowardman JR. Unplanned early readmission to the intensive care unit: a case-control study of patient, intensive care and ward-related factors. Anaesth Intensive Care. 2010;38(4):723-31.) Assim, é necessário que se faça uma avaliação adequada para detectar os pacientes em risco elevado de desfechos desfavoráveis.

Desenvolveram-se diversas ferramentas, como o Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II),(66 Knaus WA, Draper EA, Wagner DP, Zimmerman JE. APACHE II: a severity of disease classification system. Crit Care Med. 1985;13(10):818-29.) os modelos de probabilidade de mortalidade,(77 Lemeshow S, Le Gall JR. Modeling the severity of illness of ICU patients. A systems update. JAMA. 1994;272(13):1049-55.) o Simplified Acute Physiology Score II (SAPS II)(88 Le Gall JR, Lemeshow S, Saulnier F. A new Simplified Acute Physiology Score (SAPS II) based on a European/North American multicenter study. JAMA. 1993;270(24):2957-63. Erratum in: JAMA 1994;271(17):1321.) e, mais recentemente, o SAPS 3,(99 Moreno RP, Metnitz PG, Almeida E, Jordan B, Bauer P, Campos RA, Iapichino G, Edbrooke D, Capuzzo M, Le Gall JR; SAPS 3 Investigators. SAPS 3--From evaluation of the patient to evaluation of the intensive care unit. Part 2: Development of a prognostic model for hospital mortality at ICU admission. Intensive Care Med. 2005;31(10):1345-55. Erratum in: Intensive Care Med. 2006;32(5):796.) dentre outras. Quase todos os escores de severidade utilizam um grupo de variáveis demográficas, clínicas e fisiológicas do primeiro dia de permanência na UTI para calcular o escore de um paciente individualmente, com a respectiva previsão de mortalidade no hospital. Em geral, utilizam-se os escores de severidade mencionados para monitorar o desempenho de uma única UTI e ajustar os índices de mortalidade entre diferentes UTIs, segundo suas mesclas de casos, auxiliando nas tomadas de decisão referentes a alocação de recursos.(1010 Gunning K, Rowan K. ABC of intensive care: outcome data and scoring systems. BMJ. 1999;319(7204):241-4.) Os modelos atualmente disponíveis não são úteis e não foram delineados e nem validados para o controle de pacientes individuais.(1111 Cullen DJ, Chernow B. Predicting outcome in critically ill patients. Crit Care Med. 1994;22(9):1345-8.,1212 Afessa B, Gajic O, Keegan MT. Severity of illness and organ failure assessment in adult intensive care units. Crit Care Clin. 2007;23(3):639-58.) Tais escores também não foram projetados para a avaliação do prognóstico após a alta da UTI.(22 Moreno R, Vincent JL, Matos R, Mendonca A, Cantraine F, Thijs L, et al. The use of maximum SOFA score to quantify organ dysfunction/failure in intensive care. Results of a prospective, multicentre study. Working Group on Sepsis related Problems of the ESICM. Intensive Care Med. 1999;25(7):686-96.,77 Lemeshow S, Le Gall JR. Modeling the severity of illness of ICU patients. A systems update. JAMA. 1994;272(13):1049-55.,1313 Rogers J, Fuller HD. Use of daily Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) II scores to predict individual patient survival rate. Crit Care Med. 1994;22(9):1402-5.

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-1616 Glance LG, Osler T, Shinozaki T. Intensive care unit prognostic scoring systems to predict death: a cost-effectiveness analysis. Crit Care Med. 1998;26(11):1842-9.)

Alguns autores defendem que a condição pró- ou anti-inflamatória do paciente poderia ser considerada potencial fator de risco no momento da alta da UTI.(1717 Ho KM, Dobb GJ, Lee KY, Towler SC, Webb SA. C-reactive protein concentration as a predictor of intensive care unit readmission: a nested case-control study. J Crit Care. 2006;21(3):259-65.,1818 Ho KM, Lee KY, Dobb GJ, Webb SA. C-reactive protein concentration as a predictor of in-hospital mortality after ICU discharge: a prospective cohort study. Intensive Care Med. 2008;34(3):481-7.) Alguns biomarcadores, como proteína C-reativa (PCR), procalcitonina (PCT) e lactato, foram estudados com relação ao desfecho hospitalar e da UTI, obtendo-se resultados conflitantes.(1919 Silvestre J, Coelho L, Póvoa P. Should C-reactive protein concentration at ICU discharge be used as a prognostic marker? BMC Anesthesiol. 2010;10:17.

20 Araújo I, Gonçalves-Pereira J, Teixeira S, Nazareth R, Silvestre J, Mendes V, et al. Assessment of risk factors for in-hospital mortality after intensive care unit discharge. Biomarkers. 2012;17(2):180-5.
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Níveis sistêmicos do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel (suPAR), uma proteína derivada da clivagem e da liberação por neutrófilos, linfócitos, células endoteliais e células malignas, foi recentemente reconhecido como potencial biomarcador prognóstico de doença infecciosa.(2222 Kofoed K, Andersen O, Kronborg G, Tvede M, Petersen J, Eugen-Olsen J, et al. Use of plasma C-reactive protein, procalcitonin, neutrophils, macrophage migration inhibitory factor, soluble urokinase-type plasminogen activator receptor, and soluble triggering receptor expressed on myeloid cells-1 in combination to diagnose infections: a prospective study. Crit Care. 2007;11(2):R38.) Conduziram-se diversos estudos com suPAR, cuja maioria se focalizou na capacidade de predizer sepse e mortalidade em pacientes com bacteremia, síndrome da resposta inflamatória sistêmica, sepse e choque séptico.(2323 Huttunen R, Syrjänen J, Vuento R, Hurme M, Huhtala H, Laine J, et al. Plasma level of soluble urokinase-type plasminogen activator receptor as a predictor of disease severity and case fatality in patients with bacteraemia: a prospective cohort study. J Intern Med. 2011;270(1):32-40.

24 Wittenhagen P, Kronborg G, Weis N, Nielsen H, Obel N, Pedersen SS, et al. The plasma level of soluble urokinase receptor is elevated in patients with Streptococcus pneumoniae bacteraemia and predicts mortality. Clin Microbiol Infect. 2004;10(5):409-15.

25 Yilmaz G, Köksal I, Karahan SC, Mentese A. The diagnostic and prognostic significance of soluble urokinase plasminogen activator receptor in systemic inflammatory response syndrome. Clin Biochem. 2011;44(14-15):1227-30.
-2626 Mölkänen T, Ruotsalainen E, Thorball CW, Järvinen A. Elevated soluble urokinase plasminogen activator receptor (suPAR) predicts mortality in Staphylococcus aureus bacteremia. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2011;30(11):1417-24.) Identificou-se que os níveis sistêmicos de suPAR se encontram significantemente mais elevados em pacientes críticos com desfecho desfavorável.(2727 Backes Y, van der Sluijs KF, Mackie DP, Tacke F, Koch A, Tenhunen JJ, et al. Usefulness of suPAR as a biological marker in patients with systemic inflammation or infection: a systematic review. Intensive Care Med. 2012;38(9):1418-28.) O papel do suPAR como marcador prognóstico de mortalidade hospitalar após alta da UTI ainda não foi avaliado. Os níveis sistêmicos de suPAR permanecem elevados por um tempo prolongado após a recuperação clínica e só declinam após algumas semanas.(2828 Donadello K, Scolletta S, Covajes C, Vincent JL. suPAR as a prognostic biomarker in sepsis. BMC Med. 2012;10:2.) Assim, o uso das dosagens de suPAR parece ser um marcador prognóstico promissor em pacientes críticos.

O objetivo de nosso estudo foi determinar o valor preditivo das dosagens de suPAR na avaliação do desfecho mortalidade hospitalar em pacientes que receberam alta vivos da UTI.

MÉTODOS

Conduzimos um estudo observacional prospectivo, em um único centro, durante um período de 24 meses (entre junho de 2011 e junho de 2013) na UTI do Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, Portugal. Trata-se de uma UTI multidisciplinar com oito leitos.

O Comitê de Ética local aprovou o delineamento do estudo. Antes da inclusão no ensaio, obteve-se a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de todos os pacientes ou seus representantes legais.

Incluíram-se todos os pacientes que receberam alta vivos da UTI, exceto os com menos de 18 anos, transferidos para outra UTI ou com ordem de não ressuscitar. Os pacientes foram seguidos até o óbito no hospital ou a alta hospitalar.

Analisou-se também a sobrevivência dos pacientes aos 28 e aos 90 dias após alta da UTI.

Os dados colhidos incluíram o diagnóstico de admissão e a história clínica pregressa; os sinais vitais foram avaliados a cada hora, registrando-se os valores extremos diários. Procedeu-se ao cálculo do APACHE II 24 horas após a admissão à UTI. Os níveis de PCR e a contagem de leucócitos (CL) foram medidos na admissão, e, então, diariamente, até a alta; os níveis de suPAR e o SOFA foram obtidos por ocasião da alta da UTI.

A avaliação da PCR foi conduzida por um método imunoturbidimétrico (Tina-quant CRP; Roche Diagnostics, Mannheim, Alemanha).

Os níveis de suPAR foram medidos por meio de uma amostra de sangue venoso colhida em um tubo com EDTA, centrifugado e congelado a -80ºC. As mensurações foram realizadas em duplicata por meio de ensaio de imunoabsorção enzimática (suPARnostic®, ViroGates, Lyngby, Dinamarca), conforme as instruções do fabricante. O limite inferior de detecção foi de 1,1ng/mL.

Conduziu-se análise de subgrupo em pacientes com diagnóstico de sepse. A condição de sepse foi definida segundo o consenso internacional de 2001.(2929 Levy MM, Fink MP, Marshall JC, Abraham E, Angus D, Cook D, Cohen J, Opal SM, Vincent JL, Ramsay G; International Sepsis Definitions Conference. 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. Intensive Care Med. 2003;29(4):530-8.)

Análise estatística

Os dados são apresentados como média ± desvio padrão (DP). As variáveis categóricas são apresentadas como taxas ou porcentagens. As comparações das variáveis paramétricas entre os grupos foram conduzidas com teste t de Student não pareado, e as variáveis não paramétricas foram comparadas entre os grupos por meio de teste de Mann-Whitney.

Para comparação do valor preditivo dos biomarcadores e escores de severidade, construíram-se curvas Características de Operação do Receptor (COR), determinando-se a área sob a curva (ASC). Aplicou-se o teste de DeLong para determinar a significância estatística das diferenças entre ASCs.

A variável de desfecho primário foi a mortalidade pós-UTI.

Para estudar o efeito de biomarcadores e do SOFA na mortalidade, utilizamos regressão logística. Calcularam-se a odds ratio (OR) não ajustada e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%) para cada variável.

O nível de significância estatística foi estabelecido como 0,05, e todos os testes foram bicaudais. Para todas as análises estatísticas, utilizamos o pacote estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 19.0 (SPSS, Inc., Chicago, IL, EUA).

RESULTADOS

Incluíram-se 202 pacientes (112 mulheres), com média de idade de 65,3 ± 16,3 anos, e APACHE II de 22,0 ± 9,0. A taxa de mortalidade pós-UTI foi de 14,6%. A taxa de readmissão hospitalar foi de 38,4%.

Os pacientes que não sobreviveram eram mais idosos e estavam mais gravemente enfermos, com escores de severidade mais elevados e maior necessidade de utilizar vasopressores. Não conseguimos identificar diferenças significantes em termos de diagnóstico de admissão entre os grupos. Apresentamos as características clínicas e demográficas dos pacientes incluídos na tabela 1.

Tabela 1
Características basais dos pacientes

Aqueles que não sobreviveram após a alta se encontravam mais gravemente enfermos, tinham SOFA mais alto (p < 0,001) e níveis mais altos de suPAR (p = 0,003). Os demais biomarcadores (PCR e CL) foram similares entre os grupos (Tabela 2).

Tabela 2
Níveis de biomarcadores e Sequential Organ Failure Assessment no momento da alta da unidade de terapia intensiva

Dentre as variáveis prognósticas avaliadas, APACHE II (ASC 0,70) e SOFA (ASC 0,78) tiveram melhor desempenho como preditores de mortalidade pós-UTI. A curva COR para suPAR forneceu ASC de 0,68 (p = 0,002), mais elevada do que a ASC para PCR (ASC 0,54) e CL (ASC 0,48).

A combinação dos níveis de suPAR com APACHE e SOFA incrementou a capacidade preditiva (Tabela 3). Apesar da melhora na predição de mortalidade, esta associação não atingiu sensibilidade e especificidade combinada acima de 80%.

Tabela 3
Análise da curva Característica de Operação do Receptor, que mostra o poder prognóstico dos biomarcadores e dos escores de severidade na predição da mortalidade

Conduziu-se análise de regressão logística multivariada tendo como variável dependente a mortalidade hospitalar pós-UTI. Foram incluídos, neste modelo, cinco diferentes variáveis: APACHE II, SOFA, PCR, suPAR e CL (Tabela 4). O SOFA associou-se de forma independente com maior risco de mortalidade hospitalar (OR 1,673; IC95% 1,252 - 2,234), mortalidade aos 28 dias (OR 1,861; IC95%CI 1,856 - 2,555) e mortalidade aos 90 dias (OR 1,584; IC95% 1,241 - 2,022).

Tabela 4
Odds ratios e limites dos intervalos de confiança dos biomarcadores e dos escores clínicos no momento da alta, e após 28 e 90 dias da alta da unidade de terapia intensiva

Em 101 pacientes (50%), a sepse estava documentada. A presença de sepse não influenciou no desfecho pós-UTI, com taxas de mortalidade similares entre pacientes sépticos e não sépticos. Apenas o SOFA se associou com desfecho desfavorável, com maior risco de mortalidade hospitalar (OR 1,876; IC95% 1,238 - 2,842) (Tabela 5).

Tabela 5
Odds ratios e limites dos intervalos de confiança dos biomarcadores e dos escores clínicos no momento da alta da unidade de terapia intensiva em pacientes sépticos

DISCUSSÃO

Neste estudo observacional prospectivo, avaliamos o desempenho dos níveis de suPAR no momento da alta da UTI para predizer a mortalidade pós-UTI. Nossos dados demonstraram que, quando da alta da UTI, os níveis de suPAR foram mais elevados naqueles que não sobreviveram. Além disto, sua precisão para avaliar o risco de mortalidade pós-UTI foi mais baixa do que os atuais escores de severidade, e sua combinação com esses escores só melhorou levemente a capacidade destes para prever mortalidade pós-UTI.

Alguns autores defendem que a mortalidade pós-UTI poderia estar relacionada à persistência da resposta inflamatória, com disfunção endotelial e anormalidades microcirculatórias presentes nos não sobreviventes com níveis mais elevados de biomarcadores.(3030 Yende S, D'Angelo G, Kellum JA, Weissfeld L, Fine J, Welch RD, Kong L, Carter M, Angus DC; GenIMS Investigators. Inflammatory markers at hospital discharge predict subsequent mortality after pneumonia and sepsis. Am J Respir Crit Care Med. 2008;177(11):1242-7.)

Propuseram-se diferentes potenciais biomarcadores para formulação do prognóstico. As concentrações de PCR foram extensamente utilizadas e se correlacionam com disfunção de órgãos em curso, mortalidade na UTI e também probabilidade de carga bacteriana.(3131 Lobo SM, Lobo FR, Bota DP, Lopes-Ferreira F, Soliman HM, Mélot C, et al. C-reactive protein levels correlate with mortality and organ failure in critically ill patients. Chest. 2003;123(6):2043-9.

32 Orati JA, Almeida P, Santos V, Ciorla G, Lobo SM. Serum C-reactive protein concentrations in early abdominal and pulmonary sepsis. Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(1):6-11.
-3333 Póvoa P, Salluh JI. Use of biomarkers in sepsis: many questions, few answers. Rev Bras Ter Intensiva. 2013;25(1):1-2.) Este biomarcador é rotineiramente medido na UTI e tem as vantagens de simplicidade, reprodutividade e rapidez.(3131 Lobo SM, Lobo FR, Bota DP, Lopes-Ferreira F, Soliman HM, Mélot C, et al. C-reactive protein levels correlate with mortality and organ failure in critically ill patients. Chest. 2003;123(6):2043-9.,3434 Enguix A, Rey C, Concha A, Medina A, Coto D, Diéguez MA. Comparison of procalcitonin with C-reactive protein and serum amyloid for the early diagnosis of bacterial sepsis in critically ill neonates and children. Intensive Care Med. 2001;27(1):211-5.)

Os níveis de proteína C-reativa foram estudados como biomarcadores prognósticos para mortalidade hospitalar e readmissão após alta da UTI.(1717 Ho KM, Dobb GJ, Lee KY, Towler SC, Webb SA. C-reactive protein concentration as a predictor of intensive care unit readmission: a nested case-control study. J Crit Care. 2006;21(3):259-65.,1818 Ho KM, Lee KY, Dobb GJ, Webb SA. C-reactive protein concentration as a predictor of in-hospital mortality after ICU discharge: a prospective cohort study. Intensive Care Med. 2008;34(3):481-7.,2020 Araújo I, Gonçalves-Pereira J, Teixeira S, Nazareth R, Silvestre J, Mendes V, et al. Assessment of risk factors for in-hospital mortality after intensive care unit discharge. Biomarkers. 2012;17(2):180-5.) Como os resultados são aparentemente conflitantes, não existe um ponto de vista evidente no que se refere à possibilidade de utilizar os níveis séricos de PCR, assim como de outros marcadores, para prognóstico pós-UTI.(1919 Silvestre J, Coelho L, Póvoa P. Should C-reactive protein concentration at ICU discharge be used as a prognostic marker? BMC Anesthesiol. 2010;10:17.,2020 Araújo I, Gonçalves-Pereira J, Teixeira S, Nazareth R, Silvestre J, Mendes V, et al. Assessment of risk factors for in-hospital mortality after intensive care unit discharge. Biomarkers. 2012;17(2):180-5.,3030 Yende S, D'Angelo G, Kellum JA, Weissfeld L, Fine J, Welch RD, Kong L, Carter M, Angus DC; GenIMS Investigators. Inflammatory markers at hospital discharge predict subsequent mortality after pneumonia and sepsis. Am J Respir Crit Care Med. 2008;177(11):1242-7.)

Recentemente, identificou-se que níveis mais elevados de suPAR e de proadrenomedulina (proADM), quando da admissão à UTI, parecem se correlacionar com mortalidade hospitalar em pacientes sépticos.(3535 Suberviola B, Castellanos-Ortega A, Ruiz Ruiz A, Lopez-Hoyos M, Santibañez M. Hospital mortality prognostication in sepsis using the new biomarkers suPAR and proADM in a single determination on ICU admission. Intensive Care Med. 2013;39(11):1945-52.) Semelhantemente aos nossos dados, nesse estudo a precisão prognóstica observada foi significantemente melhor para os escores de severidade do que para qualquer dos biomarcadores analisados. A melhor ASC para predição de mortalidade hospitalar foi com APACHE (0,82) e SOFA (0,75). A curva COR para suPAR forneceu ASC de 0,67, mais alta do que com proADM (0,62), PCR (0,50) e PCT (0,44). A combinação dos escores de severidade e cada um dos biomarcadores não forneceu ASCs melhores.

Mais recentemente, Jalkanen et al. estudaram pacientes críticos não cirúrgicos e identificaram que concentrações baixas de suPAR eram preditivas de sobrevivência.(3636 Jalkanen V, Yang R, Linko R, Huhtala H, Okkonen M, Varpula T, Pettilä V, Tenhunen J; FINNALI Study Group. SuPAR and PAI-1 in critically ill, mechanically ventilated patients. Intensive Care Med. 2013;39(3):489-96.) Contudo, neste estudo, nem biomarcadores clássicos nem escores de severidade foram comparados na avaliação do risco de mortalidade.

Nosso estudo avaliou os níveis de suPAR quando da alta da UTI. As características biológicas do suPAR, que só é ligeiramente influenciado por alterações circadianas e permanece estável na circulação sistêmica dentro dos primeiros dias da evolução da sepse, podem explicar sua superioridade em relação a outros biomarcadores, como PCR e PCT.(2727 Backes Y, van der Sluijs KF, Mackie DP, Tacke F, Koch A, Tenhunen JJ, et al. Usefulness of suPAR as a biological marker in patients with systemic inflammation or infection: a systematic review. Intensive Care Med. 2012;38(9):1418-28.)

Entretanto, apesar de os níveis de suPAR serem mais altos nos pacientes não sobreviventes, estes não puderam ser associados com maior risco de óbito, quer isoladamente ou em combinação com escores de severidade. Além disso, os níveis de suPAR não mostraram qualquer correlação com mortalidade pós-UTI em pacientes sépticos.

Identificamos que, para predizer a mortalidade hospitalar, uma única determinação do nível de suPAR quando da alta da UTI é uma ferramenta melhor que o nível de PCR. No entanto, a precisão prognóstica foi significantemente melhor com APACHE II e SOFA do que com qualquer dos biomarcadores analisados. A combinação de biomarcadores com esses escores de severidade melhorou apenas ligeiramente sua precisão prognóstica. Assim como outros biomarcadores, o nível de suPAR isoladamente não é suficientemente forte para servir como preditor para tomada de decisões clínicas.

CONCLUSÃO

No presente estudo comparamos sistemas de escore de severidade e biomarcadores para predição de mortalidade em pacientes que receberam alta vivos da unidade de terapia intensiva. Apesar de os níveis de suPAR demonstrarem desempenho ligeiramente melhor do que biomarcadores comuns, inclusive proteína C-reativa, eles não mostraram desempenho melhor que o dos escores de severidade. O nível de suPAR, quando da alta da unidade de terapia intensiva, mostrou-se preditor fraco para prognóstico após unidade de terapia intensiva.

AGRADECIMENTOS

A ViroGates A/S, Dinamarca, forneceu gratuitamente os kits de ELISA para mensuração de suPAR. A empresa não teve qualquer influência no delineamento do ensaio, seus resultados e nem na decisão de publicar os resultados.

A Ana Ramos Dias e Luis Rodrigues, por sua colaboração nas mensurações laboratoriais.

REFERÊNCIAS

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Editado por

Editor responsável: Jorge Ibrain Figueira Salluh

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jan 2019
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2018

Histórico

  • Recebido
    03 Fev 2018
  • Aceito
    04 Jul 2018
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