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Diferenças de sexo e idade no limiar sensitivo para estimulação elétrica transcutânea

Resumo

Introdução

A dor é um dos principais sintomas preva-lentes na maioria das patologias. A estimulação elétrica ervosa transcutânea (TENS) se apresenta não apenas como medida terapêutica, como também um meio de quantificar a percepção neurossensitiva e dolorosa em pacientes com dores crônicas.

Objetivo

Avaliar a relação entre sexo e idade com os limiares neurossensitivos (limiar sensitivo e limiar de tolerância) na aplicação da corrente terapêutica TENS, em pacientes com dores crônicas.

Métodos

Foram selecionados 45 pacientes com dores crônicas (30 mulheres), com idade entre 24 e 87 anos. Cada paciente respondeu ao Questionário Individual, ao Questionário McGill de Dor (MPQ) e ao Inventário de Depressão de Beck (BDI). Posteriormente, aplicou-se a corrente elétrica TENS, pela qual foram analisados o limiar sensitivo e doloroso, bem como a percepção de acionamento das vias neurossensitivas para cada indivíduo. Os dados foram analisados pelo pacote SPSS 24.0 for Windows.

Resultados

Não houve correlação significativa (p > 0,05) entre possível diagnós-tico depressivo e a percepção da corrente pelos limiares de sensibilidade e dor. Em relação ao sexo, houve diferença significativa nos limiares sensitivos (p = 0,003) entre homens e mulheres. Já para a queixa de dor e limiar de dor, não foram observadas diferenças estatísticas entre os sexos (p > 0,05). Para as análises correlacionais, identificou-se correlação significativa (p = 0,05) entre as variáveis de índice de massa corporal e limiar de tolerância à dor (r = 0,68) para o sexo feminino e idade e limiar sensitivo (r = 0,65) paro o sexo masculino.

Conclusão

As diferenças identificadas entre os limiares de sensibilidade entre os sexos, onde as mulheres identificaram o estímulo elétrico significativamente primeiro que os homens, podem auxiliar nas doses de intensidade ou tipo de corrente terapêutica dos pacientes.

Dor aguda; Dor crônica; Limiar da dor; Limiar sensorial; Estimulação elétrica nervosa transcutânea

Abstract

Introduction

Pain is one of the main symptoms prevalent in most pathologies. Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) represents not only a therapeutic measure, but also a mean to quantify the neurosensory and pain perception in patients with chronic pain.

Objective

To evaluate the relationship between sex and age with neurosensory thresholds (sensory threshold and tolerance threshold) in the application of therapeutic current in patients with chronic pain.

Methods

Forty-five patients with chronic pain (30 women and 15 men) aged between 24 and 87 years were selected. Each patient answered the Individual Questionnaire, McGill Pain Questionnaire (MPQ) and Beck Depression Inventory (BDI). Subsequently, the electric current was applied, through which the sensory and pain thresholds were analyzed, as well as the perception of activation of the neurosensory pathways for each individual. Data were analyzed using the SPSS 24.0 for Windows.

Results

There was no significant correlation (p > 0.05) between a possible depressive diagnosis and the perception of current by the sensory and pain thresholds. Regarding sex, there was a significant difference in sensory thresholds (p = 0.003) between men and women, while no statistical differences were observed between sexes for pain complaint and pain threshold (p > 0.05). For the correlational analysis, a significant correlation (p = 0.05) was identified between the variables BMI and pain tolerance threshold (r = 0.68) for females and age and sensory threshold (r = 0.65) for males.

Conclusion

The sex and age variables are important in the measurement of TENS parameters because they lead to significant differences in sensory and pain thresholds.

Acute pain; Chronic pain; Pain threshold; Sensory threshold; Transcutaneous electric nerve stimulation

Introdução

A dor pode ser compreendida como um estado no qual a pessoa vivencia sensações sensitivas e emocio-nais desagradáveis, podendo ou não estar associada a um dano tecidual.11. Crofford LJ. Chronic Pain: Where the Body Meets the Brain. Trans Am Clin Climatol Assoc. 2015;126:167-83. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4530716/
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, 22. Boene H, Vidler M, Augusto O, Sidat M, Macete E, Menéndez C, et al. Community health worker knowledge and management of pre-eclampsia in southern Mozambique. Reprod Health. 2016;13(Suppl 2):105. https://doi.org/10.1186/s12978-016-0220-2
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Seu impacto é extenso, uma vez que corresponde a 40% das queixas principais nos serviços de atenção primária.33. Dalpai D, Mendes FF, Asmar JAVN, Carvalho PL, Loro FL, Branco A. Pain and palliative care: the knowledge of medical students and the graduation gaps. Rev Dor. 2017;18(4):307-10. https://doi.org/10.5935/1806-0013.20170120
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De acordo com Araújo e Romero,44. Araujo LC, Romero B. Pain: evaluation of the fifth vital sign. A theoretical reflection. Rev Dor. 2015;16(4):291-6. https://doi.org/10.5935/1806-0013.20150060
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embora a dor seja um dos principais sintomas prevalentes em grande parte das doenças, seu estudo por parte de profissionais da área da saúde é escasso e, por vezes, subestimado.

Quando a dor ultrapassa três meses com determinada constância é classificada como crônica.55. Dellaroza MSG, Furuya RK, Cabrera MAS, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41. https://doi.org/10.1590/S0104-42302008000100018
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, 66. Tsay A, Allen TJ, Proske U, Giummarra MJ. Sensing the body in chronic pain: A review of psychophysical studies implicating altered body representation. Neurosci Biobehav Rev. 2015;52:221-32. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2015.03.004
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Esse tipo de dor é complexa e ainda exige maiores investigações dos mecanismos fisiopatológicos para aperfeiçoar os tratamentos já existentes.77. Kawi J. Managing chronic pain in primary care. Nurse Pract. 2016;41(3):14-32. https://doi.org/10.1097/01.npr.0000460854.37363.37
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Existem evidências de signi-ficativas diferenças entre os sexos na prevalência de dor crônica e na neurobiologia da dor.88. Gupta A, Mayer EA, Fling C, Labus JS, Naliboff BD, Hong JY, et al. Sex-based differences in brain alterations across chronic pain conditions. J Neurosci Res. 2017;95(1-2):604-16. https://doi.org/10.1002/jnr.23856
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É de extrema importância classificá-la pelo seu tempo de duração, uma vez que cada tipo de dor tem sua singularidade quanto às alterações biopsicossociais e fisiológicas no organismo humano, o que também norteia o tratamento mais adequado.99. Queiróz DT, Carvalho MA, Carvalho GD, Santos SR, Moreira AS, Silveira MF. Dor - 5º sinal vital: conhecimento de enfermeiros. Rev Enferm UFPE. 2015;9(4):7186-92. https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjDmdWPgJP7AhUUBbkGHSOrDLsQFnoECBEQAQ&url=https%3A%2F%2Fperiodicos.ufpe.br%2Frevistas%2Frevistaenfermagem%2Farticle%2Fview%2F10477%2F11321&usg=AOvVaw1t5qaChzgC0gli6H1-LOP_
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A eletroestimulação transcutânea (TENS), considerada uma das alternativas terapêuticas não medicamentosas para o tratamento de dor mais eficientes,1010. Vance CGT, Dailey DL, Rakel BA, Sluka KA. Using TENS for pain control: the state of the evidence. Pain Manag. 2014;4(3): 197-209. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4186747/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
, 1111. Bordiak FC, Silva EB. Eletroestimulação e core training sobre dor e arco de movimento na lombalgia. Fisioter Mov. 2012;25(4):759-66. https://doi.org/10.1590/S0103-51502012000400008
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é um procedimento eletroterapêutico de baixo custo e amplamente utilizado na fisioterapia para analgesia.1010. Vance CGT, Dailey DL, Rakel BA, Sluka KA. Using TENS for pain control: the state of the evidence. Pain Manag. 2014;4(3): 197-209. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4186747/
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, 1212. Johnson MI, Paley CA, Howe TE, Sluka KA. Transcutaneous electrical nerve stimulation for acute pain. Transcutaneous electrical nerve stimulation for acute pain. Cochrane Database Syst Rev. 2015;2015(6):CD006142. https://doi.org/10.1002/14651858.cd006142.pub3
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Trata-se de uma corrente elétrica de baixa voltagem que transmite sinais elétricos para estimular as vias sensitivas aferentes. O seu ajuste é feito na frequência de pulso (Hz), duração de pulso em microssegundos (µs) e intensidade de pulso (mA), os quais determinarão a sua finalidade terapêutica.1313. Moran F, Leonard T, Hawthorne S, Hughes CM, McCrum-Gardner E, Johnson MI, et al. Hypoalgesia in response to transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) depends on stimulation intensity. J Pain. 2011;12(8):929-35. https://doi.org/10.1016/j.jpain.2011.02.352
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Para as dores agudas, indica-se a TENS de baixa intensidade e alta frequência que, por meio da teoria das comportas,1414. Melzack R, Wall PD. Pain Mechanisms: a new theory. Science. 1965;150(3699):971-9. https://doi.org/10.1126/science.150.3699.971
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fecha a via nociceptiva ascendente, permitindo que apenas o estímulo elétrico seja trans-mitido. Já para as dores crônicas, utilizam-se altas inten-sidades e baixa frequência, causando analgesia pela liberação de opioides endógenos, conforme teoria.1515. Woolf CJ, Barrett GD, Mitchell D, Myers RA. Naloxone-reversible peripheral electroanalgesia in intact and spinal rats. Eur J Pharmacol. 1977;45(3):311-4. https://doi.org/10.1016/0014-2999(77)90016-4
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Quanto à amplitude adequada da corrente, existe uma variação de acordo com o limiar neurossensitivo de cada paciente, a fim de produzir uma sensação de parestesia percebida individualmente e evitar acomodações.1616. Sbruzzi G, Plentz RDM. In: Martins JA, Karsten M, Dal Corso S (Org.). PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória: Ciclo 1, Vol. 4. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. p. 9-39. https://tinyurl.com/rpwcdtx
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Dessa forma, alguns autores descrevem a TENS como ferramenta importante na coleta de informações sobre a percepção desses limiares neurossensitivos a fim de mensurá-los.1010. Vance CGT, Dailey DL, Rakel BA, Sluka KA. Using TENS for pain control: the state of the evidence. Pain Manag. 2014;4(3): 197-209. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4186747/
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, 1212. Johnson MI, Paley CA, Howe TE, Sluka KA. Transcutaneous electrical nerve stimulation for acute pain. Transcutaneous electrical nerve stimulation for acute pain. Cochrane Database Syst Rev. 2015;2015(6):CD006142. https://doi.org/10.1002/14651858.cd006142.pub3
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Tanto o limiar sensitivo, que é o momento de percepção sensorial desencadeada por um pequeno estímulo, quanto o limiar doloroso, no qual a dor já começa a ser percebida por uma certa quantidade de energia, são momentos usualmente empregados na avaliação neurossensitiva.1717. Rocha WA, Facini MP, Santuzzi CH, Freitas GKF, Pereira RRR, Araujo MTM, et al. Gender differences in the sensitive threshold to electrical nerve stimulation in young adults. Acta Ortop Bras. 2011;19(2):74-8. https://doi.org/10.1590/S1413-78522011000200002
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Uma vez que dados sobre limiares sensitivos, inclu-indo a percepção de dor, são normalmente obtidos de forma subjetiva por intermédio de questionários e escalas, a estimulação elétrica se torna alternativa não só terapêutica como também método fidedigno e regularmente quantificado para analisar essa per-cepção sensorial, uma vez que a análise das vias sensitivas, bem como dos fenômenos nociceptivos, é fator preponderante na avaliação e atuação clínica do fisioterapeuta na reabilitação das doenças.1717. Rocha WA, Facini MP, Santuzzi CH, Freitas GKF, Pereira RRR, Araujo MTM, et al. Gender differences in the sensitive threshold to electrical nerve stimulation in young adults. Acta Ortop Bras. 2011;19(2):74-8. https://doi.org/10.1590/S1413-78522011000200002
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Um dos fatores importantes para o tratamento e avaliação da resposta clínica de patologias que cursam com a dor é a identificação do seu limiar de percepção dolorosa. A TENS é um recurso eletroterapêutico não invasivo, sendo eficaz na modulação de dores crônicas ou agudas. Embora alguns estudos tenham sido elaborados para comprovar a eficácia da TENS para dor,11. Crofford LJ. Chronic Pain: Where the Body Meets the Brain. Trans Am Clin Climatol Assoc. 2015;126:167-83. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4530716/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
, 33. Dalpai D, Mendes FF, Asmar JAVN, Carvalho PL, Loro FL, Branco A. Pain and palliative care: the knowledge of medical students and the graduation gaps. Rev Dor. 2017;18(4):307-10. https://doi.org/10.5935/1806-0013.20170120
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, 44. Araujo LC, Romero B. Pain: evaluation of the fifth vital sign. A theoretical reflection. Rev Dor. 2015;16(4):291-6. https://doi.org/10.5935/1806-0013.20150060
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ainda não há consenso sobre a diferença de percepção neurossensitiva inicial para cada indivíduo, podendo variar de acordo com as particularidades fisiológicas determinadas pelo sexo.66. Tsay A, Allen TJ, Proske U, Giummarra MJ. Sensing the body in chronic pain: A review of psychophysical studies implicating altered body representation. Neurosci Biobehav Rev. 2015;52:221-32. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2015.03.004
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, 88. Gupta A, Mayer EA, Fling C, Labus JS, Naliboff BD, Hong JY, et al. Sex-based differences in brain alterations across chronic pain conditions. J Neurosci Res. 2017;95(1-2):604-16. https://doi.org/10.1002/jnr.23856
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Quantificar e qualificar a intensidade em miliamperes (mA) da corrente terapêutica, e como essas ondas são percebidas pelos pacientes, poderá auxiliar na adequação do tratamento eletroterapêutico em pesquisas futuras.

Assim, o presente estudo pretende avaliar a relação entre sexo e idade com os limiares neurossensitivos (limiar sensitivo e limiar de tolerância) na aplicação da corrente terapêutica TENS, em pacientes com dores crônicas.

Métodos

Trata-se de um estudo quase-experimental, com amostragem feita por conveniência. O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Euro Americano (UNIEURO), sob o parecer 3.353.560. Todos os participantes foram orientados sobre o estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta foi realizada em uma sala clara e com temperatura ambiente, por 30 dias não consecutivos.

Para a realização da pesquisa foram incluídos indivíduos com dores crônicas, de ambos os sexos, maiores de 18 anos. Foram excluídos do estudo gestantes, pacientes com diagnóstico de neoplasia, aqueles que tinham feito radioterapia no período inferior a um ano, pacientes com erosão de pele na região dolorosa, diagnóstico de epilepsia, baixa capacidade de compreensão dos comandos, diagnóstico de neuropatias periféricas associadas à hiperestesia ou hipoestesia e doenças neurológicas.

Inicialmente os pacientes responderam a uma anamnese, com o objetivo de identificar condições do estado geral de saúde e alguma informação que pudesse ser aplicada aos critérios de exclusão. Posteriormente, aplicou-se o Inventário de Depressão de Beck (BDI)1818. Gorestein C, Andrade L. Inventário de depressão de Beck: propriedades psicométricas da versão em português. Rev Psiquiatr Clin. 1998;25(5):245-50. https://tinyurl.com/2hasef4b
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para identificar possível indicativo de alteração psicológica depressiva e, ao final do mesmo dia, aplicou-se o Questionário McGill de Dor (MPQ)1919. Pimenta CAM, Teixeira MJ. Questionário de dor McGill: proposta de adaptação para a língua portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 1996;30(3):473-83. https://doi.org/10.1590/S0080-62341996000300009
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para identificar as condições subjetivas das magnitudes de dores de cada paciente.

A aplicação da corrente foi realizada logo após a resolução dos questionários. Os pacientes foram posicionados sentados em uma cadeira, com o braço direito em leve extensão e supinação sobre uma mesa. Os membros inferiores permaneciam fletidos em um ângulo de 90º e os pés tocando o solo. Utilizou-se o aparelho Neurodyn®II (IBRAMED Ins. Ltda.) com quatro canais, sendo um canal com dois eletrodos de silicone carbono cobertos com gel condutor e fixados com fita microporosa à pele do antebraço. O primeiro eletrodo foi posicionado a 2 cm de distância da linha articular do punho e o segundo a 10 cm de distância do primeiro eletrodo. Para todos os pacientes foi utilizado o modo convencional da TENS, com onda quadrática, simétrica e bifásica, com frequência de 100 Hz e largura do pulso de 100 µs.

Para a definição do limiar de sensibilidade, o impulso elétrico então era iniciado, de modo que a amplitude da corrente fosse aumentada de forma gradativa (3s/mA) até que o indivíduo relatasse a primeira percepção do estímulo elétrico. Para a identificação do limiar de tolerância à dor, o estímulo progrediu até o paciente relatar desconforto. Em seguida, os eletrodos foram reposicionados para a área de queixa dolorosa do participante e a corrente permaneceu ligada por 20 minutos para obtenção da analgesia.

Para a análise estatística foi utilizado o pacote SPSS 24.0 for Windows. A normalidade da distribuição amostral foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Os resultados referentes às variáveis contínuas foram expressos por média e desvio padrão; já os valores escalares foram expressos por meio de mediana e amplitude interquartil. Os dados das variáveis cate-góricas foram apresentados por frequência absoluta e/ou relativa. Como teste de hipótese elegeu-se o teste de Mann-Whitney e como teste correlacional, o teste de Spearman. O presente estudo assumiu que valores de p ≤ 0,05 indicariam diferenças estatísticas.

Resultados

Foram avaliados 45 participantes com queixa de dor crônica, sendo 30 mulheres e 15 homens. Todos os participantes se enquadraram nos critérios de inclusão e nenhum paciente avaliado foi excluído do estudo.

A amostra total apresentou média de idade de 51,10 ± 16,97 anos. Para as mulheres, a idade média foi de 50,36 ± 16,68 anos e para os homens, 54,28 ± 17,53 anos (p = 0,68). O índice de massa corporal (IMC) apresentou média de 27,16 ± 5,32 kg/m2(sexo feminino: 27,39 ± 6,06 kg/m2; sexo masculino: 26,71 ± 3,64 kg/m2; p = 0,84), onde 75% da amostra apresentou alterações de composição corporal, ao mínimo com sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m2). As características da amostra relacionadas à sensibilidade, tolerância e níveis de dor e depressão estão expressas na Tabela 1 .

Tabela 1
Características neurossensitivas e o escore de depressão da amostra (n = 45)

A Figura 1 apresenta os valores encontrados em relação à aplicação das correntes e à percepção prévia da dor. Observa-se que os homens apresentaram um limiar de sensibilidade 41,4% maior do que o das mulheres. Já para o limiar de dor, esses valores diminuem para 4,76%.

Figura 1
Comparação dos parâmetros de sensibilidade e tolerância à corrente elétrica (TENS), junto às condições iniciais do quadro doloroso entre o sexo masculino e feminino.

As análises correlacionais apresentaram significância (p ≤ 0,05) de formas diferentes para ambos os sexos em relação aos limiares de sensibilidade, estímulo elétrico e tolerabilidade à dor, como apresentado da Figura 2 . Em relação ao BDI, do total da amostra, 44,44% tinham possível quadro de depressão associado à dor, dos quais 15 eram mulheres e 4 eram homens. Não houve correlação significativa entre o possível diagnóstico depressivo e a percepção da corrente pelos limiares de tolerância e sensibilidade (p > 0,05).

Figura 2
Correlação entre índice de massa corporal (IMC) e limiar de tolerabilidade à corrente elétrica apresentada pelo sexo feminino, e correlação entre idade e limiar de sensibilidade apresentada pelo sexo masculino.

Discussão

A predominância de participantes do sexo feminino era esperada, uma vez que estudos demonstram a prevalência de dor crônica em mulheres.2020. Vasconcelos FH, Araújo GC. Prevalence of chronic pain in Brazil: a descriptive study. Br J Pain. 2018;1(2):176-9. https://doi.org/10.5935/2595-0118.20180034
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21. Otto MW, Dougher MJ. Sex differences and personality factors in responsivity to pain. Percept Mot Skills. 1985;61(2): 383-90. https://doi.org/10.2466/pms.1985.61.2.383
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- 2222. Gauthier I, Malone M, Lesar TS, S Aronovitch. Comparison of programs for preventing drug-nutrient interactions in hospitalized patients. Am J Health Syst Pharm. 1997;54(4):405-11. https://doi.org/10.1093/ajhp/54.4.405
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No estudo de Vasconcelos e Araújo,2020. Vasconcelos FH, Araújo GC. Prevalence of chronic pain in Brazil: a descriptive study. Br J Pain. 2018;1(2):176-9. https://doi.org/10.5935/2595-0118.20180034
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84,60% das mulheres e 16,4% dos homens procuraram serviços de saúde para a redução da dor crônica.

A comparação entre os sexos demonstrou diferença significativa (p = 0,003) para o limiar sensitivo, sendo que o sexo feminino obteve média de 13,77 ± 4,16 mA e o masculino obteve média de 19,57 ± 7,27 mA. Diversos trabalhos2323. Guirro RRJ, Guirro ECO, Sousa NTA. Sensory and motor thresholds of transcutaneous electrical stimulation are influenced by gender and age. PM R. 2015;7(1):42-7. https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2014.07.004
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24. Maffiuletti NA, Herrero AJ, Jubeau M, Impellizzeri FM, Bizzini M. Differences in electrical stimulation thresholds between men and women. Ann Neurol. 2008;63(4):507-12. https://doi.org/10.1002/ana.21346
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25. Leong GW, Lauschke J, Rutowski SB, Waite PM. Age, gender, and side differences of cutaneous electrical perceptual threshold testing in an able-bodied population. J Spinal Cord Med. 2010;33(3):249-55. https://doi.org/10.1080/10790268.2010.11689702
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- 2626. Seno SI, Shimazu H, Kogure E, Watanabe A, Kobayashi H. Factors affecting and adjustments for sex differences in current perception threshold with transcutaneous electrical stimulation in healthy subjects. Neuromodulation. 2019;22(5):573-9. https://doi.org/10.1111/ner.12889
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corroboram esse achado, apontando que mulheres apresentaram limiar sensitivo menor do que os homens, onde diversas condições inerentes às discrepâncias anatômicas e fisiológicas, como o tamanho do curso neuromotor e quantidades de neuro-transmissores, podem gerar estas diferenças no tempo de resposta sensitiva.

Quanto à correlação dos limiares com a variável idade, verificou-se que os pacientes do sexo masculino tiveram correlação positiva e forte (r2= 0,646; p = 0,009), indicando que quanto mais jovem, menor a intensidade da corrente necessária para recrutar as vias sensitivas, e demonstrando alterações no sistema sensitivo de homens mais velhos. Rocha et al.,1717. Rocha WA, Facini MP, Santuzzi CH, Freitas GKF, Pereira RRR, Araujo MTM, et al. Gender differences in the sensitive threshold to electrical nerve stimulation in young adults. Acta Ortop Bras. 2011;19(2):74-8. https://doi.org/10.1590/S1413-78522011000200002
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ao aplicarem a TENS de baixa frequência (20 HZ), observaram que o limiar sensitivo basal aumentou significativamente para os homens, mas não para mulheres, após o aquecimento cutâneo. Uma hipótese para essa correlação é a observada por Gøransson et al.2727. Gøransson LG, Mellgren SI, Lindal S, Omdal R. The effect of age and gender on epidermal nerve fiber density. Neurology. 2004;62(5):774-7. https://doi.org/10.1212/01.wnl.0000113732.41127.8f
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em um estudo sobre a densidade das fibras nervosas epidérmicas, onde foi encontrado um decréscimo significativo na quantidade de fibras em indivíduos mais velhos e do sexo masculino. Já para Guirro et al.,2323. Guirro RRJ, Guirro ECO, Sousa NTA. Sensory and motor thresholds of transcutaneous electrical stimulation are influenced by gender and age. PM R. 2015;7(1):42-7. https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2014.07.004
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o fenômeno da redução da sensibilidade ao estímulo elétrico foi identificado para ambos os sexos.

Esse declínio das respostas sensoriais nos idosos pode ser resultado do processo de envelhecimento cerebral, que busca compensar as funções deficitárias com mecanismos complexos de inibição e excitação no processamento somatossensorial.2828. Brodoehl S, Klingner C, Stieglitz K, Witte OW. Age-related changes in the somatosensory processing of tactile stimulation-An fMRI study. Behav Brain Res. 2013;238:259-64. https://doi.org/10.1016/j.bbr.2012.10.038
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Outro estudo relatou que há uma associação entre o aumento do limiar sensorial com a degeneração de nervos sensitivos e redução do metabolismo, devido ao ingresso do organismo do período de senescência.2929. B UlfhakE, E Bergman, Fundin BT. Impairment of peripheral sensory innervation in senescence. Auton Neurosci. 2002;96(1):43-9. https://doi.org/10.1016/s1566-0702(01)00368-x
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Em relação ao IMC, os resultados apontaram signi-ficativa correlação moderada com o limiar de tolerância da corrente apenas em mulheres (r2= 0,677; p < 0,001). No estudo de Maffiuletti et al.,3030. Maffiuletti NA, Morelli A, Martin A, Duclay J, Billot M, Jubeau M, et al. Effect of gender and obesity on electrical current thresholds. Muscle Nerve. 2011;44(2):202-7. https://doi.org/10.1002/mus.22050
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indivíduos obesos tiveram menor excitabilidade (maiores limiares) do que os pares não obesos, corroborando os achados do presente estudo onde as mulheres obesas apresentaram menor limiar sensitivo quando comparadas aos homens.

Apesar do IMC em ambos os sexos possuir média similar (homens: 26,71 ± 3,64 kg/m2; mulheres: 27,39 ± 6,06 kg/m2), a correlação com o limiar de tolerabilidade foi significativa apenas nas mulheres. Desta forma, o estudo identifica a necessidade de análise segmentada da composição corporal. Petrofsky et al.3131. Petrofsky JS, Suh HJ, Gunda S, Prowse M, Batt J. Interrelationships between body fat and skin blood flow and the current required for electrical stimulation of human muscle. Med Eng Phys. 2008;30(7):931-6. https://doi.org/10.1016/j.medengphy.2007.12.007
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analisaram a interferência da densidade de gordura subcutânea e o fluxo sanguíneo como fatores que interferem na percepção da corrente para contração muscular. Mariani et al.3232. Mariani L, Silva CF, Buzanello MR, Bertolini GRF. Limiar de dor entre homens e mulheres com diferentes massas e percentuais de gordura. BrJP. 2020;3(1):29-32. https://doi.org/10.5935/2595-0118.20200007
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apresentaram que as diferenças entre o %G entre homens e mulheres tem relação direta com o limiar de dor. Seno et al.2626. Seno SI, Shimazu H, Kogure E, Watanabe A, Kobayashi H. Factors affecting and adjustments for sex differences in current perception threshold with transcutaneous electrical stimulation in healthy subjects. Neuromodulation. 2019;22(5):573-9. https://doi.org/10.1111/ner.12889
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levantaram a hipótese de influências hormonais, psicológicas, gordura sub-cutânea, tamanho muscular, funcionamento cerebral e comorbidades associadas. Schopper et al.,3333. Schopper M, Fleckenstein J, Irnich D. Geschlechtsspezifische aspekte bei akuten und chronischen schmerzen: Implikationen für diagnose und therapie. Schmerz. 2013;27:456-66. http://dx.doi.org/10.1007/s00482-013-1361-7
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em um estudo com pacientes com dor crônica, observaram que as diferenças na tolerabilidade à dor entre homens e mulheres podem sofrer influências diretas de fatores intrínsecos e socioculturais.

Apesar de os resultados do presente estudo não de-monstrarem correlação entre a depressão e os limiares neurossensitivos, é importante salientar a crescente relação de coexistência entre dor crônica e transtorno depressivo.3434. Arnow BA, Hunkeler EM, Blasey CM, Lee J, Constantino MJ, Fireman B, et al. Comorbid depression, chronic pain, and disability in primary care. Psychosom Med. 2006;68(2):262-8. https://doi.org/10.1097/01.psy.0000204851.15499.fc
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Adler et al.3535. Adler G, Gattaz WF. Pain perception threshold in major depression. Biol Psychiatry. 1993;34(10):687-9. https://doi.org/10.1016/0006-3223(93)90041-b
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observaram que pacientes com diagnóstico de depressão tinham alteração no limiar da percepção somatossensorial, com redução do limiar de percepção da dor. Kato et al.,3636. Kato F, Abe T, Kanbara K, Ban I, Kiba T, Kawashima S, et al. Pain threshold reflects psychological traits in patients with chronic pain: A cross-sectional study. Biopsychosoc Med. 2017; 11:13. https://doi.org/10.1186/s13030-017-0098-4
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por meio de um teste sensorial quantitativo com estimulação elétrica, verificaram que pacientes com dor crônica apresentaram maior sensibilidade quando tinham diagnóstico de características psicológicas associadas. Em contrapartida, Kivrak et al.3737. Kivrak Y, Kose-Ozlece H, Ustundag MF, Asoglu M. Pain perception: Predictive value of sex, depression, anxiety, somatosensory amplification, obesity, and age. Neuropsychiatr Dis Treat. 2016;12:1913-8. https://doi.org/10.2147/ndt.s106974
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observaram que a ansiedade é um preditor de dor, mas que a depressão não indicou influência sobre a percepção nociceptiva.

Conclusão

Verificou-se maior frequência na busca de serviços de saúde para o tratamento de dor crônica por parte do sexo feminino. Salienta-se que existe diferença significativa entre os sexos em relação ao limiar sensitivo, onde as mulheres demonstraram menores valores percebidos da corrente terapêutica TENS aplicada do que os homens. O limiar sensitivo também apontou correlação significativa para homens em relação à idade, demonstrando que com o passar dos anos há uma redução na velocidade da resposta sensitiva, com aumento do limiar. Já o sexo feminino apresentou correlação positiva do IMC com o limiar de tolerância à dor.

Não observou-se influência da depressão nas respostas dos limiares neurossensitivos. Embora ainda haja na literatura científica lacunas na definição dos parâmetros para as variadas formas de eletroterapia, o presente estudo demonstrou que a diferença entre os sexos e a influência de algumas variáveis individuais podem interferir na percepção dos limiares neuros-sensitivos. Dessa forma, fazem-se necessários mais estudos que controlem de forma específica e detalhada a composição corporal, avaliação comportamental e psicológica dos participantes.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    11 Ago 2021
  • Revisado
    16 Ago 2022
  • Aceito
    7 Out 2022
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