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Construção e validação do questionário de percepção dos Agentes Comunitários de Saúde sobre condições sensíveis à fisioterapia na Atenção Primária

Resumo

Introdução

O Agente Comunitário de Saúde (ACS), assim como o fisioterapeuta, desencadeia funções fundamentais na Atenção Primária à Saúde (APS), sendo ele-mento importante na transformação de políticas públicas. Inexistem estudos que investiguem o conhecimento dos ACS sobre as condições de saúde sensíveis à inter-venção da fisioterapia na APS.

Objetivo

Construir um questionário de investigação da percepção dos ACS sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS.

Métodos

Trata-se de um estudo metodológico no qual, inicialmente, construiu-se uma matriz de análise com o intuito de englobar as ideias contempladas no questionário. Para a construção do instrumento, realizou-se uma revisão da literatura, sendo eleitas condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS. Para a validação de conteúdo e aparente dos itens, 12 fisioterapeutas especialistas em APS julgaram a adequação dos itens contidos. Utilizou-se o índice de validade de conteúdo para verificar o grau de concordância durante o processo de análise das respos-tas. Posteriormente, realizou-se análise semântica por meio da compreensão dos itens por 15 ACS. Na etapa de validação, foram realizadas duas rodadas de avaliação. Foram feitos ajustes em 17 questões.

Resultados

O estudo resultou em um questionário com 20 questões contendo situações hipotéticas de visitas domiciliares, cuja situação do morador poderia ou não configurar um risco à saúde sensível à intervenção fisioterapêutica.

Conclusão

O instrumento de percepção dos ACS sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS mostrou-se válido para ser utilizado no contexto da APS. A utilização do instrumento poderá contribuir na elaboração de programas de capacitação dos ACS, com o intuito de facilitar a comunicação da equipe.

Agentes comunitários de saúde; Conhecimento; Percepção; Fisioterapia; Atenção Primária à Saúde

Abstract

Introduction

Community health workers, like the physiotherapist, perform essential functions in primary health care, being an important element in the transformation of public policies. There are no reported studies investigating the knowledge of community health workers about health conditions amenable to physiotherapy intervention in primary health care.

Objective

To construct a questionnaire to investigate the perception of community health workers about health conditions that could be remedied by physiotherapy intervention in primary health care.

Methods

This was a methodological study in which it was initially an analysis matrix with the aim of encompassing the ideas contemplated in the questionnaire. To construct the instrument, a literature review was carried out, and health conditions treatable with physiotherapy in primary health care were chosen. To validate the content and appearance of the items, twelve physiotherapists specialized in primary health care judged the suitability of the items contained. The content validity index was used to determine the degree of agreement during the response analysis process. Subsequently, a semantic analysis was carried out through the understanding of the items by 15 community health workers. In the validation stage, two rounds of evaluation were carried out. Adjustments were made to 17 questions.

Results

The study investigated a questionnaire with 20 questions containing hypothetical situations of home visits, in which the resident's situation could or could not constitute a health risk amenable to physiotherapeutic intervention.

Conclusion

The community health workers perception instrument on health conditions amenable to physiotherapy intervention in primary health care proved to be valid for use in this context. The use of the instrument may contribute to the development of community health worker training programs, with the aim of facilitating team communication.

Community health workers; Knowledge; Perception; Physiotherapy; Primary health care

Introdução

Em 2020, atuaram no Brasil cerca de 260 mil Agentes Comunitário de Saúde (ACS), os quais contribuíram no processo de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Primária à Saúde (APS).11. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Painéis de indicadores da APS - Versão 1.0. 2023 [cited 2023 Sep 3]. Available from: https://sisaps.saude.gov.br/painelsaps
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O ACS é respon-sável pelo acompanhamento de famílias, seu cadastro, orientação e desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Tendo como foco atividades educativas em saúde, em domicílios e cole-tividades, contribui para a ampliação do acesso da po-pulação às ações e serviços de saúde, na perspectiva da promoção social e de proteção da cidadania,22. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saíude; 2012. Full text link http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf
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e é reconhecido como elemento importante na transfor-mação das políticas de saúde.33. Lotta GS. Saberes locais, mediação e cidadania: o caso dos agentes comunitários de saúde. Saude Soc. 2012;21(Supl 1): 210-22. DOI https://doi.org/10.1590/S0104-12902012000500018
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Devido à proximidade que o ACS tem com as famílias, ele se torna o principal profissional capaz de avaliar a necessidade de cuidado e realizar o encaminhamento de forma adequada.44. Broch D, Ramos DT, Riquinho DL, Silveira MR, Santos VCF. The knowledge network of community health agents. Rev Pesqui. 2021;12:46-53. DOI https://doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v12.6936
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Segundo a lei nº 13.595, que regulamenta a pro-fissão, para atuar como ACS o profissional deve apre-sentar ensino médio completo e deve frequentar um curso de formação inicial oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pelas secretarias de Estado, com car-ga horária mínima de 40 horas, frequentar cursos de aperfeiçoamento a cada dois anos e realizar o curso técnico oferecido pelo Ministério da Saúde.55. Brasil. Lei nº 13.595, de 5 de janeiro de 2018. Altera a Lei Nº 11.350, de 5 de outubro de 2006. Brasília: Diário Oficial da União; 8 jan 2018. Full text link https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13595-5-janeiro-2018-786068-publicacaooriginal-154714-pl.html
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Além disso, é garantido aos profissionais horários para formação e aprimoramento técnico a fim de considerar as neces-sidades de saúde da população e problematizá-las. 55. Brasil. Lei nº 13.595, de 5 de janeiro de 2018. Altera a Lei Nº 11.350, de 5 de outubro de 2006. Brasília: Diário Oficial da União; 8 jan 2018. Full text link https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2018/lei-13595-5-janeiro-2018-786068-publicacaooriginal-154714-pl.html
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A formação do ACS, preconizada pelos Ministérios da Saúde e Educação, abrange temas relacionados à política de redes de atenção à saúde, linhas de cui-dado em atenção psicossocial, doenças crônicas, saúde materna, neonatal e lactente, e urgência e emergência.5 No entanto ainda percebe-se a necessidade de maior conhecimento sobre questões relacionadas à defici-ência, atividade, participação, barreiras e facilitadores. Em um estudo qualitativo, Ribeiro et al.66. Ribeiro KSQS, Araújo Neto MJ, Arangio MG, Nascimento PBS, Martins TNT. A participação de agentes comunitários de saúde na atuação da fisioterapia na atenção básica. Rev Aten Primaria Saude. 2007;10(2)156-68. analisaram a possibilidade de integração do ACS na assistência fisio-terapêutica na APS. Foram abordadas as dificuldades encontradas no trabalho do ACS, sendo uma delas a falta de conhecimento sobre problemas relacionados à deficiência e às práticas sugeridas pelo fisioterapeuta.66. Ribeiro KSQS, Araújo Neto MJ, Arangio MG, Nascimento PBS, Martins TNT. A participação de agentes comunitários de saúde na atuação da fisioterapia na atenção básica. Rev Aten Primaria Saude. 2007;10(2)156-68.

O fisioterapeuta tem como responsabilidade na APS prestar assistência ao usuário, participando da promo-ção, tratamento e recuperação da sua saúde e de programas de assistência à comunidade,77. Loures LF, Silva MCS. A interface entre o trabalho do agente comunitário de saúde e do fisioterapeuta na atenção básica à saúde. Cienc Saude Coletiva. 2010;15(4):2155-64. DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000400029
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atuando de forma específica e integrada à equipe.88. Campos GWS, Domitti AC. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisci-plinar em saúde. Cad Saude Publica. 2007;23(2)399-407. DOI https://doi.org/10.1590/S0102-311X2007000200016
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A comunicação efetiva entre o fisioterapeuta e o ACS viabiliza o trabalho do profissional, já que o contato com o usuário no domi-cílio é uma característica facilitadora da relação entre o profissional e o usuário, pois possibilita a aquisição de informações mais fidedignas do cotidiano, tornando a intervenção mais eficiente77. Loures LF, Silva MCS. A interface entre o trabalho do agente comunitário de saúde e do fisioterapeuta na atenção básica à saúde. Cienc Saude Coletiva. 2010;15(4):2155-64. DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000400029
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Foram encontrados na literatura estudos investigando o conhecimento do ACS sobre alguns assuntos, como: atenção ao idoso,99. Paiva KM, Hillesheim D, Haas P. Atenção ao idoso: percepções e práticas dos Agentes Comunitários de Saúde em uma capital do sul do Brasil. CoDAS. 2019;31(1):e20180069. DOI https://doi.org/10.1590/2317-1782/20182018069
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tuberculose pulmonar,1010. Gaspar LMS, Braga C, Albuquerque GDM, Silva MPN, Maruza M, Montarroyos UR, et al. Conhecimento, atitudes e práticas de agentes comunitários de saúde sobre tuberculose pulmonar em uma capital do Nordeste do Brasil. Cienc Saude Coletiva. 2019;24(10)3815-24. DOI https://doi.org/10.1590/1413-812320182410.01722018
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saúde bucal1111. Silva EBA, Zanin L, Oliveira AMG, Flório FM. Agentes comunitários de saúde: conhecimentos em saúde bucal e fatores associados. Cad Saude Colet. 2021;29(2)226-37. DOI https://doi.org/10.1590/1414-462X202129020135
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e agravos fonoaudio-lógicos.1212. Santos JN, Rodrigues ALV, Silva AFG, Matos EF, Jerônimo NS, Teixeira LC. Percepção de agentes comunitários de saúde sobre os riscos à saúde fonoaudiológica. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(3):333-9. DOI https://doi.org/10.1590/S1516-80342012000300016
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,1313. Knochenhauer CCLS, Vianna KMP. Percepção dos Agentes Comunitários de Saúde quanto aos agravos fonoaudiológicos. CoDAS. 2016;28(6):697-703. DOI https://doi.org/10.1590/2317-1782/201620151929
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Investigou-se, também, em um estudo não validado realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul,1414. Batiston AP, Silva JS, Silva EC, Bonilha LAS, Ferrari FP, Fernandes JM, et al. Atuação do fisioterapeuta na Atenção Primária à Saúde: o que sabem os Agentes Comunitários de Saúde. Cad Edu Saude e Fis. 2019;6(12)71-82. DOI https://doi.org/10.18310/2358-8306.v6n12.a13
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o conhecimento sobre o papel da fisioterapia na APS, realizado com questões fechadas sobre o que o fisioterapeuta pode ou não realizar e situações específicas em que a fisioterapia poderia ser indicada.

Nesse contexto, torna-se importante refletir sobre a diferença entre os conceitos de conhecimento e percepção. O conhecimento é definido como o ato de entender, compreender, apreender algo. Já a percepção é uma relação entre uma pessoa e um objeto ou evento, o qual não pode ser reduzido à sensação, pois envolve um conjunto complexo de eventos como a atividade cognitiva e diferentes tipos de experiências.15 Sendo assim, para que o agente perceba as condições de saúde dos usuários de sua área de abrangência, é necessário que o mesmo tenha experiências e conhecimentos prévios envolvendo a atuação da fisioterapia.

Destaca-se que não foram encontrados estudos com questões hipotéticas simulando as visitas domi-ciliares que investiguem a percepção dos ACS sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS. Além do mais, após buscas na literatura, parece não existir instrumentos validados e padronizados para esta investigação. Acredita-se, portanto, que a criação de um questionário seja útil para qualificar a percepção do ACS acerca da atuação do fisioterapeuta na APS, possibilitando a efetivação do apoio matricial da fisioterapia às equipes de referência na APS. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é construir um questionário de investigação da percepção dos profissionais ACS sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS, assim como avaliar tal percepção entre esses profissionais.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal observacional, aprovado pelo Comitê de Ética Institucional da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (protocolo CAAE 46298821.8.0000.5108), de construção e validação de um questionário.

Participaram da fase de validação de conteúdo e aparente do questionário 12 fisioterapeutas com ex-periência mínima de dois anos em saúde coletiva/atenção primária à saúde. Para a análise semântica do questionário foram convidados 15 ACS, de diferentes Unidades Básicas de Saúde (UBS), que atuam nos muni-cípios de Diamantina, Itabirito e Presidente Kubitschek, no estado de Minas Gerais, para que os mesmos repro-duzissem as questões presentes no questionário.

Construiu-se uma matriz de análise estruturada, onde foram consideradas as evidências científicas da atuação do fisioterapeuta na APS. A matriz deu origem às variáveis que foram contempladas no questionário. O questionário investigou a percepção do ACS sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS em situações de visitas domiciliares realizadas pelo ACS em sua rotina de trabalho. As situações foram hipotetizadas pelos autores. As questões foram iniciadas com a expressão “ao chegar no domicílio”, seguidas das características do ambiente domiciliar e situação do morador que pode configurar um risco à saúde, sensível ou não à intervenção da fisioterapia na APS.

O questionário foi composto por 20 questões objetivas, sendo: 14 questões simulando condições que apresentam a presença de risco para a saúde do usuário, podendo o problema ser resolvido na APS; duas questões simulando condições que apresentam a presença de risco para a saúde do usuário, as quais rotineiramente não são resolvidas na APS; e quatro questões simulando situações com ausência de risco para a saúde do usuário. Após ler o enunciado das questões, o ACS poderia escolher entre as seguintes opções de resposta: a) Não percebo riscos nas condi-ções de saúde do(s) morador(es), pois trata-se de uma situação normal; b) Percebo riscos nas condições de saúde do(s) morador(es), que não são rotineiramente resolvidos na APS; c) Percebo riscos nas condições de saúde do(s) morador(es), que podem ser resolvidos na APS e levarei o caso para a equipe.

Para a validação de conteúdo, os juízes especialistas (fisioterapeutas) foram convidados para participar por meio de um convite explicativo enviado por e-mail. Os juízes julgaram a adequação dos itens à luz dos atributos da construção teórica e da experiência vivenciada pelos fisioterapeutas na APS. Utilizou-se o índice de validade de conteúdo (IVC) para verificar o grau de concordância entre os especialistas durante o processo de análise das respostas. O IVC mede a porcentagem de juízes que estão em concordância sobre determinados aspectos do instrumento. Este método emprega uma escala tipo Likert, com pontuação de um a quatro. Para avaliar a relevância, as respostas incluíram as seguintes opções: 1 = item não relevante ou não representativo; 2 = item necessita de grande revisão para ser representativo; 3 = item necessita de pequena revisão para ser representativo; 4 = item relevante ou representativo. O escore do IVC foi calculado por meio da soma de concordância dos itens que foram marcados por 3 ou 4 pelos especialistas divididos pelo número total de respostas. Simultaneamente à validação do conteúdo, realizou-se a validade aparente, a qual diz respeito à linguagem, compreensão e adequação dos itens.

Finalmente, realizou-se a análise semântica, a qual tem por objetivo verificar se todos os itens foram com-preensíveis para a população à qual o instrumento se destina. Cada item foi apresentado a três grupos de cinco ACS e solicitou-se que reproduzissem as questões do questionário em outras palavras. A percepção do ACS sobre as condições de saúde sensíveis da atuação do fisioterapeuta na APS foi investigada após aprovação da secretaria de saúde local e contato com as enfermeiras gestoras de cada UBS.

Os dados coletados no questionário foram anali-sados por meio do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 22.0). Realizou-se a análise descritiva das variáveis categóricas e medidas de tendência central e dispersão das variáveis numéricas. Na etapa de validação, calculou-se o índice de concordância entre os juízes. Este índice permitiu analisar cada item individualmente e depois o instrumento como um todo. O critério de decisão adotado foi uma concordância acima de 80% entre os juízes (IVC = 0,8).

Resultados

Doze fisioterapeutas com experiência em APS participaram da validação de conteúdo e aparente do questionário. Três juízes eram do sexo masculino e nove eram do sexo feminino, com tempo de atuação média na APS de 12 anos, sendo quatro juízes mestres, seis doutores e dois especialistas. Foram necessárias duas rodadas de avaliação. Na primeira rodada participaram os 12 juízes e na segunda participaram seis.

Na Tabela 1 podem ser visualizadas as avaliações dos juízes do instrumento quanto aos objetivos (propó-sitos, metas e finalidades), estrutura e apresentação do instrumento. No Quadro 1 podem ser visualizadas as duas versões do questionário. Com base nas sugestões apresentadas pelos avaliadores, em 14 questões foram feitos pequenos ajustes na apresentação do conteúdo e na adequação da linguagem, três questões sofreram revisões maiores e uma questão foi substituída por outra envolvendo o tema “doenças respiratórias em criança”, o qual foi sugerido por três juízes. Na análise semântica conduzida com os ACS foram feitas sugestões quanto às opções de resposta do questionário e redação de cinco questões. Após as revisões realizadas, elaborou-se a versão final (Quadro 2).

Tabela 1
- Distribuição dos itens do instrumento de validação de conteúdo de acordo com o percentual de concordância dos juízes especialistas

Quadro 1
Questionários pré e pós-validação dos juízes, análise semântica e índice de validade de conteúdo (IVC)

Quadro 2
Versão final do questionário de investigação do conhecimento e percepção dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisioterapia na Atenção Primária à Saúde (APS)

Discussão

O presente estudo apresentou uma proposta de investigação da percepção do ACS baseada em visitas domiciliares, as quais constituem ações de integração do profissional da saúde com a população local na APS.1616. Alonso CMC, Béguin PD, Duarte FJCM. Trabalho dos agen-tes comunitários de saúde na Estratégia Saúde da Família: metassíntese. Rev Saude Publica. 2018;52:14. DOI https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000395
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Tal investigação, no entanto, deveria ser precedida da criação e validação de um instrumento que medisse essa “percepção dos ACS” em suas rotinas de trabalho, já que não foram encontrados na literatura questionários com esse propósito.1717. Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cienc Saude Coletiva. 2011;16(7)3061-8. DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
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Sendo assim, buscou-se na literatura quais seriam as condições de saúde prevalentes e sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS.1818. Portes LH, Caldas MAJ, Paula LT, Freitas MS. Atuação do fisioterapeuta na Atenção Básica à Saúde: uma revisão da literatura brasileira. Rev APS. 2011;14(1)111-9. Full text link https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/14645
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,1919. Bornhöft L, Larsson ME, Nordeman L, Eggertsen R, Thorn J. Health effects of direct triaging to physiotherapists in primary care for patients with musculoskeletal disorders: a pragmatic randomized controlled trial. Ther Adv Musculoskelet Dis. 2019; 11:1759720X19827504. DOI https://doi.org/10.1177/1759720x19827504
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Posteriormente, foram hipotetizadas questões a partir do referencial encontrado e, finalmente, avaliou-se se cada questão do instrumento era relevante e representativa.

Na etapa de validação do instrumento, os juízes experientes em APS realizaram adequações acerca da linguagem e do conteúdo,1717. Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cienc Saude Coletiva. 2011;16(7)3061-8. DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
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assim como propuseram substituições de questões inteiras e a inserção de uma questão com o tema “doenças respiratórias em crianças”, importante causa de adoecimento em crianças até os cinco anos de idade e responsável por elevada morbidade e mortalidade na infância, particularmente nos países em desenvolvimento.2020. David MLO, Ribeiro MAGO, Zanolli ML, Mendes RT, Assumpção MS, Schivinski CIS. Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e do adolescente: uma necessidade na atenção básica. Saude Debate. 2013;37(96):120-9. Full text link https://www.scielo.br/j/sdeb/a/jQbbKxVVQnWD3tGtvvg8JfL/
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Durante a avaliação semântica, pôde-se perceber que algumas alterações relacionadas à linguagem foram necessárias para o entendimento dos ACS. O instrumento cumpriu os pré-requisitos mínimos para estruturação, visto que todos os itens foram compreensíveis para os ACS que participaram dessa fase do estudo. A amostra de ACS conteve um nível de escolaridade heterogêneo (ensino médio, médio técnico e pós-graduação) para precisão, contando com três grupos de cinco profissio-nais em três diferentes municípios.2121. Pasquali L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev Psiquiatr Clin. 1998;25(5):206-13. Full text link http://ppget.ifam.edu.br/wp-content/uploads/2017/12/Principios-de-elaboracao-de-escalas-psicologicas.pdf
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Além de avaliarem a compreensão do enunciado das questões, os ACS ponderaram sobre as opções de resposta e sugeriram a inclusão da palavra “rotineiramente” na opção de resposta B do instrumento, o que foi aceito pelos pesquisadores, já que as opções de respostas do ques-tionário estão ligadas às habilidades atitudinais dos mesmos na rotina de trabalho.2222. Brasil. Ministério da Saúde. A Implantação da Unidade de Saúde da Família/Milton Menezes da Costa Neto, org. Brasília: Ministério da Saúde; 2000. Full text link https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_unidade_saude_familia_cab1.pdf
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Na APS, porta preferencial de acesso à rede de atenção à saúde do SUS, os fisioterapeutas têm buscado ressignificações em suas práticas, considerando os usu-ários em seu modelo biopsicossocial para promover a integralidade do cuidado com foco na funcionalidade humana. Apesar da atuação fisioterapêutica na APS estar bem descrita na literatura,2323. Ribeiro CD, Flores-Soares MC. Desafios para a inserção do fisioterapeuta na atenção básica: o olhar dos gestores. Rev Salud Publica. 2015;17(3):379-93. DOI https://doi.org/10.15446/rsap.v17n3.44076
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25. Aguirrezabal I, San Román MSP, Cobos-Campos R, Orruño E, Goicoechea A, Eranueva RM, et al. Effectiveness of a primary care-based group educational intervention in the management of patients with migraine: a randomized controlled trial. Prim Health Care Res Dev. 2019;20:e155. DOI https://doi.org/10.1017/s1463423619000720
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um desafio dessa classe é a sensibilização sobre a importância do profissional na equipe de saúde da APS, por meio da identificação das necessidades de atendimento fisioterapêutico. Para isso, é necessário que os demais profissionais atuantes na APS obtenham um conhecimento sobre a atuação fisioterapêutica para que o cuidado ao usuário seja realizado. Nesse sentido, após a criação e validação do instrumento, buscou-se investigar a percepção e conhecimento dos ACS sobre as condições sensíveis à intervenção da fisioterapia na APS, o que foi feito na fase dois do presente estudo.

A importância da presença do fisioterapeuta na APS vem sendo muito discutida na literatura,77. Loures LF, Silva MCS. A interface entre o trabalho do agente comunitário de saúde e do fisioterapeuta na atenção básica à saúde. Cienc Saude Coletiva. 2010;15(4):2155-64. DOI https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000400029
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porém é necessário um conhecimento da equipe acerca das potencialidades da fisioterapia para que o cuidado ao usuário possa ser contemplado de forma mais profícua, contribuindo para o alcance da integralidade da atenção, princípio doutrinário do SUS. Com isso, o estudo criou um importante instrumento de avaliação da percepção dos ACS sobre as condições sensíveis da fisioterapia na APS, para que seja aplicado em todo o território nacional.

Conclusão

O instrumento de percepção dos ACS sobre as condições de saúde sensíveis à intervenção da fisio-terapia na APS é válido para ser utilizado com agentes comunitários de saúde no contexto da APS. A utilização do instrumento poderá contribuir para a elaboração de programas de capacitação dos ACS, com o intuito de facilitar a comunicação da equipe e melhorar a efetividade da atuação do fisioterapeuta na APS.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jan 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    15 Maio 2023
  • Revisado
    5 Set 2023
  • Aceito
    31 Out 2023
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