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O Humanismo de Carolina Bori

O HUMANISMO DE CAROLINA BORI

Gilberto Velho

Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Conheci Carolina há mais de vinte anos em reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Ao longo desse período, tive o privilégio de conhecer algumas de suas qualidades. Tanto em comissões e comitês de variados tipos, como no convívio desenvolvido através da SBPC, pude apreciar a sua seriedade e dedicação à ciência brasileira. Em todos os cargos que ocupou estabeleceu padrões de notável equilíbrio entre um espírito acadêmico e um posicionamento político crítico. São notórios o seu desprendimento pessoal e espírito de sacrifício, não medindo esforços para defender não só a comunidade científica, mas as causas sociais que sempre a preocuparam.

Numa época de pragmatismo exacerbado e de espírito competitivo levado ao paroxismo, Carolina encarna admiravelmente o papel de intelectual humanista cuja atividade é inseparável de uma visão ética de mundo. Sua atuação no período do regime militar foi sempre uma referência de ponderação e firmeza. Nos anos que se seguiram, manteve uma postura de democrata independente, voltada para a atividade científica, mas jamais desligada da questão social.

Como pesquisadora na área de psicologia e como educadora, conseguiu estabelecer um trânsito fértil entre diversas áreas disciplinares no território das Ciências Humanas. Esta visão abrangente, somada à conhecida capacidade de trabalho, garantem que ainda durante muito tempo poderemos contar com seu apoio e participação nos momentos decisivos da ciência e da sociedade brasileira em geral.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Nov 1998
  • Data do Fascículo
    1998
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