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Editorial

Homenagear e agradecer à Comissão Executiva que nos antecedeu é sustentar a vitalidade que anima o patrimônio por ela construído, expressa no perfil que marca Psicologia USP: sua vocação para o debate de idéias e para o exercício da perspectiva crítica. O legado que nos deixa Sylvia Leser de Mello como editora e o trabalho editorial desenvolvido por Maria Helena Souza Patto e João Augusto Fraize-Pereira são orientações seguras e bem implantadas que fundamentam o espírito de rigor e de competência que continuará inspirando PsicologiaUSP, ambientação fértil para a interlocução da Psicologia com as demais áreas do conhecimento, bem como estímulo constante para a discussão de temáticas relevantes que atravessam o campo da Psicologia. Cultivar essa identidade editorial é o fio condutor de nosso trabalho.

Este número apresenta, inicialmente, um ensaio sobre a doutrina da atenção no pensamento de Simone Weil, de especial interesse para a Psicologia. Segue-se um conjunto de trabalhos que trazem contribuições da Psicanálise, a partir de diferentes perspectivas conceituais, recortando ângulos específicos de acesso ao estudo da constituição da subjetividade. É discutida a categoria do Negativo, cuja importância crucial, já apontada desde as origens da Psicanálise, é retomada de modo consistente na análise de certas configurações do vínculo intersubjetivo, nas quais são destacadas as alianças inconscientes adquiridas na base do Negativo, bem como seus efeitos na capacidade de pensar. Os trabalhos subseqüentes tratam de modalidades de narrativas, que vão da escrita autobiográfica às narrativas orais de ficção de crianças e adolescentes de rua e à escuta das falas de adolescentes de classes populares, explicitando o campo de produção subjetiva inerente às peculiaridades da pesquisa em Psicanálise. A seguir, é apresentada uma modalidade de prática psicanalítica, acompanhada de uma discussão dos fundamentos teórico-metodológicos que lhe são subjacentes. Os últimos ensaios que compõem esse volume tratam de uma revisão dos modelos explicativos clássicos do fenômeno do esquecimento, propostos a partir de pesquisas experimentais, das especificidades do "conhecer" na cultura popular, por meio da presença da Jurema no imaginário brasileiro e das contribuições da filosofia fenomenológica ao estudo psicológico da alteridade, destacando o alcance teórico da noção de intercorporeidade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Nov 2003
  • Data do Fascículo
    2003
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