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A linguagem da cultura corporal sob o olhar de professores da educação infantil

The language of body culture in the views of early education teachers

Resumos

O presente artigo versa sobre a possibilidade de reconhecer a cultura corporal como sistematizadora da linguagem do corpo, e essa, como fonte de produção do gesto e da expressão na Educação Infantil. O objetivo principal da pesquisa é identificar o entendimento de professores acerca da cultura corporal como objeto de estudo da Educação Física para a Educação Infantil. A metodologia seguiu o caminho da pesquisa qualitativa do tipo descritiva. Os resultados apontam que as práticas corporais são contempladas na Educação Infantil, porém nem sempre sob a chancela da Educação Física. Pautados pela historicidade esportiva da Educação Física, os professores entrevistados compreendem essa disciplina como desfavorável para estar na Educação Infantil. Diante disso, vislumbra-se a necessidade de apresentar e de ressignificar aos professores de Educação Infantil uma Educação Física contemporânea que compreenda a cultura corporal como sistematizadora da linguagem corporal.

Educação física; educação infantil; cultura corporal


The article discusses the possibility of accepting the body culture as systematization of the body language, and the later as source of gesture and expression in childhood education. The main purpose of the research was to identify the teachers understanding of the body culture as an object of study of Physical Education for children. The methodology used was descriptive qualitative research. The results indicate that body practices are contemplated in childhood education, but not always under the auspices of Physical Education. The interviewed teachers, who tend to take into account only the Physical Education past concern with sports, perceive it as not suitable for childhood education. We thus see the need to reframe and present to the teachers of childhood education the meanings of the contemporary Physical Education, which understands the body culture as a systematization of the body language.

Body language; body culture; childhood education


ARTIGOS

A linguagem da cultura corporal sob o olhar de professores da educação infantil

The language of body culture in the views of early education teachers

Mônica Caldas Ehrenberg

Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil. monica.ce@usp.br

RESUMO

O presente artigo versa sobre a possibilidade de reconhecer a cultura corporal como sistematizadora da linguagem do corpo, e essa, como fonte de produção do gesto e da expressão na Educação Infantil. O objetivo principal da pesquisa é identificar o entendimento de professores acerca da cultura corporal como objeto de estudo da Educação Física para a Educação Infantil. A metodologia seguiu o caminho da pesquisa qualitativa do tipo descritiva. Os resultados apontam que as práticas corporais são contempladas na Educação Infantil, porém nem sempre sob a chancela da Educação Física. Pautados pela historicidade esportiva da Educação Física, os professores entrevistados compreendem essa disciplina como desfavorável para estar na Educação Infantil. Diante disso, vislumbra-se a necessidade de apresentar e de ressignificar aos professores de Educação Infantil uma Educação Física contemporânea que compreenda a cultura corporal como sistematizadora da linguagem corporal.

Palavras-chave: Educação física, educação infantil, cultura corporal.

ABSTRACT

The article discusses the possibility of accepting the body culture as systematization of the body language, and the later as source of gesture and expression in childhood education. The main purpose of the research was to identify the teachers understanding of the body culture as an object of study of Physical Education for children. The methodology used was descriptive qualitative research. The results indicate that body practices are contemplated in childhood education, but not always under the auspices of Physical Education. The interviewed teachers, who tend to take into account only the Physical Education past concern with sports, perceive it as not suitable for childhood education. We thus see the need to reframe and present to the teachers of childhood education the meanings of the contemporary Physical Education, which understands the body culture as a systematization of the body language.

Keywords: Body language, body culture, childhood education

Introdução

Este artigo versa sobre a possibilidade de reconhecer a cultura corporal como sistematizadora da linguagem do corpo e essa, como fonte de produção do gesto, da expressão e da educação na Educação Infantil.

O trabalho realizado pesquisou questões conceituais e epistemológicas da Educação Física, na tentativa de romper com a ideia de ser essa uma área de conhecimento que apenas orienta e ensina os saberes corporais institucionalizados de forma mecânica e padronizados. Além disso, tal pesquisa se debruçou, em específico, no segmento da Educação Infantil, que, na maioria das vezes, não conta com a presença de um professor especialista.

Tal escolha se justifica tendo em vista o avanço das discussões acerca de ambas as direções: a Educação Infantil; e a Educação Física, como possível problematizadora dos textos da linguagem corporal, e a presença do pedagogo como responsável por tal engajamento.

Para atingir os objetivos propostos, foram realizadas 43 entrevistas com professores de Educação Infantil de diferentes instituições de ensino, sendo duas delas públicas e duas particulares, conforme será explicitado posteriormente no artigo. Todos os participantes que concordaram em colaborar com a pesquisa fizeram-no por livre escolha, registrando seu aceite no Termo de Livre Consentimento entregue no dia da entrevista. Ressaltamos aqui que, por ter participação direta de sujeitos, o projeto desta pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em pesquisa da Universidade de São Paulo, aprovado sob o número 003/2011.

Educação Infantil e Educação Física: possibilidades de diálogo

Desde que foi publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Brasil, 1996), as discussões acerca da Educação Física na Educação Infantil vêm se intensificando. O Art. 26, § 3, da referida lei, afirma que: "A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos".

Consideramos um grande avanço para a área da Educação Física tal inserção no currículo da Educação Infantil, mas reconhecemos a necessidade de estudos específicos para garantir uma proposta de qualidade e condizente com as expectativas de educação para a criança desse segmento.

Constatamos que os avanços estabelecidos nos textos legais parecem comprometidos, pois, embora as pesquisas sobre o desenvolvimento e a aprendizagem de crianças pequenas indiquem as vantagens da educação infantil para todas as crianças, a algumas é oferecido um atendimento de pior qualidade. Apesar das conquistas, a legislação ainda não foi suficiente para garantir a qualidade nesse segmento. Nesse sentido, a garantia do direito da pequena infância a uma educação de qualidade, centrada em suas necessidades e cultura, parece ainda distante. (Nascimento, 2004). Diante disso, imaginamos que a Educação Física, inserida no referido segmento, também ainda necessite de muito estudo para avançar e para se efetivar.

É necessário, de antemão, identificar que, historicamente, a Educação Infantil teve por muito tempo um caráter unicamente assistencialista e exercia quase exclusivamente o papel de cuidar das crianças pequenas. Pretendia substituir os cuidados do lar. Nascimento (2004) relembra que a Educação Infantil foi criada a partir de uma visão assistencial e filantrópica, o que, muitas vezes, a confundia com asilos ou internatos. Nesse sentido, fundamentadas na concepção de que as famílias que se utilizavam desse serviço eram desorganizadas, desestruturadas e desequilibradas, as escolas de crianças pequenas tinham a tarefa de educá-las, consequentemente, ensinando as famílias a cuidar de seus próprios filhos.

Atualmente se reconhece o fortalecimento da consciência sobre a importância de experiências educativas na primeira infância que extrapolem a questão apenas assistencialista. Torna-se prudente superar a dicotomia entre educar e cuidar, e entender esses dois processos como indissociáveis para a educação de crianças pequenas. A concepção de criança, como noção historicamente construída, está evidenciada com a observação de que, mesmo em uma mesma sociedade e época, o conceito sofre mudança ao longo dos tempos. A criança é um sujeito histórico-social e, inserida em determinada sociedade e cultura em um determinado momento histórico, faz parte de uma organização familiar.

As crianças sentem e pensam o mundo de maneira muito peculiar, pois possuem uma natureza singular que se evidencia no momento em que interagem com o meio em sua volta num esforço poético para compreender o mundo. Utilizam as mais diferentes linguagens para se comunicar, para não só entender, mas para criar e para recriar os significados que comporão sua realidade. Esse processo é a mais significante manifestação para a construção do conhecimento na infância. Talvez a compreensão dessas peculiaridades da criança seja o maior desafio da educação infantil e, por consequência, dos profissionais que atuam com esse segmento de ensino.

É necessário reconhecer que as crianças são diferentes entre si, o que implica propiciar uma educação baseada em condições de aprendizagem que respeitem suas necessidades e seus ritmos individuais.

De acordo com Ayoub (2001), é imprescindível que se pense num currículo para a Educação Infantil que tome como ponto de partida a própria criança, suas especificidades e suas necessidades. Segundo a autora, isso significa ser necessário pensar num currículo que contemple diferentes linguagens em suas múltiplas formas de expressão.

Compreender o currículo da Educação Infantil com suas peculiaridades implica repensar as especificidades de algumas áreas do conhecimento, em especial aqui, a Educação Física.

Ainda, segundo Ayoub (2001), as formas de expressão vividas e percebidas pelo brincar representam a totalidade do "ser criança" e, portanto, precisam estar garantidas na organização curricular de sua educação.

As danças, as lutas, os jogos, os esportes e outras manifestações que são expressas pela motricidade humana são denominadas de cultura corporal, ou cultura corporal de movimento (Coletivo de autores, 1992). Dessa forma, partiremos do entendimento de que a cultura corporal é o objeto de estudo da Educação Física na escola.

É possível reconhecer que, embora o termo "cultura corporal" já seja bastante difundido entre os profissionais da área, nem sempre ele é compreendido no seio da Educação Física. Portanto, será explicitada aqui a concepção que entendemos ser significativa e relevante para nortear o trabalho que segue.

Nessa concepção, a cultura não é só um conjunto de modos de vida, mas também práticas que expressam significados que permitem aos grupos humanos regular e organizar todas as relações sociais. Nessa perspectiva, toda e qualquer ação social expressa ou comunica um significado e, nesse sentido, são práticas de significação, o que indica que cada instituição ou atividade social cria e precisa de um universo próprio, distinto, de significados e práticas, isto é, sua própria cultura (Neira, 2007, p. 06).

As formas de expressão são visíveis e possíveis de serem identificadas em todos os lugares, porém, para cada cultura, um sentido e um significado diferente poderão ser atribuídos.

Torna-se importante ressaltar que a escola é um espaço socialmente determinado para socializar o patrimônio cultural historicamente acumulado. Estando a Educação Física inserida nesse espaço, ela deverá ter como função social proporcionar uma reflexão pedagógica acerca das formas de representação simbólica das realidades vividas pelo homem. Nesse sentido, a Educação Física é responsável, na escola, pela compreensão da cultura corporal como uma produção histórica, social e política do homem.

Ao jogar, ao dançar, ao lutar, ao brincar, as crianças se comunicam e transformam em linguagem o movimento humano, ou seja, a cultura corporal que a criança expressa é intencional, representativa, traz sentidos e significados.

Considerando o homem um ser que fala e a palavra, a senha de entrada no mundo humano, a linguagem torna-se um dos principais instrumentos na formação do mundo cultural, pois é ela que nos permite transcender a nossa experiência. Toda linguagem é um sistema de signos. Segundo Aranha; Martins (1986), o signo é uma coisa que está em lugar de outra sob algum aspecto. Por exemplo, o gesto de levantar o braço e de abanar a mão pode estar no lugar de um cumprimento ou de um adeus; ele é signo dessas duas coisas.

Isso reforça a ideia de que a linguagem não se restringe à oralidade, mas é possível entender como linguagem as diversas formas de comunicação e expressão, tais como a pintura, o poema, a escultura, bem como todos os elementos da cultura corporal.

Segundo Gomes-da-Silva, Sant`Agostinho e Betti (2005, p. 33), "a linguagem é a capacidade humana de produzir informação/conhecimento". De acordo com os autores, a linguagem não é um produto acabado, mas, sim, está em permanente processo de produção e poderá fazer parte dos estudos da Educação Física, se entendermos que um dos seus objetivos é favorecer ao aluno que se aproprie dessa linguagem, que reconheça tal linguagem, que possa interpretar os "textos" produzidos pela cultura corporal. Os autores apontam a necessidade de a Educação Física superar a dicotomia entre o verbal e o não verbal.

Então, quando a Educação Física lida com o conteúdo "basquetebol" ou "dança", o objetivo não deve ser apenas chegar às formas institucionalizadas/codificadas de movimentar-se nessas atividades, ou à conceitualização/teorização como ápice do processo de ensino e aprendizagem, porém, abrir espaço também para novas mensagens gestuais, imprevistas e inusitadas (Gomes-da–Silva; Sant`Agostinho; Betti, 2005, p.37).

Neira (2007) sugere ser pela interpretação dos textos corporais que se nota a disponibilidade do momento (alegria, tristeza, cansaço,...).

É com esse sentido de cultura corporal que se busca a compreensão de sentidos e os significados educativos para a Educação Infantil: reconhecer que o corpo é o suporte de uma linguagem e nele se manifesta a cultura em que se está inserido.

O corpo se comunica pela gestualidade. Tornar-se humano significa inserir-se nas convenções sociais partilhadas pela linguagem. Sendo o gesto uma linguagem, então ele é também um signo. Toda linguagem possui um repertório, uma seleção dos signos que vão compô-la, bem como as regras de combinação. É necessário conhecer o repertório, as regras de combinação e as regras de uso dos signos para dominar a linguagem.

A leitura dessa linguagem implica necessariamente um interlocutor que possua o mesmo repertório cultural gestual.

Dessa forma, torna-se de suma importância o papel do professor. Se estivermos atribuindo à Educação Física a importante responsabilidade de contribuir para que o aluno se aproprie da linguagem corporal, que amplie tal repertório, que consiga fazer leituras críticas acerca da linguagem do corpo, torna-se imprescindível que o interlocutor nesse processo, o professor, seja capaz de ler a comunicação gestual de seus alunos.

A leitura que um interlocutor faz da gestualidade poderá ser enviesada se ele não pertencer à cultura de seus alunos ou, mesmo, não compreender tal inserção cultural. Torna-se necessário que a Educação Física e os professores que atuam com ela se conscientizem das relações embutidas nas manifestações da cultura corporal, para nelas identificar as representações advindas dos diferentes grupos sociais.

Neira (2007) aponta ser possível pensar em práticas pedagógicas a partir das práticas sociais de diferentes grupos sociais que chegam à escola. Podemos, segundo o autor, tornar a escola um espaço de diálogo cultural. Ressaltamos, aqui, que esse processo se inicia desde a Educação Infantil.

A linguagem corporal é um dos aspectos da cultura e, para problematizar suas temáticas, é preciso compreender e fazer uma leitura crítica da própria prática e da realidade.

Ao professor cabe a responsabilidade de articular e de mediar as linguagens que os alunos já trazem com as linguagens institucionalizadas. Esse processo de mediação deve buscar a compreensão e a apropriação da linguagem corporal pelo aluno.

Ao discorrer sobre algumas questões da Educação Infantil, seguidas pela sucinta exposição do entendimento da cultura corporal, surge a inquietação em pensar como os profissionais da Pedagogia entendem tais especificidades. Como os professores que atuam com as crianças da Educação Infantil, em todos os momentos, inclusive naqueles destinados às práticas corporais, estão atuando? Como as práticas pedagógicas, no referido segmento, estão sendo organizadas e vivenciadas? Como os profissionais da Educação Infantil entendem a importância da linguagem corporal e percebem os objetivos que a cultura corporal pode atingir com os alunos? Como são compreendidos o gesto e a expressividade das crianças da Educação Infantil?

Partindo do pressuposto de que o homem é um ser cultural desde seu nascimento, é relevante atrelar essa noção ao perfeito entendimento da cultura corporal. Diante do exposto, torna-se pertinente entender como vêm sendo trabalhadas as práticas educativas na Educação Infantil.

Professores da Educação Infantil e seu entendimento sobre cultura corporal: a pesquisa em ação

Fomentados por algumas inquietações e questionamentos já apresentados, buscamos, por meio de entrevista, entender as concepções que os(as) professores(as) da Educação Infantil apresentavam sobre a cultura corporal. Para tal, tivemos um universo de 43 professores(as), sendo apenas 01 do sexo masculino e os demais do sexo feminino. Dentre eles, 35 professores(as) eram formados por cursos superior de Pedagogia; 2 professores(as) em formação em curso superior de Pedagogia e com magistério completo; 5 professores(as) formados em Licenciaturas específicas, sendo 1 em Letras, 3 em Artes e 1em Matemática; 1 formado(a) em curso superior de Biblioteconomia e com magistério completo.

Nossos(as) professores(as) foram selecionados(as) aleatoriamente em quatro instituições de ensino, sendo duas públicas e duas particulares. O critério para a escolha dessas instituições foi a proximidade da residência e/ou do local de trabalho da pesquisadora responsável.

Todos(as) os(as) professores(as) pesquisados(as) eram titulares de suas turmas e atuavam com crianças da faixa etária entre 2 e 5 anos de idade.Optamos por selecionar para esta pesquisa apenas professores(as) que são os responsáveis (titulares) pelas turmas e que ficam com as crianças diariamente. Ressaltamos que tal opção se fez por sabermos, de antemão, que algumas escolas de Educação Infantil não possuem profissionais específicos. A nossa preocupação era entender como as crianças estavam sendo trabalhadas em relação à cultura do corpo, visto que ela deve ser contemplada diariamente, uma vez que a criança da pequena infância traz a linguagem corporal como primeira forma de expressão.

Buscando fazer da entrevista um bate-papo informal que deixasse o(a) entrevistado(a) mais à vontade, tínhamos um roteiro previamente preparado para que 05 (cinco) questões fossem feitas. Mas a ordem não importava. De acordo com a conversa, as questões eram apresentadas e uma a uma respondidas.

Destacamos em itálico a essência das questões apresentadas aos(às) professores(as), seguidas das respostas obtidas. De posse de todas as entrevistas concluídas, percebemos claramente o seguinte cenário entre nossos(as) professores(as) entrevistados(as):

– Questionamos sobre ter ou não atividades corporais realizadas com as crianças. Todos(as) os(as) professores(as) entrevistados(as) afirmam que existe na escola em que trabalham atividades corporais previamente preparadas e planejadas para as crianças.

Embora não necessariamente conforme explicitado nos documentos legais, que garantem a presença da Educação Física como componente curricular da Escola Básica, fica-nos evidente, pela fala dos(as) professores(as), que as práticas corporais estão presentes na Educação Infantil. Os(as) professores(as) que atuam em escolas que contam ou não com a presença de polivalentes dizem que os trabalhos corporais têm espaço garantido no currículo.

De acordo com Ayoub (2001), é um avanço a inserção legal da Educação Física na esfera da Educação Infantil, mas a autora alerta ser necessário ainda a construção de uma educação pública, democrática e de qualidade, da qual a Educação Física, independentemente de dispositivos legais, seja parte integrante. A autora ainda aponta uma preocupação grande para que a Educação Física se insira no currículo das creches e das escolas infantis; reconheça e leve em conta a indissociabilidade entre educação e cuidado, na busca de superar a dicotomia assistência/educação; e se torne parte integrante de um projeto amplo de educação infantil.

– Questionados sobre as linguagens corporais mais evidentes, a dança e as brincadeiras aparecem com maior frequência. 42% dos(as) professores(as) apontam a dança como manifestação frequente das crianças, e 68% ressaltam que a brincadeira é a manifestação corporal mais comum. Já 26% dos(as) professores(as) entrevistados(as) falam sobre dança e brincadeiras, juntas, como manifestações mais presentes.

Durante a conversa, ficou evidente nessa questão que as atividades de parque, sem prévio planejamento ou objetivos explícitos, são consideradas também como práticas corporais, pois os(as) professores(as) lembravam-se do parque e logo mencionavam a brincadeira como manifestação recorrente das crianças.

Concordamos que a brincadeira por si só já representa um forte de canal de aprendizagem das crianças pequenas. As trocas, as negociações, as imitações dos colegas, as experimentações sem uma intervenção direta do(a) professor(a) são realmente muito importantes e necessárias para o estabelecimento dos papéis sociais que as crianças passam a identificar e a exercer. Nossa preocupação se acentua quando essas atividades de parque são a única oportunidade de as crianças se conhecerem, conhecerem os colegas e explorarem suas potencialidades corporais. Daí, aquele entendimento, exposto anteriormente, de cultura corporal fica empobrecido, e as possibilidades de ampliar e de aprofundar os conhecimentos acerca da cultura do corpo possivelmente não são alcançadas.

Ao citarem a dança, alguns(as) professores(as) evidenciaram que se tratava da brincadeira cantada, ou cirandas, justificando não ser uma dança estereotipada ou formalizada pelos aspectos técnicos e específicos de um estilo de dança. Pareceu-nos que os(as) professores(as) que mencionaram a dança realmente tinham uma preocupação em não seguir padrões preestabelecidos e, sim, permitir que as crianças vivenciassem e experimentassem ações rítmicas ao som de músicas; que reconhecessem possibilidades musicais; e que colocassem seus corpos em ação. As questões expressivas que compõem o universo da dança nos pareceram ser o foco de atenção e preocupação.

Brasileiro e Marcassa (2008) já apontavam, em seu estudo, uma preocupação significativa com o trabalho com dança no contexto educativo. As autoras mencionam ser necessário que a dança na escola provoque um diálogo com a cultura corporal, possibilite também a vivência de suas variadas expressões, a exploração de diversos materiais, técnicas e tecnologias. As autoras ainda constatam e reforçam a ideia sobre a necessidade de se apresentar aos alunos um universo mais amplo de referências que possibilite desmistificar a imagem da dança apenas como elemento folclórico ou de espetáculo. Dessa forma, percebemos que, ao menos na fala, os(as) professores(as) entrevistados(as) caminharam todos ao encontro da literatura estudada.

– Sobre existir tempo e espaços específicos destinados às práticas corporais, apenas 32% dos entrevistados afirmam ter em suas escolas essa garantia. Os(as) demais professores(as) apontam que qualquer espaço da instituição é possível para a realização de práticas corporais e que, dependendo da vontade dos alunos ou projeto corrente, acontecem as vivências corporais.

Essa é uma questão paradoxal. O fato de não haver tempos e espaços específicos para as práticas corporais na escola poderia ser um fator importante para reconhecermos que, a todo o momento, essas práticas poderiam ser evidenciadas e ofertadas às crianças. Todo e qualquer espaço poderia ser utilizado para que as crianças explorassem as práticas corporais.

Limitar o espaço e também o dia exato da semana para que se tenham práticas corporais na Educação Infantil nos remete a um modelo cartesiano e fragmentado de ensino muito parecido com o que encontramos na Educação Fundamental. No entanto, não podemos deixar de considerar que algumas instituições não priorizam ou não dão ênfase ao trabalho corporal justamente por não ter a especificidade de tempo e espaço considerados adequados. Dessa forma, torna-se paradoxal essa questão. Ter tempo e espaço específicos pode se tornar um limitador das ações, mas, ao mesmo tempo, garante um mínimo possível de ações referentes ao corpo.

Ayoub (2001) também alerta para tal questão evidenciando o tema "espaço físico" como um dos elementos fundamentais para Educação Infantil. De acordo com a autora, a organização do espaço e sua arquitetura configuram o ambiente do contexto educativo, influenciando as relações humanas.

Acreditamos ser necessário que o docente reconheça que as práticas corporais podem acontecer em muitos espaços disponíveis, desde que eles ofereçam conforto e segurança para as crianças. Não se trata de ter uma quadra poliesportiva, ao contrário, espaços como parques, jardins, bosques e pátios apresentam obstáculos naturais que permitem uma boa experimentação e a superação de desafios a serem vividos pelas crianças. A exploração de diferentes espaços pode ser entendida como um ganho para a ampliação de possibilidades de manifestações corporais.

Sobre o tempo, cremos que a base essencial da Educação Infantil seja corporal, artística, além da pictória e oral. Dessa forma, não se trata de trabalhar a prática corporal um dia ou dois dias, e, sim, de vincular essas práticas ao projeto de sala. Que um esteja no outro. Que todas as possibilidades de múltiplas linguagens das crianças estejam presentes nos diferentes projetos e nos objetivos a serem trilhados.

– Sobre o que se procura observar durante as manifestações corporais das crianças, cerca de 92% dos professores/as entrevistados(as) afirmam ter foco no desenvolvimento motor, na aprendizagem motora e no desenvolvimento adequado à faixa etária. Os(As) demais entrevistados(as) não sabem especificar ou exemplificar o que observam por não ter um foco especifico, e justificam-se dizendo que permitem apenas que as crianças brinquem livremente para se descontrair, para se movimentar.

Uma grande preocupação nos cerca, nesse item, ao perceber que as práticas corporais são entendidas pelos(as) professores(as) da Educação Infantil com um viés apenas biológico. Para eles(as), trata-se de um elemento que melhora, desenvolve, aprimora as crianças motoramente. Essa visão, considerada por nós como reducionista, não permite um entendimento do potencial cultural que abarca as práticas corporais na escola. Compreendemos que os elementos da cultura corporal podem permitir apropriação crítica, ressignificação e ainda emancipação diante do patrimônio da cultura corporal. Apropriar-se da cultura do corpo vai muito além de estabelecer um desenvolvimento motor. "A brincadeira infantil, se entendida como patrimônio cultural no qual a linguagem corporal se expressa, perde sentido se for empregada para desenvolver o raciocínio, a coordenação" (Neira, 2008, p. 92).

Corroborando tal entendimento, Sayão (2008) é da opinião que a insistência na função pedagógica das práticas corporais, além de vinculada a uma lógica produtivista, limita as possibilidades comunicativas da linguagem corporal e impede que as crianças recriem constantemente as formas de brincar e de se expressar. Dessa forma, alertamos para um olhar pelo qual os(as) professores(as) entrevistados(as) se pautam diante da expressão corporal que pouco se aproxima do real sentido de expressividade, espontaneidade, descoberta e reconhecimento da cultura corporal esperado para as crianças da Educação Infantil.

– Em outra questão perguntamos aos(às) professores(as) se existem objetivos específicos focados nas práticas corporais desenvolvidas. 45% dos(as) professores(as) pesquisados(as) apresentam, como objetivo específico, uma preocupação em estabelecer padrões apropriados a cada faixa etária e então focar dinâmicas que facilitem para que todas as crianças alcancem determinado padrão. Os(As) demais 55% professores(as) dizem não existir objetivos específicos para as práticas corporais, sendo esses complementares ou conjuntos ao projeto de sala, além de ser um "momento livre".

As respostas obtidas corroboram o entendimento de que muitos(as) professores(as) apenas percebem a contribuição da prática corporal para uma melhoria do domínio motor das crianças. Não se estabelecem objetivos específicos que sejam alcançados por meio da prática corporal que supere o entendimento biológico. Na verdade, nosso entendimento não é de que objetivos específicos, de forma separada do projeto de sala, devam ser estabelecidos para práticas corporais. Uma Educação Infantil que tenha projetos amplos que permitam um envolvimento de múltiplas linguagens (orais, artísticas, corporais, etc.) é no que acreditamos. Não se trata aqui de ter projetos pequenos, restritos, que se utilize de algumas linguagens para apoiar seu desenvolvimento, e, sim, de permitir que um determinado projeto seja visto de maneira multifacetada, com muitas possibilidades de olhar e que, assim, todas as linguagens contribuam para sua apropriação.

Ressaltamos aqui o exemplo dado por uma professora entrevistada, titular de uma turma de G4 (classificação dada para crianças de 4 anos da instituição a que ela pertence).

Realizamos um projeto de animais, ou melhor, de insetos e foi muito bacana perceber a ajuda que o trabalho da Educação Física nos deu. Além de procurar insetos pela escola, assistir filminhos que tinham insetos e apresentavam suas casinhas, desenhar e pintar os insetos que encontramos de forma reproduzida; fizemos também algumas brincadeiras de insetos. Substituímos algumas brincadeiras de bichos grandes por nomes de insetos, como por exemplo, "coelhinho sai da toca" que virou "formiguinha sai da toca" e o pegador era um tamanduá. Também brincamos de imitar alguns bichinhos e aí percebo que estávamos fazendo trabalho de expressão corporal [...] (Professora X, de uma instituição de Ed. Infantil da cidade de São Paulo).

A fala dessa professora nos remete à ideia de que um trabalho conjunto de múltiplas linguagens possíveis poderia ser feito para a realização de um único projeto. Não se trata aqui de uma ajuda dada pela área da Educação Física, como comenta a professora, e, sim, da crença de que as diferentes linguagens, com suas especificidades, podem agregar e objetivar suas potencialidades num único caminho. Na verdade não há aqui nenhuma área à mercê de outra. Todas, coletivamente, trabalhando com suas especificidades, podem oferecer para as crianças um olhar e um pertencimento mais significativos para determinado assunto.

– Como última questão feita em nossa conversa com os(as) professores(as), abordamos diretamente os termos: Expressão Corporal, Educação Física e Linguagem Corporal. Gostaríamos de saber se os(as) professores(as) percebem a relação entre os termos e se acreditam na viabilidade de um trabalho com esses elementos para as crianças da Educação Infantil. A relação entre os termos foi reconhecida por todos os(as) professores(as). Todos(as) percebem que são termos ligados e que talvez um esteja contido em outro. Já sobre acreditar na viabilidade de trabalhos de expressão corporal, Educação Física e linguagem corporal para a Educação Infantil, apenas uma professora aponta ser possível, por entender que esses termos tratam de uma coisa só. Os(as) demais professores(as) não acreditam ser possível associar o nome Educação Física para crianças da Educação Infantil.

Diz a única professora que considerou possível a Educação Física:

Educação Física trabalha com expressão corporal e esta é uma linguagem corporal, então acho que todos podem estar na educação infantil, não é? (Professora Y, de uma instituição de Ed. Infantil da cidade de São Paulo).

Todos(as) os(as) demais professores(as) apontaram que apenas a expressão corporal e/ou a linguagem corporal podem ser trabalhadas na Educação Infantil. A Educação Física, no entendimento deles(as), deve estar restrita aos alunos da Educação Fundamental.

Ao solicitar que os(as) professores(as) explicassem melhor por que a Educação Física deveria estar apenas no Ensino Fundamental, fica-nos claro o entendimento histórico dessa disciplina associada diretamente ao esporte. Para os(as) professores(as), "as regras mais rígidas dos esportes, as competições, os exercícios físicos mais padronizados", expressões usadas por 80% dos(as) professores(as) entrevistados(as), não cabem às crianças da Educação Infantil.

Concordamos que esse modelo de Educação Física não corresponda aos nossos anseios de trabalho para crianças pequenas, no entanto nossa preocupação foca no sentido restrito que os(as) professores(as) atribuem para a Educação Física, como se ela fosse uma área de conhecimento exclusiva do mundo esportivo.

Bracht (1999) explica que a instalação da prática pedagógica da Educação Física em instituições escolares foi fortemente marcada pela influência das instituições militares e médicas nos séculos XVIII e XIX. O autor reforça que, dessa forma, o nascimento da Educação Física se deu para colaborar com uma construção de corpos saudáveis, dóceis. Ao continuar sua análise histórica, o autor aponta que outro fenômeno muito importante para a política do corpo nas instituições educativas foi o esporte. Os aspectos biológicos, como melhoria das condições físicas e motoras, bem como os aspectos comportamentais que valorizam os hábitos regrados de vida, o respeito às regras e às normas de competição, são evidenciados pelo fenômeno esportivista que ganhou força e se consolidou na Educação Física. Segundo Bracht (1999), a Educação Física incorporou o esporte sem significação adequada ou condizente à instituição escolar.

Entendemos que esse conceito histórico ainda bastante evidente nas práticas da Educação Física é que fortalece o entendimento dos(as) professores(as) de que não seja na Educação Infantil o espaço adequado para tais práticas. No entanto, nosso entendimento de Educação Física não traz os mesmos sentidos e significados advindos do século XVIII. Acreditamos que a Educação Física atual se ocupe do debate e da reflexão acerca das manifestações corporais e que, assim, contribua para uma formação humana comprometida com os valores esperados para a instituição escolar.

Neira (2009, p. 85) aponta para um caminho com que concordamos e que acreditamos ser possível para a Educação Física contemporânea.

Quando a linguagem corporal é reconhecida como modo de expressão e comunicação, torna-se necessário rever as práticas educativas da Educação Física. É urgente compreender o espaço pedagógico do componente como lócus de apropriação da variedade de formas pelas quais a cultura lúdica se expressa. Ou seja, as atividades de ensino precisam contribuir para alargar a compreensão que as crianças possuem acerca da realidade em que vivem e para abrir caminhos para uma participação mais intensa no mundo, participação que se faz pela interpretação, criação e transformação da sua linguagem corporal original e pela interpretação e ressignificação das diversas linguagens corporais manifestas pelos outros grupos que habitam a sociedade.

Pautados por essas afirmações e explicações de Educação Física, compreendemos o temor dos(as) professores(as) entrevistados(as) em acreditar que a Educação Física, tendo em vista suas origens, não seja pertinente para a Educação Infantil. Porém, ao considerar a Educação Física apontada por Neira (2009), vislumbramos possibilidades concretas de trabalho com a disciplina que possibilitem às crianças um diálogo entre as diferentes manifestações corporais. Esses conceitos explicitam nossa concepção de Educação Física.

As respostas dos(as) professores(as) entrevistados(as) nos trazem também uma inquietação diante da formação profissional. Fica-nos um despertar para outras pesquisas que busquem conhecer e compreender a formação que esses(as) professores(as) receberam e os significados históricos e pedagógicos da Educação Física que lhes foram apresentados. Uma vez que os conceitos expressos por eles nos remetem a uma Educação Física dos séculos XVIII e XIX, fica-nos a pergunta se eles não teriam entrado em contato com as diferentes concepções de Educação Física advindas da década de 80 do último século. As diferentes concepções de corpo, o peso político e social que agregam as práticas corporais e o modo como a Educação Física deveria caminhar em consonância ao projeto político pedagógico da escola. Parece-nos que o entendimento dos(as) professores(as) pesquisados(as) ainda se restringe a um contexto histórico que não condiz mais com os anseios e as possibilidades da Educação Física contemporânea.

Considerações Finais

Ao terminar as análises das conversas com os(as) professores(as) e retomando nosso objetivo de identificar o entendimento dos(as) docentes acerca da cultura corporal como objeto de estudo da Educação Física possível de inserção na Educação Infantil, fica-nos claro que eles ainda se pautam numa Educação Física esportivista, que remete a práticas mecânicas e, portanto, não condiz com as expectativas da Educação Infantil.

Os(as) professores(as) não compreendem a Educação Física como uma área que tem a expressão corporal como linguagem e que, por isso, poderia ser contemplada em diversos projetos e momentos da Educação Infantil de modo a contribuir com uma entre tantas linguagens das crianças.

Todos(as) os(as) nossos(as) entrevistados(as) afirmam reconhecer em seu campo de atuação a presença de práticas corporais, ora pela presença de especialistas, ora por professores(as) generalistas, mas nem todos(as) reconhecem que o trabalho de Educação Física possa contribuir para a efetivação do trabalho corporal.

O entendimento equivocado, ainda pautado pelo forte histórico militar e esportivo da Educação Física, aparece como grande justificativa para descartar tal componente curricular da Educação Infantil. Mas apresentamos, ao longo deste texto, justificativas que se apoiam numa perspectiva de Educação Física contemporânea que agrega valores educativos para qualquer faixa etária, inclusive para a Educação Infantil.

Propomos um entendimento de Educação Física que reúna várias manifestações da cultura corporal, tais como jogos, brincadeiras, danças, esportes, mímicas, entre outros, que tragam possibilidades para que as crianças conheçam, apropriem-se, interajam com as manifestações culturais, sentindo-se como sujeitos participantes no seu próprio processo de construção e ressignificação. A Educação Física proposta para Educação Infantil, seja pelo professor específico, seja pelo professor polivalente, precisa garantir que as crianças se insiram na cultura corporal.

Ao concluir nossa pesquisa, pareceu-nos que as práticas corporais constituem efetivamente o universo da Educação Infantil, mas nem sempre como Educação Física e isso devido a um medo ou receio pautado por uma Educação Física que desconsidere a criança como sujeito cultural.

Ter as práticas corporais efetivamente no contexto da Educação Infantil também não significa, de acordo com nossa pesquisa, que seja contemplado e privilegiado um trabalho que possibilite a linguagem, o gesto a expressão corporal. Apenas nos pareceu que as práticas corporais estão presentes, mas nem sempre com aspectos que contribuam de maneira significativa para que as crianças se apropriem da cultura corporal.

Cabe agora contribuir, a partir desta pesquisa ou de outras que poderão advir, para difundir entre os professores de Educação Infantil os sentidos e significados da Educação Física que caminham em consonância com as expectativas que temos para este segmento de ensino. Pareceu-nos ser o momento de repensar os cursos de formação, junto com a disciplina de Educação Física, de orientar, fomentar a discussão e ampliar o debate, para o entendimento de que a Educação Física contemporânea pode compreender a criança com suas especificidades e pode ter entre suas finalidades propiciar oportunidades para que as crianças apreciem diferentes repertórios corporais e elaborem suas experiências pela vivência e experimentação, ampliando a sua sensibilidade e sua inserção no universo da cultura corporal.

Submetido à publicação em 25 de outubro de 2012. Aprovado em 22 de maio de 2013.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Maio 2014
  • Data do Fascículo
    Abr 2014

Histórico

  • Aceito
    22 Maio 2013
  • Recebido
    25 Out 2012
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