Acessibilidade / Reportar erro

Modelos de atenção à saúde: demanda inventada ou oferta renovada? Algumas considerações sobre modelos de intervenção social em saúde

Health Care Models: a Made·up Demand or a Renewed Supply? Some Considerations on Social Intervention in Health

Modeles d' Attention en Santé: demande Inventée ou Offre Rénouvellée? Quelques Considerations sur Modeles d'Intervention Social e en Santé

Resumos

O presente trabalho visa a discutir os modelos de atenção à saúde no âmbito das políticas do Estado brasileiro e sua relação com a medicina ocidental contemporânea. Os autores analisam sucintamente a importância do projeto iluminista na determinação histórica, social e cultural da medicina ocidental como uma racionalidade hegemônica do planejamento e organização desses modelos. Em seguida discutem o papel da tecnocracia estatal na produção e reprodução dessa racionalidade. Para encerrar, apresentam algumas considerações, res saltando a insuficiência desses modelos para solucionar os problemas de saúde da população.

Serviços de saúde; modelos assistenciais em saúde; políticas de saúde


This paper discusses health care models within the framework of the Brazilian State policies and their relation to contemporary Western medicine. The authors briefly analyze the importance of Enlightenment as a historical, social and cultural determinant of Western medicine as a hegemonic rationality in plal1l1ing and organizing such models. This is followed by a discussion of State technocracy's role in producing and reproducing such rationality. The final considerations underscore the inherent insufficiency of such models in solving the health problems of the population.

Health care institutions; health care models; health policies


Cet article met en question les modeles d'attention en santé dans le context des poli tiques publiques et ses rapports avec la médecil1e occidental cOl1temporaine. Les auteurs on fait une analyse succinte de l'importance de projet des Lumieres à la détermination historique, sociale et culturel de la médecine occidental, à jouer un rôle de logique hégémonique dans la planification et orgal1ization des modeles actuels. À la suite, mettent en question le rôle joué par les technocraties de l'État à la reproduction de celle logique fondactrice, pour concluire avec quelques considerations au tour de l'insuffisance de modeles y crées, pour résoudre les problemes de santé de la population.

Institutions de santé; modeles d'attention en santé; politiques de santé


Modelos de atenção à saúde: demanda inventada ou oferta renovada? Algumas considerações sobre modelos de intervenção social em saúde

Health Care Models: a Made·up Demand or a Renewed Supply? Some Considerations on Social Intervention in Health

Modeles d' Attention en Santé: Demande Inventée ou Offre Rénouvellée? Quelques Considerations sur Modeles d'Intervention Social e en Santé

Roseni PinheiroI; Kenneth Rochelde Camargo JrII

IPesquisadora associada do Departamento de Planejamento e Administração em Saúde, do Instituto de Medicina Social da UERJ. Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ

IIProfessor Adjunto do Departamento de Planejamento e Administração em Saúde, do Instituo de Medicina Social da UERJ. Doutor em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ

RESUMO

O presente trabalho visa a discutir os modelos de atenção à saúde no âmbito das políticas do Estado brasileiro e sua relação com a medicina ocidental contemporânea. Os autores analisam sucintamente a importância do projeto iluminista na determinação histórica, social e cultural da medicina ocidental como uma racionalidade hegemônica do planejamento e organização desses modelos. Em seguida discutem o papel da tecnocracia estatal na produção e reprodução dessa racionalidade. Para encerrar, apresentam algumas considerações, res saltando a insuficiência desses modelos para solucionar os problemas de saúde da população.

Palavras-chave: Serviços de saúde; modelos assistenciais em saúde; políticas de saúde.

ABSTRACT

This paper discusses health care models within the framework of the Brazilian State policies and their relation to contemporary Western medicine. The authors briefly analyze the importance of Enlightenment as a historical, social and cultural determinant of Western medicine as a hegemonic rationality in plal1l1ing and organizing such models. This is followed by a discussion of State technocracy's role in producing and reproducing such rationality. The final considerations underscore the inherent insufficiency of such models in solving the health problems of the population.

Keywords: Health care institutions; health care models; health policies.

RÉSUMÉ

Cet article met en question les modeles d'attention en santé dans le context des poli tiques publiques et ses rapports avec la médecil1e occidental cOl1temporaine. Les auteurs on fait une analyse succinte de l'importance de projet des Lumieres à la détermination historique, sociale et culturel de la médecine occidental, à jouer un rôle de logique hégémonique dans la planification et orgal1ization des modeles actuels. À la suite, mettent en question le rôle joué par les technocraties de l'État à la reproduction de celle logique fondactrice, pour concluire avec quelques considerations au tour de l'insuffisance de modeles y crées, pour résoudre les problemes de santé de la population.

Mots-clé: Institutions de santé; modeles d'attention en santé; politiques de santé.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

Referências Bibliográficas

CAMARGO JR., K. R. A Biomedicina. Physis - Revista de Saúde Coletiva, v. 7, n. 1, p. 45-68, 1997.

CARRARA, S. Tributo a Vênus: a luta contra a sífilis no Brasil da passagem do 20 até os anos 40. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz: 1996.

CASSIRRER. E. A filosofia do lluminismo. São Paulo: Unicamp, 1992.

CECÍLIO, L. C. O. et al. Inventando a mudança. São Paulo: Hucitec, 1994 (Saúde em Debate, 73).

CAMPOS, G. W. Reforma da reforma: repensando a saúde. São Paulo: Hucitec, 1992.

COSTA, J. F. A ordem médica e a norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

DRAIBE, S. M. et al. Desenvolvimento de políticas de saúde nos anos 80: o caso brasileiro. Campinas: NEPP/UNICAMP/OPS, 1990.

FlORI, J. L.; KORNIS, G. E. M. Além da queda: economia e política numa década enviesada. In: GUIMARÃES, R.; TA VARES , R. (orgs.). Saúde e sociedade. Anos 80. Rio de Janeiro: Relumé Dumará / Abrasco /IMS-UERJ, 1994.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1993.

IUNES, R. F. Demanda e demanda em saúde. In: PIOLA, S. F.; SOLON, M. V. Economia da Saúde. Brasília: IPEA, 1995.

LEVCOVITZ, E. Transição versus consolidação: o dilema estratégico da construção do SUS. Um estudo sobre as reformas das políticas de saúde - 1974-1996. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social da UERJ, 1997.

LUZ, M. T. Notas sobre políticas de saúde no Brasil na transição democrática nos anos 80. Physis - Revista de Saúde Coletiva, v. 1, n. 1, s/p., 1991.

LUZ, M. T. A Medicina e a ordem política brasileira: políticas e instituições de saúde (1850-1930). Rio de Janeiro: Graal, 1982.

LUZ, M. T. Natural, racional e social. Razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988.

MACHADO, R. Danação da norma. Medicina social e a constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1978.

MOYSES, S. J. "Saudicidade": do neologismo à implantação da práticas intersetoriais de promoção de saúde. Revista Nesco Saúde, v. 4, n. 4, p. 11-13, 1994.

OLIVEIRA, J.; TEIXEIRA, S. F. (Im)Previdência Social. Petrópolis: Vozes, 1986.

PINHEIRO, R. Da defesa do aço à defesa da vida. O cotidiano dos atores nos serviços de saúde: o caso de Volta Redonda. Tese (Doutorado em Saúde Cole tiva ) - Instituto de Medicina Social da UERJ, 2000.

PINHEIRO, R.; LUZ, M. T. Modelos ideais e práticas eficazes: o desencontro entre os gestores e a clientela nos serviços de saúde. Rio de Janeiro: IMSIUERJ, 1999 (Série Estudos em Saúde Coletiva, 191).

ROSEN, G. Uma história da saúde pública. São Paulo: UNESP / Hucitec / Abrasco, 1994.

SILVA JR., A. G. Modelos tecnoassistenciais em saúde. O debate da Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998 (Saúde e Debate, s/n).

VIANA, A. L. Sistema e descentralização, A política de saúde no Estado de São Paulo nos anos 80: formação e tensões. Tese (Doutorado em Economia) Instituto de Economia da Unicamp, 1994.

VIANA, A. L. Modelos de intervenção na área da saúde. Rio de Janeiro: IMS/ UERJ, 1995 (Série Estudos em Saúde Coletiva, 118).

Recebido em 13/6/00.

Aprovado em 29/6/00.

  • CAMARGO JR., K. R. A Biomedicina. Physis - Revista de Saúde Coletiva, v. 7, n. 1, p. 45-68, 1997.
  • CARRARA, S. Tributo a Vênus: a luta contra a sífilis no Brasil da passagem do 20 até os anos 40. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz: 1996.
  • CASSIRRER. E. A filosofia do lluminismo. São Paulo: Unicamp, 1992.
  • CECÍLIO, L. C. O. et al Inventando a mudança São Paulo: Hucitec, 1994 (Saúde em Debate, 73).
  • CAMPOS, G. W. Reforma da reforma: repensando a saúde. São Paulo: Hucitec, 1992.
  • COSTA, J. F. A ordem médica e a norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
  • DRAIBE, S. M. et al. Desenvolvimento de políticas de saúde nos anos 80: o caso brasileiro. Campinas: NEPP/UNICAMP/OPS, 1990.
  • FlORI, J. L.; KORNIS, G. E. M. Além da queda: economia e política numa década enviesada. In: GUIMARÃES, R.; TA VARES , R. (orgs.). Saúde e sociedade. Anos 80. Rio de Janeiro: Relumé Dumará / Abrasco /IMS-UERJ, 1994.
  • FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1993.
  • IUNES, R. F. Demanda e demanda em saúde. In: PIOLA, S. F.; SOLON, M. V. Economia da Saúde. Brasília: IPEA, 1995.
  • LEVCOVITZ, E. Transição versus consolidação: o dilema estratégico da construção do SUS. Um estudo sobre as reformas das políticas de saúde - 1974-1996. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Instituto de Medicina Social da UERJ, 1997.
  • LUZ, M. T. Notas sobre políticas de saúde no Brasil na transição democrática nos anos 80. Physis - Revista de Saúde Coletiva, v. 1, n. 1, s/p., 1991.
  • LUZ, M. T. A Medicina e a ordem política brasileira: políticas e instituições de saúde (1850-1930). Rio de Janeiro: Graal, 1982.
  • LUZ, M. T. Natural, racional e social. Razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988.
  • MACHADO, R. Danação da norma Medicina social e a constituição da psiquiatria no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
  • MOYSES, S. J. "Saudicidade": do neologismo à implantação da práticas intersetoriais de promoção de saúde. Revista Nesco Saúde, v. 4, n. 4, p. 11-13, 1994.
  • OLIVEIRA, J.; TEIXEIRA, S. F. (Im)Previdência Social. Petrópolis: Vozes, 1986.
  • PINHEIRO, R. Da defesa do aço à defesa da vida. O cotidiano dos atores nos serviços de saúde: o caso de Volta Redonda. Tese (Doutorado em Saúde Cole tiva ) - Instituto de Medicina Social da UERJ, 2000.
  • PINHEIRO, R.; LUZ, M. T. Modelos ideais e práticas eficazes: o desencontro entre os gestores e a clientela nos serviços de saúde. Rio de Janeiro: IMSIUERJ, 1999 (Série Estudos em Saúde Coletiva, 191).
  • ROSEN, G. Uma história da saúde pública São Paulo: UNESP / Hucitec / Abrasco, 1994.
  • SILVA JR., A. G. Modelos tecnoassistenciais em saúde. O debate da Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998 (Saúde e Debate, s/n).
  • VIANA, A. L. Sistema e descentralização, A política de saúde no Estado de São Paulo nos anos 80: formação e tensões. Tese (Doutorado em Economia) Instituto de Economia da Unicamp, 1994.
  • VIANA, A. L. Modelos de intervenção na área da saúde. Rio de Janeiro: IMS/ UERJ, 1995 (Série Estudos em Saúde Coletiva, 118).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Nov 2008
  • Data do Fascículo
    Jun 2000

Histórico

  • Recebido
    13 Jun 2000
  • Aceito
    29 Jun 2000
PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro - UERJ, Rua São Francisco Xavier, 524 - sala 6013-E- Maracanã. 20550-013 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil, Tel.: (21) 2334-0504 - ramal 268, Web: https://www.ims.uerj.br/publicacoes/physis/ - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: publicacoes@ims.uerj.br