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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GLIRICIDIA (GLIRICIDIA SEPIUM (Jacq.) Steud)

GERMINATION OF GLIRICIDIA (GLIRICIDIA SEPIUM (Jacq.) Steud) SEEDS

Resumos

Estudou-se o efeito da temperatura e do substrato sobre a germinação de sementes de gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) em condições de laboratório. Testou-se as temperaturas de 25, 30 e 20-30°C em substratos de papel toalha, areia e vermiculita. Os melhores resultados de germinação foram verificados para as temperaturas de 20-30°C e 25°C, em substratos de areia e vermiculita, respectivamente.

germinação; substrato; temperatura; Gliricidia sepium


The effect of temperature and substrate on the germination of gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) was studied in laboratorial conditions. Seeds were placed on towel paper, sand and vermiculite substrate. Seed germination was evaluated at 25°C, 30°C and 20-30°C. The results demonstrated that alternating the temperature between 20-30°C with sand, and 25°C for vermiculite were the best treatments with higher values than the others.

germination; substrate; temperature; Gliricidia sepium


GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GLIRICIDIA (GLIRICIDIA SEPIUM (Jacq.) Steud)

GERMINATION OF GLIRICIDIA (GLIRICIDIA SEPIUM (Jacq.) Steud) SEEDS

Salvador Barros Torres1 1 Engenheiro Agrônomo, EMPARN/EMBRAPA-CPATSA, Caixa Postal 23, 56300-000, Petrolina, PE, autor para correspondência. Vera Delfina Colvara Mello2 1 Engenheiro Agrônomo, EMPARN/EMBRAPA-CPATSA, Caixa Postal 23, 56300-000, Petrolina, PE, autor para correspondência.

RESUMO

Estudou-se o efeito da temperatura e do substrato sobre a germinação de sementes de gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) em condições de laboratório. Testou-se as temperaturas de 25, 30 e 20-30°C em substratos de papel toalha, areia e vermiculita. Os melhores resultados de germinação foram verificados para as temperaturas de 20-30°C e 25°C, em substratos de areia e vermiculita, respectivamente.

Palavras-chave: germinação, substrato, temperatura, Gliricidia sepium.

SUMMARY

The effect of temperature and substrate on the germination of gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Steud) was studied in laboratorial conditions. Seeds were placed on towel paper, sand and vermiculite substrate. Seed germination was evaluated at 25°C, 30°C and 20-30°C. The results demonstrated that alternating the temperature between 20-30°C with sand, and 25°C for vermiculite were the best treatments with higher values than the others.

Key words: germination, substrate, temperature, Gliricidia sepium.

Gliricidia sepium (Jacq.) Steud, conhecida por gliricídia, é uma leguminosa forrageira, encontrada desde o México até o norte da América do Sul. É indicada na alimentação suplementar de bovinos, ovinos e caprinos, principalmente durante o período da estação seca, na região dos trópicos, onde sua folhagem permanece mais tempo verde, quando comparada com as demais leguminosas (IJI et al., 1993; AKINOLA et al., 1991).

Suas sementes, segundo FLORES et al. (1988), possuem uma composição de 15% de óleo, 3,20% de cinzas, 8,50% de fibra, 15,70% de proteína e 44,65% de extrato livre de nitrogênio.

Um dos meios utilizados para se determinar o nível de qualidade das sementes é o Teste Padrão de Germinação, o qual é realizado sob condições de substrato e temperatura ideais para cada espécie. Nas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992) são fornecidas, para a maioria das espécies, informações para condução desse teste. No entanto, nada consta com relação as sementes de gliricídia, justificando a realização do presente trabalho, cujo objetivo foi o de determinar as condições de temperatura e do tipo de substrato, para a germinação de sementes dessa espécie.

O experimento foi realizado no Laboratório Didático de Análise de Sementes da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel-FAEM/UFPel, em Pelotas, RS. As sementes foram coletadas de árvores existentes em Petrolina. PE, que, após beneficiamento manual, foram submetidas ao teste de germinação. Estabeleceu-se as temperaturas de 25°C e 30°C constantes e 20-30°C alternadas com substrato de papel germitest em rolo (RP), sobre areia (SA) e sobre vermiculita (SV). O papel germitest foi umedecido com a proporção de água de 2,5 vezes o seu peso seco. Para a areia, previamente peneirada (malha 2,38mm), esterilizada em autoclave, a 120°C, durante três horas e secada ao ar, foram usados 270ml de água para cada 3Kg. Enquanto para vermiculita (grânulo médio), usou-se 120ml de água para cada 100g. Os substratos de areia e vermiculita foram acondicionados em bandejas plásticas, com dimensões 45cm x 45cm x 6cm, que juntos aos rolos de papel, após a distribuição das sementes, foram dispostos em germinadores do tipo Biomatic.

Foram consideradas como germinadas, as plântulas normais que apresentaram o comprimento total de 8cm para o papel germitest, e as com os cotilédones completamente livres sobre a superfície, para areia e vermicilita. Utilizou-se o bifatorial 3x3 (temperaturas e substratos), em delineamento inteiramente casualizado, constituído de quatro repetições de 50 sementes cada.

O teste de germinação teve duração total de 10 dias. A primeira contagem realizou-se aos 6 dias, onde mais de 50% das sementes, nesse período, produziram plântulas normais e, a avaliação final se deu aos 10 dias, quando foi verificado a impossibilidade de novas germinações. A interação temperatura e substrato foi significativa para a germinação desta espécie. Verifica-se, (Tabela 1) que a melhor percentagem de germinação de sementes de gliricídia ocorreu em temperatura constante de 25°C, utilizando-se o substrato vermiculita e, também a temperatura alternada de 20-30°C para o substrato areia. Por outro lado, a temperatura constante de 25°C em substrato rolo de papel proporcionou resultados de baixo percentual de germinação, quando comparados aos demais. Segundo THOMSON (1979), as temperaturas de germinação variam entre 15 e 35°C, mas a maioria das sementes germinam sob temperatura constante de aproximadamente 25°C. No entanto, os resultados satisfatórios com temperaturas de 20-30°C confirmam as observações realizadas por KRAMER & KOZLOWSKI (1972) e TOLEDO & MARCOS FILHO (1977) segundo os quais, para muitas espécies, temperaturas alternadas apresentam o máximo de germinação. Este estímulo, segundo os autores, pode ser visto como um efeito dessas temperaturas nas diversas fases do processo germinativo.

2Engenheiro Agrônomo, MSc., Professor Adjunto, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, 96001-970, Pelotas, RS.

Recebido par publicação em 22.02.94 Aprovado em 19.07.94

  • AKINOLA, J.O., AFOLAYAN, R.A., OLORUNJU, S.A.S. Effects of storage, testa colour and scarification on seed germination of Desmodium velutinum (Willd.) DC. Seed Science and Technology, Zurich, v.19, p. 159-166,1991.
  • BRASIL. Ministério da Agricultura, Abastecimento e da Reforma Agrária. Regras para análise de sementes Brasília, SNDA/MARA, 1992. 365p.
  • FLORES, J.S., MARTÍNEZ, C.A., OLIVERA, M.A., et al. Potencial de algunas leguminosas de la flora yucatenense como alimento humano o animal. Turrialba, San José, v.38, n.2, p.159-162, 1988.
  • IJI, P.A., TARAWALI, G., BABA, M. The influence of stage of development and sowing depth on seed quality and seedling emergence of Gliricidia sepium. Seed Science and Technology, Zurich, v.21, p.197-202, 1993.
  • KRAMER, P.J., KOLZLOWSKI, T.T. Fisiologia das árvores Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1972. 745p.
  • THOMSON, J.R. Introducción a la tecnologia de las semillas Zaragoza: Espana, 1979.301 p.
  • TOLEDO, F.F., MARCOS FILHO, J. Manual das sementes: tecnologia da produção. São Paulo: Agronômica Ceres, 1977.224 p.
  • 1
    Engenheiro Agrônomo, EMPARN/EMBRAPA-CPATSA, Caixa Postal 23, 56300-000, Petrolina, PE, autor para correspondência.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Ago 2014
    • Data do Fascículo
      Dez 1994

    Histórico

    • Aceito
      19 Jul 1994
    • Recebido
      22 Fev 1994
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