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Influencia do período de coleta sobre o volume, motilidade e doses de sêmen em suínos

Influence of the collection period on volume, motility and semen doses in swine

Resumos

O presente trabalho teve como objetivo determinar ainfluência do ano e mês de coleta sobre o volume (VOL), motilidade (MOT) e doses de sêmen produzidas (DO), as correlações existentes entre as variáveis e as suas repetibilidades. Foram analisadas amostras de sêmen de 96 machos pertencentes as raças Landrace (41), Large White (31) e Duroc (24), durante o período (1981 a 1987) de permanência dos mesmos na Central de Inseminação Artificial de Suínos de Estrela - RS. O número de amostras dês sêmen coletadas foi de 7.264 da raça Landrace, 3.589 da raça Large White e 3.051 da raça Duroc. Os resultados mostraram haver influência (P<0,01) do ano e mês sobre as variáveis analisadas. Os valores médios mínimos e máximos, dentro de cada raça, respectivamente, foram: VOL de 236,9ml e 300,4ml na raça Landrace, 238, 1 ml e 284,1 ml na raça Large White e 150ml e 201.1ml na raça Duroc; MOT de 79,2% e 80,3% na raça Landrace, 76,7% e 78,0% na raça Large White e 7 7,8% e 7 9,1% na raça Duroc; DO 12,0 e 14,7 na raça Landrace, 10,1 e 13,0 na raça Large White e 9,1 e 11,9 na raça Duroc. As correlações entre VOL e DO foram as mais altas (Landrace 0,30, Large White 0,36 e Duroc 0,36). As correlações entre VOL e MOT foram próximas de zero (Landrace -0,05, Large White 0,03 e Duroc 0,01) e entre MOT e DO foram de 0,08 (Landrace}, 0,15 (Large White), e 0,13 (Duroc). A repetibilidade foi alta para VOL (Landrace 0,49, Large White 0,59 e Duroc 0,54). As outras repetibilidades foram: Landrace 0,18 para MOT e 0,30 para DO, Large White 0.27 para MOT e DO e, Duroc 0,21 para MOT e 0,39 para DO.

suíno; sêmen


The aim of this experiment was to determine the influence of the collection period on volume (VOL), motility (MOT) and semen doses (DO), and the correlation among the six variables and their repeatibilities. Semen samples from ninety (96) boars belonging to Landrace (41), Large White (31) and Duroc (24) breeds were analyzed, taken into account the permanence period (1981 to 1987) of the boars at the Artificial Insemination Center -Estrela - RS. The number of semen samples collected were: Landrace 7,264, Large White 3,589 and Duroc, 3,051. Year and month of collection had influence (P<0.01) on the variables analyzed. Minimum and maximum average values, within each breed, were VOL 236.9 and 300.4ml (Landrace), 238.1 and 284.1ml (Large White) and 150.0 and 201.1ml (Duroc): MOT 79.2 and 80.3% (Landrace), 76.7 and 78.0% (Large White) and 77.8 and 79.1% (Duroc); DO 12.0 and 14.7 (Landrace), 10.1 and 13.0 (Large White) and 9.1 and 11.9 (Duroc), respectively. Correlations between VOL and DO were 0.30 (Landrace), 0.36 (Large White) and 0.36 (Duroc). Correlations between VOL and MOT were close to zero (Landrace -0.05, Large White 0.03 and Duroc 0.01), and between MOT and DO were 0.08 (Landrace), 0.15 (Large White) and 0.13 (Duroc). Repeatibilities were VOL 0.49 (Landrace), 0.59 (Large White) and 0.54 (Duroc); MOT 0.18 (Landrace), 0.27 (Large White) and 0.21 (Duroc), and DO 0.30 (Landrace), 0.27 (Large White) and 0.39 (Duroc).

swine; semen


INFLUÊNCIA DO PERÍODO DE COLETA SOBRE O VOLUME, MOTILIDADE E DOSES DE SÊMEN EM SUÍNOS1 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

INFLUENCE OF THE COLLECTION PERIOD ON VOLUME, MOTILITY AND SEMEN DOSES IN SWINE

Martha Lopes Schuch de Castro2 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). João Carlos Deschamps3 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Werner Meinke4 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Frank Siewedt5 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ricardo Alberto Cardelino6 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo determinar ainfluência do ano e mês de coleta sobre o volume (VOL), motilidade (MOT) e doses de sêmen produzidas (DO), as correlações existentes entre as variáveis e as suas repetibilidades. Foram analisadas amostras de sêmen de 96 machos pertencentes as raças Landrace (41), Large White (31) e Duroc (24), durante o período (1981 a 1987) de permanência dos mesmos na Central de Inseminação Artificial de Suínos de Estrela - RS. O número de amostras dês sêmen coletadas foi de 7.264 da raça Landrace, 3.589 da raça Large White e 3.051 da raça Duroc. Os resultados mostraram haver influência (P<0,01) do ano e mês sobre as variáveis analisadas. Os valores médios mínimos e máximos, dentro de cada raça, respectivamente, foram: VOL de 236,9ml e 300,4ml na raça Landrace, 238, 1 ml e 284,1 ml na raça Large White e 150ml e 201.1ml na raça Duroc; MOT de 79,2% e 80,3% na raça Landrace, 76,7% e 78,0% na raça Large White e 7 7,8% e 7 9,1% na raça Duroc; DO 12,0 e 14,7 na raça Landrace, 10,1 e 13,0 na raça Large White e 9,1 e 11,9 na raça Duroc. As correlações entre VOL e DO foram as mais altas (Landrace 0,30, Large White 0,36 e Duroc 0,36). As correlações entre VOL e MOT foram próximas de zero (Landrace -0,05, Large White 0,03 e Duroc 0,01) e entre MOT e DO foram de 0,08 (Landrace}, 0,15 (Large White), e 0,13 (Duroc). A repetibilidade foi alta para VOL (Landrace 0,49, Large White 0,59 e Duroc 0,54). As outras repetibilidades foram: Landrace 0,18 para MOT e 0,30 para DO, Large White 0.27 para MOT e DO e, Duroc 0,21 para MOT e 0,39 para DO.

Palavras-chave: suíno, sêmen.

SUMMARY

The aim of this experiment was to determine the influence of the collection period on volume (VOL), motility (MOT) and semen doses (DO), and the correlation among the six variables and their repeatibilities. Semen samples from ninety (96) boars belonging to Landrace (41), Large White (31) and Duroc (24) breeds were analyzed, taken into account the permanence period (1981 to 1987) of the boars at the Artificial Insemination Center -Estrela - RS. The number of semen samples collected were: Landrace 7,264, Large White 3,589 and Duroc, 3,051. Year and month of collection had influence (P<0.01) on the variables analyzed. Minimum and maximum average values, within each breed, were VOL 236.9 and 300.4ml (Landrace), 238.1 and 284.1ml (Large White) and 150.0 and 201.1ml (Duroc): MOT 79.2 and 80.3% (Landrace), 76.7 and 78.0% (Large White) and 77.8 and 79.1% (Duroc); DO 12.0 and 14.7 (Landrace), 10.1 and 13.0 (Large White) and 9.1 and 11.9 (Duroc), respectively. Correlations between VOL and DO were 0.30 (Landrace), 0.36 (Large White) and 0.36 (Duroc). Correlations between VOL and MOT were close to zero (Landrace -0.05, Large White 0.03 and Duroc 0.01), and between MOT and DO were 0.08 (Landrace), 0.15 (Large White) and 0.13 (Duroc). Repeatibilities were VOL 0.49 (Landrace), 0.59 (Large White) and 0.54 (Duroc); MOT 0.18 (Landrace), 0.27 (Large White) and 0.21 (Duroc), and DO 0.30 (Landrace), 0.27 (Large White) and 0.39 (Duroc).

Key words:swine, semen.

INTRODUÇÃO

A inseminação artificial (IA) no Rio Grande do Sul teve seu marco inicial no ano de 1976, com a implantação da Central de Inseminação de Suínos de Estrela (CIAS). Desde a implantacão da CIAS, houve uma evolução muito grande no número de IA e no número de propriedades que usam a IA através da aquisição de sêmen da CIAS, ou através de sêmen obtido de reprodutores alojados nas próprias granjas. Esse incremento no uso da IA deve-se principalmente às vantagens econômicas decorrentes das facilidades de manejo, ganho genético e controle de doenças. São utilizados como critérios básicos para a seleção dos doadores de sêmen na CIAS, a conformação do animal, o ganho de peso diário, a conversão alimentar e a espessura de toucinho.

Quanto aos efeitos relativos às raças na qualidade do sêmen, tem sido verificado que os machos das raças Duroc apresentam as mais altas taxas de concepção e percentagem de espermatozóides vivos, quando comparados aos animais de outras raças (KENNNEDY & WILKINS, 1984). Machos das raças Landrace produzem em tomo de duas vezes mais volume total de sêmen do que os da raça Duroc, porém, com menor concentração (CÓLON & KENNEDY, 1978). Há diferença entre o volume e motilidade espermática entre as raças Landrace, Large White e Duroc (KENNEDY & WILKINS, 1984). Modificações estacionais na qualidade do sêmen de suínos têm sido observadas (HEITMAN Jr et al., 1984; PAQUIGNON, 1987; REED, 1987; LARSSON et al, 1988).Os objetivos do presente trabalho foram determinar a influência do ano e mês de coleta sobre volume do ejaculado (VOL), motilidade espermática (MOT) e o número de doses (DO) de sêmen produzidas, bem como determinar as correlações entre elas e a suas repetibilidades.

MATERIAIS E MÉTODOS

No presente trabalho foram utilizados os dados referentes ao volume de sêmen ejaculado (VOL), motilidade espermática (MOT) e número de doses de sêmen (DO), no período de 1981 a 1987, dos reprodutores das raças Landrace, Large White e Duroc, criados confinados, pertencentes a CIAS de Estrela-RS. O número total de observações analisadas foi de 13.904, das quais 7.264 observações foram da raça Landrace, 3.590 da raça Large White e 3.051 da raça Duroc (Tabela 1).

Foram levados em consideração os animais com número de coletas superior a 30, por entender-se que o número inferior a este, no período de permanência dos animais na CIAS, não forneceria dados suficientes para a análise de variação das características de sêmen analisadas. A análise dos dados foi feita separadamente para VOL (ml), MOT (%) e DO dentro de cada raça, através da análise de variação (SAS, 1985), e o método de Harvey, para número de observações desigual nas subclasses. A distribuição das variáveis dependentes foi aproximadamente normal e não foi realizada transformação dos dados.

O modelo linear utilizado para a análise do VOL, MOT e DO foi o seguinte:

yijkl = m + mêsi + anoj + animalk + erroijkl

onde:

m = média geral;

yiikl = VOL, MOT, DO para cada raça;

mêsi = efeito do mês na coleta, sendo i =jan,...,dez;

anoj = efeito do ano na coleta, sendo j =81, 82,...,87;

animalk = efeito do indivíduo;

erroijkl = erro experimental associado a cada observação.

Foi verificada a repetibilidade (R) dos eventos através da relação citada por CARDELLINO & RO VIRA (1987), como segue:

R = V21 / V21 + V2w

onde:

V21 = variância entre indivíduos;

V2w = variância dentro do indivíduo.

Foram analisadas as correlações entre VOL, MOT, DO, visando identificar o grau de associação entre as três características, através da seguinte equação:

R = covij / Vi . Vj

onde:

covij = covariância de ij;

Vi = variância de i, sendo i = VOL, MOT e DO;

Vj = variância de j, sendo j = VOL, MOT e DO.

RESULTADOS

A análise de variação determinou efeito (P<0,01) do mês de coleta do sêmen, sobre o VOL, MOT e DO em todas as raças estudadas. As médias ajustadas mensais de VOL por coleta (Figura 1), para as raças Landrace e Duroc, mostraram que os valores obtidos entre os meses de abril a agosto foram os mais altos, sendo que as maiores médias foram as encontradas nos meses de maio e junho (Landrace 300,4ml e 298,2ml; e 278,8ml e Duroc 201,1ml e 200,7ml). Para a raça Large White, os maiores VOL foram abservados nos meses de abril (284,8ml) e maio 278,8ml). Os meses em que se observaram as menores médias ajustadas foram janeiro e fevereiro (Landrace 236,9ml e 248,6ml; Large White 238,1ml e 239,1ml e Duroc 154,7ml e 150ml). Os machos da raça Duroc apresentaram sempre as menores médias ajustadas de VOL, em relação às demais raças. Houve um efeito (P<0,01) do ano de coleta do sêmen no VOL em todas as três raças.


A análise de variação para MOT determinou que seus valores diferiram (P<0,01) dentro do período analisado (mês e ano). Os valores médios mínimos e máximos da MOT, dentro de cada raça, foram: Landrace 79,2 e 80,3%, Large White 76,7 e 78,0% e Duroc 77,8 e 79,1% (Figura 2). Os animais da raça Large White apresentaram as menores médias ajustadas mensais nas três raças analisadas.


Nas médias ajustadas mensais de DO (Figura 3), verifica-se um aumento nos valores a partir do mês de abril até setembro, decrescendo até os dois primeiros meses do ano para Landrace e Duroc. Na raça Large White, o DO foi crescente até o mês de novembro. Houve um aumento do DO no mês de março na raça Landrace (14,4), que não foi mantido no mês seguinte (12,9). Os animais da raça Duroc apresentaram o menor DO (mínimo de 9,0 e máximo de 11,9) enquanto que a raça Landrace produziu o maior DO (mínimo 12,0 e máximo 14,7). Houve uma tendência ao crescimento dos valores de DO em todas as três raças ao longo do período analisado (1981 a 1987).


As correlações ajustadas pelos efeitos do modelo (animal, mês e ano) sugerem uma associação entre VOL e DO (Tabela 2). Foram encontradas repetibilidades altas para VOL nas três raças (Tabela 3).

DISCUSSÃO

No presente trabalho, ficou determinada a influência do ano e do mês sobre VOL, MOT e DO. Não se pode determinar os motivos pelos quais variou as características seminais com o decorrer dos anos. Um longo período de permanência dos animais na CIAS (2,0 a 2,5 anos), ou seja, um aumento da idade dos animais, pode ter influenciado o VOL e DO nas três raças analisadas. Animais avaliados por um longo período por KENNEDY & WILKINS (1984) não mostraram aumento na MOT e no VOL, pelo contrário, estas duas características tiveram uma diminuição dos seus valores. Apenas o potencial de doses apresentou melhora no decorrer do período de estudo (de 9,27 doses em 1971, para 14,5 doses em 1980). A queda verificada no VOL, nos meses mais quentes do ano, é ratificada por KENNEDY & WILKINS (1984), COLEMBRANDER & KEMP (1990). As maiores médias no VOL encontradas para Landrace e asmenores para Duroc, assemelham-se às encontradas por KENNEDY & WILKINS (1984). A redução no DO observada neste trabalho durante os meses de verão também foi verificado em tabalho realizado por KENNEDY & WILKINS (1984). Não foi possível visualizar flutuação na MOT no decorrer do período analisado, porém, a análise estatística determinou sua existência. Redução na MOT no verão ou submetendo os machos suínos a simulações de estação quente, foi verificado por KENNEDY & WILKANS (1984), HEITMAN Jr et al. (1984), LARSSON & EINARSSON (1984), CAMERON (1987a), COLEMBRANDER & KEMP (1990). As variações encontradas nas três raças em estudo, com as menores MOT para a raça Large White, difere dos valores observados por KENNEDY & WILKINS (1984), que, embora tenham analisado a motilidade por um escore de 1 a 15, encontraram o maior valor para Large White. Entretanto, deve-se ressaltar que, tanto o critério utilizado por KENNEDY & WILKINS (1984) quanto o utilizado na CIAS são subjetivos. Isso toma difícil avaliar as diferenças raciais existentes para esta característica, uma vez que não foi utilizado um método estatístico para determinar as diferenças entre as médias obtidas no período em estudo.

Provavelmente, a temperatura ambiental muito elevada, a qual afeta a espermatogênese, seria responsável pela queda na qualidade do sêmen dos machos suínos nos meses mais quentes do ano, contribuindo para a redução do VOL e DO (LARSSON & EINARSSON, 1984; HEITMAN Jr et al., 1984; KENNEDY & WILKINS, 1984; PEACOCK et al., 1987; CAMERON, 1987a; PAQUIGNON, 1987; COLEMBRANDER & KEMP, 1990; MALMGREN, 1990). Animais adaptados aos climas tropicais e subtropicais têm sua eficiência reprodutiva menos afetada, salvo em casos de temperaturas extremas entre ou dentro das estações (CAMERON, 1987b).

Problemas na secreção de testosterona, ou de seus precursores, causados pelo estresse e/ou pelas altas temperaturas ambientais, também determinam a queda na fertilidade dos machos (LARSSON et al, 1983; PEACOCK et al., 1987; MALMGREN, 1990). A concentração de testosterona e a função testicular nos meses de verão e outono são reduzidas (PEACOCK et al., 1987).

A interação entre o fotoperíodo à temperatura ambiental, contribui para diminuir a produção e motilidade espermática (CLAUS & WEILER, 1985;PAQUIGNON, 1987). A diminuição do fotoperíodo também tem sido apontada como responsável pelo aumento da libido e do número total de espermatozóides no ejaculado (COLEMBRANDER & KEMP, 1990). Segundo os autores, estas modificações são mais visíveis no porco selvagem. A influência negativa da temperatura e/ou luminosidade na produção espermática nos meses mais quentes do ano, provavelmente decorre de uma redução na frequência e na amplitude do LH liberado pela hipófise e, conseqüentemente uma redução na produção de testosterone e na espermatogênese. Redução na produção de LH nos meses com maior temperatura e luminosidade, tem sido apontado como causa de infertilidade em fêmeas (BASSETT, 1996).

Quanto às repetibilidades, só é possível avaliar a capacidade produtiva dos machos, pelas coletas das primeiras amostras, para VOL, que apresentou valores elevados (Landrace, 0,49; Duroc 0,54 e Large White 0,59), o que indica a pequena influência ambiental nesta característica seminal. Para as demais características, as repetibilidades baixas não possibilitam esta prática. Os valores de repetibilidade encontrados por KENNEDY & WILKINS (1984) foram baixos para VOL (0,21), MOT (0,32) e potencial de doses (0,30). As correlações obtidas, próximas de zero, determinaram a independência da MOT e DO, enquanto que as correlações entre VOL e DO (Landrace 0,30; Large White e Duroc 0,36) indicam que estas duas características estejam relacionadas entre si.

CONCLUSÕES

O ano e o mês em que ocorre as coletas de sêmen influencia o VOL, MOT e DO. Esses parâmetros também apresentam valores variáveis nas raças Landrace, Large White e Duroc.

A repetibilidade alta para VOL indica que se poderá estimar seus valores, a partir das primeiras coletas de sêmen de machos destas raças.

As correlações observadas entre o VOL e DO, para todas as raças, indicam que estas duas características estão relacionadas entre si.

BIBLIOGRAFIA

2 Médico Veterinário, Mestre em Zootecnia, Autônomo.

3 Médico Veterinário, PhD, Professor Adjunto, Faculdade de Veterinária, UFPel. 96010-900, Pelotas, RS. Autor para correspondência.

4 Médico Veterinário, Central de Inseminação Artificial de Suínos, Estrela, RS.

5 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Zootecnia, Professor Assistente, UFPel.

6 Engenheiro Agrônomo, PhD, Professor Adjunto, UFPel.

Recebido para publicação em 28.11.95. Aprovado em 26.06.96

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  • 1
    Parte da Dissertação de Mestrado em Zootecnia, apresentada pelo primeiro autor pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      24 Set 2008
    • Data do Fascículo
      Dez 1996

    Histórico

    • Aceito
      26 Jun 1996
    • Recebido
      28 Nov 1995
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