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Imobilização interna da coluna vertebral lombar com placas de cloreto de polivinila, em cães - parte II: resultados anatomopatológicos

Internal immobilization of the lumbar canine spine using polyvinylchloride plates - part II: anatomopatological results

Resumos

Utilizando-se 20 cães, com o segmento lombar da coluna vertebral cirurgicamente desestabilizado na junção das vértebras L2-L3, foram estudadas a toxicidade e o aceite de placas ortopédicas de cloreto de polivinila (PVC) Tigre®, fixadas com parafusos nos corpos vertebrais e com fio ortopédico de aço inoxidável nos processos espinhosos. Apesar de que durante os 45 dias do estudo, verificaram-se resultados favoráveis quanto ao estado clínico-neurológico e resultados dos exames laboratoriais, e que os estudos microscópicos do fígado, rim e linfonodo poptileo não ofereceram indícios conclusivos de toxicidade, o material mostrou não ser inócuo já que desencadeia: (l) reação inflamatória granulomatosa e alterações vasculares no tecido fibroso circunvizinho à placa; (2) hematopoiese esplénica e (3) lesões vertebrais como osteonecrose, osteoporose, osteopenia, osteopetrose e mielofïbrose. Apesar das alterações serem subclínicas, estes dados sugerem que mais pesquisas devem ser realizadas à procura de PVCs menos lesivos, antes de se fazer a indicação deste material em traumatologia vertebral.

doenças da coluna vertebral; cirurgia no cão; tratamento defraturas; doenças do cão; Cloreto de polivinila; PVC


The tissue reaction and toxicity ofpolyvinylchloride (PVC) orthopedic plates, jixed by screws Io lhe vertebral bodies and by cerdage vires to lhe spinous processes, were tested in twenty dogs with lhe lumbar spine destabitized ai L2-L3. During the 45 days of the study, the technique was considered effective based on clinical results. Microscópio studiesjromfragments of the tiver, kidney and popliteat lymph node, did not suggest PVC plates toxicity, buí it were observed: l) granulomatous inflammatory reaction and vascular alterations in íhefibrous lissues adjacent to theplate; 2) splenic hematopoiesis and 3) vertebral osteonecrosis, osteoporosis, osteopetrosis, osteopenia and myelofibrosis. Although these alterations were found subclinics, more research should be done in order to found harmiess PVC, before introducing this material in spinal traumatology.

spinal diseases; surgery of dogs; fracture fixation; dog diseases; Polyvinylchloride; PVC


IMOBILIZAÇÃO INTERNA DA COLUNA VERTEBRAL LOMBAR COM PLACAS DE CLORETO DE POLIVINILA, EM CÃES - PARTE II: RESULTADOS ANATOMOPATOLÓGICOS1 1 Parte da Tese apresentada pelo primeiro autor ao Curso de Doutorada em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

INTERNAL IMMOBILIZATION OF THE LUMBAR CANINE SPINE USING POLYVINYLCHLORIDE PLATES - PART II: ANATOMOPATOLOGICAL RESULTS

Eduardo Alberto Tudury2 1 Parte da Tese apresentada pelo primeiro autor ao Curso de Doutorada em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Cleuza Maria de Faria Rezende3 1 Parte da Tese apresentada pelo primeiro autor ao Curso de Doutorada em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Vera Alvarenga Nunes4 1 Parte da Tese apresentada pelo primeiro autor ao Curso de Doutorada em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Leonardo Maciel Andrade5 1 Parte da Tese apresentada pelo primeiro autor ao Curso de Doutorada em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

RESUMO

Utilizando-se 20 cães, com o segmento lombar da coluna vertebral cirurgicamente desestabilizado na junção das vértebras L2-L3, foram estudadas a toxicidade e o aceite de placas ortopédicas de cloreto de polivinila (PVC) Tigre®, fixadas com parafusos nos corpos vertebrais e com fio ortopédico de aço inoxidável nos processos espinhosos. Apesar de que durante os 45 dias do estudo, verificaram-se resultados favoráveis quanto ao estado clínico-neurológico e resultados dos exames laboratoriais, e que os estudos microscópicos do fígado, rim e linfonodo poptileo não ofereceram indícios conclusivos de toxicidade, o material mostrou não ser inócuo já que desencadeia: (l) reação inflamatória granulomatosa e alterações vasculares no tecido fibroso circunvizinho à placa; (2) hematopoiese esplénica e (3) lesões vertebrais como osteonecrose, osteoporose, osteopenia, osteopetrose e mielofïbrose. Apesar das alterações serem subclínicas, estes dados sugerem que mais pesquisas devem ser realizadas à procura de PVCs menos lesivos, antes de se fazer a indicação deste material em traumatologia vertebral.

Palavras-chave: doenças da coluna vertebral, cirurgia no cão, tratamento defraturas, doenças do cão, Cloreto de polivinila, PVC.

SUMMARY

The tissue reaction and toxicity ofpolyvinylchloride (PVC) orthopedic plates, jixed by screws Io lhe vertebral bodies and by cerdage vires to lhe spinous processes, were tested in twenty dogs with lhe lumbar spine destabitized ai L2-L3. During the 45 days of the study, the technique was considered effective based on clinical results. Microscópio studiesjromfragments of the tiver, kidney and popliteat lymph node, did not suggest PVC plates toxicity, buí it were observed: l) granulomatous inflammatory reaction and vascular alterations in íhefibrous lissues adjacent to theplate; 2) splenic hematopoiesis and 3) vertebral osteonecrosis, osteoporosis, osteopetrosis, osteopenia and myelofibrosis. Although these alterations were found subclinics, more research should be done in order to found harmiess PVC, before introducing this material in spinal traumatology.

Key words: spinal diseases, surgery of dogs, fracture fixation, dog diseases, Polyvinylchloride, PVC.

INTRODUÇÃO

RODRIGUEZ ALVAREZ (1990), utilizando placas de cloreto de polivinila (PVC), na imobilização de fraturas do rádio e da urina de cães com idade inferior a três meses, observa reação periosteal, seroma e áreas de necrose do osso cortical próximo ao implante. Apesar das vantagens demonstradas pela imobilização com placas: pode ocorrer o desenvolvimento de osteoporose, no osso estabilizado, principalmente com o emprego de placas metálicas (SLATIS et al., 1978). As placas ortopédicas plásticas, por serem menos rígidas, chegam a provocar menos da metadeda osteoporose (BRADLEY et al., 1979; CLAES, 1989).

O PVC, pode durante sua degradação, gradualmente, liberar ácido clorídrico (GOLDING, 1959). Nas experiências com fragmentos de PVC colocados no tecido subcutâneo ou intramuscular de ratos e coelhos, observam-se reações inflamatórias de intensidade variável (quase nulas, mínimas, moderadas ou intensas), progressivas ou não, acompanhadas, às vezes, de necrose dos tecidos circunvizinhos (GUESS & AUTIAN, 1966; RAY et al., 1981; SPILEZEWSKI et al., 1988). É unânime a opinião dos autores de que as diferenças nas reações teciduais não se devem ao polímero e sim ao tipo de plastificante (PVCs flexíveis), aos estabilizantes e a outros aditivos agregados ao composto. RODRIGUEZ ALVAREZ (1990), utilizando placas ortopédicas de PVC-Tigre®, não observa alterações histológicas no tecido fibroso que as envolve.

Os objetos plásticos confeccionados a partir do PVC não são isentos de efeitos tóxicos. O cloreto de vinila, componente principal do plástico, quando presente livre (não polimerizado), no homem e noutras espécies animais, pode ocasionar: acrosteólise; neoplasias; hepatopatias e nefropatias não tumorais; hepato e esplenomegalia; esclerodermia; sindrome de Raynaud; alergia cutânea; alterações pulmonares; degeneração axonal; púrpura por vasculite, assim como aumento da atividade hematopoética do baço (MARKOWITZ et al., 1972; FERON et al., 1975, 1979a, 1979b, 1981; GEDIGK et al., 1975; VALE et al., 1976; FERON & KROES, 1979; SCHULSINGER & MOLLGAARD, 1980; SOKAL et al., 1980; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1984; MAGNAVITA et al., 1986; PERTICONI et al. 1986; LEE et al., 1989; HAMANN & KICK, 1994). Nos ossos de seres humanos com acrosteólise, observa-se, radiologicamente, perda de tecido ósseo cortical, osteólise, reabsorção, esclerose e fraturas secundárias, algumas vezes, a partir de 30 dias de contato com o cloreto de vinila (MARKOWITZ et al., 1972).

Com relação aos cães, não há relatos na literatura que indiquem a ocorrência de tumores induzidos pelo PVC ou pelo cloreto de vinila. Caninos recebendo PVC, por via oral, junto com o alimento não exibem alterações de necropsia ou histológicas dos órgãos (JOHNSON & SCHMIDT, 1977). Após a exposição de cães ao cloreto de vinila, pela via aérea, em concentrações de 200ppm, sete horas por dia, durante seis meses, não se observa alteração com relação ao peso do pulmão, coração, rim, baço e testículos e na histopatologia hepática. Entretanto, no mesmo experimento, ratos e coelhos exibem lesões hepáticas e renais (TORKELSON et al., 1961).

Alguns dos plastificantes e estabilizantes acrescentados ao PVC são nocivos para os animais, quando administrados ou colocados em contato com a pele ou tecidos (GEERTZ et al., 1974). NIKORONOW et al., (1973) e SEINEM & WILLEMS (1976), administrando a ratos, por via oral, diferentes tipos de plastificantes e estabilizantes, verificam que alguns deles provocam morte; gastroenterite; hepatomegalia; nefromegalia; menor ganho de peso; atrofia do timo; depleção de linfócitos do timo, baço e linfonodos.

Neste trabalho são apresentados os resultados anatomopatológicos relacionados à toxicidade e aceitação das placas ortopédicas de PVC, quando usadas na imobilização interna da coluna vertebral lombar de cães.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizados 20 cães adultos, 16 machos e 4 fêmeas, sem raça definida, pesando entre 8,6 e 17,2 quilos (média de 12,98 quilos). A todos os cães foram impostos dois atos cirúrgicos, em intervalos de sete dias, consistindo o primeiro de laparotomia mediana pré-retroumbilical, para colheita de fragmentos de fígado e rim, para biópsia e, o segundo de abordagens dorsolaterais da coluna vertebral lombar, para desestabilização das articulações entre L2 –L3 e imobilização com as placas de PVC-Tigre® a (ver artigo parte I). Um pequeno fragmento de PVC foi depositado sobre a face dorsolateral esquerda do corpo da vértebra L4 eqüidistante de suas extremidades, para verificar, à histopatologia, os efeitos do PVC no tecido ósseo, sem a participação da rigidez da estabilização.

Os fragmentos de fígado e rim, colhidos para biópsia durante a laparotomia, foram imersos imediatamente, em solução de formol a 10%, neutro e tamponado. Aos 45 dias do pós-operatório, os animais foram sacrificados, com injeção endovenosa de 20ml de solução saturada de sulfato de magnésio. Amostras de fígado, rim, linfonodo poplíteo, baço, tecido conjuntivo próximo às placas, e o segmento vertebral L1-L4, foram colhidos para estudos histopatológicos e, imediatamente fixados em solução de formol a 10%, neutro e tamponado.

Fragmentos do corpo vertebral de L1, L3 e L4 e o processo espinhoso de L3, obtidos com serra de fita, foram descalcificados em solução contendo 250ml de ácido fórmico a 90%, 100 gramas de citrato de sódio e 750ml de água destilada. Após a completa descalcificação, estes fragmentos foram processados, juntamente com os tecidos moles, pela técnica rotineira de inclusão em parafina e coloração por hematoxilina-eosina (HE). Secções selecionadas dolinfonodo foram coradas também pela técnica de Mallory (PROPHET et al., 1992) e, do baço, pela técnica de “Gaffhey's onehour Giemsa” (PROPHET et al., 1992). As secções do fígado e rim foram comparadas com aquelas obtidas para biópsia.

A análise estatística das variáveis qualitativas foi realizada pelo estudo de dispersão de frequência, usando o teste de x2 (Chi quadrado), num esquema de classificação dupla 2 x 3 (SNEDECOR & COCKRAN, 1989). A análise da variável qualitativa nefrite intersticial foi realizada mediante o teste de mudanças de Mc. Nemar (MARQUES, 1969).

RESULTADOS

Tanto nos processos espinhosos como nos corpos vertebrais, as placas estavam firmemente envolvidas por cápsula fibrosa. O pequeno fragmento de PVC, colocado livre sobre o corpo da L4, não se deslocou. Os orifícios da placa fixada nos corpos de L2, e L3 mostravam início de invasão por tecido fibroso, mas não foi vista nenhum tipo de secreção nas interfaces vértebra-placa e placa-cápsula fibrosa. Reação periosteal, proliferação ou alteração óssea estavam ausentes.

À microscopia, o tecido conjuntivo fibroso que envolvia as placas exibia reação inflamatória, do tipo granulomatosa, em 19 animais e piogranulomatosa, em um. Em todos os casos, o tecido conectivo era maduro e bem vascularizado, contendo focos de células inflamatórias, restos microscópicos de PVC e de osso necrótico. Normalmente, as células inflamatórias localizavamse apenas em tomo dos fragmentos de PVC e nunca nas áreas que circundavam o parafuso ou o osso necrótico. Nos casos de reação do tipo granulomatosa, o infiltrado era linfoplasmocitário, com predomínio de plasmócitos, havendo ainda histiócitos, células epitelióides e células gigantes multinucleadas dos tipos corpo estranho e Langhans, estas, em várias ocasiões, fagocitando restos do PVC (Figura 1). Ocasionalmente, alguns vasos exibiamalternadamente, células endoteliais reativas; vacuolização da parede e escasso infiltrado inflamatório mononuclear intraparietal, além de infiltração linfoplasmocitária perivascular ou necrose de células endoteliais ou da muscular. Trombose, com trombos organizados, foi vista em cinco animais e, trombos recentes de fibrina, em dois. Os trombos organizados localizavam-se sempre em vasos cuja parede exibia aspecto histológico normal. Na reação piogranulomatosa, predominavam os neutrófílos e piócitos, apesar de serem também observadas células epitelióides e raras células gigantes, adjacentes aos restos de PVC e osso necrótico. Vasculite, trombos de fibrina e hemorragias também estavam presentes. Áreas de hemorragia também foram visualizadas em nove animais, sendo que, em dois, havia presença de hematocistos pequenos. Neoformação vascular excessiva foi constatada em quatro cães, sendo do tipo arteriolar em três e cavernosa no outro, mas sempre com morfologia endotelial normal. Calcificação distrófíca foi visualizada em tomo dos parafusos, em 12 casos e, em pequenos focos, distanciados dos parafusos, em cinco.


Focos de osteonecrose, situados nas regiões trabecular e cortical (Figura 2) dos processos espinhosos, foram verificados em 15 e 19 cãesrespectivamente. Cavidades de reabsorção e osteoclasia subperiosteal foram observadas em 11 animais, sendo que, em quatro deles, já havia descontinuidade de um dos córtices. Três cães exibiram menor espessura da cortical e, em 15, evidenciou-se osteoporose caracterizada por notável alargamento dos canais osteônicos. Osteopenia trabecular, caracterizada pelo adelgaçamento das trabéculas, foi vista em cinco animais, sendo que, em três, as trabéculas mostravam fragmentação. Havia diminuição do número e mesmo ausência de osteoblastos nas superfícies trabeculares, em 12 animais, acompanhada de lesão da medula óssea, em nove, e de osteonecrose, em 11. A lesão da medula óssea consistiu de hipoplasia das células hematopoiéticas, em nove animais, e de mielofibrose, em igual número de cães, sendo que quatro mostravam concomitância de ambas (Figura 3). Osteopetrose trabecular e cortical foi constatada em 12 e sete animais, respectivamente. As trabéculas engrossadas tenderam a estreitar os espaços da cavidade medular. Formação de tecido ósseo imaturo ("woven bone) ocorreu nas áreas cortical e trabecular de 13 e seis animais, respectivamente, estando a matriz degenerada em 11 e três, respectivamente. Formação cartilaginosa ocorreu (nas extremidades cranial e ou caudal dos processosespinhosos)em12 animais, sendo que, em cinco, a matriz encontrava-se degenerada. No tecido conjuntivo que envolvia o processo espinhoso havia excessiva neoformação vascular em 17 cães, do tipo arteriolar em 10 animais e cavernoso em outros nove (Figura 2), sendo que dois animais exibiam ambos. Em nenhum caso, as células endoteliais mostraram características de anormalidade morfológica. Além disso, havia infiltrado inflamatório mononuclear, em quatro cães, e hemorragias recentes do tipo infíltrativo, em 13 e cístico em seis animais, sendo que, em seis, havia associação dos dois tipos.



As alterações observadas nos corpos vertebrais diferiram pouco, em natureza, daquelas descritas para os processos espinhosos, mas devido a possibilidade de comparação estatística entre vértebras, os achados foram consolidados em tabela. A Tabela 1 apresenta a frequência absoluta e relativa dos achados histopatológicos nos corpos vertebrais L1, L3 e L4 assim como o resultado da análise estatística pelo teste do X2. Na maioria dos animais, foram constatados focos de osteonecrose no córtex dorsolateral esquerdo dos corpos vertebrais, coincidindo com o afastamento do periósteo. Em algumas secções, foram identificadas áreas corticais e trabeculares com superfícies desnudas de osteoblastos (osteoblastopenia), principalmente no corpo da 1.4. O adelgaçamento da cortical, referido como osteopenia, aconteceu preponderantemente nos corpos de L3, resultando em descontinuidade do córtex, em dois cães. O alargamento dos canais osteônicos, aqui denominado de osteoporose, foi também um achado freqüente, mas predominou em L3 Outros animais exibiram osteopetrose cortical e/ou trabecular. Pequena formação subperiosteal de tecido ósseo imaturo, por vezes com matriz degenerada, ocorreu em varias ocasiões. A hipoplasia e fibrose da medula óssea, foi também identificada nos cortes dos três corpos vertebrais. Em três casos, tanto em L1 como em L3, a lesão atingia a área próxima ao processo espinhoso, que também apresentava mielofíbrose. Hemorragias e neoformação vascular excessiva também foram visualizadas no conjuntivo adjacente aos corpos vertebrais. As hemorragias eram todas recentes, focais e do tipo cístico e/ou infiltrativo. A neovascularização era do tipo arteriolar e/ou cavernoso, e, exceto em um cão, sempre continha células endoteliais normais. Neste animal formaramse arteriolas e cavernas, próximas ao corpo da L3, com células endoteliais atípicas, mais globosas e com alguns núcleos ovóides e hipercromáticos. Infiltrado inflamatório, contendo linfócitos, plasmócitos (predominantemente) e, às vezes, células gigantes multinucleadas, foi visto no conjuntivo que circundava os três corpos vertebrais, porém com predominância naqueles que estiveram em contato com o PVC. Em várias secções, células gigantes multinucleadas envolviam e fagocitavam restos do plástico. A formação cartilaginosa, na superfície cortical de L3, foi vista em três animais, sendo que só um tinha sofrido fratura da placa dos corpos vertebrais. Com elevada frequência viram-se restos ósseos isolados e necrosados de permeio ao conjuntivo vertebral.

Analisando os cortes histológicos dos rins, colhidos para biópsia e à necropsia, não foi verificado qualquer sinal de nefrotoxicidade. Em 11 secções renais, a biópsia demostrou nefrite intersticial, que também foi constatada, em 13 secções à necropsia, dez das quais pareceram ser continuidade do processo inicial, mas agravadas. Três casos de nefrite intersticial só foram detectados à necropsia, e um revelado pela biópsia, desapareceu. Comparando cada animal consigo mesmo e levando em consideração a nefrite intersticial, detectada à biópsia e à necropsia, foi verificado que a implantação do PVC, não gerou diferenças significativas (p>0,05), no desencadeamento desta anormalidade.

Apenas nove dos 20 linfonodos poplíteos estudados apresentavam-se aparentemente normais. Nos demais, havia depleção linfóide cortical e paracortical (dois animais), hiperplasia linfóide (seis animais), linfadenite crónica (dois animais) e linfadenite eosinofïlica aguda (um animal). Nas secções com hiperplasia linfóide, foi verificada também a presença de eosinófilos nos seios medulares, em um cão, alto número de plasmócitos nos cordões medulares noutro e esclerose do linfonodo, noutro. A hiperplasia foi classificada como cortical, num caso; paracortical, em quatro, e plasmocitária, noutro. Em todos os cortes, normais e anormais, observaram-se macrófagos contendomelanina (não corada pelo Mallory), situados principalmente na região paracortical e, às vezes, na medular.

No baço, foram constatadas congestão difusa aguda, em 18 animais (90%), depleção linfóide, em oito (40%) e presença de células trombopoiéticas como pró-megacariócitos e megacariócitos, em todos os cães. Depleção do número de linfócitos, não acompanhada de linfocitólise, foi vista na região periarteriolar, em sete; nos cordões da polpa vermelha, em seis; na zona marginal dos folículos linfóides, em dois e nos folículos, em um cão. Em oito, das 20 secções do baço foram contadas de 10 a 51 células trombopoiéticas. Nas restantes a média foi de cinco células. Estas células estavam distribuídas sempre na polpa vermelha, próximo à cápsula ou às trabéculas. A coloração de Gaffhey permitiu identificar outras células da linhagem mielóide, tais como rubroblastos, prórubrócitos, rubrócitos, metarubrócitos, pró-mielócitos e mielócitos.

Metamorfose gordurosa hepática foi vista microscopicamente, em 19 cães, à biópsia e, em todos os animais, à necropsia. Tanto à biópsia quanto à necropsia, a alteração não manteve um padrão de distribuição constante no ácino. Por comparação, a lesão se agravou em nove cães, regrediu em cinco, e persistiu em seis. Lipidose severa só estava presente à biópsia de quatro animais. Congestão passiva foi verificada em 18 cães, à biópsia e, em 11, à necropsia.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

A inflamação incitada pelo PVC-Tigre®, apesar de ser descrita para outros PVCs (GUESS & AUTIAN, 1966; RAY et al., 1981; SPILEZEWSKI et al., 1988), não foi mencionada por RODRIGUEZ ALVAREZ (1990), que usou a mesma marca. Podem ter ocorrido mudanças na composição do PVC- Tigre®. Como definido pêlos autores que usaramoutros PVCs, a reação observada nesta pesquisa, poderia ser decorrência da ação dos estabilizantes e outros aditivos, contidos no plástico. Entretanto, WARD et al. (1976) e MAGNA VITA et al. (1986) propuseram uma etiologia imunomediada para a inflamação. Considerando-se que a reação não foi desencadeada pêlos parafusos, pois as células infla' maiorias agruparam-se somente em tomo do PVC, não foi difícil imputar ao plástico a inflamação.

A formação de uma cápsula fibrosa, relativamente fina (semelhante àquela que se desenvolve em tomo das placas metálicas) e bem aderida em tomo do PVC e a proliferação de tecidofibroso através dos orifícios da placa, indicam aceitação do implante pelo organismo (ANNIS, 1969; GEBELEIN, 1985). Embora não tenha ocorrido verdadeira rejeição, já que não ocorreram exsudação purulenta, fistulação e afrouxamento dos implantes (ANNIS, 1969; SINIBALDI et al., 1976), a reação inflamatória microscopicamente visualizada, sugere algum tipo de reação a corpo estranho. Apesar da correia limpeza das placas e da irrigação cuidadosa dos tecidos, foram observados resíduos microscópicos do PVC sendo fagocitados por células gigantes. SWAIM et al. (1988) relataram achados semelhantes após o uso de placas Lubra. Acredita-se que os restos do PVC, vistos nesta pesquisa, podem ter sido liberados pela passagem ou fricção dos parafusos. Conforme relatado por RAY et al. (1981) e SPILEZEWSKI et al. (1988) a reação é, inicialmente, neutrofílica e acompanhada de vasculite e trombose, tomando-se no transcorrer dos 45 dias em crónica granulomatosa, com presença de linfócitos, plasmócitos, macrófagos, células epitelióides e células gigantes multinucleadas. Reação inflamatória crónica, do tipo granulomatosa por corpo estranho, foi diagnosticada também por SWAIM et al. (1988), em tomo das placas Lubra. Considerando, entretanto, o predomínio de plasmócitos e lembrando que o PVC pode provocar vasculopatias por deposição de imunocomplexos (WARD et al., 1976), poderia-se pensar em reação granulomatosa imunomediada (JONES & HUNT, 1983; BRASILEIRO FILHO et al., 1993), por células e por anticorpos.

As lesões vasculares e as hemorragias recentes presentes no conjuntivo próximo às placas indicam que o PVC-Tigre® possui ação lesiva prolonada sobre os vasos. Segundo WARD et al. (1976) e MAGNA VITA et al. (1986) esta ação seria tóxica ou imunomediada, produzida pelo cloreto de vinila ou seu metabólito, o óxido de cloroetileno, que aluaria como hapteno. As lesões vasculares, no entanto, podem ser simplesmente devidas ao processo inflamatório adjacente (JUBB et al., 1993), mas hemorragias resultantes da ação lesiva de tóxicos sobre o endotélio vascular são bem conhecidas (JONES & HUNT, 1983). As alterações microscópicas que caracterizaram a vasculite também assinalaram que as hemorragias não decorreram de mobilidade dos implantes.

O PVC parece ter tido uma participação significativa na proliferação vascular. O cloreto de vinila (monômero do PVC) é amplamente conhecido como causador de angiossarcomas (FERON et al., 1979b, 1981). MAGNA VITA et al. (l 986) relataram proliferação de capilares na pele de indivíduos intoxicados pelo cloreto de vinila.MOULTON (1990) e JUBB et al. (1993) mencionaram que as neoplasias vasculares podem ser do tipo capilar ou cavernoso e que, quando benignas, podem ser semelhantes às neoformações vasculares que ocorrem nas reações reparadoras ou inflamatórias. No presente estudo, somente um cão exibiu neovascularização com células endoteliais indiferenciadas, semelhantes às descritas para os hemangiossarcomas (MOULTON, 1990; JUBB et al., 1993). Nos outros, a proliferação de células endoteliais era semelhante àquela vista nos hemangiomas e vasos dos processos cicatriciais. Pesquisas com maior duração são necessárias, para avaliar esta importante questão. A matriz óssea lesada e/ou os macrófagos e osteoblastos envolvidos na inflamação e nas lesões ósseas, poderiam ter liberado o fator de crescimento de fíbroblastos básico, que possui potente ação angiogênica (BRASILEIRO FILHO et al., 1993; GLOBUS et al., 1989).

A osteoporose e a osteopenia verificadas nos corpos e nos processos espinhosos vertebrais foram semelhantes àquelas observadas nos ossos longos imobilizados, tanto com placas metálicas como plásticas (SLATIS et al., 1978; BRADLEY et al., 1979; CLAES, 1989). Além de distúrbios vasculares e da rigidez das placas, a ação nociva do plástico pode ter contribuído para o adelgaçamento, aumento da reabsorção e fragmentações dos córtices e trabéculas observados, já que as mesmas alterações foram descritas em ossos de trabalhadores em fábricas de PVC (WILSON et al., 1967; MARKOWITZ et al, 1972). A visualização microscópica deste tipo de osteopenia, às seis semanas de implantação da placa de PVC, assemelha-se aos resultados obtidos por RISCHEN et al. (1987), usando placas de fluoreto de polivinilideno (Lubra®) nos processos espinhosos.

A mielofíbrose pode ser definida como um processo cicatricial decorrente de lesão das células da medula óssea (JAIN, 1993). Como esta lesão e a hipoplasia medular ocorreram nas estruturas vertebrais com maior contato com o PVC ( L3 e processos espinhosos), e estando os hemogramas dentro da normalidade, poder-se-ia responsabilizar o PVC como causador direto e local da lesão medular. A necrose tóxica da medula óssea já foi citada por WILLARD et al. (1989), ao discorrer sobre mielofíbrose. A substância que afetou a medula óssea dos corpos L1, que não tinham contato direto com o PVC, pode ter se difundido a partir das placas apoiadas no corpo da L2 e/ou nos processos espinhosos da própria L1. Como a mielofíbrose, a osteopetrose foi mais frequente no corpo de L3 e nos processos espinhosos. WEISER(1989) sugere que a mielofíbrose e a osteopetrose podem ocorrerconcomitantemente, após uma lesão da medula óssea, estreitando os espaços medulares, ao ponto de impedir a hematopoiese. BAB et al. (1988) afirmam que no processo de cicatrização da medula óssea, são liberadas (localmente) substâncias que estimulam a osteogênese.

A necrose óssea nas áreas de maior contato com o plástico pode ter sido causada pelo ácido clorídrico, normalmente liberado pelo PVC (GOLDING, 1959), mas também pode ter decorrido do processo inflamatório adjacente e/ou por isquemia (JUBB et al., 1993), bem como, por ação direta de componentes do PVC (WILSON et al., 1967; MARKOWITZ et al., 1972). A possibilidade de necrose pelo calor (BOUDRIEAU, 1991; JUBB et al., 1993) foi eliminada, já que a perfuração dos corpos vertebrais, foi feita lentamente e com furadeira manual. Como a osteonecrose foi constatada tanto nos corpos vertebrais em contato com o PVC como naqueles sem contato, acredita-se que a elevação do periósteo, possa ser uma das causas desta alteração. É bom lembrar que a irrigação dos corpos vertebrais, nos cães, processase pêlos vasos que penetram ventral, lateral e dorsalmente à superfície cortiça! (CROCK, 1960; ALBERTI & PINA, 1989). Entretanto, alterações estavam também presentes nos processos espinhosos e medula óssea, não irrigados pêlos vasos periosteais (CROCK, 1960; RISCHEN et al., 1987; ALBERTI & PINA, 1989), o que reafirma a importância de componentes do PVC ou da inflamação, na génese da osteonecrose. Além disso, a ausência de necrose óssea após o uso de placas Lubra, envolvendo processos espinhosos (RISCHEN et al., 1987), reforça mais uma vez a tese de que o PVC-Tigre® foi nocivo ao tecido ósseo.

Os achados histopatológicos nos linfonodos foram conflitantes. Alguns linfonodos eram normais, outros estavam inflamados ou hiperplásicos e outros apresentavam depleção linfóide. A congestão aguda constatada na maioria das secções do baço e fígado, deveu-se aos efeitos depressores cardíacos e vasculares das drogas usadas para a anestesia e eutanásia (JONES et al., 1977; JUBB et al., 1993). Baços mais pesados e com atividade hematopoiética aumentada, foram verificados por FERON & KROES (1979) e FERON et al. (1979a), em ratos submetidos à inalação de ar rico em cloreto de vinila. Embora o baço normal de cães adultos não possua atividade hematopoiética (COUTO, 1989), vários cães desta pesquisa apresentaram hematopoiese esplénica. Como, pelo hemograma, não foi constatada depleção de células sanguíneas que pudesse estimular a hematopoieseesplénica (JONES & HLTNT, 1983; JUBB et al., 1993), considera-se que produtos tóxicos liberados pelo PVC, foram os responsáveis pela alteração. Conforme já havia sido verificado por SEINEM & WILLEMS (1976), em ratos, a depleção linfóide observada no baço e linfonodo de alguns animais desta pesquisa, poderia também estar relacionada aos efeitos tóxicos do PVC. Sem causar linfocitólise, estabilizantes do PVC reduziram o número de linfócitos no baço, timo e linfonodos de ratos (SEINEM & WILLEMS, 1976). Como a depleção linfóide no baço ocorreu em 40% dos cães, e, no linfonodo, em apenas 10%, não se pode garantir que o PVC tenha sido a causa desta alteração. WARD et al. (1976) constataram, em pessoas intoxicadas pelo cloreto de vinila, redução da população de linfócitos T e discreto incremento dos linfócitos B, mantendo entretanto, o número absoluto de linfócitos inalterado. A ausência de linfocitólise e este antecedente no homem poderiam explicar, nesta pesquisa, a depleção linfóide não acompanhada de linfopenia.

Os resultados aqui apresentados restringem-se ao PVC-Tigre®, pois os aditivos e concentrações de cloreto de vinila são diferentes nas diversas marcas (VINYL..., 1979). A colheita de fragmentos para biópsia evitou que lesões já existentes fossem atribuídas ao PVC. Infelizmente este procedimento não foi feito para os órgãos linfóides. Vale a pena lembrar que a espécie canina já foi citada como pouco susceptível aos efeitos tóxicos do PVC e de seus componentes (TORKELSON et al., 1961; JOHNSON & SCHMIDT, 1977). Por outro lado, há de se considerar que o tempo de duração desta pesquisa foi curto, para se estabelecer conclusões definitivas sobre a toxicida de do plástico. Por exemplo, GERHARDS et al. (1991) verificaram o surgimento de fibroma em equinos só após 12 meses de contato com PVC. Contudo, considerando as lesões da cápsula fibrosa, da medula óssea, do osso e do baço, pode se afirmar que as placas de PVC-Tigre ® produzem alterações teciduais indesejáveis, em cães, A existência de outros PVCs menos lesivos deve ser pesquisada e a possibilidade de usá-los como implante, no osso, deve ser estudada, antes de se fazer a indicação deste material em traumatologia vertebral.

FONTES DE AQUISIÇÃO

a - Tubos Marca Tigre: Companhia Hansen Industrial, Rua Xavantes, 54 Joinville, SC. (89203-210) Brasil.

2 Médico Veterinário, Doutor, Professor Adjunto 3, Departamento de Clínicas Veterinárias, Universidade Estadual de Londrina, Campus Universitário, Caixa Postal 6001, 86051-970, Londrina – PR. Autor para correspondência.

3 Médico Veterinário, Doutor, Professor Adjunto 4, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária, UFMG.

4 Médico Veterinário, Mestrando da Escola de Veterinária, UFMG.

5 Médico Veterinário, Mestre, Professor Titular, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de Veterinária, UFMG.

Recebido para publicação em 12.06.96. Aprovado em 04.09.96

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  • 1
    Parte da Tese apresentada pelo primeiro autor ao Curso de Doutorada em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Maio 2008
    • Data do Fascículo
      Mar 1997

    Histórico

    • Recebido
      12 Jun 1996
    • Aceito
      04 Set 1996
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