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Composições florística e fitossociológica de uma mata secundária de um trecho da Mata Atlântica

Floristic and fitossociological compositions of a secondary forest in a site of the Atlantic Forest

Resumos

Este trabalho objetivou conhecer a composição florística e a estrutura fitossociológica de uma mata de regeneração natural da tipologia de Mata Atlântica. O presente estudo foi desenvolvido numa mata secundária, de regeneração natural, 25 anos após um corte raso, na região do Médio Rio Doce, Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas de 19°58' S e 42°62' W. A mata original consistia de vegetação do tipo mata média alta com bambuzóides e graminóides, predominante na região. O trabalho foi desenvolvido de julho a agosto de 1994 e foram coletadas e identificadas 43 espécies arbóreas com diâmetro à altura do peito superior a 5cm, pertencentes a 23 famílias, com densidade de 1247 indivíduos por hectare. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, Lauraceae e Sapotaceae com quatro, seguida de Euphorbiaceae, Moraceae e Rutaceae, com três, e das demais famílias, 78% são representadas por uma única espécie. Entretanto, as famílias com maior número de indivíduos foram Sapotaceae com 66, Anacardiaceae com 56 e Mimosaceae com 45. As espécies com maior índice do valor de importância foram gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium Schott), angico (Pseudopiptadenia contorta (DC.), Lewis & Lima) e garapa (Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.), com valores de 56,80; 24,54 e 23,03, respectivamente, representando 34,79% das espécies da área e 37,42% do total de indivíduos. O Índice Shannon-Weaver para espécies é (H’)=3,09 nats/espécie.

mata; regeneração natural; espécies nativas; floresta


The study was carried to evaluate floristic composition and its sociability in a secondary forest of natural regeneration 25 years after a clear cut at Médio Rio Doce region, State of Minas Gerais, Brazil located, at 19°58' latitude South and 42°62' longitude West. The original forest consisted of a high medium forest type with bamboo and grasses predominance. Total 43 tree species were collected and identified with DBH height higher than 5 cm, belonging to 23 families. Families that presented greater number of species were Fabaceae, Lauraceae and Sapotaceae (four species), and followed by Euphorbiaceae, Moraceae and Rutaceae, with three, and for the remaining, 78% families were represented by one specie only. However, the families with greater number of trees were Sapotaceae with 66, Anacardiaceae with 56 and Mimosaceae, with 45. The species with higher importance index value were gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium Schott), angico (Pseudopiptadenia contorta (DC.) Lewis & Lima) and garapa (Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.), with values of 56.80; 24.54 and 23.03, respectively, that represent 34.79% of the species in the area and 37,42% of the total number of trees. The Shannon-Weaver Index for species is (H') =3.09 nats/espécie.

natural regeneration forest; native species; forest


COMPOSIÇÕES FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA MATA SECUNDÁRIA DE UM TRECHO DA MATA ATLÂNTICA

FLORISTIC AND FITOSSOCIOLOGICAL COMPOSITIONS OF A SECONDARY FOREST IN A SITE OF THE ATLANTIC FOREST

Marcos Antônio Drumond1 1 Engenheiro Florestal, Dr., Pesquisador da Embrapa Semi-Árido, CP 23, 56300-000, Petrolina, PE. E-mail: drumond@cpatsa.embrapa.br. Autor para correspondência. João Augusto Alves Meira Neto2 1 Engenheiro Florestal, Dr., Pesquisador da Embrapa Semi-Árido, CP 23, 56300-000, Petrolina, PE. E-mail: drumond@cpatsa.embrapa.br. Autor para correspondência.

RESUMO

Este trabalho objetivou conhecer a composição florística e a estrutura fitossociológica de uma mata de regeneração natural da tipologia de Mata Atlântica. O presente estudo foi desenvolvido numa mata secundária, de regeneração natural, 25 anos após um corte raso, na região do Médio Rio Doce, Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas de 19°58' S e 42°62' W. A mata original consistia de vegetação do tipo mata média alta com bambuzóides e graminóides, predominante na região. O trabalho foi desenvolvido de julho a agosto de 1994 e foram coletadas e identificadas 43 espécies arbóreas com diâmetro à altura do peito superior a 5cm, pertencentes a 23 famílias, com densidade de 1247 indivíduos por hectare. As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, Lauraceae e Sapotaceae com quatro, seguida de Euphorbiaceae, Moraceae e Rutaceae, com três, e das demais famílias, 78% são representadas por uma única espécie. Entretanto, as famílias com maior número de indivíduos foram Sapotaceae com 66, Anacardiaceae com 56 e Mimosaceae com 45. As espécies com maior índice do valor de importância foram gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium Schott), angico (Pseudopiptadenia contorta (DC.), Lewis & Lima) e garapa (Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.), com valores de 56,80; 24,54 e 23,03, respectivamente, representando 34,79% das espécies da área e 37,42% do total de indivíduos. O Índice Shannon-Weaver para espécies é (H’)=3,09 nats/espécie.

Palavras-chave: mata, regeneração natural, espécies nativas, floresta.

SUMMARY

The study was carried to evaluate floristic composition and its sociability in a secondary forest of natural regeneration 25 years after a clear cut at Médio Rio Doce region, State of Minas Gerais, Brazil located, at 19°58' latitude South and 42°62' longitude West. The original forest consisted of a high medium forest type with bamboo and grasses predominance. Total 43 tree species were collected and identified with DBH height higher than 5 cm, belonging to 23 families. Families that presented greater number of species were Fabaceae, Lauraceae and Sapotaceae (four species), and followed by Euphorbiaceae, Moraceae and Rutaceae, with three, and for the remaining, 78% families were represented by one specie only. However, the families with greater number of trees were Sapotaceae with 66, Anacardiaceae with 56 and Mimosaceae, with 45. The species with higher importance index value were gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium Schott), angico (Pseudopiptadenia contorta (DC.) Lewis & Lima) and garapa (Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr.), with values of 56.80; 24.54 and 23.03, respectively, that represent 34.79% of the species in the area and 37,42% of the total number of trees. The Shannon-Weaver Index for species is (H') =3.09 nats/espécie.

Key-words: natural regeneration forest, native species, forest.

INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica diante das condições climáticas, aliada à sua ocorrência em áreas localizadas desde o nível do mar até altitudes de aproximadamente 2.000 metros, com uma variação de latitude que vai desde os 5°30' Sul até 30° Sul, faz com que grande diversidade de ecossistemas ocorra em sua área de abrangência. Segundo OGAWA et al. (1990), nessa região, sobrevivem ainda uma quantidade estimada de cerca de 200.000 espécies de plantas e animais. Segundo RIZZINI (1979), a sua principal área central de ocorrência se verificava entre as Serras do Mar e da Mantiqueira, englobando os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A região do Médio Rio Doce detém a maior reserva de Mata Atlântica, relativamente preservada, de Minas Gerais. Constitui-se hoje no principal banco de germoplasma e em um referencial ecológico para os trabalhos de recomposição florística na área de predomínio da Mata Atlântica. Ela é caracterizada pela alta diversidade de espécies e pelo alto nível de endemismo (MORI et al., 1981).

As áreas cobertas pela vegetação de Mata Atlântica, desde o período Colonial, vêm sofrendo crescente e permanente devastação (VIANA, 1990; COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA PREPARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991), limitando-se a apenas fragmentos, na maioria das vezes, em locais de topografia muito acidentada. A floresta do Parque Estadual do Rio Doce (PERD) se constitui, hoje, numa das raras situações que permitem estudos para o entendimento de vários processos ligados à vegetação de Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais. Suas adjacências são constituídas por grandes áreas de pastagens abandonadas, reflorestamentos comerciais, alguns fragmentos e áreas de regeneração natural

Estudos da composição florística e da estrutura fitossociológica das espécies, em especial das tipologias predominantes, podem dar uma contribuição substancial para a conservação dos recursos genéticos e recuperação de fragmentos degradados de Mata Atlântica. Assim, este trabalho visou a conhecer a composição florística e a estrutura fitossociológica de uma mata de regeneração natural da tipologia de Mata Atlântica, predominante na região do Médio Rio Doce, Minas Gerais.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido na região do Médio Rio Doce, entre as coordenadas geográficas 19°58' Lat. S e 42°62' Long. W, entre os municípios de Marliéria e Dionízio, Estado de Minas Gerais.

A vegetação natural da região é de Floresta Estacional Semidecidual Submontana (IBGE, 1993). O clima, segundo classificação Köppen, é do tipo Aw. A precipitação média anual varia em torno de 1.480 mm, com as estações chuvosa e seca bem definidas. A temperatura média anual é de 21,9°C. Os solos, predominantemente, são do tipo Latossolo vermelho-amarelo, de maneira geral, são ácidos e de baixa fertilidade natural (COMISSÃO..., 1989), característica comum aos solos da região do Vale do Rio Doce, especialmente os de encostas (SANTANA, 1986; TEIXEIRA et al., 1989), relevo ondulado a fortemente ondulado, possui textura variando de argilosa a muito argilosa, semelhante a determinação feita por FONSECA et al. (1993), na mesma região.

A vegetação de regeneração natural, 25 anos após um corte raso (mata Mombaça), originalmente classificada como vegetação do tipo mata média alta com bambuzóides e graminóides (GILHUIS, 1986), apresenta árvores com mais de 12 metros de altura. A amostragem foi realizada de julho a agosto de 1994, onde se estabeleceram dez parcelas de 300 m2 (30m x 10m). Foram medidos o diâmetro à altura de 1,30m do solo (DAP), altura comercial e total, e identificadas as árvores com DAP igual e/ou superior a 5cm.

Os parâmetros fitossociológicos foram determinados através do programa "Fitopac" (SHEPHERD, 1994). O volume das árvores foi estimado a partir das equações:

Log(V)=-0,070432+1,980615 log (DAP)+0,807550 log (Hc) para tronco e Ln(Vg)=-5,67084+18,20443DAP-14,42407DAP2 para copa (CETEC, 1983).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A composição florística da mata é formada por 23 famílias, 36 gêneros e 43 espécies identificadas (tabela 1). As famílias com maior número de espécies foram Fabaceae, Lauraceae e Sapotaceae, com quatro, seguidas de Euphorbiaceae, Moraceae e Rutaceae com três. Das 18 famílias restantes, 14 são representadas por uma única espécie. As famílias com maior número de indivíduos foram Sapotaceae com 66, Anacardiaceae com 56 e Mimosaceae com 45 (figura 1).


A menor diversidade florística da mata Mombaça (H'= 3,09 nats/esp.) em relação à mata Salão Douradoa (H'= 3,85nats/esp.) ( DRUMOND, 1996), possivelmente, decorre da intervenção antrópica ocorrida em 1969, quando foi feito corte raso, explorando toda a madeira da área para produção de carvão. De qualquer forma, depois de 25 anos, os distúrbios sofridos pela mata Mombaça se refletem na forma de menores valores de densidade de indivíduos (1.247ind/ha), de dominância (16,7m2/ha), e de volume de madeira da vegetação arbórea (205,3 m³/ha), em comparação com a mata Salão Dourado ( DRUMOND, 1996). Além disso, as árvores são mais baixas, com a classe de altura predominante entre 5,1 e 13,9 metros, na qual se enquadram 70,3% das árvores. Das demais, 15,3% estão abaixo e 14,4% acima da classe predominante.

De acordo com as classes diamétricas (figura 2), o número de indivíduos seguiu a distribuição típica de "J-invertido", padrão característico de florestas naturais ineqüiâneas (François De Lioucourt, apud MEYER et al., 1961). Trata-se de uma vegetação secundária com o estrato dominante entre 5 e 12 metros de altura, sendo ocupado por 78,3% das árvores, em que 9,3% estão abaixo e 12,4% acima do estrato dominante.


Das 13 espécies com maior índice do va-lor de importância (IVI), as que predominam são gonçalo-alves (Astronium fraxinifoliumSchott) e angico (Pseudopiptadenia contorta (DC.) Lewis & Lima), representando 14,97 e 11,76% dos indivíduos amostrados, respectivamente (tabela 2). Considerando o IVI, as principais espécies foram: angico, gonçalo-alves, garapa (Apuleia leiocarpa(Vog.) Macbr.), catuá-branco (Pouteria sp. 3), catuá-vermelho (Pouteria sp. 2), canudo-de-pito (Mabea fistuliferaMart.), adrago (Aparisthmium cordatum(Juss.) Baill.), pindaíba-preta (Xylopia sericea A. St. Hil.), lagoinha (Brosimum sellowii Koehn.), catuá-figueira (Pouteria sp. 4), arapoca (Sebastiania guianensisMuell. Arg.), espeto-branco (Sloanea monosperma Vell.) e goiabeira-pelada (Psidiumsp.), representando 68,19% das espécies da área (tabela 2).

CONCLUSÕES

O corte raso na mata Mombaça na Região do Médio Rio Doce, Estado de Minas Gerais causa diminuição da diversidade, densidade, dominância, volume e altura das espécies arbóreas.

FONTES DE AQUISIÇÃO

a - Vegetação do tipo mata média alta com bambuzóides e graminóides (tipologia mais abundante do Parque Estadual do Rio Doce, cobrindo uma área de aproximadamente 11 mil hectares.

IBGE (Rio de Janeiro). Mapa de vegetação do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1993. 1 mapa color 100 x 120cm Escala 1:5.000.000.

2 Professor do Departamento de Biologia Vegetal da Univesidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.

Recebido para publicação em 03.03.98. Aprovado em 30.12.98

  • CETEC (Belo Horizonte, MG). Levantamento das formações vegetais naturais lenhosas de Minas Gerais. Belo Horizonte: CETEC, 1983. 3 v.
  • COMISSÃO INTERMINISTERIAL PARA PREPARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. (Brasília, DF). Subsídios técnicos para elaboração do relatório nacional do Brasil para a CNUMAD: Versão preliminar. Brasília: Com. Int. Prep. Conf. Nações Unidas, 1991. 272 p.
  • COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (Belo Horizonte, MG) Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas gerais: 4ª aproximação Lavras: CFSEMG, 1989. 176 p.
  • DRUMOND, M.A. Alterações fitossociológicas e edáficas decorrentes de modificações da cobertura vegetal na Mata Atlântica, região do Médio Rio Doce, MG Viçosa - MG, 1996. 73p. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) - Curso de Pós-graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa, 1996.
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  • GILHUIS, J.P. Vegetation of the Parque Florestal Estadual do Rio Doce-MG-Brazil Wageningen, 1986. 86p. Thesis (Mestrado em Ciência Florestal) - Curso de Pós-graduação em Ciência Florestal, Agricultural University of Wageningen, 1986.
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  • SHEPHERD, G.J. Fitopac 1. Manual do usuário. Campinas: UNICAMP, 1994. np.
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  • VIANA, V.M. Biologia e manejo de fragmentos de florestas nativas. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6, 1990, Campos do Jordão - SP. Anais... São Paulo: SBF, 1990. v. 1, 155p. p. 113-118.
  • 1
    Engenheiro Florestal, Dr., Pesquisador da Embrapa Semi-Árido, CP 23, 56300-000, Petrolina, PE. E-mail:
    drumond@cpatsa.embrapa.br. Autor para correspondência.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Dez 2006
    • Data do Fascículo
      Dez 1999

    Histórico

    • Recebido
      03 Mar 1998
    • Aceito
      30 Dez 1998
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