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DIAGNÓSTICO EM ANAPLASMOSE BOVINA

DIAGNOSIS IN BOVINE ANAPLASMOSIS

Resumos

Anaplasma marginale (THEILER 1910) é uma rickettsia intra-eritrocitária obrigatória de ruminantes susceptíveis, transmitida biológica e mecanicamente por carrapatos e insetos hematófagos. Ela determina o aparecimento de formas clínicas aguda, superaguda, leve e/ou crônica, com um período pré-patente de 20 a 40 dias seguido por parasitemia e intensa anemia, provocando perdas com um custo estimado de 40 milhões de dólares anuais; está amplamente distribuída nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo. A. marginale confere imunidade de origem humoral e celular que não é dependente de infecção persistente. O diagnóstico é baseado em sinais clínicos, detecção do microrganismo no sangue, anticorpos no soro ou alterações patológicas post mortem. O objetivo deste trabalho é reunir informações sobre aspectos de diagnóstico da anaplasmose bovina.

Anaplasma marginale; bovino; prevalência; imunidade; diagnóstico


Anaplasma marginale (THEILER, 1910), a rickettsial hemoparasite of ruminants, is transmited biologically and mecanically by ticks and haematofagous insects. It has a pre-patent period of 20 to 40 days, followed by high parasitemia and severe anemia. Infected animals can develop a mild, aguda, hiperaguda or cronic clinical forms of the disease. A. marginale has an worldwide distribuition with high incidence in tropical and subtropical regions. A. marginale promove an immunity not dependent of a persistent infection, involving both, humural and celular immunological mechanisms. Diagnosis is based on clinical signs, detection of the microrganisms on the blood, antibodies on the serum or post-mortem pathological changes. Informations about the diagnostic aspects of anaplasmosis are reviewed.

Anaplasma marginale; prevalence; immunity; diagnostics


DIAGNÓSTICO EM ANAPLASMOSE BOVINA

DIAGNOSIS IN BOVINE ANAPLASMOSIS

Odilon Vidotto1 1 Professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina (UEL), CP 6001, 86051-970, Londrina, PR. E-mail: vidotto@uel.br, Fax 0433714714. Autor para correspondência. Elizabete Regina Marangoni Marana2 1 Professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina (UEL), CP 6001, 86051-970, Londrina, PR. E-mail: vidotto@uel.br, Fax 0433714714. Autor para correspondência.

- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA -

RESUMO

Anaplasma marginale (THEILER 1910) é uma rickettsia intra-eritrocitária obrigatória de ruminantes susceptíveis, transmitida biológica e mecanicamente por carrapatos e insetos hematófagos. Ela determina o aparecimento de formas clínicas aguda, superaguda, leve e/ou crônica, com um período pré-patente de 20 a 40 dias seguido por parasitemia e intensa anemia, provocando perdas com um custo estimado de 40 milhões de dólares anuais; está amplamente distribuída nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo. A. marginale confere imunidade de origem humoral e celular que não é dependente de infecção persistente. O diagnóstico é baseado em sinais clínicos, detecção do microrganismo no sangue, anticorpos no soro ou alterações patológicas post mortem. O objetivo deste trabalho é reunir informações sobre aspectos de diagnóstico da anaplasmose bovina.

Palavras-chave: Anaplasma marginale , bovino, prevalência, imunidade, diagnóstico.

SUMMARY

Anaplasma marginale (THEILER, 1910), a rickettsial hemoparasite of ruminants, is transmited biologically and mecanically by ticks and haematofagous insects. It has a pre-patent period of 20 to 40 days, followed by high parasitemia and severe anemia. Infected animals can develop a mild, aguda, hiperaguda or cronic clinical forms of the disease. A. marginale has an worldwide distribuition with high incidence in tropical and subtropical regions. A. marginale promove an immunity not dependent of a persistent infection, involving both, humural and celular immunological mechanisms. Diagnosis is based on clinical signs, detection of the microrganisms on the blood, antibodies on the serum or post-mortem pathological changes. Informations about the diagnostic aspects of anaplasmosis are reviewed.

Key words: Anaplasma marginale , prevalence, immunity, diagnostics.

INTRODUÇÃO

Anaplasmose bovina é uma infecção causada por Anaplasma marginale (THEILER, 1910) e A. centrale (THEILER, 1911), rickettsias da família Anaplasmataceae, ordem Rickettsiales (RISTIC & KREIER, 1974). A espécie mais patogênica e de maior importância para bovinos é o A. marginale. Essa rickettsia apresenta-se como corpúsculos intra-eritrocitários, visualizados em microscopia óptica como pequenos pontos escuros, de localização periférica, variando entre 0,1mm a 0,8mm (FARIAS, 1995).

O A. marginale está amplamente distribuído nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo (PALMER, 1989). Está presente na América do Norte, América Central, América do Sul, Austrália e Sudeste Africano (JAMES et al., 1985; DALGLIESH et al., 1990), sendo endêmica no México, América Central, região Caribeana das Américas, Guianas, Venezuela e Colômbia (JAMES et al., 1985). A prevalência varia de 2,1% a 100% (PATARROYO et al., 1978; BAUMGARTNER et al., 1992; JONGEJAN et al., 1988; JORGENSEN et al., 1992). No Brasil, a prevalência da anaplasmose também tem uma grande variação, com índices de 12,3 a 100% (RIBEIRO & REIS, 1981; OLIVEIRA et al., 1992; MADRUGA et al., 1994; ARTILES et al., 1995; VIDOTTO et al., 1997, 1998).

Nos EUA, a anaplasmose é responsável pela morte de 50.000 a 100.000 cabeças de bovinos anualmente, com perdas estimadas em U$ 300 milhões. Ela atinge cerca de 30% das regiões enzoóticas do Estado do Texas, provocando a morte em 36% dos casos clínicos, 24% de abortos, perda de peso médio de 86kg por animal, durante a fase aguda da infecção e aumento de U$ 52 e U$ 30 com serviços veterinários e manejo, respectivamente (PALMER et al., 1986).

O A. marginale é transmitido biológica e mecanicamente por um grupo diversificado de artrópodes (KREIER et al., 1991). O carrapatoBoophilus microplus é o principal transmissor de A. marginale no Brasil (MARTINS & CORRÊA, 1995) pelas vias transestadial e mecânica, sendo que a via transovariana ainda está sendo avaliada (CONNEL & HALL, 1972; RIBEIRO et al., 1995). Insetos hematófagos (moscas, mosquitos, tabanídeos) e agulhas de injeção também contribuem para a transmissão da doença (GUGLIELMONE, 1994; SOLARI & QUINTANA, 1994; FARIAS, 1995). A forma congênita de transmissão em bovinos pode ocorrer (ZAUGG, 1985; RIBEIRO et al., 1995; ANDRADE, 1998), ocasionando a anaplasmose neonatal (NORTON et al., 1983).

A imunidade conferida contra A. marginale é de duração variável e de origem humoral e celular. Na anaplasmose, há uma evidência de resposta auto-imune durante a fase aguda, parcialmente responsável pela anemia (CARSON & BUENING, 1979), na qual o baço tem importante função no desenvolvimento e manutenção da imunidade, pois os eritrócitos são rapidamente removidos da circulação, sem evidência de hemólise intravascular. A esplenectomia prejudica a formação de imunoglobulinas M (IgM), especialmente na resposta primária, envolvendo a síntese de anticorpos. As IgM aparecem no início da resposta imunológica e são anticorpos fixadores de complemento e aglutinantes, sendo responsáveis por 75% da atividade de fixação de complemento, enquanto as Imunoglobulinas G (IgG) aparecem mais tarde persistindo por vários meses (KLAUS & JONES, 1968). Os bezerros que se infectam nos primeiros dias de vida, em regiões onde o carrapato está presente durante o ano todo, apresentam maior resistência devido à absorção de anticorpos colostrais, imunidade celular e presença de fatores séricos de resistência (MADRUGA et al., 1987a).

As linfocinas, especialmente os interferons, com alguma atividade semelhante ao fator de inibição de migração (MIF), são importantes na resposta imune do hospedeiro e, possivelmente, estão envolvidas na ativação dos macrófagos e ou linfócitos T, incluindo funções helper (PALMER, 1989).

A opsonização de corpúsculos iniciais de A. marginale pelo anticorpo produzido em animais imunizados com a proteína majoritária de superfície (MSP1) resultou em aumento da fagocitose quando comparado com animais imunizados com ovoalbumina. Esse mecanismo pode desempenhar um importante papel na proteção in vivo de animais desafiados. A fagocitose, como um mecanismo chave de imunidade, poderia ser afetada por dois fatores, esplenectomia e supressão da função linfocítica em bovinos desafiados. Assim, a otimização de imunidade protetora pode requerer estímulos apropriados de anticorpos opsonizantes e também aumento da função de macrófagos (CANTOR et al., 1993).

Proteínas majoritárias de superfície de A. marginale (MSPs) desempenham importante papel no desenvolvimento da resposta imune de animais infectados (PALMER & McGUIRE, 1984). As MSPs foram reconhecidas por anticorpos policlonais e designadas MSP1a (105kDa), MSP1b (100kDa), MSP2 (36kDa), MSP3 (86kDa), MSP4 (31kDa) e MSP5 (19kDa). Estas proteínas estão presentes em cepas de diferentes regiões do mundo (VIDOTTO et al., 1994; PATARROYO et al., 1994; ANDRADE, 1998). A imunização de bovinos com as MSPs nativas e recombinantes de A. marginale induziu proteção significativa contra anaplasmose aguda (PALMER et al. 1986, 1988; PALMER, 1989). Estas duas proteínas recombinantes (MSP3 e MSP5) mostraram potencial para uso em testes de diagnóstico (McGUIRE et al., 1991; NDUNG'U et al., 1995).

O A. marginale determina as formas clínicas aguda, superaguda, leve e/ou crônica, (RISTIC, 1981; MARTINS & CORRÊA, 1995), com um período pré-patente de 20 a 40 dias seguido por parasitemia. No pico da enfermidade, a queda do hematócrito é acentuada e mais de 75% dos eritrócitos podem estar infectados, com o quadro podendo persistir por uma a duas semanas (NASCIMENTO et al., 1981; KREIER et al., 1991). Os sinais observados consistem de anemia hemolítica, icterícia, dispnéia, taquicardia, febre, fadiga, lacrimejamento, sialorréia, diarréia, micção freqüente, anorexia, perda de peso, aborto, às vezes agressividade (RISTIC, 1981; ALDERINK & DIETRICH, 1983; BARBET, 1995), podendo levar o animal à morte em menos de 24 horas (FARIAS, 1995).

Existem três situações que devem ser observadas para a implantação de um controle racional: áreas livres de doenças transmitidas por carrapato, onde a população bovina é susceptível às doenças; áreas de instabilidade enzoótica, em que as condições climáticas não são totalmente favoráveis ao desenvolvimento do carrapato, porém, possibilitam a ocorrência de infestações temporárias em população de risco; áreas de estabilidade enzoótica, onde as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento dos vetores, sendo que os prejuízos causados pelo carrapato em si são mais importantes que aqueles causados pelos agentes que transmitem (ARTECHE, 1992).

Diversas formas de controle têm sido empregadas como medidas higiênico-sanitárias (fômites, controle de moscas e outros insetos), administração de medicamentos (oxitetraciclina ou clortetraciclina, controle de carrapatos, avaliação da resistência aos carrapaticidas), vacinas e avaliação dos níveis de anticorpos, através de uma variedade de testes sorológicos capazes de avaliarem o grau de imunidade dos rebanhos, considerando-se os custos e a zona de ocorrência desta rickettsiose.

DIAGNÓSTICO

Os sinais clínicos da anaplasmose, evidentes em animais susceptíveis, não são específicos, sendo necessário o diagnóstico diferencial de outras enfermidades. A literatura mostra uma grande variedade de testes laboratoriais que podem ser utilizados para a pesquisa direta doA. marginale e seus componentes, ou antígenos e anticorpos, que podem estar presentes nos humores de animais acometidos pela infecção. O diagnóstico anátomo-patológico é efetuado através de necropsia, para observação das alterações presentes no animal. As alterações macroscópicas mais observadas são sangue fino e aquoso, mucosas e serosas anêmicas ou ictéricas, hepatoesplenomegalia, rins aumentados e escuros, vesícula biliar distendida com bile densa, grumosa e congestão cerebral. Os sinais são bastante variáveis, dependendo da cepa do agente e susceptibilidade do hospedeiro, necessitando de um diagnóstico laboratorial mais detalhado, para identificação da rickettsia e pesquisa de anticorpos conta A. marginale (FAO, 1993; FARIAS, 1995).

O diagnóstico laboratorial da anaplasmose emprega métodos diretos e indiretos, em que a escolha da prova está relacionada com facilidade de execução e ou dos reagentes, da infra-estrutura e capacidade técnica de cada laboratório.

1. Diagnóstico Direto

Na fase aguda da doença, quando a parasitemia é alta, Anaplasma spp é facilmente detectados nos eritrócitos de bovinos, através de esfregaços sangüíneos delgados corados pelo Método Giemsa (FAO, 1993; FARIAS, 1995). Esfregaços de fragmento de sangue coagulado também podem ser utilizados para a confecção de lâminas (STOBBE et al., 1993). Entretanto, quando os animais se recuperam, tornando-se portadores, com baixa parasitemia, a visualização do parasito, por esse método, torna-se extremamente difícil e falha. Nesse sentido, técnicas como, sondas de DNA, PCR e outros métodos para detecção direta de antígenos, com altas sensibilidade e especificidade, têm sido desenvolvidos para detecção do Anaplasmaspp e ou de seus componentes. (FARIAS, 1995; BÖSE et al., 1995).

O isoteste consiste de subinoculações do sangue de animal portador em animal receptor susceptível e esplenectomizado e também pode ser utilizado para identificar infecções latentes por A. marginale. O método foi mais utilizado no passado, permitindo uma identificação segura de animais com infecções inaparentes com baixas parasitemias. Porém, devido aos altos custos, tempo prolongado de realização e necessidade de animais experimentais, o cultivo celular tem se apresentado como método alternativo, apresentando-se tão sensível quanto o isoteste (FAO, 1993; BÖSE et al., 1995). Entretanto, as subinoculações ainda têm sido empregadas em trabalhos experimentais, quando são necessários animais seguramente negativos para se verificar especificidade de teste de imunodiagnóstico (KNOWLES et al. 1996).

TRUEBLOOD et al. (1991) desenvolveram um teste imunoenzimático para captura de antígeno (ELISA de captura), utilizando anticorpos monoclonais específicos para reconhecer proteínas de superfície de A. marginale em cepas antigenicamente distintas, sendo capaz de detectar 1,1 (± 0,5) % de eritrócitos parasitados, permitindo a detecção da infecção, em média 2,5 dias, antes de aparecerem os sinais clínicos da doença.

Sondas, contendo fragmentos de genes que codificam antígenos de superfície deA. marginale, foram desenvolvidas para a detecção de DNA dessa rickettsia em eritrócitos de bovinos e carrapatos infectados (GOFF et al., 1988; ABOYTES-TORRES & BUENING, 1990).As sondas podem ser utilizadas para determinar infecção de várias espécies de carrapatos frente a diferentes isolados de A. marginale, prevalência e incidência de carrapatos infectados em áreas enzoóticas, relação entre carrapatos infectados e surtos da doença (GOFF et al.., 1988). Sondas de RNA foram desenvolvidas para detecção e quantificação de baixos níveis de parasitemia, indetectáveis microscopicamente, identificando portadores crônicos de anaplamose. É uma prova específica, capaz de detectar até 0,01ng de DNA genômico, 500 a 1.000 eritrócitos infectados em 0,5ml de sangue, o que equivale a uma parasitemia de 0,000025% capaz de permitir a infecção para o carrapato, sendo 4.000 x mais sensível que a identificação por microscópio óptico (ERIKS et al., 1993).

A PCR é uma técnica para amplificação in vitro de seqüência específica de DNA, altamente sensível, desenvolvida para detectar pequenas quantidades de DNA de diferentes agentes em amostras de sangue ou tecidos. Pode ser empregada na pesquisa de hemoparasitas em bovinos e em artrópodes nos diversos estádios de desenvolvimento (STICH et al., 1993). A técnica da PCR amplifica repetidamente uma seqüência específica de DNA do genoma do organismo alvo, produzindo um produto facilmente detectável. A sensibilidade analítica do teste da PCR múltipla, avaliada por hibridação de ácido nucléico com sonda não radioativa, foi de 0,0001% de eritrócitos infectados, em fragmentos de DNA especificamente amplificados, de amostra contendo DNA deA. marginale, por Southern blotting (FIGUEROA et al., 1993; BÖSE et al., 1995). Devido à alta sensibilidade e especificidade da técnica da PCR, ela é utilizada para validar outras técnicas de diagnóstico e expedição de certificado para exportação de animais (BÖSE et al., 1995).

Uma modificação da técnica da PCR foi descrita por JACKSON et al. (1994), com a introdução de uma segunda reação de amplificação do DNA, a partir do produto da primeira reação, utilizando "primers internos", denominando-a de nestedPCR (nPCR). Essa técnica utiliza, portanto, duas PCRs consecutivas, melhorando, desse modo a sensibilidade da técnica original. Uma nPCR, descrita por TORIONI de ECHAIDE et al. (1998), demonstrou ser capaz de detectar 30 eritrócitos infectados por ml de sangue, o que corresponde a um aumento de 10 a 100 vezes na sensibilidade com relação ao teste da PCR, sonda de RNA e hibridização descritas por ERIKS et al., 1989 e GE et al. 1995.

2. Diagnóstico Indireto

O diagnóstico indireto utilizado para pesquisa de anticorpos contra A. marginale é empregado em levantamentos epidemiológicos, possibilitando conhecer a porcentagem de animais portadores, o grau de proteção do rebanho, a faixa etária mais afetada, dados esses necessários para estabelecimento de programas de controle dessa rickettsiose (KLAUS & JONES, 1968).

As provas de aglutinação apresentam como princípio básico a reação de anticorpos bivalentes e antígenos polivalentes, com formação de compostos macromoleculares visíveis. As variações dessas provas incluem aglutinação em tubo capilar, aglutinação rápida e conglutinação rápida. Na prova de aglutinação em tubo capilar, a reação positiva é identificada pela formação de grumos suspensos, irregularmente distribuídos no tubo capilar (RISTIC, 1962; VEGA y MURGUIA, 1993). A prova de aglutinação rápida (AMERAULT & ROBY, 1968) foi utilizada, inicialmente, como prova de campo, e mais tarde incluído o fator sérico bovino (KUTTLER, 1975) para controlar as reações falso-negativas, contribuindo para aumentar a sensibilidade no diagnóstico de anticorpos contra A. marginale. O fator sérico bovino fornece o complemento e a conglutinina, proteína existente no soro de ruminantes, os quais são responsáveis pela reação de conglutinação (ROSE et al., 1978). Assim, o teste passou a ser chamado teste de conglutinação rápida (TCR) ou teste do cartão, com utilização em levantamentos epidemiológicos (MADRUGA et al., 1987b).

O teste de aglutinação pelo látex consiste na aglutinação de anticorpos contra A. marginale com partículas de látex sensibilizadas com frações solúveis de antígenos. Estudos recentes têm utilizado antígenos de A. marginale produzido em cultivo de células de Ixodes scapularispara se evitar a contaminação com estromas de eritrócitos, freqüente em outros testes. É um teste rápido, semi-automático, no qual reagem o soro diluído com as proteínas de A. marginale ligadas a microesferas de látex. As microesferas de látex sensibilizadas aglutinam na presença de anticorpos contra o A. marginale, determinando variação na transmitância da luz. Seus resultados são compatíveis com o teste de fixação de complemento (RODGERS et al., 1997).

O teste de hemaglutinação é baseado na aglutinação de eritrócitos normais de ovino e bovino sensibilizados com antígenos ou anticorpos (CARSON & BUENING, 1979), sendo capaz de detectar anticorpos em baixas concentração (ROITT et al., 1989).

A prova de fixação de complemento (CF) é baseada em reações de anticorpos IgM, produzidos no início da infecção primária, com sensibilidade menor em animais com infecções crônicas por A. marginale (BÖSE et al., 1995). A prova utiliza antígenos produzidos a partir de eritrócitos infectados, apresentando boa correlação com a prova de aglutinação em tubo e sensibilidade de 95 a 96%. Os reagentes empregados, complemento, sistema hemolítico e antígeno, são titulados como o soro, avaliando o grau de hemólise (KUTTLER, 1975), com diferenças nos títulos em isolados de cepas de A. marginale (KUTTLER et al., 1984).

No teste de imunofluorescência indireta (IFI), são utilizados como antígenos esfregaços sangüíneos com eritrócitos parasitados (MADRUGA et al., 1986). Os anticorpos IgG, presentes no soro teste, reagem com o antígeno, sendo identificados por anticorpos anti-IgG bovina marcados com isotiocianato de fluoresceína (conjugado). Esse teste apresenta boa sensibilidade, mas diferentes níveis de fluorescência, fluorescência inespecífica, rastros de pontos irregulares, fadiga e subjetividade do operador, são alguns inconvenientes apresentados pelo teste, que têm dificultado a sua padronização (GOFF et al., 1985; BÖSE et al., 1995).

O teste imunoenzimático de ELISA écapaz de detectar e quantificar a presença de anticorpos em baixas concentrações. O antígeno solúvel purificado, produzido a partir de amostras de sangue com 80% de parasitemia de A. marginale, é adsorvido pela placa de poliestireno (DUZGUN et al., 1988; MADRUGA et al., 1996). Numa primeira etapa da reação, os anticorpos específicos presentes no soro a ser testado reconhecem o antígeno aderido à placa. Na etapa seguinte, adiciona-se o conjugado, constituído por anticorpos anti-IgG bovina marcados com uma enzima, por exemplo a peroxidase ou fosfatase alcalina, que se liga ao complexo antígeno-anticorpo. A enzima presente no conjugado degrada o substrato resultando numa reação colorimétrica. Essa reação pode ser quantificada através da leitura da densidade óptica obtida por espectrofotômetro (BARRY et al., 1986; NAKAMURA et al., 1988; NIELSEN et al., 1996). A intensidade da cor determina a concentração do anticorpo presente no soro testado, assim, quanto mais anticorpos estiverem presentes no soro, maior será a intensidade da cor. No soro negativo não ocorre ligação entre o anticorpo e o antígeno e o teste mantém-se incolor (TIZARD, 1992; FARIAS, 1995). É uma prova sensível e específica, podendo ser automatizada, permitindo o processamento de um grande número de amostras (BÖSE et al., 1995).

O teste de ELISA por competição (cELISA) utiliza como antígeno a proteína recombinante de 19kDa doA. marginale (MSP5), presente em Anaplasmaspp (KNOWLES et al., 1995). A MSP5 no teste é reconhecida por anticorpo monoclonal ANAF16C1, apresentando especificidade dependente do anticorpo monoclonal usado. Os soros positivos são aqueles que apresentam taxa de inibição inferior a 75% (KNOWLES et al., 1996), nos quais os anticorpos do soro teste e o anticorpo monoclonal competem pelos mesmos epitopos presentes no antígeno recombinante (BÖSE et al., 1995).

A reação imunoenzimática do ELISA é utilizada para detecção rápida de antígeno ou anticorpo. Utiliza pequena quantidade de reagente depositado em um ponto sobre discos de nitrocelulose com afinidade por proteína, havendo formação de cor após a reação anticorpo antígeno-específico e antianticorpo ligado à enzima e pela adição de um substrato cromogênico precipitável, facilmente visualizado. O teste pode ser empregado na titulação e triagem de soros, com sensibilidade semelhante a imunofluorescência indireta (PAPPAS, 1988; MONTENEGRO-JAMES et al., 1990).

O "Western Blot" é um teste utilizado para reconhecimento de antígenos específicos marcados que são revelados por anti-soro marcado. A eletroforese em gel de poliacrilamida separa as proteínas em bandas, através de corrente elétrica, que posteriormente são transferidos do gel para membranas de nitrocelulose. As bandas reveladas são fotografadas e identificadas de acordo com seus pesos moleculares enquadrando-se em três categorias, alta (H-91 a 108kDa), média (M-35 a 47kDa) e baixa (L-15 a 27kDa). O teste pode detectar a infecção por A. marginale em poucos dias após a exposição ao agente, podendo ser empregado em casos de surto e portadores inaparentes (KWAK & SMITH, 1989).

CONCLUSÕES

Nas últimas décadas, o diagnóstico laboratorial da Anaplasmose evoluiu consideravelmente, proporcionando aos laboratórios uma variedade de testes, desde os mais simples (Giemsa, testes de aglutinação e fixação do complemento) até os mais sofisticados (cELISA, "Western blot" e PCR). Essas novas metodologias, com maiores sensibilidade e especificidade, têm contribuído significativamente para a realização de estudos mais avançados sobre a epidemiologia da doença, permitindo a adoção de medidas profiláticas mais eficazes.

2 Médico Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, UEL.

Recebido para publicação em 30.03.00. Aprovado em 14.06.00

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    Professor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade Estadual de Londrina (UEL), CP 6001, 86051-970, Londrina, PR. E-mail:
    vidotto@uel.br, Fax 0433714714. Autor para correspondência.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      23 Maio 2005
    • Data do Fascículo
      Abr 2001

    Histórico

    • Aceito
      14 Jun 2000
    • Recebido
      30 Mar 2000
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