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Modelo de carroceria e seu impacto sobre o bem-estar e a qualidade da carne dos suínos

Impact of the truck design on welfare and meat quality in pigs

Resumos

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do modelo de carroceria (MC) (metálica dupla ou simples e simples de madeira) sobre a freqüência de diferentes tipos de lesões na carcaça (FLC) e sobre a qualidade da carne dos suínos. Foram utilizadas 360 fêmeas com peso vivo médio de 132,72±11,09kg. Para a análise estatística, considerou-se no modelo os efeitos de bloco (BL), o MC e a interação entre MC x BL. Verificou-se um efeito do MC sobre a freqüência de lesões na carcaça provenientes de briga e a freqüência total de lesões, sobre o pH1 do músculo Semispinalis capitis (SC), sobre o pH U dos músculos SC, Longissimus dorsi (LD) e Semimembranosus (SM) e sobre a cor dos músculos LD e SM. Suínos transportados em carroceria metálica simples apresentaram maiores valores de pH e da cor dos músculos avaliados. Conclui-se que suínos transportados em carroceria simples apresentam maior prevalência de lesões na carcaça e que o transporte dos suínos em carroceria metálica teve efeito positivo sobre os valores de pH e da cor carne.

carroceria dupla; carroceria simples; carroceria de madeira; carroceria metálica; escore de lesão na carcaça; manejo pré-abate; transporte de suínos


This experiment was aimed at evaluating the effect of three truck-tier models (MC) (metallic simple tier, metallic duple tier and wood simple tier) on the frequency of different kinds of carcass lesions (FLC) and pork quality. For this study, three hundred and sixty gilts with an average body weight of 132.72±11.09kg were used. Statistic analysis of the data considered the effects of Blocks (BL), MC and the interaction MC x BL. MC had significant effect on frequency of lesions caused by fighting, on total frequency of injuries, on pH1 of muscle Semispinalis capitis (SC), on pH U of muscle SC, Longissimus dorsi (LD) and Semimembranosus (SM) and on color of the muscles LD e SM. Pigs transported in simple metallic truck-tier showed increased values of pH and muscles color. As a conclusion, transportation of slaughter pigs in simple wood truck-tier affects animal welfare negatively, while metallic truck-tier showed positive effects on meat pH and color compared to.

carcass blemishes score; duple truck-tier; metallic truck-tier; pre-slaughter handling; simple truck-tier; swine transport; wood truck-tier


ARTIGOS CIENTÍFICOS

PRODUÇÃO ANIMAL

Modelo de carroceria e seu impacto sobre o bem-estar e a qualidade da carne dos suínos

Impact of the truck design on welfare and meat quality in pigs

Osmar Antonio Dalla CostaI,1 1 Autor para correspondência. ; Jorge Vitor LudkeII; Mateus José Rodrigues Paranhos da CostaIII; Luigi FaucitanoIV; José Vicente PelosoV; Darlan Dalla RozaVI

IPrograma de Pós-graduação em Zootecnia (Produção Animal), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Universidade Estadual Paulista (UNESP). Embrapa Suínos e Aves, BR 153, Km 110, CP 21, 89700-000, Concórdia, SC, Brasil. E-mail: osmar@cnpsa.embrapa.br

IIEmbrapa Suínos e Aves, Concórdia, SC, Brasil

IIIDepartamento de Zootecnia, Grupo de Estudos e Pesquisas em Etiologia e Ecologia Animal (ETCO), FCAV, UNESP, Jaboticabal, SP, Brasil

IVAgriculture and Agri-Food Canada, Dairy and Swine Research and Development Centre, Lennoxville, Quebec,Canadá

VSadia S. A., Concórdia, SC, Brasil

VITRIEL-HT Industria de Equipamentos Rodoviários Ltda, Erechim, RS, Brasil

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do modelo de carroceria (MC) (metálica dupla ou simples e simples de madeira) sobre a freqüência de diferentes tipos de lesões na carcaça (FLC) e sobre a qualidade da carne dos suínos. Foram utilizadas 360 fêmeas com peso vivo médio de 132,72±11,09kg. Para a análise estatística, considerou-se no modelo os efeitos de bloco (BL), o MC e a interação entre MC x BL. Verificou-se um efeito do MC sobre a freqüência de lesões na carcaça provenientes de briga e a freqüência total de lesões, sobre o pH1 do músculo Semispinalis capitis (SC), sobre o pHU dos músculos SC, Longissimus dorsi (LD) e Semimembranosus (SM) e sobre a cor dos músculos LD e SM. Suínos transportados em carroceria metálica simples apresentaram maiores valores de pH e da cor dos músculos avaliados. Conclui-se que suínos transportados em carroceria simples apresentam maior prevalência de lesões na carcaça e que o transporte dos suínos em carroceria metálica teve efeito positivo sobre os valores de pH e da cor carne.

Palavras-chave: carroceria dupla, carroceria simples, carroceria de madeira, carroceria metálica, escore de lesão na carcaça, manejo pré-abate, transporte de suínos.

ABSTRACT

This experiment was aimed at evaluating the effect of three truck-tier models (MC) (metallic simple tier, metallic duple tier and wood simple tier) on the frequency of different kinds of carcass lesions (FLC) and pork quality. For this study, three hundred and sixty gilts with an average body weight of 132.72±11.09kg were used. Statistic analysis of the data considered the effects of Blocks (BL), MC and the interaction MC x BL. MC had significant effect on frequency of lesions caused by fighting, on total frequency of injuries, on pH1 of muscle Semispinalis capitis (SC), on pHU of muscle SC, Longissimus dorsi (LD) and Semimembranosus (SM) and on color of the muscles LD e SM. Pigs transported in simple metallic truck-tier showed increased values of pH and muscles color. As a conclusion, transportation of slaughter pigs in simple wood truck-tier affects animal welfare negatively, while metallic truck-tier showed positive effects on meat pH and color compared to.

Key words: carcass blemishes score, duple truck-tier, metallic truck-tier, pre-slaughter handling, simple truck-tier, swine transport, wood truck-tier.

INTRODUÇÃO

Durante os procedimentos do manejo pré-abate, os suínos são expostos a diferentes agentes estressantes que influenciam a qualidade da carne (COOK, 1999). Portanto, o manejo pré-abate, embora de curta duração, pode ocasionar perdas quantitativas e qualitativas na produção de carne suína. O transporte dos suínos da granja ao frigorífico é considerado a etapa mais estressante, devido à interação homem - suíno (deslocamento dos animais, embarque, desembarque) e devido à utilização indevida do choque elétrico (FAUCITANO, 2001).

Estudos mostraram os efeitos de condições do transporte, como a densidade do carregamento e o tempo e a distância do transporte (PEREZ et al., 2002; WARRISS, 1998), em perdas econômicas relacionando estes fatores à taxa de mortalidade, às lesões da carcaça e aos efeitos sobre a qualidade da carne suína. Entretanto, poucos estudos focalizaram os efeitos do modelo de carroceria sobre o bem-estar e a qualidade da carne dos suínos. Ainda assim, a maior parte das avaliações descritas tem-se restringido somente a algumas características do veículo, como o dispositivo de carregamento (GUÁRDIA et al., 2004; 2005; NANNI COSTA et al., 1999), o tipo de piso (GUÁRDIA et al., 2004/2005), o número das plataformas (LAMBOOJ & ENGEL, 1991; GUISE & PENNY, 1992; BARTON-GADE et al., 1996), a ventilação e a altura da plataforma (CHRISTENSEN, 2003).

As condições do transporte podem afetar o bem-estar e a qualidade da carne dos suínos. BARTON-GADE et al. (1996) relataram um efeito significativo do compartimento do transporte, especialmente nos suínos transportados na parte dianteira e na parte traseira, sobre a qualidade da carne e as lesões da pele. Os efeitos na qualidade da carne eram possivelmente causados pelo estresse físico originado pela necessidade de o animal manter a posição ereta a fim de lidar com as vibrações, que são mais elevadas nessas posições (BARTON-GADE et al., 1996; RANDALL et al., 1996).

No Brasil, a preocupação com as condições do transporte dos suínos (distância, sistema de condução, modelo de carroceria) sobre o bem-estar e a qualidade da carne tem sido muito restrita. Em condições brasileiras, CULAU et al. (1991) e LUDTKE et al. (2004) não encontraram efeito significativo das condições do transporte sobre a qualidade do bem-estar animal e da carne suína. Todavia, DALLA COSTA (2005) verificou que suínos transportados em carrocerias simples (um piso) apresentaram uma freqüência de lesões na carcaça significativamente maior em relação aos transportados em carrocerias duplas (dois pisos), e esses animais apresentaram valores de pHU dos músculos Longissimus dorsi e Semimembranosus significativamente menores em comparação aos transportados em carrocerias simples.

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do modelo de carroceria (metálica dupla e simples e simples de madeira) sobre as lesões na carcaça e sobre a qualidade da carne dos suínos.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizadas 360 fêmeas oriundas de cruzamentos industriais com peso vivo médio de 132,72±11,09kg e um período de alojamento médio de 144 dias, para as fases de crescimento e terminação. Os animais no experimento foram identificados na orelha, com brincos plásticos, e tatuados na paleta e no pernil em um período 48 horas antes do carregamento. Foram utilizadas quatro granjas em sistemas de terminações de suínos, duas no verão (fevereiro de 2002, com temperaturas mínima e máxima absolutas de 13,0 e 33,5o, respectivamente, médias das temperaturas mínimas e máximas de 19,9 e 27,2°, respectivamente) e outras duas no inverno (julho de 2002, com temperaturas mínima e máxima absolutas de 0,0 e 29,0°, respectivamente, e as médias das temperaturas mínimas e máximas de 12,8 e 18,8°, respectivamente). As granjas tinham capacidade média de alojar 500 suínos. Nas granjas avaliadas, foram escolhidas aleatoriamente 4 baias/modelo de carroceria (6 animais baia-1), totalizando 12 baias granja-1 para a realização do experimento. Durante o manejo pré-abate, na granja, antes do carregamento, os suínos receberam um tempo de jejum de 12 horas. As granjas utilizadas no experimento estavam a uma distância média de 35km do frigorífico, o que correspondeu ao tempo de transporte de 65 minutos, em média.

O transporte dos suínos foi realizado em 3 modelos de carrocerias, duas metálicas (simples e dupla), desenvolvidos pela empresa TRIEL–HT, e a outra de madeira simples. Na carroceria dupla metálica, foram transportados 96 animais em 16 boxes que estavam sobre um chassi Volkswagen trucado modelo 24.220 (6x4), ano 2000. Na carroceria simples TRIEL-HT, foram transportados 44 suínos em quatro boxes, e esta estava sobre chassi Mercedes Bens modelo 1316 (4x2), ano 1981. Na carroceria simples de madeira, foram transportados 35 suínos, em três boxes, e estava sobre um chassi Mercedes Benz modelo 1111 (4x2) ano 1978.

No frigorífico, os suínos foram desembarcados com o auxílio de uma plataforma móvel e conduzidos até as baias de descanso coletivas. No desembarque e deslocamento dos animais até as baias de descanso, estes foram misturados aleatoriamente dentro de cada grupo de modelo de carroceria. No frigorífico, os suínos permaneceram em descanso por 3 horas.

A insensibilização (ou eletronarcose) foi aplicada automaticamente, transferindo alta voltagem (700V) e amperagem acima de 1,25amps (Valhalla, Stork RMS b.v., Lichtenvoorde, Holanda). Após a insensibilização, os animais foram imediatamente sangrados na posição horizontal e suspensos ao fim da mesa de sangria na nórea contínua da linha de abate.

A freqüência de lesões de agressão/escoriação na pele foi realizada na meia-carcaça esquerda dos suínos, através de avaliação visual, pela contagem do número de lesões no lado esquerdo dos animais, vinte e quatro horas após abate, quando registrou-se a freqüência de lesões por carcaça e a origem das lesões, classificando-as em: a) manejo, b) densidade; c) briga, sendo que o índice do escore de lesões seguindo a metodologia descrita por ITP (1996). Para realização da análise da variância, as freqüências de lesão foram transformadas para .

As carcaças dos suínos permaneceram em câmara fria, em temperaturas variando entre 1 e 4°C, por 24 horas. As medidas do pH foram realizadas na meia carcaça esquerda nos músculos Semispinalis capitis (SC), Longissimus dorsi (LD) e Semimembranosus (SM), 45 minutos (pH1) e 24 horas após o abate (pHU). Na avaliação do pH, foi utilizado o pHmetro portátil da marca Mettler Toledo (MP 120 pH Meter, Suíça) com eletrodo DXK-S7/25 protegido para inserção no músculo.

A avaliação da cor dos músculos Longissimus dorsi (CM-LD) e Semimembranosus (CM-SM), foi realizada 24 horas após o abate através da unidade de dispersão e reflexão de luz com a utilização do aparelho fotômetro específico (Opto StarTM SFK).

A porcentagem de perda de água por gotejamento (%PG) do músculo Semimembranosus foi determinada em 50% dos animais que participaram deste estudo, com a coleta de amostras de aproximadamente 110g desse músculo, livres de gordura, que, após a pesagem, foram suspensas em redes de nylon seladas dentro de sacos plásticos, e assim permaneceram na câmara fria submetidas a temperaturas variando entre 1 e 4°C por 48 horas. A porcentagem de perda de água por gotejamento foi calculada como resultado da diferença entre o peso inicial e o peso final da amostra dividido pelo peso inicial e multiplicado por 100.

O presente estudo foi realizado em quatro granjas distintas, duas no verão e outras duas no inverno. Assim, os efeito de granja não foram levados em conta na discussão, porque o objetivo de incluir os efeitos no modelo foi apenas para melhorar o ajuste dos dados, pois a estação do ano apenas restringiu a aleatorização, como um efeito de bloco.

As análises de variância foram realizadas por meio do método de quadrados mínimos, pelo procedimento GLM do programa SAS (2001), utilizando-se no modelo os efeitos de bloco (inverno e verão), o modelo de carroceria (MC= simples Triel-HT, dupla Triel-HT, e simples de madeira) e a interação entre bloco e modelo de carroceria (BL versus MC).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As médias ajustadas e os desvios-padrão para as freqüências de lesões na carcaça provenientes de manejo (FLC-M), de densidade (FLC-D), de brigas (FLC-B) e de lesões totais (FLC-T), avaliadas 24 horas após o abate, em função de estação do ano, do modelo de carroceria e da posição do animal dentro da carroceria do caminhão, são apresentadas na tabela 1. Não foram observados efeitos do modelo de carroceria sobre a FLC- M (P=0,6608) e FLC-D (P=07054). Todavia, o modelo de carroceria influenciou significativamente FLC-B (P=0,0026) e FLC-T (P=0,0294).

O transporte dos suínos em carroceria simples proporcionou maior número de lesões nas carcaças provocadas por briga e no total das lesões, em relação aos animais transportados nos modelos carroceria Triel-HT simples e dupla, e esses não diferiram (P>0,05) ente si. DALLA COSTA (2005), ao avaliar os modelos de carrocerias Triel-HT dupla e simples, encontrou uma maior incidência de lesões na carcaça provenientes por briga e de lesões totais nos suínos transportados em carroceria metálica simples, em relação aos transportados em carrocerias duplas.

Na figura 1, estão apresentados os valores dos pH1 e do pHU dos músculos SC, LD e SM, e da cor dos músculos LD e SM e da porcentagem de perda água do músculo SM por modelo de carroceria. O modelo de carroceria não influenciou significativamente o pH1 dos músculos LD (P=0,073) e SM (P=0,065). Todavia, o modelo de carroceria influenciou significativamente o pH1 do músculo SC (P=0,020) e dos pHU dos músculos SC, LD SM (P=0,0001), além da cor dos músculos LD (P=0,003) e do SM (P=0,008).


Suínos transportados nos modelos de carroceria metálica simples apresentaram maiores valores de pH1 do músculo SC, diferindo significativamente dos animais que foram transportados em carrocerias simples de madeira, os quais apresentaram menores valores de pH1 do músculo SC. Esses resultados diferem dos obtidos por DALLA COSTA et al. (2006), que não observaram efeito dos modelos de carrocerias metálicas Triel-HT (simples e dupla) sobre pH1 do músculo SC.

Suínos transportados em carrocerias metálicas modelo Triel-HT simples apresentaram os maiores valores de pHU dos músculos SC, LD e SM, enquanto que os animais transportados nas carrocerias metálicas modelo Triel-HT dupla apresentaram os menores valores de pHU, e os suínos transportados em carrocerias simples de madeira apresentaram valores intermediários do pHU.

Apesar do efeito significativo do modelo de carroceria sobre o pH1 do músculo SC e do pHU dos músculos SC, LD e SM, esta diferença representa muito pouco biologicamente sobre a qualidade da carne. Os resultados obtidos no presente estudo estão de acordo com os obtidos por DALLA COSTA et al. (2006), que, avaliando os modelos de carrocerias metálicas simples e duplas, também observaram que os suínos transportados em carrocerias simples apresentaram valores significativamente maiores em relação aos transportados em carrocerias metálicas duplas. Estudos conduzidos por GUÁRDIA et al. (2004) verificaram que suínos transportados em carrocerias com piso de alumínio ou ferro apresentam maior incidência de PSE em relação aos transportados em piso de poliéster. Contudo, os resultados do presente estudo diferiram dos encontrados por LUDTKE et al. (2004), que não observaram efeito significativo do modelo de carroceria (piso móvel, sistema de aspersão de água e coleta de dejetos e veículo convencional de piso fixo, rampa adaptável sem sistema de coleta de dejetos) e do sistema de condução (pranchas de alumínio e bastão elétrico) sobre a qualidade da carne dos suínos (pH1 e pHU do músculo SM, capacidade de retenção de água do músculo SM e da cor e porcentagem de carcaças com problema de PSE do músculo LD).

O modelo de carroceira influenciou a cor dos músculos LD (P=0,002) e SM (P=0,011), sendo que os suínos transportados sobre a carroceria metálica simples apresentaram maiores valores da cor dos músculos LD e os animais transportados na carroceria metálica dupla e simples de madeira e os suínos transportados em carroceria dupla aprestaram maiores valores da cor do músculo SM em relação aos transportados em carrocerias simples. Os resultados obtidos no presente estudo diferem dos obtidos por DALLA COSTA et al. (2006) e LUDTKE et al. (2004), que não observaram efeito do modelo de carroceria (simples e dupla) na cor dos músculos avaliados e dos encontrados por LUDTKE et al. (2004).

O modelo de carroceria não influenciou (P=0,313) a porcentagem de perda de água do músculo SM. Esses resultados validam os obtidos por LUDTKE et al. (2004), que também não encontraram efeito significativo do manejo pré-abate sobre a perda de água por gotejamento.

CONCLUSÕES

Transportar suínos em carrocerias simples aumenta as lesões na carcaça. O transporte dos suínos em carrocerias simples metálicas aumenta os valores do pH e da cor dos músculos.

Recebido para publicação 05.06.06

Aprovado em 31.01.07

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  • 1
    Autor para correspondência.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      24 Ago 2007
    • Data do Fascículo
      Out 2007

    Histórico

    • Recebido
      05 Jun 2006
    • Aceito
      31 Jan 2007
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