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Contaminação ambiental e perfil toxigênico de Bacillus cereus isolados em serviços de alimentação

Environmental contamination and enterotoxigenic profile of Bacillus cereus isolated in food services

Resumos

A avaliação da contaminação ambiental por Bacillus cereus foi realizada em 90 amostras de ar ambiente e em 96 amostras de superfícies de bancadas e de equipamentos, de dois restaurantes institucionais. O microrganismo foi detectado em 84,4% e 44,8% das amostras de ar ambiente e de superfícies, respectivamente. O potencial enterotoxigênico dos isolados foi investigado através da reação da polimerase em cadeia (PCR) para os genes hblA, hblD e hblC (que codificam a hemolisina BL) e para os genes nheA, nheB e nheC (que codificam a enterotoxina não hemolítica - NHE). De um total de 70 isolados investigados, 14,3% foram positivos para os três genes da HBL e 12,8% foram positivos para os três genes da NHE. A produção de NHE também foi verificada através do Bacillus Diarrhoeal Enterotoxin Visual Immunoassay (kit BDE-VIA; Tecra). Os resultados obtidos com o kit revelaram que 61,4% dos 70 isolados são produtores de NHE.

segurança alimentar; hemolisina; enterotoxina diarréica; PCR; ELISA


Ninety air samples and ninety six samples from benches and equipments surfaces were collected in two food services for investigation of Bacillus cereus contamination sources and characterization of strains toxin profiles. B. cereus was detected in 84.4% and 44.8% from air samples and samples from benches and equipments surfaces, respectively. The potential of enterotoxin production was investigated using polymerase chain reaction (PCR) methods for genes hblA, hblD e hblC (encoding hemolysin BL) and for genes nheA, nheB and nheC (encoding non-hemolytic enterotoxin - NHE). From 70 isolates investigated 14.3% were positive for the three HBL encoding genes and 12.8% were positive for the three NHE encoding genes. The Bacillus Diarrhoeal Enterotoxin Visual Immunoassay (BDE-VIA; Tecra) also was used for NHE detection. The results obtained with BDE-VIA revealed that 61.4% from the 70 strains are NHE producers.

safe food; hemolysin; diarrhoeal enterotoxin; PCR; ELISA


ARTIGOS CIENTÍFICOS

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

Contaminação ambiental e perfil toxigênico de Bacillus cereus isolados em serviços de alimentação

Environmental contamination and enterotoxigenic profile of Bacillus cereus isolated in food services

Celina Mara SoaresI,1 1 Autor para correspondência. ; Geórgio Freesz ValadaresII; Raquel Monteiro Cordeiro de AzeredoIII; Arnaldo Yoshiteru KuayeIV

IPrograma de Pós-graduação, Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas, SP, Brasil. E-mail: celinamsoares@yahoo.com.br

IIPrograma de Pós-graduação, Instituto de Biologia, UNICAMP. Campinas. SP. Brasil

IIIDepartamento de Nutrição e Saúde, Universidade Federal de Viçosa (UFV). Viçosa, MG, Brasil

IVDepartamento de Tecnologia de Alimentos (DTA), FEA, UNICAMP. Campinas, SP, Brasil

RESUMO

A avaliação da contaminação ambiental por Bacillus cereus foi realizada em 90 amostras de ar ambiente e em 96 amostras de superfícies de bancadas e de equipamentos, de dois restaurantes institucionais. O microrganismo foi detectado em 84,4% e 44,8% das amostras de ar ambiente e de superfícies, respectivamente. O potencial enterotoxigênico dos isolados foi investigado através da reação da polimerase em cadeia (PCR) para os genes hblA, hblD e hblC (que codificam a hemolisina BL) e para os genes nheA, nheB e nheC (que codificam a enterotoxina não hemolítica - NHE). De um total de 70 isolados investigados, 14,3% foram positivos para os três genes da HBL e 12,8% foram positivos para os três genes da NHE. A produção de NHE também foi verificada através do Bacillus Diarrhoeal Enterotoxin Visual Immunoassay (kit BDE-VIA; Tecra). Os resultados obtidos com o kit revelaram que 61,4% dos 70 isolados são produtores de NHE.

Palavras-chave: segurança alimentar, hemolisina, enterotoxina diarréica, PCR, ELISA.

ABSTRACT

Ninety air samples and ninety six samples from benches and equipments surfaces were collected in two food services for investigation of Bacillus cereus contamination sources and characterization of strains toxin profiles. B. cereus was detected in 84.4% and 44.8% from air samples and samples from benches and equipments surfaces, respectively. The potential of enterotoxin production was investigated using polymerase chain reaction (PCR) methods for genes hblA, hblD e hblC (encoding hemolysin BL) and for genes nheA, nheB and nheC (encoding non-hemolytic enterotoxin - NHE). From 70 isolates investigated 14.3% were positive for the three HBL encoding genes and 12.8% were positive for the three NHE encoding genes. The Bacillus Diarrhoeal Enterotoxin Visual Immunoassay (BDE-VIA; Tecra) also was used for NHE detection. The results obtained with BDE-VIA revealed that 61.4% from the 70 strains are NHE producers.

Key words: safe food, hemolysin, diarrhoeal enterotoxin, PCR, ELISA.

INTRODUÇÃO

Bacillus cereus é um microrganismo Gram positivo amplamente distribuído na natureza, sendo o solo seu reservatório natural. A presença da bactéria ou de seus esporos em alimentos é relativamente freqüente. Devido a algumas propriedades dos esporos - como a sobrevivência em diferentes temperaturas e valores de pH, resistência à desidratação e irradiação e capacidade de adesão às superfícies que contatam alimentos - a indústria de alimentos encontra dificuldades para eliminar o microrganismo do ambiente industrial (ANDERSSON et al., 1995; KOTIRANTA et al., 2000). B. cereus é isolado a partir de produtos crus e processados, como arroz, condimentos, vegetais, preparações cárneas e laticínios. Esse microrganismo está associado a duas doenças transmitidas por alimentos, denominadas de “síndrome emética” e “síndrome diarréica” (KRAMER & GILBERT, 1989).

A síndrome diarréica é caracterizada por dor abdominal, diarréia e náuseas que se estendem por 12 a 24h (GRANUM, 1994). Essa doença está associada a várias enterotoxinas, dentre elas, a enterotoxina hemolisina BL (HBL) e a enterotoxina não-hemolítica (NHE). Essas enterotoxinas foram estudadas e caracterizadas por alguns pesquisadores (BEECHER & MACMILLAN, 1991; HEINRICHS et al., 1993; LUND & GRANUM, 1996; RYAN et al., 1997; GRANUM et al., 1999). O complexo HBL é formado por três componentes denominados B, L1 e L2 (pesos moleculares de 35, 36 e 45kDa, respectivamente) (BEECHER & MACMILLAN, 1991) e requer os três componentes para intensificar ao máximo as atividades hemolítica, citotóxica e dermonecrótica, além da ação de permeabilidade vascular e de acúmulo de fluido em alças intestinais de coelho (BEECHER et al., 1995). O gene do componente B da HBL, denominado de hblA, foi seqüenciado por HEINRICHS et al. (1993). Os genes responsáveis pelas frações L1 e L2, foram seqüenciados por RYAN et al. (1997) e denominados respectivamente por hblD e hblC. O complexo NHE é composto por três proteínas de peso molecular igual a 39, 45 e 105kDa e também requer todos os componentes para a sua máxima toxicidade em testes com células Vero (african green monkey kidney) e Caco-2 (human intestinal epithelial cells) (LUND & GRANUM, 1996). Os genes que codificam as três proteínas que compõem a NHE foram seqüenciados por GRANUM et al. (1999) e denominados nheA, nheB e nheC.

No presente estudo, avaliou-se a contaminação ambiental por B. cereus em serviços de alimentação através de análises microbiológicas. O perfil toxigênico dos isolados foi investigado utilizando-se as técnicas de ELISA e da reação da polimerase em cadeia (PCR), considerando-se os complexos HBL e NHE. A pesquisa foi realizada em dois restaurantes institucionais, através da análise de amostras do ar ambiente e de superfícies de bancadas e equipamentos.

MATERIAL E MÉTODOS

Amostras ambientais

As amostras ambientais foram coletadas em dois restaurantes institucionais: restaurante 1 (R1), que prepara cerca de 6 mil refeições diárias, e restaurante 2 (R2), onde são preparadas cerca de 2 mil refeições diárias. A coleta das amostras foi realizada conforme metodologia descrita por EVANCHO et al. (2001).

Amostras de ar ambiente (500 l) foram aspiradas por 5 min para placas de Petri contendo meio seletivo para B. cereus - ágar MYP (Mannitol yolk polymixin agar; Difco), suplementado com 0,1% de Sulfato de Polimixina B (Sigma). As coletas foram realizadas através do equipamento Microbiological Air Sampler (MAS 100; Merck).

A amostragem das superfícies de bancadas e dos equipamentos foi realizada utilizando-se o “método de contato com esponja”, através de esponjas previamente umedecidas com solução de tampão fosfato (Butterfield's phosphate-buffered dilution water, pH 7,2) suplementado com polisorbato e tiossulfato de sódio a 0,5%. A área amostrada por bancada foi de 60x70cm e o resultado expresso em cm2. Quanto aos equipamentos, as amostras foram coletadas das áreas que têm contato com os alimentos, sendo o resultado expresso como ausência ou presença de B. cereus. Após a amostragem, as esponjas foram “massageadas” por 15s com diluente (solução tampão fosfato, pH 7,2). Em seguida, foram realizadas inoculações (0,1ml) de cada uma das amostras, em placas contendo meio seletivo para B. cereus (ágar MYP).

Isolamento, confirmação e identificação de Bacillus cereus

A contagem, o isolamento, a confirmação e a identificação de B. cereus foram realizadas conforme metodologia recomendada por RHODEHAMEL & HARMON (1998). Uma cepa padrão (B. cereus ATCC 11145) foi utilizada como controle. Após as análises para a confirmação, foram realizados testes para a diferenciação de outros membros do grupo do B. cereus (Bacillus anthracis, Bacillus thuringiensis e Bacillus mycoides).

As placas contendo ágar MYP, inoculadas com amostras ambientais, foram incubadas a 30°C/24h. Posteriormente, de cada placa contendo colônias típicas do microrganismo (colônias não fermentadoras de manitol e produtoras de lecitinase), foram isoladas entre três e cinco colônias típicas. Esses isolados suspeitos para B. cereus foram mantidos em ágar nutriente (Nutrient agar; Merck) a 4°C. Em seguida, eles foram confirmados e identificados através da coloração de Gram, da reação da catalase, da mentação anaeróbia da glicose, da redução de nitrato, do teste VP (Voges-Proskauer) modificado, da decomposição da tirosina, da resistência a lisozima, do teste de motilidade, do crescimento rizóide e da atividade hemolítica. A detecção de cristais de toxinas para a diferenciação da espécie B. thuringiensis foi realizada segundo metodologia descrita por SHARIF & ALAEDDINOGLU (1988).

Avaliação da produção de enterotoxinas através de ELISA e PCR

Culturas

Setenta isolados, provenientes de amostras de ar e de superfícies, com perfil clássico de B. cereus nos testes bioquímicos de confirmação e de identificação da espécie, foram cultivados em caldo BHI (Brain heart infusion broth; Difco), suplementado com 0,1% de glicose, e incubados a 30°C/18h para a avaliação da produção de enterotoxinas. Uma cepa padrão (B. cereus ATCC 14579) foi utilizada como controle.

ELISA e PCR

A produção da enteroxina não-hemolítica foi avaliada através de ELISA, utilizando-se o Bacillus Diarrhoeal Enterotoxin Visual Immunoassay (kit BDE, vs MS2207 05/01; Tecra, Roseville New South Wales, Austrália). Este ensaio detecta a proteína de 45kDa da NHE, codificada pelo gene nheA, e foi realizado conforme as instruções do fabricante.

A presença de genes que codificam os complexos HBL e NHE foi verificada através da técnica da PCR. Os iniciadores (primers) utilizados para a amplificação dos genes associados à produção das enterotoxinas estão listados na tabela 1. A extração e as condições de amplificação do DNA foram realizadas conforme metodologia adotada por HANSEN & HENDRIKSEN (2001). Para a extração, uma alçada da massa bacteriana crescida em meio sólido foi transferida para um tubo Eppendorf, onde foram adicionados 200ml de água Milli-Q esterilizada.

As células bacterianas foram lisadas através da incubação a 102°C por 10min e os fragmentos foram removidos por centrifugação a 13.000 x g por 3min. O sobrenadante com o DNA bacteriano foi estocado a 4°C. A amplificação do DNA foi realizada em Termociclador Mastercycler®gradient (Eppendorf), utilizando-se 30 ciclos de desnaturação a 94°C por 15s, anelamento a 55°C por 45s e extensão a 72°C por 2min. Para cada reação de amplificação, foi preparado um volume total de reação de 30ml, contendo 1ml da enzima Taq DNA polimerase (1U ml-1); 3ml de tampão 10x (200mM Tris-HCl – pH 8,0; 500mM de KCl); 1ml de MgCl2; 0,24ml de dNTPs 25mM; 1ml de cada um dos primers; 7ml do DNA extraído e água Milli-Q esterilizada (qsp 30ml). Os produtos da PCR foram visualizados em gel de agarose a 2%, através do sistema de eletroforese horizontal submersa (SAMBROOK et al., 1989). A identificação dos produtos amplificados foi efetuada com o auxílio de um marcador de peso molecular (100pb ladder, Biotools), utilizado em todos os géis de agarose analisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Trezentas e trinta e uma colônias suspeitas, isoladas de amostras de ar ambiente e de superfícies, foram submetidas aos testes microbiológicos e bioquímicos de confirmação e identificação. Deste total, 76,1% foram identificados como B. cereus. Outras duas espécies do grupo do B. cereus também foram identificadas: B. mycoides (4,5%) e B. thuringiensis (3,6%). Tal como B. cereus, essas espécies foram identificadas em amostras de ar ambiente e de superfícies.

Os resultados obtidos através das análises microbiológicas revelaram a presença de B. cereus no ar ambiente de 84,4% do total das amostras coletadas em ambos os restaurantes (Tabelas 2 e 3). No R1, as contagens de B. cereus variaram entre 2,0 e 38,4UFC m-3 de ar (Tabela 2). Nesse estabelecimento, as áreas onde foram observados os maiores pontos de contaminação foram as áreas de cocção (38,4UFC m-3), distribuição (28,0UFC m-3) e self-service (27,6UFC m-3). No R2, as contagens de B. cereus em amostras de ar ambiente variaram entre 2,0 e 20,0UFC m-3 de ar (Tabela 3), sendo observado o maior valor na área recepção de gêneros (20,0UFC m-3).

Do total de amostras de superfícies de bancadas e de equipamentos analisadas, 44,8% foram positivas para a presença do microrganismo (Tabelas 2 e 3), conforme resultados obtidos nas análises microbiológicas. As maiores contaminações foram observadas nas bancadas do R1 (área de alimentos processados - carnes preparadas) com contagens compreendidas entre 0,07 e 2,20UFC cm-2 (Tabela 2).

Na análise dos resultados obtidos utilizando-se a PCR (Tabela 4 e Figura 1), foi observado que, dos 70 isolados de B. cereus investigados, 14,3% foram positivos para os três genes que codificam a hemolisina BL (hblA, hblD e hblC); 55,7% apresentaram um ou dois desses genes e nenhum dos três genes foi detectado em 25,7% dos isolados. Os três genes que codificam o complexo NHE (nheA, nheB e nheC) foram detectados em 12,8% dos isolados. Um ou dois desses genes foram detectados em 60,0% dos isolados e nenhum dos três genes foi observado em 22,8% dos isolados. Os três genes da HBL e os três genes da NHE foram detectados em três isolados (4,3%), provenientes de amostras de ar ambiente coletada em área de alimentos não-processados (almoxarifado), de amostras de superfícies de bancada da área de pré-vegetais e de fatiador.


Entre os 70 isolados de B. cereus foram identificados 35 perfis toxigênicos distintos. Os 43 isolados provenientes do R1 foram agrupados em 24 perfis, enquanto os 27 isolados do R2 foram agrupados em 22 perfis. Estudos recentes (HANSEN & HENDRIKSEN, 2001; GHELARDI et al., 2002; PHELPS & MCKILIP, 2002), em que foram utilizados métodos baseados na PCR, atestam a heterogeneidade em B. cereus quanto à presença de fatores de virulência.

O teste com o kit BDE (Tecra), que detecta a proteína codificada pelo gene nheA do complexo NHE (Lund; Granum, 1996), revelou que 61,4% dos 70 isolados de B. cereus testados produzem essa toxina. Estes resultados confirmam a eficiência do teste, já relatada por outros pesquisadores (LUND & GRANUM, 1996; LUND & GRANUM, 1997; HANSEN & HENDRIKSEN, 2001). Entretanto, entre os 70 isolados, oito apresentaram resultados positivos para o teste ELISA, mesmo sendo negativos para a presença do gene nheA utilizando-se a PCR. Cabe ressaltar que o kit, além de detectar proteína de 45kDa, também pode identificar o componente protéico de 105kDa do complexo NHE, embora com sensibilidade 10 vezes menor (GRANUM, 1997). De fato, o gene nheC, que codifica esse componente, foi detectado em cinco dos oito isolados que apresentaram resultados positivos no imunoensaio. As propriedades do teste BDE e os possíveis diferenças nas seqüências dos genes codificadores das enterotoxinas devem ser consideradas na análise comparativa entre os resultados obtidos com a aplicação do kit e com a pesquisa de genes do complexo NHE pela PCR, como observaram HANSEN & HENDRIKSEN (2001).

A presença de B. cereus potencialmente produtores de enterotoxinas em amostras ambientais coletadas nos serviços de alimentação, observada através da análise dos resultados obtidos com a PCR e o teste ELISA, indica a importância do risco de contaminação de alimentos a partir dessas fontes. A identificação dos principais locais como origens potenciais do microrganismo ou de seus esporos deve ser considerada para evitar ou reduzir a contaminação dos alimentos na linha de processamento, como relatam alguns pesquisadores (GUINEBRETIERE & NGUYEN-THE, 2003). Neste trabalho, ficou evidente a importância do ar ambiente como fonte de B. cereus em estabelecimentos processadores de alimentos.

CONCLUSÃO

Devido à freqüência com que determinadas situações são observadas em serviços de alimentação, tais como a exposição do alimento ao ar ambiente por tempo prolongado, condições de higiene de bancadas e de equipamentos inadequadas e exposição dos alimentos a temperaturas abusivas, torna-se relevante insistir na necessidade de aprimorar os procedimentos de higienização ambiental, uma vez que seu papel como fonte potencial de patógenos alimentares como B. cereus, tem sido evidenciado de forma indubitável.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio financeiro. Ao Prof. Dr. Tomomasa Yano do Instituto de Biologia, UNICAMP, pelo auxílio nas análises da PCR.

Recebido para publicação 01.12.06

Aprovado em 23.05.07

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  • 1
    Autor para correspondência.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      31 Jan 2008
    • Data do Fascículo
      Abr 2008

    Histórico

    • Aceito
      23 Maio 2007
    • Recebido
      01 Dez 2006
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