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CONTROLE DO CUPIM-DE-MONTE Cornitermes cumulans (KOLLAR, 1832) COM FORMULAÇÕES LÍQUIDAS DE CLORPIRIFÓS E ENDOSSULFAN

Resumos

Com o objetivo de controle do cupim-de-monte Cornitermes cumulans, o principal cupim invasor de pastagens naturais no Estado de São Paulo, foi instalado ensaio com 8 tratamentos e 10 repetições: A1 e A2 clorpirifós (600 ml CE 22,4%); B1 e B2 clorpirifós (1000 ml CE 22,4%); C1 e C2 endossulfan (600 ml CE 35%); D1 e D2 endossulfan (1000 ml CE 35%). Entre parêntesis estão as quantidades de produtos comerciais em 100 litros de água (um litro de calda por monte). A formulação à base de clorpirifós foi o "Dursban" e, a de endossulfan, foi o "Thiodan". Em A1, B1, C1 e D1, os montes foram destruídos 120 dias após a aplicação; em A2, B2, C2 e D2, aos 253 dias da aplicação. Não houve diferença significativa entre os tratamentos: todos foram eficientes.

cupim-de-monte; pastagens naturais; controle químico


In order to control the mound-building termite Cornitermes cumulans, considered as the most important termite in natural pastures in the State of São Paulo, Brazil, an experimental field test with chemical insecticides was carried out. The test consisted of 8 treatments with 10 replications each: A1 and A2 chlorpyrifos (600 ml 22.4% EC); B1 and B2 chlorpyrifos (1000 ml 22.4% EC); C1 and C2 endosulfan (600 ml 35% EC); D1 and D2) endosulfan (1000 ml 35% EC). Between parenthesis are the quantities of the trade mark "Dursban" (chlorpyrifos) and "Thiodan" (endosulfan) in 100 liters of water (one liter of water per mound). In the treatments A1, B1, C1 and D1, evaluations were made 120 days after the product application, and in A2, B2, C2 and D2, after 253 days. There was no significant difference among treatments: all were efficient.

mound-building termite; natural pastures; chemical control


CONTROLE DO CUPIM-DE-MONTE Cornitermes cumulans (KOLLAR, 1832) COM FORMULAÇÕES LÍQUIDAS DE CLORPIRIFÓS E ENDOSSULFAN

F.A.M. MARICONI1; P. PACHECO2; F. CINIGLIO NETO1; H.R. PASSOS1; H.M. CAMPOS NETO1

1Depto. de Zoologia-ESALQ/USP, C.P. 9, CEP: 13418-900 - Piracicaba, SP.

2Depto. de Produção Animal-FMU/USP, C.P. 23, CEP: 13630-000 - Pirassununga, SP.

RESUMO: Com o objetivo de controle do cupim-de-monte Cornitermes cumulans, o principal cupim invasor de pastagens naturais no Estado de São Paulo, foi instalado ensaio com 8 tratamentos e 10 repetições: A1 e A2 clorpirifós (600 ml CE 22,4%); B1 e B2 clorpirifós (1000 ml CE 22,4%); C1 e C2 endossulfan (600 ml CE 35%); D1 e D2 endossulfan (1000 ml CE 35%). Entre parêntesis estão as quantidades de produtos comerciais em 100 litros de água (um litro de calda por monte). A formulação à base de clorpirifós foi o "Dursban" e, a de endossulfan, foi o "Thiodan". Em A1, B1, C1 e D1, os montes foram destruídos 120 dias após a aplicação; em A2, B2, C2 e D2, aos 253 dias da aplicação. Não houve diferença significativa entre os tratamentos: todos foram eficientes.

Descritores: cupim-de-monte, pastagens naturais, controle químico

CONTROL OF THE MOUND-BUILDING TERMITE Cornitermes cumulans WITH LIQUID FORMULATIONS OF CHLORPYRIFOS AND ENDOSULFAN

ABSTRACT: In order to control the mound-building termite Cornitermes cumulans, considered as the most important termite in natural pastures in the State of São Paulo, Brazil, an experimental field test with chemical insecticides was carried out. The test consisted of 8 treatments with 10 replications each: A1 and A2 chlorpyrifos (600 ml 22.4% EC); B1 and B2 chlorpyrifos (1000 ml 22.4% EC); C1 and C2 endosulfan (600 ml 35% EC); D1 and D2) endosulfan (1000 ml 35% EC). Between parenthesis are the quantities of the trade mark "Dursban" (chlorpyrifos) and "Thiodan" (endosulfan) in 100 liters of water (one liter of water per mound). In the treatments A1, B1, C1 and D1, evaluations were made 120 days after the product application, and in A2, B2, C2 and D2, after 253 days. There was no significant difference among treatments: all were efficient.

Key Words: mound-building termite, natural pastures, chemical control

INTRODUÇÃO

Diversos autores têm estudado o controle ao cupim-de-monte, mediante a introdução de inseticidas no núcleo dos termiteiros. Sugahara et al. (1987) experimentaram o dodecacloro e o pó seco e o concentrado emulsionável de fentiom, obtendo bons a ótimos resultados de mortalidade; todavia, o fentiom, pó seco, não foi bom. Perez Filho et al. (1987) verificaram que 4 pastilhas pequenas de fosfeto de alumínio (0,6 g cada) foram suficientes para matar cupinzeiros de tamanho médio. Biondo et al. (1988) obtiveram bons resultados com o fentiom e a abamectina. Mariconi et al. (1989) experimentaram 4 dosagens de clorpirifós e 2 de fentiom, obtendo 100% de mortalidade com todas elas. Mariconi et al. (1990) obtiveram bons resultados com a abamectina, endossulfan e fentiom. Um dos tratamentos era a testemunha; neste caso, os cupinzeiros receberam somente água, mas dos 10 ninhos, nenhum morreu. Hamamura et al. (1990) obtiveram mortalidade de 80% com o fentiom e resultados inferiores com duas dosagens de clorpirifós. Um dos tratamentos foi a água, cuja mortalidade foi somente de 10%. Ciniglio Neto et al. (1993) trabalharam com 4 dosagens de abamectina, cujos montes foram demolidos em três épocas. Dos 10 tratamentos, 6 apresentaram mortalidade de 100%, e 4, de 80 a 90%.

Este trabalho teve como objetivos: a) experimentar o clorpirifós e o endossulfan; b) verificar possíveis diferenças na eficiência, quando a demolição dos ninhos foi realizada após 120 e 253 dias de aplicação.

MATERIAL E MÉTODOS

Local: Cupinzeiros localizados em pastagem natural, Faculdade de Medicina Veterinária, Campus de Pirassununga, USP.

Tratamentos: A área experimental abrangia 80 ninhos de cupim: foram separados em dois grupos, cada um com 40 colônias. Em cada um dos dois grupos, usaram-se dois inseticidas, cada um sob duas dosagens. Quarenta cupinzeiros foram demolidos aos 120 dias da aplicação dos inseticidas; outros 40, aos 253 dias (TABELA 1). Não se usou somente água (testemunha), já conhecida como inócua (ver INTRODUÇÃO).

Escolha, numeração e medição: Realizadas a 13/06/1991. A escolha deu-se pelo exame de toda a superfície externa do cupinzeiro, de modo que os montes mortos ou em decadência fossem evitados; os ninhos mortos ou em decadência têm parte da superfície externa semelhante a um favo. A numeração foi feita com trincha molhada com cal + cola. A medição teve lugar na lateral mais alta da superfície externa (limites adotados: 0,55 m e 1,00 m de altura).

Perfuração: Realizada na região superior do ninho com varão de aço de 70 cm de comprimento e 25 mm de diâmetro. Batido com pesada marreta, o varão penetrava na dura crosta; ao atingir o núcleo, o varão "caía" de repente para dentro pois o núcleo é bastante frágil, bem diferente da crosta.

Aplicação: Feita também em 13/06/1991. Cada cupinzeiro recebeu um litro de calda logo após ser perfurado. Com vasilha especial, de dois litros, provida de bico látero-inferior com tubo plástico, o líquido era despejado diretamente no centro da colônia, portanto, no núcleo.

Demolição: Teve lugar em 11/10/1991 (após 120 dias) e 21/02/1992 (depois de 253 dias da aplicação). Realizada com enxadão e picareta. À medida que os montes iam sendo destruídos examinava-se tudo para se comprovar a presença ou não do cupim.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O clorpirifós, na dosagem de 1,34 g de ingrediente ativo por cupinzeiro, obteve 90% de mortalidade; com 2,24 g de material ativo, a mortalidade foi de 90 e 100%. O endossulfan, à razão de 2,10 g de ingrediente ativo por colônia, obteve 80 e 100%; com 3,50 g, foi de 90 e 100% (TABELA 1). Assim, os resultados foram bons a ótimos, tanto aos 120, como aos 253 dias da abertura dos montes.

CONCLUSÕES

Foram eficientes, nas condições da experimentação, o clorpirifós e o endossulfan, independentemente das dosagens e dos prazos para a destruição dos ninhos.

Conclui-se, portanto, que bastam 600 ml CE 22,4% de clorpirifós e 600 ml CE 35% de endossulfan (quantidades para 100 litros de água, aplicando-se um litro de calda por cupinzeiro) para matar as colônias. Conclui-se também que, para a extinção dos insetos, bastam 4 meses.

Recebido para publicação em 01.04.96

Aceito para publicação em 09.10.96

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  • CINIGLIO NETO, F.; PASSOS, H.R.; CAMPOS NETO, H.M.; MOURA, E.; MARICONI, F.A.M. A abamectina contra o cupim-de-monte Cornitermes cumulans (Kollar, 1832). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 14., Piracicaba, 1993. Resumos Piracicaba: SEB, 1993, p. 508.
  • HAMAMURA, R.; RANGEL, R.C.; REGITANO, E.B.; MESQUITA, L.F.; CARDOSO, M.A.C.; CLARI, A.I.; MARICONI, F.A.M. Ensaio de combate ao cupim-de-monte Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) com clorpirifós, fentiom e água. Revista de Agricultura, v.65, n.2, p.195-201, 1990.
  • MARICONI, F.A.M.; GERALDI, F.I.; BIONDO, C.J.; DONATONI, J.L.; CLARI, A.I.; ARASHIRO, F.Y.; RAIZER, A.J. Fentiom e clorpirifós no combate ao cupim-de-monte Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) (Isoptera, Termitidae). Anais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", v.46, n.2, p.295-302, 1989.
  • MARICONI, F.A.M.; RAIZER, A.J.; ARASHIRO, F.Y.; BIONDO, C.J.; CLARI, A.I. Combate experimental ao cupim-de-monte Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) (Isoptera, Termitidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.19, n.1, p.163-169, 1990.
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  • SUGAHARA, C.A.; RAIZER, A.J.; MOTTA, R.; ARASHIRO, F.Y.; SILVA, J.M.; MARICONI, F.A.M. Combate experimental ao cupim Cornitermes cumulans (Kollar, 1832) em pastagem. Anais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", v.44, p.1381-1387, 1987.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Fev 1999
  • Data do Fascículo
    Maio 1996

Histórico

  • Aceito
    09 Out 1996
  • Recebido
    01 Abr 1996
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