Acessibilidade / Reportar erro

Mulheres em Santa Catarina: com quantos modos de faz uma História?

Mulheres em Santa Catarina: com quantos modos de faz uma História?

História das mulheres de Santa Catarina.

MORGA, Antonio (Org.).

Florianópolis: Letras Contemporâneas; Chapecó: Argos, 2001. 285 p.

Os onze trabalhos que compõem História das mulheres em Santa Catarina são parte de um movimento historiográfico mais amplo, em que os modos de pensar e viver das mulheres, seus sentimentos, lutas e ações passaram a ser abordados e analisados em sua historicidade. Faz parte de uma História que assumiu a intersecção de variados e múltiplos ritmos de tempo, diversificando e ampliando as suas possibilidades interpretativas. Ao fazê-lo, foi construindo diferentes caminhos analíticos e denotando uma acurada preocupação em propor suportes teóricos e metodológicos, que propiciassem resultados em que a visibilidade da ação das mulheres também pudesse ultrapassar o momento em que se pautava por uma narrativa simplesmente descritiva. Assim, tais estudos visaram a compreender e explicar a experiência feminina em contextos específicos, sem descuidar de sua coerência e compromisso com o adensamento dos referenciais teóricos envolvidos na análise. Movidas por essas preocupações, vemos desfiar-se as diversas tematizações e problematizações que os vários autores deste livro propuseram para as 'mulheres de Santa Catarina'. É nesse sentido que se procura dar a conhecer as suas formas de expressão e manifestação em variadas dimensões sócio-culturais e espaciais. São parteiras, professoras, estudantes, jornalistas, prostitutas, mineiras, agricultoras, donas-de-casa etc. Vivem no campo e/ou na cidade ou vilas, nas casas, nas ruas, festas, minas, salões e casebres; realizam travessias entre o campo e a cidade e por oceanos, interligando espaços e culturas distantes. A compreensão de como viveram e do que fizeram de suas vidas é buscada, em grande parte dos artigos, através do trabalho com a memória e do uso de relatos orais. Em muitos casos, também se recorre aos escritos mais íntimos, como cadernos pessoais e de recordação, à imprensa e aos processos judiciais, isto é, aos possíveis lugares em que possam ser encontrados os registros de todos aqueles que sempre viveram à margem da História e, até há pouco, também às margens das preocupações dos historiadores.

Em "Personagens à beira de um porto: mulheres de Itajaí", Marlene de Fáveri apresenta o conjunto de mulheres que compunham aquela cidade portuária, as quais, convivendo com as idealizações e expectativas que eram construídas para as suas vidas, experimentaram, de forma diversa, os desafios presentes em sua cotidianeidade. Às representações da doçura, do comportamento exemplar e da boa dona-de-casa, segundo o ideal proposto para a mulher alemã e mais abastada, a autora não apenas contrapõe a coexistência de outras identidades étnicas, como as contrasta com a presença das mulheres pobres e/ou às margens de tal modelo: comerciantes, solteironas, meretrizes, lavadeiras, doceiras, vendedoras ambulantes, mendigas, loucas etc. Perscrutando arquivos de jornais, escritos memorialísticos e contos, a autora analisa como essas mulheres produziram práticas reveladoras de um esforço de autonomia e resistência, diante das injunções sócio-culturais a que estiveram submetidas.

São outras, porém, as configurações de classe, etnia e gênero que implicam a conformação das experiências, das lutas e formas de resistência das mulheres que são abordadas por Carlos Renato Carola, em "As trabalhadoras das minas de carvão de Santa Catarina". O cotidiano do trabalho dessas mulheres, que ultrapassa os limites da casa e do labor doméstico, é enfatizado em sua dimensão política: trata-se das relações de poder e dos modos de sociabilidade experimentados pelas mulheres mineiras em seu espaço de trabalho. As múltiplas faces de suas ações diante dos conflitos e dos processos de controle e exploração a que foram submetidas são discutidas pelo autor, que as remete à diversidade de funções e às diferentes formas de reação diante da diversidade de funções e trabalhos que exerceram, inclusive aqueles extremamente "pesados". Tanto as brigas, suspensões, desobediências e faltas, como a obediência, conversas, risos, músicas e brincadeiras são vistas como interfaces de um mesmo processo, em que dominação e resistência se engendram mutuamente. Nesse sentido, as mulheres não são interpretadas simplesmente como vítimas, mas, sim, como atores sociais de jogos que permitem um questionamento e recusa dos discursos que afirmam a docilidade, a fragilidade e a submissão femininas, legitimando e sustentando as hierarquias de gênero.

Janine Gomes da Silva, em "Lugares do recôndito, espaços de sociabilidade: história das mulheres imigrantes de Joinville", destaca como as vivências cotidianas de mulheres que compuseram a elite germânica que emigrou para a cidade de Joinville, a partir de 1851, foram permeadas pelas tensões entre brasileiros, alemães e demais grupos étnicos, num processo em que a cultura do grupo dominante procurou se impor sobre a cidade, constituindo espaços de sociabilidade restritos e excludentes dos demais grupos. É compondo e constituindo esse cenário que se podem entender as ações e formas de sociabilidade de várias mulheres alemãs. Além de indicar as suas diferentes trajetórias sociais e espaciais, Silva discute como muitas delas construíram o seu presente, em novas terras, a partir da reconstrução dos laços de sociabilidade, que se sustentaram em práticas de suas próprias memórias. Estas se encontravam expressas em velhos álbuns de recordações, que traziam registrados os laços de amizade que precisaram deixar nos lugares por onde passaram, seja na Europa, seja no Brasil. Entrecruzando desejos de felicidade, de fé e bondade com evocações de saudades e de recordação, tais álbuns podem ser considerados como elementos emblemáticos do modo como ressignificaram as suas tradições, estabelecendo vínculos entre o passado e o presente.

Com outro enfoque, Arlene Renk, em "Mulheres camponesas: experiências de geração", procura reconhecer o modo como a memória e a cultura operam os vínculos entre passado e presente, ao tratar das variações nas experiências sociais em torno de trajetórias espaciais e culturais na vida de camponesas, descendentes de imigrantes alemães, italianos e poloneses, no oeste catarinense. É bastante interessante o modo como a autora relaciona as mudanças geracionais e, especialmente, de faixa etária com a forma como as colonas perceberam e sentiram as transformações no mundo rural e os seus deslocamentos físicos por outros espaços e territórios. Sem se descuidar das diferenças étnicas e culturais dessas mulheres, Arlene Renk faz uma análise que acompanha um processo, permeado por tensões, em que a autoridade paterna e limites étnicos e confessionais restringiam qualquer possibilidade de autodeterminação feminina. Ao acompanhar o deslocamento dessas camponesas para o mundo urbano, a autora redimensiona e temporaliza o processo de "encolhimento do mundo rural" e de redefinição das fronteiras entre cidade e campo. Os significados das mudanças nas formas de sociabilidade e das mobilidades sociais, espaciais, econômicas e culturais são reinterpretados sob a perspectiva das reavaliações que as mulheres fizeram de seus percursos de vida e dos sonhos, desejos, expectativas e práticas que expressaram, sob a perspectiva de uma outra geração e faixa etária. Através do estudo de várias trajetórias individuais de vida, vemos emergirem individualidades que rompem, mesmo que de forma relativa, com as rígidas relações familiares e comunitárias anteriormente vividas. Nesse processo, as mulheres passam a ganhar visibilidade política, deslocando-se por novos espaços e assumindo novos papéis em movimentos sociais, cooperativas, sindicatos, partidos políticos, associações filantrópicas e religiosas e, mesmo, na Assembléia Legislativa. Além disso, ao mesmo tempo em que a velhice é percebida em sua imposição de limites, pois algumas se referem ao corpo como "estragado" e "carroça velha", em seus enunciados também transparece uma grande satisfação, aliada a um sentimento de maior liberdade, em poder, agora, "viver a vida". Nesse sentido, é fundamental o valor que atribuem aos recursos da aposentadoria, a qual ainda permite o tempo livre e a possibilidade de viver outros espaços de sociabilidade a que antes não tinham acesso: bailes, viagens em excursões etc.

A reconstrução dos modos de vida e de socialização de mulheres imigrantes teuto-brasileiras da Colônia Blumenau é também objeto dos estudos de Cristina Scheibe Wolf, em "Como se forma uma "boa dona de casa": a educação de mulheres teuto-brasileiras na Colônia Blumenau (1850-1900)". Utilizando-se de jornais, cartas e memórias, a autora nos apresenta uma análise atenta e rigorosa, sob a forma de um texto extremamente prazeroso de ser lido, em que logo sinaliza para o papel fundamental que era atribuído às mulheres na reconstituição e organização social da vida dos imigrantes. Assim, no processo em que estes procuraram forjar uma identidade étnica teuto-brasileira, é que foram reafirmando as suas expectativas e idealizações acerca de um certo modelo de mulher. Para isso, contrapuseram a imagem da mulher brasileira "fútil, ociosa e desleixada" à da mulher alemã "boa dona-de casa, ordeira e trabalhadora". Sem perder de vista as formas diferenciadas e conflituosas em que ocorriam esses processos de socialização ¾ mediados pelas intersecções entre gênero, classe e local de moradia ¾, a autora também procura reconstituir toda a sua complexidade, considerando o embricamento entre os diversos modos e lugares em que se realizam: nos âmbitos familiares, religiosos e escolares. Os valores morais e os hábitos de conduta da "boa dona-de casa" são aqui analisados tendo em vista uma certa "cultura do trabalho" que foi sendo constituída/reconstituída em torno de determinadas necessidades, interesses e sentimentos. Estes eram marcados pelos valores da solidariedade, generosidade e afetividade, oriundos de um estilo de vida tradicional, que se mesclavam àqueles preconizados pelos reformadores religiosos católicos e protestantes: diligência, ordem, economia etc.

Buscando trilhas que permitam conhecer os processos em que se constituíram as subjetividades de mulheres que viveram em um outro tempo e lugar, Maria Teresa Santos Cunha procura compreender as "Práticas de leitura entre professores primários (1950-1960)" em Florianópolis. Aqui, tais práticas são entendidas enquanto uma das estratégias que formaram as sensibilidades, o gosto e os sentimentos, constituindo visões de mundo e modelando condutas, normas e valores que deveriam compor o "ser mulher". Porém, o processo de leitura também é percebido em uma outra dimensão, qual seja, enquanto uma prática criadora de sentidos múltiplos e singulares, o que implica a compreensão de que os assentimentos e/ou dissentimentos costumam ser experimentados de forma contraditória, pois se encontram sempre referidos às vivências particulares que cada sujeito experimenta. Através de um trabalho criterioso e revelador de uma fina acuidade e sensibilidade, a autora percorreu um caminho em que levantou os acervos das bibliotecas escolares, a circulação e veiculação de livros pelos jornais e chegou às estratégias que foram desenvolvidas para a apropriação do lido, através não somente de testemunhos pessoais das leitoras, como também dos registros manuscritos de suas impressões sobre as leitura, feitas durante o período em que se formavam professoras.

Se o romance, tipo de literatura chamada "cor-de-rosa" e aprovada pela Igreja Católica, foi reconhecido por esta autora como o principal tipo de leitura realizada por leitoras de meados do século XX, em Florianópolis, é neste mesmo lugar, mas em outro tempo, que Antonio Morga, em "Espaços de visibilidade feminina: Nossa Senhora do Desterro no século XIX", também identifica a literatura romântica e o drama como divulgadores de uma pedagogia das condutas que visou a um controle sobre as formas de sociabilidade e as práticas afetivas das mulheres. Contudo, ambos os autores remetem a temporalidades históricas e a enfoques teóricos e metodológicos distintos. Morga se refere a literatura, música e peças teatrais, veiculadas pelos romances, pela imprensa, por sociedades dramáticas e por diversos manuais para orientar o contato entre homens e mulheres e para manter os códigos de sedução dentro das normas de sociabilidade preconizadas. Procura identificar os discursos do e sobre o teatro e as diversas formas de expressão do romantismo, incluindo os sentimentos que suscita o "compartilhamento das lágrimas", com o discurso médico-higienista e com as distinções sociais que a burguesia em ascensão busca produzir, ao normatizar formas de requinte e modos de comportamento diante de si e do outro.

Por outro lado, ao encontrar registros de práticas sociais de mulheres, naquele período, depara com figuras diversificadas e contraditórias. Os viajantes descreviam a polidez, urbanidade, luxo no trajar-se e boas maneiras da mulher desterrense. A imprensa, grande veiculadora, em tons românticos, de modelos para a conduta feminina, opunha as figuras da mulher esposa, filha e mãe às da namoradeira, sedutora e vaidosa; além disso, também se referia, de forma anônima, aos casos daquelas desviantes da norma. Em seu texto, para além de objetivar ou conseguir definir um determinado perfil para as mulheres de elite de Desterro ¾ comparando suas práticas com as clivagens sociais que sofreram suas condutas e subjetividades ¾ o autor conseguiu conferir àquele contexto histórico determinado um olhar sobre o modo como a construção daquela dada sociedade e de seus laços de sociabilidade foi também permeado pelas preocupações que as práticas e comportamentos de mulheres suscitavam. Além disso, tal estudo também permite dar maior visibilidade às formas como as mulheres fizeram parte dos processos sob os quais as relações de poder e as tensões sociais emergiram.

É também sobre Florianópolis, entre os períodos estudados por Cunha e Morga, que se debruçou o olhar de Karla Leonora Dahse Nunes. Procurou reconstituir, em "Antonieta de Barros: uma história", o campo sócio-cultural determinado em que se inscreveram as ações dessa personagem e, ao mesmo tempo, analisar as suas possibilidades, mesmo que relativas, de ação autônoma especialmente na condição de jornalista, em que foi modelada e também ajudou a modelar formas de agir. Não se descuida, portanto, do fato de que as suas ações estiveram determinadas pelos limites de um tempo ¾ trata-se da década de 1930 ¾ em que ganhavam relevância os padrões de exigência estética conferidos à modernidade e onde se manifestava o "desejo de controle político de gestos, olhares, lugares, sabores, comportamentos, padrões". Porém, o que se destaca neste estudo é o modo particular com que "Maria da Ilha" (pseudônimo de Antonieta) denotou uma percepção e sensibilidade crítica e contundente sobre vários dos fatores que implicavam a submissão e exclusão das mulheres. Nunes faz notar a maneira como a experiência e as condições específicas de vida de uma mulher negra e provinda de uma classe social menos privilegiada, que foi professora, jornalista e chegou a ser deputada estadual, marcaram as formas com que expressou os seus modos de ver e sentir as questões de seu tempo.

Carmen Suzana Tornquist, com "A mão e a luva: processo de medicalização do parto e o corpo feminino em Florianópolis", e Karen Cristina Réchia, com "Das senhoras dos "repolhos" e das "roças": ou de como nasciam os bebês", tematizam os saberes das mulheres e das parteiras em torno da prática do parto e a rede de sociabilidades, as esferas de poder e prestígio que se constituíam em torno desse fato. Ambas se referem a um período quase similar, que se estende até a década de 1950-1960 e às cidades de Florianópolis e Treze de Maio, respectivamente. O modo como significam a importância e o sentido dos relatos orais, dos quais se servem para a pesquisa, determina os rumos dos conhecimentos que produzem. Para compreender os elementos que compunham a cultura e o contexto histórico de que tais práticas fizeram parte, Réchia procurou distinguir o que era recorrente nas lembranças das parteiras, a forma como elas se lembravam e como atribuíam significações para a gravidez, para os rituais em torno do parto, para o resguardo e para o "ser parteira". Também atribuindo grande importância para o modo como as mulheres lembram, Torquinst chama a atenção para a "performance narrativa" presente nos testemunhos de mulheres não letradas que estiveram envolvidas com tais práticas: parteiras, parturientes, filhas de parteiras. Tanto quanto o discurso verbal, o discurso corporal que o acompanha é um elemento essencial na interpretação operada pelo pesquisador. Os saberes e poderes femininos relativos aos cuidados com o corpo, a saúde e as crianças são entendidos como constituídos e constituintes de uma dada experiência e cultura. Denotam uma prática de trabalho que é atravessada por outras categorias de valor: necessidades de sobrevivência, solidariedade, prestígio e autonomia. Revelam territórios de maior liberdade de deslocamento espacial das mulheres, relativizam territórios de poder, prestígio e autoridade em sociedades onde as diferenças e hierarquias de gênero, classe e etnia são bastante demarcadas. Os trabalhos, por fim, abordam o estabelecimento do discurso médico-científico e a medicalização das parteiras, processo que, segundo Tornquist, faz irromper ao lado dos saberes, anteriormente compartilhados, uma multiplicidade de práticas que "rompem com a idéia de irmandade/unicidade entre as mulheres", revelando "nuances bastante complexas nas interfaces entre gênero, classe e profissionalização".

Em seu conjunto, todos os textos deste livro que puderam recorrer ao uso do trabalho com a memória, visando a reencontrar as experiências de personagens femininas escondidas pelo tempo e desconhecidas pelas caminhos da pesquisa historiográfica, também se preocuparam em situar/explicar as implicações metodológicas da opção por tal caminho. É o caso do empenho rigoroso de Maria Bernadete Ramos Flores, em "Trabalho da memória/memória do trabalho/trabalho e festa". Ao mesmo tempo em que a autora vai explicando e tecendo os fios das lembranças sobre festas que as mulheres do interior da Ilha de Santa Catarina relataram, também as vai referindo aos valores, crenças e experiências que foram forjadas no cotidiano de suas experiências coletivas de vida. Assim, entrelaçam-se história do cotidiano e história e memória de mulheres, reconstituindo-se um cotidiano politizado e complexo, que ultrapassa os limites do doméstico e do interior da casa e em que se entrosam o lúdico, o trabalho e o religioso. Desta perspectiva, observam-se processos sociais antes não visíveis e que revelam múltiplas e diversificadas vivências, as quais, por sua vez, denotam o caráter histórico do entrecruzamento de temporalidades e espacialidades múltiplas.

História das mulheres em Santa Catarina demonstra o esforço em redimensionar e particularizar os objetos da produção historiográfica brasileira e, ao mesmo tempo, revela um esforço rumo à necessidade de descentralizar os tradicionais pólos de divulgação da produção científica no país. Com a apresentação dos diversos enfoques, problematizações e rumos das pequisas dos diversos trabalhos, contidos neste livro, nesta resenha, puderam ser indicados os diversos caminhos de pesquisa que permitem descontruir estereotipias de gênero e, ao mesmo tempo, compreender a ação das mulheres como engendrada, também, pelas suas origens nacionais e étnicas, pelas suas relações de classe e trabalho, religiosas, geracionais, etárias etc. Tais caminhos e resultados de investigação possibilitam, portanto, romper com categorias abstratas e idealidades universais, como as de "condição feminina" ou "cultura feminina". Vemos emergir experiências múltiplas e contraditórias realizadas na trama de um cotidiano complexo e politizado, sempre remetido a conjunturas concretas e provisórias. Ao se atribuir visibilidade e explicação à ação das mulheres, redimensiona-se a compreensão dos processos sócio-históricos, ao mesmo tempo em que as teorias e metodologias que dão suporte ao fazer historiográfico são também revistas, redimensionadas e ressignificadas.

MARIA DE FÁTIMA SALUM MOREIRA

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Maio 2002
  • Data do Fascículo
    2001
Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina Campus Universitário - Trindade, 88040-970 Florianópolis SC - Brasil, Tel. (55 48) 3331-8211, Fax: (55 48) 3331-9751 - Florianópolis - SC - Brazil
E-mail: ref@cfh.ufsc.br