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Apresentação

SEÇÃO ESPECIAL

REVISTA ESTUDOS FEMINISTAS 15 ANOS

Apresentação

Luzinete Simões Minella; Sônia Weidner Maluf

A Revista Estudos Feministas comemorou 15 anos em 2007, e hoje se consolida como uma das principais revistas acadêmicas brasileiras e latino-americanas no campo dos estudos interdisciplinares de gênero, obtendo conceito internacional A em várias áreas disciplinares da Capes.

O primeiro número lançado em 1992 destaca no seu editorial, assinado por Lena Lavinas, o fato de tratar-se de um projeto coletivo, fruto de uma reflexão mais ampla sobre feminismo no Brasil:

a criação da Revista Estudos Feministas, além de servir como canal de expressão dos movimentos sociais de mulheres, pretende, antes de mais nada, difundir o conhecimento de ponta na área dos estudos feministas, ampliando e aprimorando esse campo de estudo não apenas entre especialistas, mas também entre este e os demais campos do conhecimento.1 1 Revista Estudos Feministas, n. 0, p. 3, 1992.

Em conformidade com esses objetivos e ainda de acordo com a proposta de rodízio institucional defendida no mesmo editorial, a Revista foi editada inicialmente pela Coordenação Interdisciplinar de Estudos Culturais, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em seguida pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCS) da mesma universidade. Entre o primeiro semestre de 1995 e o primeiro semestre de 1996, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (PPCIS/UERJ) assumiu a co-edição da Revista. Entre o segundo semestre de 1996 e o final de 1998 a Revista voltou a ser editada apenas pelo IFCS/UFRJ, e passou a ser sediada em 1999 na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),2 2 O volume 7, números 1 e 2 de 1999, representa o exemplar da transição, assinado pelo IFCS/UFRJ e pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, com a participação do Centro de Comunicação e Expressão. contando atualmente com o trabalho de uma grande equipe de pesquisadoras e professoras desta instituição e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Do número 0 até o presente, foram publicadas 35 edições impressas da REF. Além disso, a Revista publica, desde 2001, no portal da Scientific Electronic Library Online (SciELO), somando hoje 17 números. Também publicou três volumes on-line em inglês na SciELO Social Sciences (SSS), e está editando o quarto volume. Além disso, toda a coleção dos números da Revista (incluindo o número 0) está disponível no Portal Feminista,3 3 Disponível em: www.portalfeminista.ufsc.br. Acesso em: 30 mar. 2008. com versões completas dos artigos em pdf.

Esta seção especial apresenta os resultados da celebração dos 15 anos, reunindo os trabalhos discutidos durante o evento intitulado "Estudos feministas e políticas sociais: a contribuição da Revista Estudos Feministas – 15 anos", realizado nos dias 8 e 9 de novembro de 2007 no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, com a ajuda da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

O evento reuniu as fundadoras, as ex-editoras e a equipe editorial atual da Revista e teve como público-alvo professoras e pesquisadoras do campo de estudos de gênero, estudantes de graduação e pós-graduação, ativistas dos movimentos sociais e gestoras de políticas públicas e órgãos governamentais que realizam políticas de igualdade de gênero e direitos das mulheres.

O debate sobre os estudos feministas e de gênero e suas relações com as políticas públicas e os movimentos sociais através da análise da trajetória da Revista Estudos Feministas constituiu o seu objetivo principal. A programação incluiu, além das mesas-redondas, uma reunião do Conselho Editorial Nacional da Revista com as editoras locais para discussão das políticas editoriais e elaboração do planejamento das ações a serem desenvolvidas nos próximos dois anos.

No âmbito mais geral, a concepção do evento partiu da necessidade de dar continuidade à consolidação do Estado de Santa Catarina como um pólo importante na produção científica e acadêmica no campo dos estudos de gênero, entendendo-se que tal consolidação implica fortalecer a interdisciplinaridade através do reforço ao envolvimento de diversas áreas do conhecimento e instituições ligadas à pesquisa no campo do gênero, particularmente no Instituto de Estudos de Gênero da UFSC, que sedia a Revista.

Os trabalhos apresentados nas mesas-redondas permitem um balanço e uma avaliação da atuação da Revista, da importância da sua trajetória no campo de gênero e feminismo, ressaltando a sua contribuição na elaboração das políticas públicas e no fornecimento de instrumentos descritivos e analíticos aos movimentos sociais.

No primeiro artigo, Cristina Scheibe Wolff aborda as relações entre os estudos feministas e os movimentos sociais na trajetória da Revista; no segundo, Joana Maria Pedro destaca o papel do trabalho voluntário para a sobrevivência de uma revista que se constitui no diálogo entre a academia e a militância; em seguida, Leila Linhares Barsted relaciona os temas de diversos dossiês publicados nesses 15 anos para ilustrar os vínculos entre a academia e os movimentos sociais em torno de uma agenda feminista.

No quarto artigo, Luzinete Simões Minella analisa o novo modelo editorial implantado na Revista em 2002, explorando os significados, as vantagens e os desafios da expansão da equipe diante do quadro de algumas publicações feministas nacionais e internacionais. No artigo seguinte, Simone Pereira Schmidt reflete sobre a proposta da nova seção intitulada Debates, criada em 2004, problematizando o contexto mais amplo das práticas feministas de tradução. Posteriormente, Sônia Weidner Maluf se refere às possibilidades de democratização do acesso à Revista através da descrição de suas versões eletrônicas na Scientific Electronic Library Online (SciELO), na SciELO Social Sciences (SSS) e no Portal Feminista.

Finalmente, apresentamos os comentários feitos por Albertina de Oliveira Costa sobre o significado da REF e dos Cadernos Pagu para o campo de estudos de gênero no País e as instigantes reflexões de Bila Sorj a respeito da relação entre a REF e as políticas públicas.

Esperamos que a publicação desses artigos possibilite o acesso do público às informações a respeito de aspectos importantes da trajetória da Revista, das suas origens, mutações e metas; todas atentas tanto ao debate teórico feminista local e internacional quanto às lutas das mulheres no contexto da globalização cultural.

  • 1
    Revista Estudos Feministas, n. 0, p. 3, 1992.
  • 2
    O volume 7, números 1 e 2 de 1999, representa o exemplar da transição, assinado pelo IFCS/UFRJ e pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, com a participação do Centro de Comunicação e Expressão.
  • 3
    Disponível em:
    www.portalfeminista.ufsc.br. Acesso em: 30 mar. 2008.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Mar 2010
    • Data do Fascículo
      Abr 2008
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