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Profissional crítico-criativa em Enfermagem: a construção do espaço interseçor na relação pedagógica

RESUMO

Profissional crítico-criativa em Enfermagem: a construção do espaço interseçor na relação pedagógica

Orientadora: Dra. Marta Lenise do Prado

Co-Orientadora: Dra. Francine Lima Gelbcke

Reibnitz KS. Profissional crítico-criativa em Enfermagem: a construção do espaço interseçor na relação pedagógica [tese]. Florianópolis (SC): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/UFSC; 2004.

Este estudo analisa a manifestação do espaço interseçor na relação pedagógica de um Curso de Graduação em Enfermagem. Tem como objetivo compreender como se manifesta o espaço interseçor na relação pedagógica, buscando evidenciar estímulos à formação da profissional Enfermeira crítico-criativa. Está fundamentado no referencial teórico de Merhy, o qual estabelece o espaço interseçor no processo de trabalho em saúde como o momento que pode propiciar a implantação de mudanças neste processo. A metodologia utilizada está baseada na abordagem qualitativa do tipo estudo de caso instrumental, sendo que a autora, por meio da técnica de observação nos espaços formais do ensino de Graduação em Enfermagem (salas de aula, laboratórios, instituições de saúde), analisa a dinâmica destas relações no contexto deste Curso. Destas observações, a partir da ferramenta analisadora adaptada de Paim, Prado e Rios, foram identificadas duas grandes categorias, denominadas "jogo de forças" e "relação pedagógica instituínte"; a partir delas foram estabelecidos os indicadores que manifestavam as ações correspondentes aos elementos constitutivos do espaço interseçor. Os espaços de liberdade neste estudo foram identificados pela presença do que categorizamos como relação pedagógica instituínte, ou seja, as brechas, quebras e novos procedimentos presentes no espaço interseçor. O que verificamos com a análise destes dados foi que estes espaços vão crescendo à medida que o curso avança, mesmo que tenham sido percebidos nas primeiras fases do Curso, embora com menor intensidade, pois nestas fases a presença das forças instituídas foi mais forte. Existe um descompasso entre os programas instituídos e a curiosidade, reafirmando que o processo educativo precisa mudar, não pode ser um simples ato de transmitir, de depositar, mas um ato cognoscente entre sujeitos (educador e educando), numa relação dialógica, ou seja, mediada pela palavra, pelas relações, pelas emoções e pelos objetos cognoscíveis; a formação destes profissionais necessita estimular a articulação do pensamento crítico-criativo para que estejam atentos também ao que não está instituído. A relação pedagógica instituínte também representa um compromisso com a transformação das práticas em saúde. Desta forma, para a formação de uma profissional crítico-criativa em Enfermagem, precisamos construir tecnologias de ação do trabalho vivo em ato, e também de gestão deste trabalho pedagógico, que provoquem ruídos, abrindo fissuras e possíveis linhas de fuga nos processos de trabalho, instituído nos ambientes acadêmicos que, por si só, devem ser espaços de liberdade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Mar 2011
  • Data do Fascículo
    Set 2004
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