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A construção de um espaço dialógico-reflexivo, no contexto interdisciplinar, com vistas à humanização do ambiente hospitalar

RESUMO

Orientador: Dr. Wilson Danilo Lunardi Filho

Co-orientadora: Drª Valéria Lerch Lunardi

Backes DS. A construção de um espaço dialógico-reflexivo, no contexto interdisciplinar, com vistas à humanização do ambiente hospitalar [dissertação]. Rio Grande (RS): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem/ FURG; 2004.

Este trabalho caracteriza-se por um conjunto de intervenções no campo interdisciplinar da saúde, pautadas em valores e princípios humanos e éticos. Essas intervenções foram realizadas no extremo Sul do Rio Grande do Sul, entre os meses de julho/2003 e julho/2004, com lideranças pertencentes à equipe multiprofissional da saúde, perfazendo o total de dezoito profissionais. O problema que suscitou a sua concepção e execução referiu-se à necessidade de humanizar o ambiente hospitalar. Assim, o presente trabalho teve, por objetivo, desencadear um processo de humanização no ambiente hospitalar, o qual estimulasse a construção de um espaço dialógico-reflexivo no contexto interdisciplinar, capaz de atender à Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS). Para tanto, ao visar a problematização da realidade concreta e estabelecer relações dialógicas e dialéticas de ação-reflexão no espaço coletivo, valeu-se do método crítico e reflexivo de Paulo Freire. O referencial teórico que respaldou a proposta foi constituído de conceitos e princípios do Programa Nacional de Humanização; da organização do trabalho, como fator gerador de humanização e/ou desumanização; de reflexões sobre a postura ética adotada nas relações de trabalho e no processo de construção coletiva (círculo de cultura do método freireano). Na trajetória de execução propriamente dita, três grandes marcos convergiram para sua construção: 1) o grupo de humanização que se constituiu como equipe, enfocando a importância das relações dialógicas para a conquista de um novo espaço no campo interdisciplinar; 2) a humanização centrada no trabalhador, com maior compreensão do significado coletivo de humanização, do resgate de iniciativas de humanização, da construção de espaços concretos para o emergir da subjetividade, a partir do Banco de Idéias, de ambientes coletivos acolhedores, da maior aproximação entre direção e funcionários e da partilha de vivências e talentos, dentre outros; 3) a humanização centrada no usuário, norteando a política institucional de humanização e enfocando o que representa a razão de ser e existir de um hospital. Em suma, um programa de humanização necessita ser assumido enquanto processo de construção dinâmica, coletiva e participativa que supõe estabelecer um ambiente de cuidado humano e uma cultura de respeito e valorização não da doença, mas do ser humano que adoece e do ser humano que cuida, contemplando uma relação sujeito-sujeito e não sujeito-objeto.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    06 Ago 2008
  • Data do Fascículo
    Set 2005
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