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Vivência da paternidade na adolescência: sentimentos expressos pela família do pai adolescente

La experiencia de la paternidad en la adolescencia: los sentimientos expresados por la familia del padre adolescente

Adolescent paternity experience: feelings expressed by the teenage father's family

Resumos

O ser humano ao vivenciar a adolescência e a paternidade experiencia vários sentimentos. Este estudo trata de uma pesquisa de natureza qualitativa, com família de pai adolescente nas suas três gerações. Objetiva abordar sentimentos da família do pai adolescente na vivência da paternidade. A fundamentação teórica está ancorada na Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano e o referencial metodológico embasado nas entrevistas narrativas e proposta de análise de Schütze, sendo utilizados para a coleta de dados as entrevistas narrativas, genogramas e ecomapas. Os resultados desvendam alternativas de como esse processo acontece a partir do saber empírico das famílias. Os sentimentos positivos sobressaíram-se aos negativos, sendo eles o afeto, o carinho, o apoio, a alegria, a felicidade e o orgulho. E, no que tange aos sentimentos negativos, imperaram o medo e a preocupação. Os pais adolescentes procuraram vivenciar e exercer a paternidade e se adaptaram à nova situação.

Paternidade; Adolescente; Família; Emoções


El ser humano al vivir la adolescencia y la paternidad experimenta muchos sentimientos. El presente trabajo trata de una investigación de naturaleza cualitativa, realizada con las familias del padre adolescente en sus tres generaciones. Su objetivo es abordar los sentimientos de la familia del padre adolescente y la experiencia de su paternidad. La fundamentación teórica se apoya en el Abordaje Bioecológico del Desarrollo Humano, y el referencial metodológico se basa en las narrativas de las entrevistas y en la propuesta de análisis de Schütze, siendo utilizadas para la recolección de los datos, las entrevistas narrativas, los genogramas y eco-mapas. Los resultados revelaron alternativas de como ese proceso ocurre a partir del conocimiento empírico de las familias. Los sentimientos positivos se sobrepusieron a los negativos, siendo ellos: el afecto, el cariño, el apoyo, la alegria, la felicidad y el orgullo. Y, cuando se refieren a los sentimientos negativos, fueron más fuertes el miedo y la preocupación. Los padres adolescentes procuraron vivir y ejercer la paternidad, adaptándose a la nueva situación.

Paternidad; Adolescente; Familia; Emociones


The human being, upon experiencing teenage parenthood, experiences various different feelings. This study presents research of a qualitative nature involving adolescent fathers' families in their three generations. The objective of this study is to outline the respective fathers' families' feelings concerning facing adolescent parenthood. Theoretical support is anchored in the Bio-ecological Approach of Human Development, with methodological support based on Schütze's narrative interview and analysis proposal, with the narrative interviews, genograms, and ecomaps used for data collection. The results unmasked alternatives of how this process occurs, starting from the empiric knowledge about the families. The positive feelings of affection, support, joy, happiness, and pride stood out over the negative. Further, with respect to the negative feelings, fear and worry predominated. The adolescent parents sought to live and to exercise paternity, as well as to adapt to their new situation.

Paternity; Adolescent; Family; Emotions


ARTIGO ORIGINAL

Vivência da paternidade na adolescência: sentimentos expressos pela família do pai adolescente1 1 Parte da tese - A construção da paternidade na família do pai adolescente: contribuição para o cuidado de enfermagem, apresentada ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem (PEN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2007. Apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Programa de Qualificação Institucional.

Adolescent paternity experience: feelings expressed by the teenage father's family

La experiencia de la paternidad en la adolescencia: los sentimientos expresados por la familia del padre adolescente

Sonia Maria Könzgen MeinckeI; Telma Elisa CarraroII

IDoutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal de Pelotas. Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail: meincke@terra.com.br

IIDoutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem e do PEN/UFSC. Orientadora da tese. Santa Catarina, Brasil. E-mail: telmacarraro@nfr.ufsc.br

Correspondência Correspondência: Sonia Maria Könzgen Meincke Rua Gomes Carneiro, 2233, ap. 201 96010-610 - Centro, Pelotas, RS, Brasil E-mail: meincke@terra.com.br

RESUMO

O ser humano ao vivenciar a adolescência e a paternidade experiencia vários sentimentos. Este estudo trata de uma pesquisa de natureza qualitativa, com família de pai adolescente nas suas três gerações. Objetiva abordar sentimentos da família do pai adolescente na vivência da paternidade. A fundamentação teórica está ancorada na Abordagem Bioecológica do Desenvolvimento Humano e o referencial metodológico embasado nas entrevistas narrativas e proposta de análise de Schütze, sendo utilizados para a coleta de dados as entrevistas narrativas, genogramas e ecomapas. Os resultados desvendam alternativas de como esse processo acontece a partir do saber empírico das famílias. Os sentimentos positivos sobressaíram-se aos negativos, sendo eles o afeto, o carinho, o apoio, a alegria, a felicidade e o orgulho. E, no que tange aos sentimentos negativos, imperaram o medo e a preocupação. Os pais adolescentes procuraram vivenciar e exercer a paternidade e se adaptaram à nova situação.

Descritores: Paternidade. Adolescente. Família. Emoções.

ABSTRACT

The human being, upon experiencing teenage parenthood, experiences various different feelings. This study presents research of a qualitative nature involving adolescent fathers' families in their three generations. The objective of this study is to outline the respective fathers' families' feelings concerning facing adolescent parenthood. Theoretical support is anchored in the Bio-ecological Approach of Human Development, with methodological support based on Schütze's narrative interview and analysis proposal, with the narrative interviews, genograms, and ecomaps used for data collection. The results unmasked alternatives of how this process occurs, starting from the empiric knowledge about the families. The positive feelings of affection, support, joy, happiness, and pride stood out over the negative. Further, with respect to the negative feelings, fear and worry predominated. The adolescent parents sought to live and to exercise paternity, as well as to adapt to their new situation.

Descriptors: Paternity. Adolescent. Family. Emotions.

RESUMEN

El ser humano al vivir la adolescencia y la paternidad experimenta muchos sentimientos. El presente trabajo trata de una investigación de naturaleza cualitativa, realizada con las familias del padre adolescente en sus tres generaciones. Su objetivo es abordar los sentimientos de la familia del padre adolescente y la experiencia de su paternidad. La fundamentación teórica se apoya en el Abordaje Bioecológico del Desarrollo Humano, y el referencial metodológico se basa en las narrativas de las entrevistas y en la propuesta de análisis de Schütze, siendo utilizadas para la recolección de los datos, las entrevistas narrativas, los genogramas y eco-mapas. Los resultados revelaron alternativas de como ese proceso ocurre a partir del conocimiento empírico de las familias. Los sentimientos positivos se sobrepusieron a los negativos, siendo ellos: el afecto, el cariño, el apoyo, la alegria, la felicidad y el orgullo. Y, cuando se refieren a los sentimientos negativos, fueron más fuertes el miedo y la preocupación. Los padres adolescentes procuraron vivir y ejercer la paternidad, adaptándose a la nueva situación.

Descriptores: Paternidad. Adolescente. Familia. Emociones.

INTRODUÇÃO

A paternidade é uma temática que vem emergindo e inquietando estudiosos ao realizarem investigações sobre esse fenômeno, uma vez que a grande maioria dos pesquisadores direciona o olhar à maternidade. Esse fato pode ser evidenciado na produção acadêmica sobre a paternidade, a qual é escassa, quase "invisível", quando comparada à maternidade.

A escassez de trabalhos abordando a paternidade pode ser devido à cultura e organização da sociedade brasileira contemporânea. Esta enfatiza e valoriza a ideologia da participação materna no cuidado dos filhos (espaço privado) o pai (espaço público) geralmente está mais distante do contexto familiar, executando o papel de provedor financeiro da família. No entanto, na atualidade, o papel de provedor do lar como exclusivo da figura masculina está sendo modificado, pois existem muitos contextos familiares nos quais a figura feminina constitui-se como única provedora.

O cuidado que emerge na família traz consigo um contexto no qual a criança aprende e desenvolve valores e sentimentos desde pequena, desse modo aprendendo conceitos. A família, neste estudo, engloba o conceito de um grupo de pessoas no qual seus membros dizem fazer parte dela, podendo essas pessoas ser ou não ligadas por consangüinidade e aliança.1 Sentimentos são reações que alguém apresenta diante de uma situação, evento ou de outra pessoa, e tanto podem ser agradáveis quanto desagradáveis.2

A paternidade na adolescência é vivenciada de acordo com a cultura e geralmente está embasada em valores e sentimentos das famílias, os quais foram construídos ao longo das gerações. Ao considerarmos os diferentes sentimentos vivenciados pelos pais adolescentes, acreditamos que este estudo contribui para a construção do conhecimento a respeito da temática, inclusive com o novo programa proposto pelo Ministério da Saúde brasileiro o qual preocupa-se com a saúde do homem.3 Assim, este estudo objetiva abordar os sentimentos da família do pai adolescente na vivência da paternidade na adolescência.

MÉTODO

O presente artigo evidencia um recorte da tese de doutorado4 de natureza qualitativa, desenvolvida no Município de Pelotas-RS, com famílias de pais adolescentes, nas suas três gerações, ou seja, com o pai adolescente, seu pai e mãe e seus avós.

Estabelecemos como critérios de seleção dos informantes: ser homem com idade inferior a 20 anos, ter vivenciado ou estar vivenciando a paternidade na adolescência, possuir pai e/ou mãe e avô e/ou avó a fim de proporcionar a investigação nas gerações; ser familiar do adolescente pai, na figura de pai e/ou mãe e avó e/ou avô; residir no perímetro urbano da cidade; aceitar participar do estudo e permitir o uso de gravador. Os participantes do estudo eram moradores de três bairros da cidade de Pelotas-RS, de pontos bem distintos e distantes um do outro.

Os princípios éticos que nortearam a pesquisa encontram-se apoiados na Resolução Nº 196/96. O projeto deste estudo foi apreciado pela Comissão de Ética da Universidade Federal de Santa Catarina, e recebeu parecer favorável conforme Nº 340/05. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

No que tange à preservação da identidade dos informantes, destacamos que a mesma foi protegida e o anonimato assegurado. As famílias foram identificadas a partir de algumas características das mesmas sendo correlacionadas a cores: Família Azul; Família Vermelha; e Família Verde. Os informantes do estudo foram identificados com nomes fictícios escolhidos pelas pesquisadoras a fim de preservar o anonimato. Utilizamos um nome fictício, seguido do grau de parentesco e o código da família. Exemplo: Aurélia, mãe de Aurélio - pai adolescente da Família Azul.

Os informantes que fizeram parte da tese foram três pais adolescentes sendo realizado para este artigo um recorte dos dados. Apresentaremos a família de Aurélio, o pai adolescente da Família Azul, na figura de seu pai, sua mãe e sua avó, os quais no estudo foram considerados informantes chave, "aqueles indivíduos que possuem conhecimentos, status ou habilidades de comunicação especiais"5:130 e que estiveram dispostos, neste estudo, a relatar suas histórias sobre a paternidade.

Na coleta de dados foram utilizados a entrevista narrativa, o genograma e o ecomapa. As entrevistas narrativas foram gravadas em fitas cassete e após transcritas. A técnica de entrevista narrativa tem a intenção de reconstruir acontecimentos sociais a partir da perspectiva dos informantes.6 Assim, nessa entrevista, o informante é encorajado e incentivado a contar a história sobre algum acontecimento. No caso do presente estudo, todos os informantes foram estimulados a relatarem sobre a paternidade na adolescência. Contemplamos as narrativas de vivência, uma vez que retratou a história de uma experiência, ou seja, a vivência da paternidade, a qual é construída como um processo.6

As narrativas são comuns à enfermagem, uma vez que constituem uma abordagem para o trabalho dessa profissão, tendo em vista que os profissionais dessa área comumente ouvem histórias variadas de seus clientes. Elas têm sido apresentadas como um espaço no qual pode emergir novas maneiras de cuidar, ensinar e pesquisar em enfermagem.7

A narrativa é estruturada sobre cinco elementos principais: enredo, personagens, tempo, espaço e narrador. Enredo é o "conjunto de fatos de uma história" [...] personagens "quem faz a ação" [...] tempo "a época em que se passa a história", espaço "lugar onde se passa a ação numa narrativa" e ambiente "espaço carregado de características socioeconômicas, morais e psicológicas onde vivem os personagens".8:30-31

Ao relacionar os elementos da narrativa, bem como da entrevista narrativa, que também considera esses aspectos, percebemos a coerência, congruência e interação com o referencial teórico deste estudo, na figura dos quatros núcleos inter relacionados (Processo, Pessoa, Contexto e Tempo) do Modelo Bioecológico de Bronfenbrenner9 sendo o Processo (enredo), Pessoa (personagem), Contexto (ambiente/espaço) e Tempo. Esse modelo proporciona estudar o desenvolvimento do indivíduo (pessoa) no seu contexto ecológico, ou seja, nos contextos no qual vive/convive. Os contextos bem como as gerações (tempo) afetam e são afetadas ao longo do seu desenvolvimento, através da estabilidade e da mudança nas características biopsicológicas dos seres humanos.

Considerando que a entrevista narrativa é um procedimento de coleta de dados que suscita o contar histórias, ela pode ser analisada de diversas maneiras. Apresentam Jovchelovitch e Bauer três possibilidades de análise: "a análise temática, a proposta do próprio Schütze e a análise estruturalista".10:105 Adotamos a proposta metodológica de Schütze.

Fritz Schütze, sociólogo alemão, docente do Departamento de Sociologia da Universität Magdeburg, em 1977, produziu um manuscrito* * SCHüTzE, F. Die Technik des narrativen Interviews in Interaktionsfeldstudien: dargestellt an einem Projekt zur Erforschung von kommunalen Machtstrukturen. Universität Bielefeld, Facultät für Sociologie,1977. [Manuscrito] a respeito das entrevistas narrativas o qual não foi publicado. No entanto, se difundiu largamente como uma literatura oficial e se tornou o foco de um verdadeiro método de pesquisa em comunidades na Alemanha, durante a década de 80. Uma vez que esta técnica de entrevista tem a intenção de reconstruir acontecimentos sociais a partir da perspectiva dos informantes, sendo uma proposta sistemática de criar narrativas com fins de pesquisa social.5

A análise dos dados ancorada em Fritz Schütze, além de apresentar a proposta da entrevista narrativa, aponta algumas possibilidades para a sistematização de análise das mesmas.5 A análise de entrevistas narrativas de Schütze é descrita em seis fases: 1) transcrição detalhada do material verbal; 2) divisão do texto em material indexado e não-indexado; 3) uso de todos os componentes indexados do texto para analisar o ordenamento dos acontecimentos; 4) as dimensões não-indexadas do texto são investigadas como "análise do conhecimento"; 5) o agrupamento e a comparação entre as trajetórias individuais e 6) uma comparação de casos dentro do contexto.10

A partir da leitura e interpretação dos dados e análise do conhecimento produzido, surgiram subcategorias de análise. Essa separação constitui uma divisão do texto em proposições indexadas e não-indexadas. As dimensões descritivas se reportam a como os acontecimentos são sentidos e experienciados, dessa maneira foram todos aqueles dados que expressavam uma relação com valores e sentimentos das famílias para com a paternidade e a paternidade na adolescência. Estas têm referência concreta às pessoas, ao contexto e ao tempo do referencial teórico adequando "quem fez o quê, quando, onde e porquê".10:106 E as dimensões argumentativas se referem à legitimação do que não é aceito pacificamente na história e às reflexões sobre os acontecimentos, estas podem ser qualificadas em dimensões descritivas e argumentativas. São referências abstratas, uma vez que vão além dos acontecimentos e expressam valores, juízos e toda uma forma generalizada de sabedoria de vida.10

No que se refere às dimensões descritivas, entre as subcategorias surgiram valores expressos pelas famílias de pais adolescentes e sentimentos expressos pelas famílias de pais adolescentes. E, no que tange às dimensões argumentativas, emergiram as subcategorias legitimação da paternidade na adolescência, nas famílias e reflexão sobre a paternidade, nas famílias de pais adolescentes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste artigo, optamos em apresentar o pai adolescente, Aurélio, pertencente à Família Azul, o qual tinha 16 anos e encontrava-se estudando, no turno da manhã, cursando o terceiro ano do ensino médio, era solteiro e praticante da religião católica. Possuía um filho, com a namorada Luana, que se chamava Guilherme. Não tinha emprego, mas realizava, à tarde, algumas atividades na marcenaria dos cunhados, quando havia sobrecarga de trabalho. A fim de proporcionar um melhor entendimento de sua família, contemplando as pessoas e o tempo, apresentamos o genograma da Família Azul.

Figura 1 - clique para ampliar


A família nuclear de Aurélio era composta pela mãe Aurélia, pelo pai Álvaro, os irmãos biológicos (Álvaro Júnior, Andréia, Ariane e Amanda) e um adotivo (Anderson). Aurélio era o filho caçula de Álvaro e Aurélia.

Na trajetória desta família observa-se que Álvaro e Aurélia, seus pais, eram casados há aproximadamente 38 anos. Álvaro, o pai, era professor, católico praticante e ministro da igreja na comunidade onde moravam. Aurélia, a mãe, era funcionária pública aposentada. E, na época da entrevista narrativa, dedicava-se aos afazeres domésticos, sendo católica praticante. Alzira era a avó de Aurélio, tinha 81 anos, ficou viúva com 50 anos, possuía sete filhos, era aposentada e católica praticante.

Apresentamos as histórias sobre sentimentos expressos pela família do pai adolescente da Família Azul. Quando se fala em sentimentos a respeito da paternidade, em especial neste estudo a paternidade na adolescência, os mesmos afloraram de muitas maneiras, e afetaram as pessoas de modos diferentes, gerando com isso reações diversas. Existem os sentimentos positivos e os negativos. Os sentimentos positivos aumentam a força e bem-estar do ser humano, gerando uma sensação de integridade, vida, plenitude, esperança e prazer, de renovação. Em contrapartida, os sentimentos negativos interferem no prazer, consomem energia e esgotam, dando uma sensação de vazio, solidão e mutilação.11

A gravidez é um evento repleto de sentimentos na vida do homem e da mulher, no qual "deixam de ser apenas filho e filha para se tornarem pai e mãe, ambos vivenciando essa transição com expectativas, anseios e temores. O homem também sofre o impacto da mudança de papéis".12:137 Dentre os sentimentos que emergem nessa fase estão "o medo, a responsabilidade sobre o bebê que está no ventre da companheira [...] também levam o homem a viver uma fase conflituosa".12:137

Os pais efetivam a existência da família, mas necessitam de algo do(a) filho(a), sem o quê se sentem desencorajados e, conseqüentemente, haverá um ambiente familiar vazio.13

Ao apresentarmos os sentimentos da paternidade, destacamos os positivos referente à paternidade na adolescência que emergiu na entrevista narrativa na Família Azul, sendo o apoio da família ressaltado por Aurélio: [...] todo mundo deu força... todo mundo conversou bem... foi legal comigo... não me discriminou porque... porque aconteceu... todo mundo foi meu amigo... meus amigos também me deram a maior força [...] (Aurélio - pai adolescente - Família Azul).

A fala de Aurélio traz à tona o apoio da rede social que é "um sistema de interação seqüencial"9:65 formado por pessoas que podem apoiar, mesmo sem que a pessoa em desenvolvimento esteja presente evidenciado no microssistema da Família Azul proporcionou ao pai adolescente. Microssistema é um contexto singular no qual as pessoas se relacionam face a face.9 Por conseguinte, é nesse meio que se processa o desenvolvimento, no qual a pessoa interage e é vivenciada a paternidade. No microssistema familiar, a pessoa em desenvolvimento experimenta relações mais diretas.

As redes sociais mais comuns e extensivas são aquelas que atravessam os ambientes e, por isso, constituem elementos de um mesossistema ou exossistema. Entre as funções das redes sociais, elas servem como canais para transmitir informações de um ambiente para o outro,9 o que pode ser evidenciado na Família Azul, quando Aurélio diz que [...] aconteceu... todo mundo foi meu amigo... meus amigos também me deram a maior força... já no outro dia todo mundo sabia... [...] (Aurélio - pai adolescente - Família Azul).

A segurança familiar é um aspecto a ser ressaltado pois "os jovens relatam se sentirem mais seguros com o apoio parental".14:1427 Evidenciamos a importância da mesma como um fator importante para a vivência da paternidade, principalmente na fase da adolescência.

O pai adolescente da Família Azul enfatizou outros sentimentos positivos como a felicidade, a alegria, o afeto e carinho sobre a concretude da paternidade, com o nascimento do filho Guilherme: [...] o motivo ééé... se hoje eu estou com um sorriso no rosto é por causa dele... assim... só... sei lá... os primeiros dias que a gente tem que ficar acordado... de noite... que a gente acha que é ruim... aí eu chego lá... ele me abraça... ele me beija... já paga tudo... não tem dinheiro que pague... o sono que eu deixei de dormir, entende... não... não tem... nem explicação [...] (Aurélio - pai adolescente - Família Azul).

Em estudo realizado com pais adolescentes, a maioria dos jovens revelou satisfação com a condição de pai, mesmo levando em conta o aumento de responsabilidade. Além de todos terem afirmado "o apego aos filhos".15:19

O processo da paternidade/maternidade e o evento da concretude da paternidade foram destacados por Aurélio com detalhes, salientando a data do início do trabalho de parto de Luana, enfatiz ainda que procurou estar sempre junto da namorada, a fim de prestar-lhe apoio nesse momento especial, o nascimento do filho deles. Apesar de relatar que não pôde assistir o parto, devido outra mulher estar em processo de parturição na sala de parto, Aurélio ressaltou que esse fato não foi empecilho, uma vez que, após o parto, ficaram sempre juntos.

[...] foi num domingo... abril, lembro, dia 17, de manhã... ela me ligou eram oito e meia... ah... eu estou com... bastante contrações... é... contrações? aí... eu fui de moto para lá... fiquei junto com ela sempre, ... a hora que ela se desgrudou de mim foi para ir para a sala de parto... mesmo que eu não podia entrar... porque tinha outra mulher junto. [...] mas depois também... depois que ela ganhou a gente ficou sempre juntos [...] (Aurélio - pai adolescente - Família Azul).

Ao falar do processo de parturição e do evento do nascimento de Guilherme, Aurélio demonstrou afetividade, maturidade, responsabilidade e cuidado com a namorada. Esse comportamento também emergiu em outro estudo com pais adolescentes, os quais evidenciaram "o ganho pessoal, aumento de responsabilidade, o amadurecimento e a relação afetiva com o filho".15:19 Fica evidente na narrativa de Aurélio a importância do processo da paternidade bem como o estabelecimento de apoio e expressão de afeto para com Luana, nesse processo desenvolvimental.

Um sentimento negativo que aflorou, primeiramente, em Aurélio, foi a vergonha com a paternidade na faixa etária na qual se encontrava. No entanto, esse sentimento foi sendo modificado com a vivência/exercício do processo da paternidade/maternidade, o qual fez com que ele mudasse completamente. O orgulho de ser pai imperou e passou a ser um sentimento muito especial para ele: [...] ah... no início eu tinha vergonha... bah... eu vou ser pai... ai, que vergonha, entende! Agora não... dizer que eu sou pai... eu me sinto até diferente... especial... por ser pai... do que os outros que... não têm nada que fazer... vivem aí... só jogam basquete, não têm nada para fazer, não tem responsabilidades... eu me acho superior [...] (Aurélio - pai adolescente - Família Azul).

A vergonha, sentimento que inicialmente se esboçou em Aurélio, também foi evidenciada em estudos com pais adolescentes, emergindo entre os sentimentos negativos.14 No entanto, a concretude da paternidade fez com que Aurélio mudasse de opinião. A paternidade/maternidade promove "mudanças no estatuto social dos jovens pais [...] Eles passam a ocupar outras posições sociais decorrentes da parentalidade".14:1428

Essa mudanças atribuem maior prestígio e reconhecimento social nas suas comunidades. A "prática de paternagem"** ** Entendemos que as atividades de paternagem vão além do papel tradicional de pai provedor financeiro, estendendo-se também àquelas atividades que exigem cuidado de alimentação e higiene bem como envolvendo práticas de lazer e brincadeiras. também mostra "o orgulho pela paternidade assumida".15:21 Desse modo, evidencia-se a importância que tal mudança teve na vida de Aurélio, a qual ele significava com orgulho.

Álvaro (o pai de Aurélio) recebeu e enfrentou a notícia da paternidade do filho adolescente, destacou surpresa com a naturalidade e que ele ficara sensibilizado com a maneira como os cuidados eram prestados pelo filho à namorada grávida: [...] Ficou bobo... encarou com muita naturalidade, ele ficou muito feliz com a história da criança... A maneira de ver, a maneira do Aurélio tratando a Luana grávida: "Ah, não, me dá a sacola que eu levo, me dá isso aqui, que eu carrego. Tu não podes carregar peso." Sabe, sempre cuidando dela, tomando conta dela. Então meu marido achava isso assim... lindo: "Ah, que bonito. Olha que coisa bonita, o jeitinho dele tratar ela." [...] (Aurélia -mãe de Aurélio - pai adolescente da Família Azul).

Ao falar sobre a reação de Álvaro e o processo de paternidade/maternidade de Aurélio, a mãe do pai adolescente destaca que o marido encarou com naturalidade o evento, esse fato favoreceu a vivência. Salientamos "a importância do apoio familiar encontrado pelos sujeitos como um fator importante a ser destacado".15:22

Já Álvaro, pai de Aurélio, enfatizou o afeto que o filho tem para com Guilherme, como um forte sentimento, o qual, segundo ele, o pai adolescente demonstrava mais do que para com a namorada. Álvaro contou que existia um sentimento potente entre Aurélio e a namorada - o amor pelo filho Guilherme. Considerava o amor entre os pais de Guilherme um relacionamento que iria se fortalecer com o tempo: [...] com o Guilherme, eu já vejo um afeto, demonstra mais. Ele pode gostar mais dela e não demonstrar tanto. [...] Na minha época, a gente era mais romântico, tinha mais calor na relação. [...] Todos dois gostam muito desse filho, têm um cuidado assim muito grande com ele. Então, e a grande verdade é que o amor ele se desenvolve com a convivência, no dia-a-dia com a pessoa ele vai crescendo. Então, como eles vivem um pouco longe, pode amar a pessoa, mas não é naquela expressão maior que poderia ser. No que a convivência ali do dia-a-dia dessa relação [...] (Álvaro -pai de Aurélio - pai adolescente da Família Azul).

A fala de Álvaro revela a afetividade que Aurélio possuía para com o filho e a namorada. Esse fato também foi evidenciado em estudo com jovens solteiros sobre o desejo de constituir família, sendo que o valor da afetividade "apresentou a maior correlação com a intenção de constituir família".16:31 Percebemos que a afetividade corresponde "à esfera mais íntima da vida social", uma vez que pode ser entendida como um "princípio-guia das pessoas que buscam relações interpessoais seguras e satisfatórias, como as que geralmente se esperam encontrar com a constituição familiar".16:31

A notícia da paternidade na adolescência causando reação de surpresa aos familiares é um dado que emergiu também em pesquisa realizada com pais adolescentes sobre suas expectativas e sentimentos, e a interação com o bebê.17

Entre os sentimentos negativos que emergiram na entrevista narrativa com o pai adolescente, destacou-se o medo com a notícia da paternidade e a ansiedade de não saber como enfrentar o processo da paternidade/maternidade: [...] Logo assim que eu soube que ela ficou grávida, no mesmo dia assim... eu soube de tarde... aí eu tava em casa assim... eu tava, como é que dizer... meio apavorado... apavorado... simplesmente apavorado... sabe quando tu olha uma coisa e tu fica tenso... tu fica... sabe... porque 14 anos... quem é que ia pensar que talvez pudesse ter acontecido isso... a gente olha na televisão, mas tu não acha que vai acontecer isso com a gente. Mas aí... eu contei para minha mãe apavorado... tava chorando até no dia... [...] bah... Como é que eu posso dizer, sei lá... Sabe aquela coisa, tipo... Aquele frio na barriga de tu não saber o que vai fazer? De tu ficares azucrinado... Tu olhar uma coisa, às vezes... E sabe quando tu olhas um jornal e tu não disseste nada para ninguém, mas tu olhas no jornal, ah, criança com não sei com quantos anos fica grávida, tu acha que tudo, que depois daquele dia tudo começa a se encaixar, tudo parece que é para ti, meio que uma indireta assim, que tu não, ah... Foi meio difícil de assim! Mas aí fui levando [...] (Aurélio - pai adolescente - Família Azul).

Surpresa, susto, choque e não acreditar na notícia da gravidez da namorada foram sentimentos que emergiram também em outros estudos.15,17-18 Aurélia relatou igualmente que o sentimento negativo que aflorou em Aurélio com a notícia da paternidade foi o medo: [...] na época, ele ficou meio apavorado, ele ficou preocupado, sem saber o que fazer. [...] (Aurélia - mãe de Aurélio - pai adolescente da Família Azul).

Salientou, ainda, que seu marido ao ser informado do evento, ficou sem saber o que falar/fazer: [...] E... eu lembro até do dia que eu contei para o meu marido. Ele ficou meio parado assim... sem saber o que dizer, o que falar. (Aurélia -mãe de Aurélio -pai adolescente da Família Azul).

Fica evidenciado nas falas de Aurélio, Aurélia e Álvaro o sentimento de surpresa vivenciado com a notícia da paternidade. Houve também relatos em outros estudos com pais adolescentes de que a notícia da gravidez da namorada causou abalo, diante do inesperado.15,19

Já Álvaro destacou a preocupação, como principal sentimento frente ao processo de paternidade/ maternidade: [...] Pois é (suspiro). Eu, claro que, como todo pai, a gente fica preocupado com uma notícia dessas no sentido de que, não de ele ser pai, mas de como ele vai encarar essa responsabilidade nova. Minha preocupação mais era se ele iria ser responsável pelo ato que ele fez. Nada a condenar, eu acho que tudo bem. Uma das coisas mais naturais que existem na face da terra é uma relação sexual. Desde o início do mundo existe, então, ele aconteceu com a namorada e engravidou. Agora, pra mim, isso não era preocupação, a preocupação era como ele iria reagir diante disso aí. Talvez não querer assumir, sei lá, essas coisas todas e foi o que me preocupou foi isso, qual seria a reação dele. Se essa reação seria uma reação responsável ou não [...] (Álvaro -pai de Aurélio -pai adolescente da Família Azul).

A preocupação destacada por Álvaro reportava-se à responsabilidade, à imaturidade física e emocional do filho, com 15 anos, para assumir o processo de paternidade/maternidade. As famílias também expressaram o sentimento de preocupação com os jovens em estudos realizados.17,19-20

Alzira, a avó paterna de Aurélio, comentou que a notícia da paternidade, para ela, não foi tão impactante, pois relacionava o fenômeno com o de uma doença incurável. Entretanto que a vinda de um filho era uma alegria, enquanto que a de uma doença não. Dessa maneira, analisou que, apesar de o neto ser tão jovem, e não ter aguardado idade mais propícia para ser pai, relevando a importância da família como um todo disse que esta lhe deveria proporcionar apoio. E ainda ressaltou o desejo que tinha de ver a união entre o neto e a namorada, a qual almejava fosse duradoura, para que o bisneto não viesse a ser prejudicado: [...] Então seria triste se o Álvaro chegasse e dissesse assim: "Mãe, o Aurélio está com uma doença grave, incurável!", não ia ficar triste? Não, o Aurélio vai ser pai, vai ter um filho, coisa linda! Melhor notícia, é novo, é novo, não pensou, mais agora tem que todo mundo dá força pra ele criar esse filho, e vê se dá certo, se fica pro resto da vida. Se não der, cada um pro seu lado e faz a sua vida, mas que aquela criança não saia prejudicada por falta de amor, de ambas as famílias, não é? Não é assim que tem que ser? É... eu penso assim, é... todo mundo aceitou numa boa [...] (Alzira -avó de Aurélio - pai adolescente da Família Azul).

A fala de Alzira, relatando seu sentimento em relação ao processo de paternidade/maternidade nos quais as reações dos familiares foram de alegria, apesar de inicialmente terem tido impacto com a notícia foram também evidenciados em outros estudos.17,19

Alzira fez destaques à notícia do processo de paternidade/maternidade na família, à idade do neto, à aceitação da notícia, que passou a ser difundida entre os membros da família.

Em estudo realizado com adolescentes grávidas e seus familiares, houve manifestação de sentimentos positivos de satisfação, influenciando a convivência, que passou a ser mais tranqüila, e denotando boas expectativas em relação ao nascimento da criança.20

A maneira como Aurélio vivenciou a gravidez de Luana, procurando cercar a namorada de cuidados nesse momento especial é relevante, pois a gestação é um período de preparação para os novos papéis que os pais deverão assumir, frente ao bebê.21

A transição ecológica é evidenciada, pois geralmente acontece à medida que o ciclo vital de uma pessoa evolui, uma vez que gradualmente suas relações vão se tornando mais complexas alternando papéis sociais, ambientes ou ambos.22

Ao refletir sobre sentimentos expressos pela família do pai adolescente destacamos o choque da notícia para os familiares, por se tratar de um acontecimento inesperado: a gravidez na adolescência.20

Ao encerrar a abordagem sobre os sentimentos expressos na Família Azul ressaltamos que afloraram desejo quando do evento e não apenas não-aceitação. As questões emocionais, culturais, religiosas nos familiares, "permeiam a vivência da paternidade como uma experiência desejada ou não desejada, desejável ou não desejável, a qual irá determinar como será estabelecida a relação entre homem-mulher e com o(a) filho(a)".12:138

Fica evidente, na família estudada, que a paternidade/maternidade na adolescência é uma construção que emergiu no contexto (microssistema), mas que também está imbuída das características (sentimentos) e recursos da pessoa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciamos a harmonia do referencial metodológico de Schütze tanto no que se refere à coleta de dados por meio das narrativas, quanto na análise, com o referencial teórico de Bronfenbrenner, uma vez que utiliza também as interações das pessoas no contexto, ao longo do tempo. Assim sendo, pode retratar a realidade, seguindo as diferentes histórias de vida das famílias, ao colocarem suas narrativas sobre a paternidade, substanciando com informações relevantes para compreendê-las.

A oportunidade de conhecer a realidade dos sentimentos com a paternidade na adolescência, a partir dos informantes das histórias, mostrou que em seus microssistemas havia um compromisso familiar muito intenso, difundido por meio das gerações, as quais propagaram e co-construíram seu sistema de valores e sentimentos, através dos tempos.

O pai adolescente foco deste artigo procurou exercer e construir a paternidade, e dessa forma se adaptou à nova situação, bem como enfatizou os sentimentos positivos, apesar das alterações que ocorreu em sua vida. Nesse aspecto, constatou-se a importância da rede social do apoio familiar pelo mesmo, como um evento relevante a ser destacado.

Os achados deste estudo reforçam a valorização da figura do homem-adolescente e daquele que é pai, estimulando à inclusão do mesmo como participante em todas as fases do ciclo gravídicopuerperal. A paternidade é um processo em constante construção, que se dá através das interações.

Esse processo de construção da identidade, da subjetividade e da representação de paternidade ocorre em contextos históricos, culturais e afetivos, com marcas e significados próprios de cada geração. A concepção da paternidade na adolescência muitas vezes vista como inconseqüente, descomprometida, foi refutada nesse estudo, uma vez demonstrou que os pais adolescentes assumiram o papel de pai conforme suas características e singularidades sendo apoiados por suas famílias.

Este estudo mostrou que é fundamental cuidar também do homem-pai "grávido". Nesse processo de paternidade/maternidade torna-se necessário permitir, convidar, estimular, proporcionar, aproximação, a fim de oportunizá-lo a ser o co-participante desse processo familiar.

Nesse sentido, faz-se necessário prosseguir a caminhada no trabalho investigativo acerca da paternidade na adolescência e suas redes de apoio, uma vez que o estado da arte é escasso, nessa vertente. Dessa maneira, estamos desenvolvendo uma pesquisa multicêntrica,23 envolvendo três estados brasileiros, para aprofundar conhecimentos sobre a temática.

Acreditamos que a construção do conhecimento sobre a paternidade na adolescência cada vez mais contribuirá para a sustentação do cuidado a esses seres humanos que a vivenciam, bem como a suas companheiras e famílias.

Recebido em: 16 de junho de 2008

Aprovação final: 12 de janeiro de 2009

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  • Correspondência:
    Sonia Maria Könzgen Meincke
    Rua Gomes Carneiro, 2233, ap. 201
    96010-610 - Centro, Pelotas, RS, Brasil
    E-mail:
  • 1
    Parte da tese - A construção da paternidade na família do pai adolescente: contribuição para o cuidado de enfermagem, apresentada ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem (PEN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2007. Apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Programa de Qualificação Institucional.
  • *
    SCHüTzE, F. Die Technik des narrativen Interviews in Interaktionsfeldstudien: dargestellt an einem Projekt zur Erforschung von kommunalen Machtstrukturen. Universität Bielefeld, Facultät für Sociologie,1977. [Manuscrito]
  • **
    Entendemos que as atividades de paternagem vão além do papel tradicional de pai provedor financeiro, estendendo-se também àquelas atividades que exigem cuidado de alimentação e higiene bem como envolvendo práticas de lazer e brincadeiras.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Abr 2009
    • Data do Fascículo
      Mar 2009

    Histórico

    • Aceito
      12 Jan 2009
    • Recebido
      16 Jun 2008
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