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Grupos de pesquisas em enfermagem na área do recém-nascido, da criança e do adolescente: perfil e tendência

Nursing research groups in the area of newborns, children, and adolescents: profiles and trends

Grupos de investigación en enfermería en el área de recién nacidos, niños y adolescentes: perfil y tendencias

Resumos

O presente estudo tem como objetivos identificar os grupos de pesquisa na área de enfermagem do recém-nascido, da criança e do adolescente a partir do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e analisar as tendências das linhas de pesquisas nessas áreas. Trata-se de uma pesquisa documental de caráter descritivo e exploratório. Foram identificados 69 grupos de pesquisas em enfermagem, sendo 12 específicos para o recém-nascido, 13 relacionados à criança e ao adolescente, oito relacionados à criança e apenas um voltado para o adolescente. Os resultados mostram que o impacto do conhecimento produzido pela enfermagem nessas áreas ainda é um grande desafio na articulação de linhas de pesquisa, produção de conhecimento e prática assistencial, principalmente no que se refere a sua distribuição geográfica nas regiões do Brasil.

Grupos de pesquisa; Enfermagem; Pediatria; Adolescente


The purpose of this study is to identify nursing research groups in the area of newborns, children, and adolescents in the Research Group Directory in Brazil's National Council for Scientific and Technological Development (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), and to analyze the main trends among research lines in these areas. This study involves documentary, descriptive, and exploratory research. Sixty-nine nursing research groups were identified, of which twelve were specifically for newborns, 13 related to children and adolescents, eight related to the child, and only one focused on the adolescent. The results show that the impact of the knowledge generated by nursing research in these areas is still a major challenge in articulating lines of research, knowledge production, and patient care practice, especially as regards their geographical distribution across regions of Brazil.

Research groups; Nursing; Pediatrics; Adolescent


Los objetivos del presente estudio son: identificar los grupos de investigación en enfermería en el área de recién nacidos, niños y adolescentes, registrados en el Directorio de los Grupos de Investigación en Brasil, del Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico, y analizar las principales tendencias de las líneas de investigación en esas áreas. Esta es una investigación documental, descriptiva y exploratoria. Se identificaron 69 grupos de investigación en enfermería, 12 de ellos específicos para el recién nacido, 13 relacionados con los niños y adolescentes y ocho relacionadas con el niño y sólo uno relativo al adolescente. Los resultados indican que el impacto de los conocimientos generados por la enfermería en estas áreas sigue siendo un reto importante en la articulación de líneas de investigación, producción de conocimiento y práctica de la atención, especialmente en lo que respecta a su distribución geográfica entre las regiones de Brasil.

Grupos de investigación; Enfermería; Pediatría; Adolescente


ARTIGO ORIGINAL

Grupos de pesquisas em enfermagem na área do recém-nascido, da criança e do adolescente: perfil e tendência

Nursing research groups in the area of newborns, children, and adolescents: profiles and trends

Grupos de investigación en enfermería en el área de recién nacidos, niños y adolescentes: perfil y tendencias

Marialda Moreira ChristoffelI; Tania Vignuda de SouzaII; Ana Luiza Dorneles da SilveiraIII; Eliana Veloso ValenteIV; Juliano Ribeiro MeirellesV; Priscilla Leandro SilvaVI

IDoutora em Enfermagem. Docente do Departamento Materno-Infantil da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: marialdanit@gmail.com

IIDoutora em Enfermagem. Docente do Departamento Materno-Infantil da EEAN/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: tvignuda@yahoo.com.br

IIIMestre em Enfermagem pela EEAN/UFRJ. Enfermeira-chefe da enfermaria de pacientes internos do Hospital Getúlio Vargas Filho, Niterói. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: aldornelesdasilveira@uol.com.br

IVAcadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia da EEAN/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: euzinhaveloso@yahoo.com.br

VAcadêmico do Curso de graduação em Enfermagem e Obstetrícia da EEAN/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: julianoribeiro78@yahoo.com.br

VIAcadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia da EEAN/UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: priscilla.silva@yahoo.com.br

Correspondência Correspondência: Marialda Moreira Christoffel Prof. Edmundo March, 02, ap.1204 - Boa Viagem 24210-330, Niterói, RJ, Brasil E-mail: marialdanit@gmail.com

RESUMO

O presente estudo tem como objetivos identificar os grupos de pesquisa na área de enfermagem do recém-nascido, da criança e do adolescente a partir do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e analisar as tendências das linhas de pesquisas nessas áreas. Trata-se de uma pesquisa documental de caráter descritivo e exploratório. Foram identificados 69 grupos de pesquisas em enfermagem, sendo 12 específicos para o recém-nascido, 13 relacionados à criança e ao adolescente, oito relacionados à criança e apenas um voltado para o adolescente. Os resultados mostram que o impacto do conhecimento produzido pela enfermagem nessas áreas ainda é um grande desafio na articulação de linhas de pesquisa, produção de conhecimento e prática assistencial, principalmente no que se refere a sua distribuição geográfica nas regiões do Brasil.

Descritores: Grupos de pesquisa. Enfermagem. Pediatria. Adolescente.

ABSTRACT

The purpose of this study is to identify nursing research groups in the area of newborns, children, and adolescents in the Research Group Directory in Brazil's National Council for Scientific and Technological Development (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), and to analyze the main trends among research lines in these areas. This study involves documentary, descriptive, and exploratory research. Sixty-nine nursing research groups were identified, of which twelve were specifically for newborns, 13 related to children and adolescents, eight related to the child, and only one focused on the adolescent. The results show that the impact of the knowledge generated by nursing research in these areas is still a major challenge in articulating lines of research, knowledge production, and patient care practice, especially as regards their geographical distribution across regions of Brazil.

Descriptors: Research groups. Nursing. Pediatrics. Adolescent.

RESUMEN

Los objetivos del presente estudio son: identificar los grupos de investigación en enfermería en el área de recién nacidos, niños y adolescentes, registrados en el Directorio de los Grupos de Investigación en Brasil, del Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico, y analizar las principales tendencias de las líneas de investigación en esas áreas. Esta es una investigación documental, descriptiva y exploratoria. Se identificaron 69 grupos de investigación en enfermería, 12 de ellos específicos para el recién nacido, 13 relacionados con los niños y adolescentes y ocho relacionadas con el niño y sólo uno relativo al adolescente. Los resultados indican que el impacto de los conocimientos generados por la enfermería en estas áreas sigue siendo un reto importante en la articulación de líneas de investigación, producción de conocimiento y práctica de la atención, especialmente en lo que respecta a su distribución geográfica entre las regiones de Brasil.

Descriptores: Grupos de investigación. Enfermería. Pediatría. Adolescente.

INTRODUÇÃO

O processo de construção do conhecimento em enfermagem, no que se refere à saúde do recém-nascido, da criança e do adolescente, é fundamental para o fortalecimento da profissão. Por ser um corpo de conhecimentos em consolidação, ainda há uma distância entre o saber e o fazer, ou seja, o progresso do conhecimento teórico ainda não é totalmente compartilhado pelos enfermeiros em atuação.

A enfermagem cumpriu etapas históricas importantes para se constituir como área profissional, técnico-científica, como disciplina e conhecimento especializado no cenário da produção de ciência, tecnologia e inovação para a área da saúde, que é um espaço de produção de conhecimentos no campo das ciências da vida.1-3

A enfermagem na área da saúde do recém-nascido, da criança e do adolescente constrói o seu campo de conhecimento científico e tecnológico com fundamentação em resultados de pesquisas em outras áreas do conhecimento. A assistência a essa clientela passa por uma série de mudanças e transformações importantes e necessárias em decorrência de determinantes histórico-sociais, econômicos e políticos. Não bastam o conhecimento e o ensino, ou os resultados da pesquisa nessas áreas e nos diferentes cenários de prática. Para que ocorra uma melhora na qualidade da assistência ao recém-nascido, à criança e ao adolescente torna-se necessária a disseminação e a divulgação de pesquisas realizadas para que haja mudanças na prática profissional. A complexidade do desenvolvimento científico e tecnológico, as mudanças nas políticas de educação, ciência, tecnologia e inovação fazem com que os grupos de pesquisa inseridos nos programas de pós-graduação se organizem tanto quanto as redes de cooperativas.2-6

O desenvolvimento da pesquisa na área do recém-nascido, da criança e do adolescente é uma estratégia fundamental para o fortalecimento dae nessas especialidades. Para que o conhecimento produzido por esse grupo de pesquisa se consolide como ciência e abra novos caminhos para a profissão é fundamental exercer uma prática profissional sustentada por esse novos saberes. Vale ressaltar que ainda há um descompasso entre a produção científica e as necessidades da sociedade. As prioridades devem ser pautadas na política vigente e em sua interface com as políticas de educação, ciência e tecnologia para que, num processo articulado, possamos visualizar a qualificação do pesquisador, desde o inicio de sua formação.7-9

Torna-se necessário conhecer a composição dos grupos de pesquisa nessas áreas, bem como sua vinculação institucional, suas linhas de pesquisas, suas potencialidades e limitações para fortalecer a produção científica da enfermagem neonatal, pediátrica e do adolescente. A competência do enfermeiro vem sendo desenvolvida na sua formação e no exercício profissional, na busca de novas tecnologias e do fortalecimento profissional.

A organização dos pesquisadores na área do recém-nascido, da criança e do adolescente em grupos de pesquisas é uma estratégia facilitadora da articulação, da consolidação das linhas de pesquisas e da produção de pesquisas.4

Sendo assim, pensamos nas seguintes questões: quais são os grupos de pesquisa de enfermagem na área da saúde do recém-nascido, da criança e do adolescente cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq)? Quais são as tendências das linhas de pesquisas nessas áreas?

Embora a organização dos pesquisadores em grupos de pesquisa seja uma estratégia facilitadora da articulação e da consolidação de linhas de pesquisa e de produção do conhecimento, o presente artigo tem como objetivo identificar os grupos de pesquisa na área de enfermagem do recém-nascido, da criança e do adolescente, a partir do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil do CNPq, e analisar as tendências das linhas de pesquisas nessas áreas.

METODOLOGIA

O presente estudo baseia-se em uma pesquisa documental de caráter descritivo e exploratório. Os dados foram coletados a partir do portal do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, Censos de 2000, e da Base corrente apresentada no Banco de Dados Estatísticos do CNPq.10

As informações obtidas pela busca textual de grupos certificados na base atual do Diretório foram acessadas no período de agosto a novembro de 2008. As informações contidas nas bases dizem respeito aos recursos humanos constituintes dos grupos, às linhas de pesquisa em andamento, às especialidades do conhecimento, aos setores de aplicação envolvidos, à produção científica e tecnológica e aos padrões de interação com o setor produtivo, no qual cada grupo é situado por região, unidade da federação e instituição.

No primeiro momento realizou-se a busca textual na base de Censos do Diretório dos Grupos de Pesquisa, com os descritores: recém-nascido, criança e adolescente. Esses descritores são comumente utilizados na literatura científica em referência a esses diferentes ciclos vitais. Vale destacar que o número dos grupos de pesquisa pode sofrer variação no seu quantitativo devido a sua certificação anual e ao surgimento de novos grupos. Desta forma, vários grupos são incluídos ou excluídos constantemente na plataforma. Nessa primeira fase, foram identificados 657 Grupos de Pesquisa (GPs) nas seguintes grandes áreas: Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e Ciências Biológicas. Em um segundo momento, realizou-se uma nova busca na área predominante da enfermagem na qual foram identificados 384 GPs. A enfermagem se insere nesse Diretório por intermédio da área de Ciências da Saúde, que é um componente do sistema nacional de inovação e que mantém uma base corrente com informações atualizadas por líderes dos grupos, pesquisadores, estudantes e dirigentes de pesquisa das instituições participantes, e pelos censos bianuais.

A busca foi refinada para cada um dos ciclos vitais em questão. A associação de enfermagem e recém-nascido foi seguida da associação desses resultados com termos/palavras associados (obstétrica/obstetrícia/materno infantil/neonatal/ neonatologia/bebê). A associação de enfermagem e criança, por sua vez, foi seguida de outra, entre seus resultados e termos/palavras associados (pediatria/puericultura/infantil/escolar/lactente). Finalmente, houve a associação de enfermagem e adolescente, seguida de nova busca com os descritores criança/adolescente. Nesse processo de refinamento foram encontrados 101 GPs. Após uma análise refinada dos 101 GPs, 32 foram excluídos por apresentarem duplicidade e 69 GPs foram selecionados para o estudo.

Após a leitura crítica dos 69 GPs, foram identificados dois subgrupos denominados Grupos Específicos e Grupos Não-específicos. Os 34 GPs Específicos foram designados por terem em seu título pelo menos um dos seguintes descritores: recém-nascido, criança e adolescente. Foram considerados Grupos Não-específicos aqueles que não incluíam os descritores, ou termos/palavras, supracitados em seu título mas que apresentavam tais descritores, termos e palavras em uma de suas linhas de pesquisas ou na repercussão do grupo.

Para a coleta de dados foi aplicado um formulário para a análise documental, contendo o nome do GP (Especifico ou Não Especifico), sua localização/instituição, seu ano de criação, o número de linhas de pesquisas e a repercussão. Os dados receberam tratamento estatístico descritivo e foram apresentados em tabelas com frequências absolutas e relativas. Por se tratar de uma pesquisa documental na qual foi utilizado material de domínio público, sem envolver seres humanos diretamente, este estudo não foi enviado para um Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 34 Grupos de Pesquisas Específicos, foram encontrados 12 grupos com o descritor recém-nascido, a saber: Educação e Assistência em Saúde da Mulher e do Recém-Nascido; Grupo de Estudos da Saúde da Mulher e do Bebê; Grupo de Pesquisa em Enfermagem na Saúde da Mulher e do Recém-Nascido; Materno Infantil; Saúde da Mulher e do Recém-nascido; Políticas e Modelos de Ensinar e Assistir em Saúde da Mulher e do Recém-Nascido; Grupo de Pesquisa em Enfermagem Materno-Infantil/GPEMI; Grupo de Pesquisa em Saúde da Mulher: Maternagem Especial; Maternidade: questões de saúde da mulher e da criança; Núcleo de Pesquisa em Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Coletiva; Saúde e Qualidade de vida do binômio mãe-filho; e Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Esses grupos são organizados em áreas de concentração relacionadas ao recém-nascido e que perpassam as áreas de enfermagem materno-infantil, saúde da mulher e a maternagem.

Vale destacar que na maioria dos cursos de graduação em enfermagem o ensino de enfermagem neonatal é uma unidade de programa com foco nas ações de cuidar do recém-nascido, da mulher e da família ou em disciplinas como Enfermagem na Saúde da Criança e/ou Adolescente ou Enfermagem Pediátrica e Enfermagem na Saúde da Mulher ou Enfermagem Obstétrica ou Enfermagem Materno-infantil; estas, correspondentes à assistência à mulher no ciclo gravídico-puerperal.

Os programas devem articular na prática ensino, pesquisa, extensão e assistência para o atendimento integral ao recém-nascido com procedimentos humanizados, inclusive quanto ao relacionamento familiar nos diferentes cenários de prática. A assistência ao recém-nascido de maneira integral compreende o período desde o nascimento até pelo menos 28 dias de vida, em vários níveis de complexidade, que incluem o atendimento em sala de parto, alojamento conjunto, unidade canguru, unidades de cuidados intermediários e intensivos, transporte e acompanhamento ambulatorial.

A disciplina enfermagem neonatal ou unidade neonatal se concentra mais nos Cursos de Pós-Graduação Lato-Sensu, com ênfase no recém-nascido sadio e doente, e sua qualidade de vida. A evolução da enfermagem neonatal vem se consolidando nas Linhas de Pesquisas. Indicadores mostram que a mortalidade neonatal é um dos maiores componentes da mortalidade infantil no Brasil e o período neonatal precoce é preponderante, estando os fatores que afetam a saúde do recém-nascido diretamente relacionados às condições maternas e ao atendimento prestado ao recém-nascido na primeira semana de vida. Observa-se ainda que a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde contempla, na subagenda de pesquisa, a Saúde da Criança e do Adolescente, que inclui como tema prioritário o período perinatal e o primeiro ano de vida.2-8

Verifica-se que a tendência da pesquisa na enfermagem neonatal está alinhada às diretrizes estabelecidas pelos organismos nacionais e internacionais, que pretendem atingir a Meta de Desenvolvimento do Milênio para, dessa forma, impactar a redução da morbidade e da mortalidade neonatal.

Os Grupos Específicos que apresentaram os descritores criança e adolescente foram 22, a saber: Assistência Integral à Saúde da Criança, do Adolescente e da Família; Crescer; Cuidado à Saúde Infantil; Cuidando da Criança e da Família; Enfermagem em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente; Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente; Grupo de Estudo em Puericultura; Grupo de Estudos de Enfermagem sobre a Criança Doente; Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde da Criança e do Adolescente (GEPSCA); Grupo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem e Saúde da Criança e do Adolescente (GEPESCA); Grupo de Pesquisa em Enfermagem no cuidado à Criança e ao Adolescente; Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Criança e Adolescente (SEMEAR); Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente (NEPCA); Núcleo de Estudos, Ensino e Pesquisa do Programa de Assistência Primária de Saúde Escolar (PROASE); Núcleo de Estudos em Saúde da Criança, do Adolescente, da Mulher e em Saúde Mental; O cuidar em Enfermagem na Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente; Saúde da Criança - Cenário Hospitalar; Segurança e Tecnologia - Grupo de Pesquisas de Enfermagem em Segurança do Paciente, Cuidados Intensivos e Terapia intravenosa em Pediatria (SEGTEC); Cuidando da Saúde da Criança e do Adolescente; Núcleos de Estudos da Criança e do Adolescente (NECAD); A criança em situação de exclusão social e/ou violência; Vulnerabilidade na adolescência: aspectos de promoção da saúde.

Desses 22 grupos encontrados, oito estão relacionados à criança, em outros 13 verificam-se os descritores criança e adolescente, e um deles tem área de concentração especificamente voltada para adolescente e corresponde ao mesmo domínio temático da linha de pesquisa.

Observa-se que os GPs específicos possuem uma área de concentração mais ampla, com o interesse voltado para a criança e/ou criança e adolescente e com Linhas de Pesquisas que investigam o contexto social, o processo saúde-doença, as políticas de atenção a criança/adolescente, o cuidar e o cuidado da criança e da família, a historia da enfermagem pediátrica, as tecnologias, os novos grupos infantis, entre outros. A grande amplitude de áreas do conhecimento a que se vinculam os grupos de pesquisas voltados para o recém-nascido, a criança e o adolescente correspondem a um achado importante em estudos anteriores2,4,6-7 que registram a produção do conhecimento em teses e dissertações, artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, voltados a saúde do recém-nascido, da criança e do adolescente.

Em relação aos 35 Grupos de Pesquisa Não-específicos, isto é, que não apresentaram em seu título os descritores selecionados, identificamos: Cuidando da saúde das pessoas, aspectos filosóficos e bioéticos; Assistência de Enfermagem; Desenvolvimento e aplicação de intervenção terapêutica em saúde; Assistência de Enfermagem na área hospitalar; Grupo de pesquisa em enfermagem e a subjetividade da mulher que vivencia o processo saúde-doença; Cuidado da saúde das pessoas, da família e da sociedade; Educação saúde e trabalho; Enfermagem nos serviços de saúde; Estudos em enfermagem da família; Fundamentação teórica, metodológica e tecnológica de assistência à saúde do individuo, da família e da coletividade; Grupo do Estudo do Brinquedo; Grupo de pesquisa Viver Mulher; Grupo de estudos e pesquisas de enfermagem em genômica; Grupo de estudos e pesquisas sobre a assistência para a saúde humana; Grupo de estudos e pesquisas sobre enfermagem, gênero e sociedade; Núcleo de estudos e pesquisas em aleitamento materno; Grupo de estudos família, sociedade e desenvolvimento; Grupo de Estudos sobre a corporalidade e a promoção da saúde; Mulher saúde e sociedade; Grupo de pesquisa em feridas do departamento de enfermagem Universidade Estadual de Londrina; Grupo de pesquisa institucional de Enfermagem; Grupo de pesquisa interdisciplinar e saúde coletiva e serviços de saúde; Grupo integrado de pesquisa em enfermagem; Modelos tecnoassistenciais e a promoção de saúde; Núcleo de enfermagem em oncologia; Núcleos de estudos em educação, promoção de saúde e projetos inclusivos; Núcleo de estudos de interdisciplinaridade criativa em enfermagem; Núcleo de extensão e pesquisa em enfermagem e promoção da saúde; Núcleo de pesquisa em cuidado de enfermagem no ciclo vital; Núcleo de pesquisa em educação e assistência de enfermagem; Saberes e prática em enfermagem; Violência, saúde e qualidade de vida; Saúde na Floresta; A promoção da saúde de Grupos populacionais e Ações epidemiológicas.

Verifica-se que alguns desses grupos priorizam temas de subagendas em pesquisa tais como saúde dos povos indígenas, saúde mental, violência, brincar e brinquedo terapêutico, doenças não transmissíveis, alimentação e nutrição, bioética e ética na pesquisa, pesquisa clínica, epidemiologia, promoção da saúde, gestão do trabalho e educação em saúde, entre outros. A experiência de pesquisadores nos temas da subagenda de pesquisa em saúde da criança e adolescente traz repercussões importantes para a melhoria das condições de saúde dessas populações em relação à realidade regional e nacional e abre espaço para a efetiva contribuição dos resultados da pesquisa para a prática profissional.

Além disso, a articulação de pesquisadores com os temas da subagenda auxilia o incremento da produção do conhecimento por meio de evidências científicas, favorecendo a construção de políticas para a assistência integral à saúde de recém-nascidos, crianças e adolescentes e de ações de qualidade para o desenvolvimento de tecnologias, o que é fundamental para conferir maior visibilidade a essa área, associada à política de ciência, tecnologia e inovação em saúde.9

O tema de segurança e tecnologia está vinculado à saúde e à educação, fortalecendo a assistência de enfermagem e desenvolvendo tecnologias que trazem impacto para a prática assistencial de enfermagem, podendo ser implementadas em diferentes cenários de cuidados. Devido a importância e a abrangência da prática da terapia intravenosa, os enfermeiros desde a sua formação devem adquirir conhecimentos que permitam implementar cuidados qualificados, desenvolvendo e aprimorando essa área do conhecimento.

As repercussões dos grupos de pesquisa na área de recém-nascido, criança e adolescente mostraram que as propostas de criação dos GPs estão vinculadas às atividades de extensão, assistência, ensino/formação de graduação e pós-graduação.

Destaca-se ainda a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade e a multidisciplinaridade, os movimentos sociais, a preocupação com as desigualdades sociais e a articulação com a Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras e Neonatais e da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras, além do aprofundamento de suas bases teórico-metodológicas, da articulação e do intercâmbio da produção do conhecimento em parcerias com grupos de pesquisa nacionais e internacionais. Nesse sentido, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) tem apoiado vários modelos de redes de cooperativa de pesquisa e Pós-Graduação, tais como o Programa de Cooperação Acadêmica, as parcerias para a realização de mestrados e doutorados interinstitucionais e as associações para estudos multicêntricos.9

Tal situação também repercute na distribuição dos GP nas diferentes regiões do Brasil, conforme consta da tabela 1.

Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm maior predominância na Região Sudeste, por concentrarem o maior número de programas de pós-graduação. Na Região Sul, os grupos estão distribuídos pelos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Observa-se que à medida que a pós-graduação cresce, surgem novos grupos de pesquisa na Região Nordeste, nos estados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Na região Norte os grupos se apresentam nos estados de Pará, Amazonas e Acre e na região Centro-Oeste eles estão em Mato Grosso e Brasília.

Vale destacar que um dos objetivos do CNPq é incorporar pesquisadores qualificados para que, em curto e médio prazo, as instituições de ensino superior possam concretizar a criação de programas em regiões cuja oferta é limitada, como, por exemplo, as Regiões Norte e Centro-Oeste e, nesse sentido, é de fundamental importância a cooperação acadêmica entre programas de pós-graduação mais consolidados e os novos programas, segundo as linhas de pesquisa emergentes em cada área.9-10

Para que ocorra um crescimento dos Grupos de Pesquisas, principalmente nas Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste do país, existe a necessidade de incremento na divulgação dos trabalhos, com publicações em revistas de alto fator de impacto e maior investimento na infraestrutura dos espaços acadêmicos de modo a se obter maior visibilidade para a pesquisa em enfermagem pediátrica a nível nacional e internacional.

Os dados obtidos no Censo de 2006 mostram que vem ocorrendo uma pequena, mas constante descentralização regional da pesquisa. Só nos últimos dois anos, enquanto o Sul e Sudeste juntos registraram um crescimento de 5% no número de grupos, as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte cresceram cerca de 17% em média, com destaque para a região Norte, que registrou 21% de crescimento. Como consequência, a participação percentual dessas três regiões (CO, NE, NO) em relação ao Brasil cresceu de 24% para 26%.10

Os cursos de pós-graduação stricto sensu em enfermagem são avaliados e conceituados pela CAPES, considerando-se a produção e a divulgação científicas de seus discentes e docentes. Porém, o número de cursos de pós-graduação na área de enfermagem ainda é muito limitado em relação às nossas dimensões continentais e às demandas do campo social e da área da saúde no Brasil.10-11

Nesse sentido, estratégias têm sido desenvolvidas para apoiar projetos conjuntos de ensino e pesquisa em instituições distintas, estimulando a criação de cursos de pós-graduação, a mobilidade docente e discente, e a fixação de pesquisadores nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da implantação de redes de cooperação acadêmica no país para programas de pós-graduação em diferentes estágios de consolidação e do apoio a projetos conjuntos de ensino e pesquisa em instituições distintas, estimulando a formação e a mobilidade docente e discente.5,10-11

Além dos intercâmbios para o fortalecimento de linhas de pesquisas, as cooperações acadêmicas respaldam a pesquisa, o treinamento e o intercâmbio de informações, asseguram a implementação das ações necessárias às redes de cooperação e a conseqüente elevação da qualidade do ensino na graduação e na pós-graduação. Os resultados das pesquisas contribuem para realimentar e realinhar a produção do conhecimento, a prática educacional e a assistência profissional, que por sua vez sofrem avaliações e criticas gerando novas questões a serem investigadas.5,10-12

Em relação à criação dos grupos de pesquisas, o primeiro GP Específico foi criado em 1985. Já o primeiro Grupo de Pesquisa Não Especifico foi criado em 1990, conforme se verifica na tabela 2, mais adiante.

Os grupos de pesquisas são criados a partir das experiências dos docentes e dos resultados de atividades de extensão e antecedem os processos de reestruturação permanente da produção acadêmica, adequando-a ao trabalho científico realizado por docentes e discentes. Vale salientar que apesar de um determinado GP ter sido formado, não significa que o pesquisador envolvido tenha iniciado seus estudos no momento da criação do GP.

A prática da enfermagem da área da criança e do adolescente acompanha as mudanças político-sociais da sociedade e observa-se a participação do enfermeiro nos serviços de saúde, onde se desenvolvem atividades nos programas de cobertura populacional. A organização dos pesquisadores em grupos de pesquisas é uma estratégia facilitadora da articulação e da consolidação de linhas de pesquisas e de produção de conhecimento.1-2,4,6-7,15

Observa-se que os Programas de Pós-Graduação (PGs) e os GPs têm estreita relação, visto que os Programas de PGs consolidam e impulsionam o trabalho dos GPs e estes, por sua vez, fortalecem a PG, pois a maior parte dos pesquisadores é de docentes que integram os cursos de graduação e pós-graduação, com projetos de extensão e pesquisa nos quais atuam estudantes de graduação, mestrado e doutorado, possibilitando assim a criação de bases sólidas para o tripé ensino, pesquisa e extensão.10-14

A tabela 2 mostra que entre 2005 a 2008 houve um aumento significativo dos GPs, sejam os Específicos sejam os Não-específicos. Pode-se depreender que esse fato se deu não somente pelo aumento do número de cursos de PG, mas também pelo aumento da demanda de enfermeiros da prática nos cursos de PG Stricto Sensu, estimulado pelo aumento financeiro.

Devemos também levar em consideração que o aumento de enfermeiros da assistência interessados na pesquisa aproxima a teoria da prática e resultam na aplicabilidade dos estudos, ou seja, tais conhecimentos não ficam restritos às academias. Com isso, esses desafios criam políticas como a do mestrado profissional e principalmente a de iniciação científica, visando a um futuro enfermeiro com pensamento crítico-reflexivo e que busque através da pesquisa a qualidade da assistência.

Nas últimas décadas, o Brasil vem experimentando importante desenvolvimento acadêmico com a ampliação de programas de pós-graduação. Ainda, o aumento do número de doutores bem como a qualificação do corpo docente das universidades têm trazido crescimento dos números de GPs e da produção do conhecimento na área do recém-nascido, da criança e do adolescente.10-14

O Brasil tem cerca de um milhão de enfermeiros, nos diferentes níveis de formação. Desse total, quase 200 mil têm formação universitária e a prática profissional depende da produção de conhecimento desenvolvida nos programas de PG. Cada vez mais recém-graduados buscam estender sua formação com a pós-graduação e recebem incentivos dos órgãos de fomento, principalmente aqueles que foram bolsistas de Iniciação Cientifica.5,10-14

O preparo de estudantes de graduação em enfermagem para desenvolver pesquisas por meios dos Diagnósticos de Saúde, projetos de iniciação científica que vinculam as disciplinas de graduação com a pós-graduação, estimula e fomenta o surgimento cada vez mais precoce de futuros pesquisadores.

O estudo evidencia que os GPs em enfermagem, na área do recém-nascido, da criança e do adolescente têm aumentado sua produção científica com a formação de mestres e doutores qualificados. Isso contribui para ampliação desse conhecimento - principalmente para as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste do Brasil - e ao mesmo tempo, busca visibilidade e inserção internacional na elaboração de projetos em parceria com instituições de outros países.

Observa-se essa tendência na repercussão de alguns dos grupos de pesquisas que estabeleceram parcerias com instituições de Canadá, Colômbia, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Suécia, e Venezuela, entre outros. Vale destacar que a interdisciplinaridade ainda é incipiente e isso exige um maior esforço dos GPs no sentido de desenvolvê-la em termos acadêmicos e na prática.

O GP se conceitua como um grupo de pesquisadores, estudantes e pessoal de apoio técnico que está organizado em torno da execução de linhas de pesquisa que representam temas aglutinadores de estudos científicos fundamentados na tradição investigativa, de onde se originam os projetos cujos resultados guardam afinidades entre si, segundo uma regra hierárquica fundada na experiência e na competência técnico-científica.5,10

Em relação ao número de linhas de pesquisas, o estudo mostra que foram encontrados dois Grupos de Pesquisa com 10 a 15 linhas de pesquisa, localizados nas regiões Centro-Oeste e Sudeste respectivamente. Em seguida, estão os grupos localizados nas regiões Norte (Amazonas), Centro-Oeste (Distrito Federal) e Sudeste (São Paulo), respectivamente, com sete a nove linhas de pesquisa. Os demais GPs têm de uma a três linhas de pesquisa.

O estudo revela ainda que o líder de grupo ou pesquisador do grupo participa de um segundo GP ou de outras LPs que desenvolve. Algumas vezes, inclusive, o que parece ser apenas uma linha de pesquisa com pequenas variações aparece como elemento organizador de vários grupos. Este fato levou o CNPq a considerar uma atipicidade a participação do pesquisador (independente da sua condição de liderança) em quatro grupos ou mais.10

A linha de pesquisa determina os rumos do que vem sendo investigado num dado contexto ou realidade, limita as fronteiras de um campo específico de conhecimento, oferece orientação teórica para a busca e estabelece procedimentos adequados ao processo de construção do conhecimento. As linhas de pesquisas se constituem em unidades de análise de desempenho, especialmente para os cursos de graduação e pós-graduação e para a produção dos pesquisadores nos órgãos de fomento.

A produção científica na área do recém-nascido, da criança e do adolescente transforma a prática e certamente possibilita maior credibilidade para as decisões tomadas. Consequentemente, reflete-se também na qualificação do ensino nos níveis de graduação e pós-graduação e na visibilidade e consolidação dessa área do conhecimento.15

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os grupos de pesquisa estão concentrados nas Regiões Sudeste e Sul. Surgem também nas Regiões Nordeste, Norte e na região Centro-Oeste. Observa-se a cooperação acadêmica entre os programas de pós-graduação para a redução das desigualdades regionais e intrarregionais através da formação de pessoal de alto nível para o desenvolvimento do país mediante projetos articulados de ensino e pesquisa. Isso nos permite inferir a necessidade de uma maior integração entre os grupos de pesquisas consolidados e os grupos de pesquisa emergentes, com serviço e ensino, articulação interdisciplinar e multidisciplinar, principalmente nessas áreas do conhecimento.

Existe uma tendência para a internacionalização, com a articulação e o intercâmbio de pesquisadores, por meio de parcerias com instituições de Canadá, Colômbia, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Suécia e Venezuela, principalmente entre os grupos de pesquisa já consolidados, e observa-se também um esforço na busca do crescimento da produção cientifica na área da enfermagem neonatal e pediátrica, principalmente no que se refere à qualidade e ao impacto dessa produção.

O presente estudo mostrou um aumento no número de grupos de pesquisa na área do recém-nascido, da criança e do adolescente e observou maior visibilidade de linhas de pesquisas alinhadas à subagenda de pesquisa em saúde, nos princípios do Sistema Único de Saúde e das diretrizes dos organismos internacionais, necessárias para se atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, principalmente no que se refere à redução às desigualdades sociais e econômicas e à necessidade de fomentar estudos que tragam impacto para o desenvolvimento de tecnologia e inovação, haja vista que este é hoje o grande desafio da enfermagem neonatal e pediátrica.

Há grupos de pesquisas altamente qualificados com geração de conhecimento nacional e/ou internacional, desenvolvendo seus estudos com outros grupos de pesquisas. Existe uma tendência de crescimento da produção cientifica brasileira internacional, principalmente no que se refere à transferência de conhecimento.

Merecem destaque os grupos de pesquisa com linhas de pesquisa emergentes para os seguintes temas: ética, tecnologia biológica, tecnologia da informação, educação, inclusão, segurança e pesquisas clínicas. Torna-se um desafio importante intensificar ações as inovações tecnológicas nessas linhas de pesquisa consideradas emergentes para o desenvolvimento do país.

Além disso, o incremento da rede cooperativa de pesquisa na pós-graduação fez surgir grupos de pesquisa na Região Nordeste e, principalmente, na Região Norte, e foi um passo adiante no grande desafio de contribuir para o avanço e a difusão do conhecimento nessas regiões tão carentes e com tanta diversidade.

Em relação ao recém-nascido, observa-se que a produção científica do conhecimento da enfermagem neonatal está pulverizada na área da mulher e da criança. A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde enfatizam que a saúde neonatal é de alta prioridade. Quanto ao adolescente, apenas um grupo de pesquisa o traz como essência.

Um dos grandes desafios para a área da enfermagem do recém-nascido, da criança e do adolescente é a formação de uma rede cooperativa para o crescimento dos grupos de pesquisas e suas linhas emergentes. O impacto e o benefício econômico e social dos conhecimentos produzidos e aplicados na prática da enfermagem é ainda um grande desafio para os pesquisadores gerentes de práticas investigativas e corresponsáveis nos trabalhos da área da saúde.

Contudo, é recomendável que outros estudos sejam desenvolvidos, com análise mais aprofundada, relacionando as linhas de pesquisa e a produção científica dos grupos. Espera-se ainda que esse trabalho sirva de incentivo à discussão sobre a produção e a divulgação científica da enfermagem na área do recém-nascido, da criança e do adolescente.

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  • Correspondência:

    Marialda Moreira Christoffel
    Prof. Edmundo March, 02, ap.1204 - Boa Viagem
    24210-330, Niterói, RJ, Brasil
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Dez 2011
    • Data do Fascículo
      2011
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