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Fases da teoria humanística: análise da aplicabilidade em pesquisa

Resumos

Objetivou-se analisar a aplicabilidade das fases da Teoria Humanística em pesquisas, segundo um Modelo de Análise de Teoria. Estudo de análise crítica de teoria de enfermagem com ênfase na aplicabilidade. Realizou-se a busca, em abril e maio de 2013, nas bases de dados SCOPUS, Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature e nas disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde. Foram utilizados os descritores: "Teoria de Enfermagem" e "Pesquisa em Enfermagem" e Nursing Theory e Nursing Research, em publicações de 2002 até maio de 2013. Sete artigos foram selecionados, dos quais cinco apresentaram todas as etapas em seu desenvolvimento, evidenciando a aplicabilidade da Teoria Humanística como suporte metodológico nas pesquisas de enfermagem.

Teoria de enfermagem; Pesquisa em enfermagem; Enfermagem


The goal was to analyze the applicability of the phases of Humanistic Theory in research, according to a Theory Analysis Model. Critical nursing theory analysis study with emphasis on applicability. A search was carried out in April and May 2013 in the databases SCOPUS, Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature and in the publications available in the Virtual Health Library. The following descriptors were used: "Teoria de Enfermagem" and "Pesquisa em Enfermagem" and Nursing Theory and Nursing Research, in publications from 2002 until May 2013. Seven papers were selected, five of which displayed all phases in their development, evidencing the applicability of Humanistic Theory for methodological support in nursing research.

Nursing theory; Nursing research; Nursing


El objetivo fue analizar la aplicabilidad de las fases de la Teoría Humanística en investigaciones, según un Modelo de Análisis de Teoría. Estudio de análisis crítica de teoría de enfermería con énfasis en la aplicabilidad. Fue efectuada una búsqueda, en abril y mayo de 2013, en las bases de datos SCOPUS, Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature y en las disponibles en la Biblioteca Virtual de Salud. Fueron utilizados los descriptores: "Teoria de Enfermagem" y "Pesquisa em Enfermagem" y Nursing Theory y Nursing Research, en publicaciones del 2002 hasta mayo de 2013. Siete artículos fueron seleccionados, de los cuales cinco revelaron todas las etapas en su desarrollo, evidenciando la aplicabilidad de la Teoría Humanística como soporte metodológico en las investigaciones de enfermería.

Teoría de enfermería; Investigación en enfermería; Enfermería


INTRODUÇÃO

Teoria em pesquisa consiste em um conjunto de conceitos e preposições que formam um sistema logicamente inter-relacionado, fornecendo mecanismo para dedução lógica de novas declarações, a partir das proposições originais.11. Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática da enfermagem. Porto Alegre (RS): Artmed; 2011. Na enfermagem, teoria é definida como a conceptualização de aspectos da realidade da enfermagem, com o propósito de descrever e explicar as relações entre os fenômenos, prever consequências ou descrever o cuidado de enfermagem.22. Meleis AI. Theoretical nursing: development and progress. Philadelphia (US): Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins; 2012.

Os enfermeiros vêm desenvolvendo e aplicando teorias na prática e pesquisa, com objetivo de refinar e expandir os conhecimentos científicos, bem como contribuir com estudos que refletem a relevância e valorização da enfermagem, como disciplina científica, no campo assistencial, profissional e acadêmico.33. Kleiman S. Human centered nursing: the foundation of quality care. Philadelphia (US): F. A. Davis Company; 2009.

Desenvolver pesquisa com suporte teórico oferece subsídios para estender, examinar, desenvolver ou validar uma teoria; seus achados implicam maior nível de entendimento e abstração, contribuindo, de forma mais significativa, para ampliar o conhecimento da disciplina de Enfermagem.44. Chinn PL, Kramer MK. Integrated theory and knowledge development in nursing. St Louis (US): Mosby; 2011.

Dentre as teorias com notada relevância para a enfermagem destaca-se a Teoria Humanística, que oferece a possibilidade de aplicação de seus pressupostos para nortear a prática clínica e de um método para direcionar a prática profissional.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988. Além de ser congruente com a natureza da enfermagem, contempla aspectos das ciências humanas.22. Meleis AI. Theoretical nursing: development and progress. Philadelphia (US): Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins; 2012.

O método da Teoria Humanística é denominado de Enfermagem Fenomenológica, fundamentada no existencialismo e na fenomenologia, composta por cinco fases estruturadas, segundo o método científico: preparação da enfermeira para vir-a-conhecer; a enfermeira conhece intuitivamente o outro; a enfermeira conhece cientificamente o outro; a enfermeira sintetiza, de forma complementar, as realidades conhecidas; e, por fim, dá-se a sucessão interna da enfermeira, a partir de muitos para um único paradoxal.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

Ressalta-se que as fases da Teoria Humanística permitem ao enfermeiro aplicá-las tanto na assistência quanto na pesquisa. O profissional, na prática cotidiana, pode optar por utilizá-las como método para desenvolvimento de estudos, assim como Processo de Enfermagem, para direcionar o fazer da enfermagem. No cotidiano da enfermagem, teoria e prática não existem separadamente; ao contrário, entrelaçam-se de forma articulada à sua práxis, em resposta ao conhecimento e à necessidade do ser-cuidado.77. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem humanística: ênfase na comunicação com mães de neonatos sob fototerapia. Petrópolis (RJ): EPUB; 2008.

No contexto da pesquisa em enfermagem, embora as cinco fases da Teoria Humanística estejam descritas e apresentadas em publicações, a diversidade de seu uso, como suporte metodológico, dificulta o entendimento do modo adequado de sua aplicabilidade.

Diante disso, surgiu o interesse em conhecer como enfermeiros estão aplicando as cinco fases da Teoria Humanística em pesquisas nos diversos cenários da práxis de enfermagem. Ao que se sabe, quando se usa uma teoria para a prática clínica ou direcionamento da pesquisa, deve-se examiná-la, criticamente, para o entendimento adequado da sua natureza, visto que, sem exame cuidadoso, decisões para o cuidado, guiadas pela teoria, serão menos efetivas, e os resultados das pesquisas fundamentadas na teoria serão provavelmente falhos.44. Chinn PL, Kramer MK. Integrated theory and knowledge development in nursing. St Louis (US): Mosby; 2011.

Ancorado em tais assertivas, centrou-se em analisar a aplicabilidade das fases da Teoria Humanística em pesquisas, segundo um Modelo de Análise de Teoria.

TEORIA HUMANÍSTICA E A ENFERMAGEM FENOMENOLÓGICA

A prática da Enfermagem Humanística é composta, estruturalmente, de três conceitos que fundamentam a base da enfermagem: o diálogo, a comunhão e a Enfermagem Fenomenológica.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

O diálogo vivido refere-se a uma forma particular de relação intersubjetiva, via compartilhamento de experiências entre os indivíduos, e que envolve alguns elementos essenciais para que se estabeleça o diálogo pleno: encontro, relação, presença, chamado e resposta. Essa relação é compreendida através de três dimensões: a relação Eu-Tu (sujeito-sujeito), a relação Eu-Isso (sujeito-objeto) e a relação Nós (comunhão entre duas ou mais pessoas).55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

A comunhão se desenvolve quando duas ou mais pessoas descobrem o significado de sua existência ao compartilharem e estabeleceram relação umas com as outras.88. Praeger SG, Paterson JE, Zderad LT. AAA. In: George JB, organizador. Teorias de enfermagem: os fundamentos para a prática profissional. 4a ed. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 2000. p.241-51. As pessoas envolvidas apresentam ideias e pensamentos semelhantes, em comunhão de experiências, acerca de determinado fenômeno, mesmo que sejam pessoas culturalmente diferentes e que residam em localidades distintas.99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700.

Ao considerar as experiências do enfermeiro frente às relações de diálogo, a Enfermagem Fenomenológica consiste em método da prática da Enfermagem Humanística, por se tratar de instrumento para descrição da situação clínica profissional da enfermagem, experenciada no mundo subjetivo-objetivo, entre seres subjetivos-objetivos.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

A Enfermagem Fenomenológica é dividida em cinco fases. Na primeira fase, a enfermeira se prepara, introspectiva e cientificamente, para iniciar a investigação do fenômeno. Revela-se aberta e disponível a outras experiências e percepções, despe-se de preconceitos e julgamentos e, ao mesmo tempo, reconhece sua própria visão de mundo. A par disso, procura realizar leituras e estudos sobre a natureza dos homens, bem como sobre o objeto a ser estudado.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

Na segunda fase, a enfermeira conhece intuitivamente o outro. Esse é o momento do encontro dialógico, da verdadeira relação EU-TU, quando existe a presença de dois seres: uma pessoa como o EU e o outro como o TU, em uma relação transacional,1010. Buber M. Eu e tu. Tradução de Newton Aquiles Von Zuben . 2a ed. São Paulo (SP): Moraes; 1974. em que a enfermeira busca conhecer a visão do outro, sobre o fenômeno estudado.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

Na terceira etapa, a enfermeira se distancia dos sujeitos, para conhecê-los cientificamente, estabelecendo a relação sujeito-objeto (EU-ISSO). O momento é de reflexão e análise, acerca da experiência vivida (no passado), e tem por finalidade permitir a análise do objeto de estudo, e realizar sua classificação, comparação e categorização.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

Na quarta fase, a enfermeira sintetiza as diversas realidades acerca do fenômeno estudado para, então, alcançar uma visão ampliada.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988. Na quinta e última fase, a enfermeira, diante de múltiplas situações, atinge uma concepção importante para a maioria ou todos os envolvidos no contexto em estudo. A partir de ideias extraídas de cada situação, conquista-se uma unidade ou um conjunto, formando uma concepção representativa sobre o objeto investigado.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de análise crítica de teoria de enfermagem, com ênfase na aplicabilidade das fases metodológicas da Teoria Humanística referendadas em estudos publicados na enfermagem, com suporte na utilização de Modelo de Análise de Teoria de Chinn e Kramer. O Modelo selecionado abrange descrição e análise crítica de teoria de enfermagem, e pode ter emprego no todo ou em partes. A análise crítica é formada pelos componentes: clareza, simplicidade, generalidade, acessibilidade, importância e aplicabilidade. A aplicabilidade da teoria pode ser analisada no ensino, na pesquisa ou na prática.44. Chinn PL, Kramer MK. Integrated theory and knowledge development in nursing. St Louis (US): Mosby; 2011. Neste estudo, optou-se pela análise da aplicabilidade da teoria na pesquisa.

Para o desenvolvimento da análise crítica, sob esse enfoque, elaborou-se a questão central: a Teoria Humanística é aplicável na pesquisa? Para responder à questão central, o Modelo de Análise de Teoria44. Chinn PL, Kramer MK. Integrated theory and knowledge development in nursing. St Louis (US): Mosby; 2011. apresenta seis perguntas, duas delas adotadas no estudo: existem evidências de aplicação das fases da Teoria Humanística na pesquisa? Como essas fases foram aplicadas na pesquisa em enfermagem? As respostas para as referidas questões foram obtidas através das informações extraídas das pesquisas selecionadas, por meio de busca nas bases de dados relevantes para divulgação dos trabalhos de enfermagem.

Para o levantamento bibliográfico realizou-se busca, em abril e maio de 2013, nas bases de dados SCOPUS, Cumulative Index of Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e nas bases disponíveis por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), dentre as quais: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Biblioteca Cochrane, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Acervo da Biblioteca da Organização Pan-Americana da Saúde (PAHO) e Sistema de Informação da Biblioteca da OMS (WHOLIS). Para identificação dos trabalhos, foram utilizados os descritores "Teoria de Enfermagem" e "Pesquisa em Enfermagem", constantes nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS); para a busca na BVS e, para as demais, foram utilizados Nursing Theory e Nursing Research, constantes no Medical Subject Headings (MESH). Obedeceu-se a mesma sequência desses descritores, para as buscas nas três bases escolhidas, estabelecendo-se como limite de investigação, as publicações de 2002 até maio de 2013.

Como critérios de inclusão, foram definidos: pesquisas disponíveis eletronicamente nas bases de dados selecionadas, nos idiomas português, inglês e espanhol, que aplicaram as fases da Teoria Humanística. Por sua vez, sofreram exclusão: os editoriais, cartas ao editor, estudos reflexivos, relatos de experiência e publicações duplicadas.

No processo de seleção dos artigos foram identificados, inicialmente, 532 artigos na CINAHL, 2.324 na SCOPUS e 1.567 na BVS; destes, após leituras dos títulos e resumos, e retirada dos duplicados e dos que não apresentaram na seção método/metodologia a descrição da aplicação das fases da Teoria Humanística, permaneceram sete artigos para análise. Para a pré-seleção dos artigos, procedeu-se à leitura dos títulos, seguida do resumo ou abstract. Logo após, foram analisados, na íntegra, segundo o instrumento próprio deste estudo. A análise crítica realizou-se por meio da caracterização e síntese da descrição das fases da Teoria Humanística, aplicadas nos artigos selecionados, apresentados em quadros, e discutidos, descritivamente, mediante literatura pertinente ao assunto.

Para a coleta das informações dos artigos selecionados, direcionadas às questões de análise, elaborou-se um instrumento com os seguintes itens: título, ano de publicação, autores, tipo de estudo, cenário do estudo, fases metodológicas e descrição da aplicação de cada fase.

RESULTADOS

Para responder às questões de análise foram organizados dois quadros, contendo no quadro 1 as informações metodológicas, e no quadro 2, a descrição da aplicabilidade das fases da Teoria Humanística.

Quadro 1
Distribuição das pesquisas selecionadas, segundo os aspectos metodológicos

Quadro 2
Pesquisas de enfermagem e a descrição da aplicabilidade das fases da Teoria Humanística

Cinco pesquisas indicaram, no título, a aplicação da Teoria Humanística, como referencial teórico-metodológico, ou apresentaram vocabulário pertinente ao contexto fenomenológico e existencial característico da referida teoria. No total, sete pesquisas foram publicadas no período de 2004 a 2012, em periódicos brasileiros, no idioma português, sendo uma encontrada também na versão em inglês, em base de dados internacional.

O tipo de estudo qualitativo predominou, o que sugere a aplicabilidade das fases da Teoria Humanística em pesquisas dessa natureza. A população foi composta por mães, em dois estudos: mães de crianças e mãe de recém-nascido; nos demais, os sujeitos foram representados por cuidadores, própria criança, adultos de ambos os sexos e parturientes. O cenário hospitalar apareceu em quatro estudos, dois de contexto pediátrico, um neonatal e obstétrico; dois em uma Organização Não Governamental (ONG), em Fortaleza-CE, e em uma Casa de Apoio no Rio Grande do Sul; e um em ambulatório de uma Instituição de Referência em Transplantes de Fígado. Essas indicações remetem ao fato de que as áreas de enfermagem pediátrica e neonatal são as que mais desenvolvem pesquisas com a Teoria Humanística.

Dos sete estudos, cinco aplicaram as cinco fases da Teoria Humanística, as quais foram detalhadamente descritas na seção método ou metodologia e apresentadas nos resultados dos estudos selecionados.

A maioria das pesquisas guiava-se pelas cinco etapas da Teoria Humanística, como suporte metodológico para o desenvolvimento do estudo. Predominantemente, estabeleceu-se, na primeira fase, a aquisição de conhecimento acerca do objeto de estudo e da Teoria, concomitante a momentos de reflexão e introspecção para o autoconhecimento dos autores. Na segunda, realizou-se a integração com os sujeitos, seguida da coleta dos dados por meio de observação, entrevista e desenhos, salienta-se que o diálogo informal apresentou-se como uma alternativa de aproximação prévia dos participantes. Buscou-se a relação entre sujeitos, tendo-se que o conhecimento intuitivo se desenvolve sem a pretensão de usar o raciocínio analítico frente aos mesmos, pondo-se ênfase na relação EU-TU.

Na terceira fase, efetivou-se a organização e análise dos dados, com a imersão dos autores no conteúdo extraído na coleta de dados, com a finalidade de examinar, cientificamente, o teor dos depoimentos, instituindo-se a relação EU-ISSO. Na quarta fase, desenvolveu-se a interpretação, comparação, classificação para síntese e formação das unidades temáticas ou categorias. Na última etapa, os dados, a partir da visão geral dos participantes e dos autores, foram confrontados com outras pesquisas e literaturas relacionadas, resultando em uma concepção ou reflexão sobre o fenômeno em estudo.

DISCUSSÃO

Estudo que analisou a produção do conhecimento de teorias de enfermagem, publicada em sete periódicos nacionais da área, entre os anos de 1998 e 2007, constatou que a Teoria de Enfermagem Humanística de Paterson e Zderad representa o referencial mais utilizado nos estudos da enfermagem.1818. Schaurich D, Crossetti MGO. Produção do conhecimento sobre teorias de enfermagem. Esc Anna Nery. 2010 Jan-Mar; 14(1):182-8. No entanto, não foi explicitado o quantitativo de pesquisas que aplicou as etapas da teoria.

Em pesquisas publicadas em periódicos indexados, que não compuseram a amostra, em face da não identificação no processo de busca nas bases de dados, mas que aplicaram as fases da Teoria Humanística, verificou-se delineamento qualitativo, com população de pais de crianças com Síndrome de Down, mães de recém-nascidos em fototerapia e enfermeiros atuantes da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN),99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700. , 1919. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8. - 2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81. o que converge com as características das publicações selecionadas para o presente estudo.

Sobre o predomínio de pesquisas qualitativas, tem-se que a Teoria Humanística segue essa abordagem, respeitando sua origem na fenomenologia, juntamente com as teorias apoiadas na etnografia. As tradições de pesquisa, em referência, fornecem a estrutura dominante que fundamenta, teoricamente, os estudos qualitativos.11. Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática da enfermagem. Porto Alegre (RS): Artmed; 2011.

Considerando a existência de três outros estudos não incluídos na amostra,99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700. , 1919. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8. - 2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81. optou-se por apresentá-los na presente discussão, com a finalidade de demonstrar as semelhanças na aplicação das fases, em consonância com as pesquisas selecionadas, além de destacar diferenças, especificamente nas terceira, quarta e quinta fases, organizadas, segundo os ditames da teoria.

Preparação da enfermeira para vir-a-conhecer

Nessa fase, a enfermeira se prepara, introspectiva e cientificamente, para iniciar a investigação do fenômeno. Mostra-se acessível e disponível a outras experiências e percepções, desprende-se de preconceitos e julgamentos e, ao mesmo tempo, reconhece sua própria visão de mundo. O momento consiste na preparação da mente para conhecer o campo da clínica ou da investigação, o que pode ser realizado através de leituras de obras das ciências humanas, reflexão sobre elas e comparação delas com o que já se conhece, qual seja a prática da enfermagem.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. - 66. Paterson JG, Zderad LT. Humanistic nursing. New York (US): National League for Nursing; 1988. , 88. Praeger SG, Paterson JE, Zderad LT. AAA. In: George JB, organizador. Teorias de enfermagem: os fundamentos para a prática profissional. 4a ed. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 2000. p.241-51.

Em termos gerais, nos estudos selecionados, as autoras buscaram o autoconhecimento através do diálogo, da introspecção, das vivências e do embasamento literário relacionado ao objeto da pesquisa, além do aprofundamento da literatura da Teoria Humanística.1111. Campos ACS, Cardoso MVLML. O recém-nascido sob fototerapia: a percepção da mãe. Rev Latino-Am Enferm. 2004 Jul-Ago; 12(4):606-13.

12. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen...

13. Silva LMP, Galvão MTG, Araújo TL, Cardoso MVLML. Taking care of children's family in abuse situation considering the humanistic theory. Online Braz J Nurs [online]. 2007 [cited 2012 Jan 11]; 6(1). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewarticle/715/162
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14. Medeiros HMF, Motta MGC. Existir da criança com aids em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística. Rev Gaúcha Enferm. 2008 Set; 29(3):400-7.

15. Morais GSN, Costa SFG. A experiência existencial de mães de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Rev Esc Enferm USP. 2009 Set; 43(3):639-46.

16. Aguiar MIS, Braga VAB. O significado do transplante de fígado para o paciente em lista de espera: abordagem fenomenológica. Rev Cuba Enferm. 2012 Set-Dez; 28(4):485-94.
- 1717. Caus ECM, Santos EKA, Nassif AA, Monticelli M. O processo de parir assistido pela enfermeira obstétrica no contexto hospitalar: significados para as parturientes. Esc Anna Nery. 2012 Jan-Mar; 16(1):34-40. Em um dos estudos, as leituras ocorreram por meio de livros, teses e artigos, visualização de filmes e participação em congressos.1212. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
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Ao que se percebe, essa é a fase de preparação para a coleta dos dados.

A preparação para vir-a-conhecer iniciou-se a partir da introspecção, das leituras, do diálogo com a equipe de saúde da instituição que serviu de fonte do estudo, da coleta de dados documentais dos prontuários, para a caracterização das mães e dos RN.2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81. O mesmo ocorreu com as leituras sobre a teoria humanística, focada na temática pertinente à pesquisa. Buscou-se, também, a aproximação com o cenário e os enfermeiros participantes do estudo, através de visitas diárias à unidade e conversas informais.9 9. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700.Dinâmicas de grupo, foram empregadas, subsidiando a revisão de literatura e esclarecimento da problemática do estudo.1919. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8.

A enfermeira conhece intuitivamente o outro - relação EU-TU

Essa fase gera um conhecimento especial, chamado intuitivo, que supõe a relação EU-TU e pressupõe, ainda, que ele esteja aberto às experiências do outro.77. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem humanística: ênfase na comunicação com mães de neonatos sob fototerapia. Petrópolis (RJ): EPUB; 2008.

Compõem a segunda fase, a aproximação dos sujeitos e do cenário do estudo, conversas informais, observação participante e não participante, comunicação verbal e não verbal, oitiva de narrativas, entrevista, observação de desenhos e registro das observações por meio de diário de campo e de depoimentos gravados.1212. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
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13. Silva LMP, Galvão MTG, Araújo TL, Cardoso MVLML. Taking care of children's family in abuse situation considering the humanistic theory. Online Braz J Nurs [online]. 2007 [cited 2012 Jan 11]; 6(1). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewarticle/715/162
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14. Medeiros HMF, Motta MGC. Existir da criança com aids em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística. Rev Gaúcha Enferm. 2008 Set; 29(3):400-7.

15. Morais GSN, Costa SFG. A experiência existencial de mães de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Rev Esc Enferm USP. 2009 Set; 43(3):639-46.

16. Aguiar MIS, Braga VAB. O significado do transplante de fígado para o paciente em lista de espera: abordagem fenomenológica. Rev Cuba Enferm. 2012 Set-Dez; 28(4):485-94.

17. Caus ECM, Santos EKA, Nassif AA, Monticelli M. O processo de parir assistido pela enfermeira obstétrica no contexto hospitalar: significados para as parturientes. Esc Anna Nery. 2012 Jan-Mar; 16(1):34-40.

18. Schaurich D, Crossetti MGO. Produção do conhecimento sobre teorias de enfermagem. Esc Anna Nery. 2010 Jan-Mar; 14(1):182-8.

19. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8.

20. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81.
- 2121. Campos ACS. Comunicação com mães de neonatos sob fototerapia: pressupostos humanísticos [tese]. Fortaleza (CE): Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem; 2005. Constata-se, assim, que essa fase foi estabelecida para ambientação do cenário e aproximação dos participantes, seguida da realização da coleta de dados, com a utilização de métodos usados comumente em pesquisas de natureza qualitativa.

Para maior envolvimento com a família dos pesquisados, foram realizadas dinâmicas oportunas.1919. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8. Procedeu-se a encontros individuais, para realização de entrevista com roteiro semiestruturado, seguido da apresentação de um "painel ilustrado", contendo a trajetória da fototerapia, riscos e benefícios, além dos cuidados de enfermagem ao RN sob fototerapia.2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81. Encontro com as enfermeiras participantes, para explicação dos objetivos da pesquisa e do preenchimento do questionário, foi inserido nessa fase.99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700.

A enfermeira conhece cientificamente o outro - relação EU-ISSO

Após vivenciar a presença (relação EU-TU) no encontro entre os seres, o outro passa a ser interpretado como um objeto, estabelecendo-se a relação EU-ISSO.1818. Schaurich D, Crossetti MGO. Produção do conhecimento sobre teorias de enfermagem. Esc Anna Nery. 2010 Jan-Mar; 14(1):182-8. Desta forma, tornou-se possível a inserção da Enfermagem nesse contexto, ressalta-se que a enfermeira, por meio do olhar científico, analisa o outro como um objeto que pode ser classificado, comparado, interpretado, relacionado, denominado e categorizado.

Na conformidade de quatro estudos, esta fase caracterizou-se pelo distanciamento do objeto, escuta, transcrição, momento de reflexão, análise das falas, comparação, interpretação, visualização e classificação das ideias e contrastes.1111. Campos ACS, Cardoso MVLML. O recém-nascido sob fototerapia: a percepção da mãe. Rev Latino-Am Enferm. 2004 Jul-Ago; 12(4):606-13.

12. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen...

13. Silva LMP, Galvão MTG, Araújo TL, Cardoso MVLML. Taking care of children's family in abuse situation considering the humanistic theory. Online Braz J Nurs [online]. 2007 [cited 2012 Jan 11]; 6(1). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewarticle/715/162
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- 1414. Medeiros HMF, Motta MGC. Existir da criança com aids em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística. Rev Gaúcha Enferm. 2008 Set; 29(3):400-7. , 1616. Aguiar MIS, Braga VAB. O significado do transplante de fígado para o paciente em lista de espera: abordagem fenomenológica. Rev Cuba Enferm. 2012 Set-Dez; 28(4):485-94. - 1717. Caus ECM, Santos EKA, Nassif AA, Monticelli M. O processo de parir assistido pela enfermeira obstétrica no contexto hospitalar: significados para as parturientes. Esc Anna Nery. 2012 Jan-Mar; 16(1):34-40. Além disso, consoante duas publicações,1616. Aguiar MIS, Braga VAB. O significado do transplante de fígado para o paciente em lista de espera: abordagem fenomenológica. Rev Cuba Enferm. 2012 Set-Dez; 28(4):485-94. - 1717. Caus ECM, Santos EKA, Nassif AA, Monticelli M. O processo de parir assistido pela enfermeira obstétrica no contexto hospitalar: significados para as parturientes. Esc Anna Nery. 2012 Jan-Mar; 16(1):34-40. também se permitiu desenvolver a construção das categorias.

Destaca-se que em uma das publicações, os autores estenderam a coleta dos dados para a terceira fase da teoria,1515. Morais GSN, Costa SFG. A experiência existencial de mães de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Rev Esc Enferm USP. 2009 Set; 43(3):639-46. ao contrário dos demais estudos que finalizaram a coleta na segunda etapa. Tal achado repetiu-se em outra pesquisa, em que foi apresentada a questão norteadora ao entrevistado: como é o conviver com uma pessoa portadora de síndrome de Down? As observações e respostas foram registradas em diário de campo.1919. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8.

As falas foram organizadas em categorias, analisadas e interpretadas à luz da teoria. Objetivou-se, nessa fase, sintetizar temas e interpretar as experiências dentro da realidade vivida com a mãe participante. Contudo, foi necessário distanciamento do objeto de investigação, tanto na esfera temporal, quanto na espacial.2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81.

Leituras exaustivas e analíticas das respostas dos participantes foram procedidas, e, posteriormente, com base na compreensão e síntese dos dados coletados, emergiram as categorias temáticas, as quais foram interpretadas à luz dos pressupostos da teoria, o que determinou as quarta e quinta fases da enfermagem fenomenológica.99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700.

Enfatiza-se que, nos dois estudos supracitados,99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700. , 2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81. as autoras mesclaram terceira e quarta etapas da Teoria para o desenvolvimento da pesquisa, evidenciando que a sequência era apenas didática, pois as fases não são estanques, e sim dinâmicas e interligadas.2121. Campos ACS. Comunicação com mães de neonatos sob fototerapia: pressupostos humanísticos [tese]. Fortaleza (CE): Universidade Federal do Ceará. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem; 2005.

Constata-se que essa etapa do método da teoria de Enfermagem Humanística evidencia seu aspecto fenomenológico direcionado à análise de uma situação humana pela perspectiva da experiência singular do ser humano, na totalidade de suas diferentes dimensões, no espaço e tempo vividos.2222. Paula CC, Crossetti MGO. O modo de cuidar no encontro com o ser-criança que convive com aids: o experienciar da finitude e a ética. Texto Contexto Enferm. 2005 Abr-Jun; 14(2):193-201.

A enfermeira sintetiza de forma complementar as realidades conhecidas - visão ampliada do fenômeno

Nessa fase, a enfermeira compara e sintetiza as múltiplas realidades conhecidas. Entretanto, essa síntese é mais do que um agregado, uma vez que permite a representação mútua e sinaliza a relação existente entre as realidades.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979. Logo, a enfermeira, ao comparar as realidades encontradas, deverá sintetizá-las de forma que se complementem, formando uma visão ampliada acerca do fenômeno investigado.

Em cinco artigos1111. Campos ACS, Cardoso MVLML. O recém-nascido sob fototerapia: a percepção da mãe. Rev Latino-Am Enferm. 2004 Jul-Ago; 12(4):606-13.

12. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
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13. Silva LMP, Galvão MTG, Araújo TL, Cardoso MVLML. Taking care of children's family in abuse situation considering the humanistic theory. Online Braz J Nurs [online]. 2007 [cited 2012 Jan 11]; 6(1). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewarticle/715/162
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- 1414. Medeiros HMF, Motta MGC. Existir da criança com aids em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística. Rev Gaúcha Enferm. 2008 Set; 29(3):400-7. percebeu-se a apresentação das categorias evidenciadas pelos depoimentos que abordaram a mesma temática e discussão da literatura sobre o assunto. No entanto, a síntese do significado do transplante, para pacientes, foi apresentada na quarta fase,1616. Aguiar MIS, Braga VAB. O significado do transplante de fígado para o paciente em lista de espera: abordagem fenomenológica. Rev Cuba Enferm. 2012 Set-Dez; 28(4):485-94. o que divergiu das demais publicações.

Ressalta-se a diferença verificada, também, nesse estudo, em que a transcrição das falas, seguida da digitação e leitura, tiveram realização na quarta fase.1919. Ramos AF, Caetano JÁ, Soares E, Rolim KMC. A convivência da família com o portador de Síndrome de Down à luz da Teoria Humanística. Rev Bras Enferm. 2006 Mai-Jun; 59(3):262-8. Enquanto que em uma das pesquisas, os autores procuraram analisar os dados com base no conhecimento científico e subjetivo para, logo após, comparar, contrastar e sintetizar em uma visão mais ampliada a realidade vivida pelas mães dos neonatos sob fototerapia, por meio das categorias temáticas.2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81.

A sucessão interna da enfermeira a partir de muitos para um único paradoxal

A enfermeira, em luta com a comunhão de múltiplas situações, atinge uma concepção importante para a maioria, ou para todos. Das ideias específicas de cada situação, chega-se a uma unidade ou um conjunto. Nessa fase, a enfermeira reflete a partir da fusão do conhecimento intuitivo e do científico, em um significado geral para o fenômeno estudado, com vistas a vislumbrá-lo de maneira unificada, formando um paradoxo.55. Paterson JG, Zderad LT. Enfermeria humanistic. México: Limusa; 1979.

A compreensão que tem a enfermeira, acerca do fenômeno, apresenta-se além de suas concepções prévias e dos novos conhecimentos adquiridos, por envolver o entendimento de antigas e novas verdades, refletindo a comunhão de ideias entre a maioria, ou entre todos. Essa comunhão, entre as múltiplas realidades, pode ser estabelecida por meio de uma reflexão, uma concepção ou até mesmo um conceito sobre o fenômeno.

Destaca-se o papel da enfermeira, ao unificar as ideias conhecidas e apresentar uma síntese do que foi apreendido sobre o fenômeno estudado, tal como pôde ser observado através das reflexões nos estudos selecionados.1111. Campos ACS, Cardoso MVLML. O recém-nascido sob fototerapia: a percepção da mãe. Rev Latino-Am Enferm. 2004 Jul-Ago; 12(4):606-13.

12. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
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13. Silva LMP, Galvão MTG, Araújo TL, Cardoso MVLML. Taking care of children's family in abuse situation considering the humanistic theory. Online Braz J Nurs [online]. 2007 [cited 2012 Jan 11]; 6(1). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewarticle/715/162
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14. Medeiros HMF, Motta MGC. Existir da criança com aids em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística. Rev Gaúcha Enferm. 2008 Set; 29(3):400-7.

15. Morais GSN, Costa SFG. A experiência existencial de mães de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Rev Esc Enferm USP. 2009 Set; 43(3):639-46.

16. Aguiar MIS, Braga VAB. O significado do transplante de fígado para o paciente em lista de espera: abordagem fenomenológica. Rev Cuba Enferm. 2012 Set-Dez; 28(4):485-94.

17. Caus ECM, Santos EKA, Nassif AA, Monticelli M. O processo de parir assistido pela enfermeira obstétrica no contexto hospitalar: significados para as parturientes. Esc Anna Nery. 2012 Jan-Mar; 16(1):34-40.
- 1818. Schaurich D, Crossetti MGO. Produção do conhecimento sobre teorias de enfermagem. Esc Anna Nery. 2010 Jan-Mar; 14(1):182-8.

Acrescenta-se que concepção acerca do fenômeno estudado, pode ser representado pela seguinte afirmativa "ser mãe do RN, em uso de fototerapia, reveste-se de medo e preocupação pelo desconhecimento da terapêutica em si".11:612 As mães expressaram que, em alguns momentos, sentiam-se estressadas, cansadas, tentando administrar os conflitos gerados pelas mudanças ocorridas em seu cotidiano. Buscavam, por outro lado, mecanismos de enfrentamento que consistiam em sua fé e esperança em Deus.1212. Oliveira NFS, Costa SFG, Nóbrega MML. Diálogo vivido entre enfermeira e mães de crianças com câncer. Rev Eletr Enferm [online]. 2006. [acesso 2012 Jan 11]; 8(1):99-107. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/937
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Em outra ocasião, sujeitos percebiam a importância do afastamento do agressor do convívio das crianças, o que diminuía a exposição à revitimização e aumentava o sentimento de proteção das vítimas. Por sua vez, demonstraram não perceber a necessidade de assistência à saúde das crianças vitimizadas.1313. Silva LMP, Galvão MTG, Araújo TL, Cardoso MVLML. Taking care of children's family in abuse situation considering the humanistic theory. Online Braz J Nurs [online]. 2007 [cited 2012 Jan 11]; 6(1). Available from: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/viewarticle/715/162
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Pesquisadoras refletiram que o menor que vive na casa de apoio a crianças com HIV/aids necessita do outro, para acreditar que é amado e sentir-se seguro no ambiente em que está inserido. Possivelmente, essa segurança vivenciada faz com que perceba o espaço vivido como um lugar bom, de brincadeiras, passeios, de receber cuidados, de momentos alegres e tristes, mesmo que não esteja em contato com seus familiares.1414. Medeiros HMF, Motta MGC. Existir da criança com aids em casa de apoio: compreensões à luz da enfermagem humanística. Rev Gaúcha Enferm. 2008 Set; 29(3):400-7. A quinta fase é permeada pelo sentimento que tem as genitoras, envolvendo solidão, desespero e medo diante do adoecimento e da hospitalização do filho, relacionados os mesmos à própria gravidade da doença, ou mesmo ao ambiente hostil, associado ao sofrimento e à morte.1515. Morais GSN, Costa SFG. A experiência existencial de mães de crianças hospitalizadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Rev Esc Enferm USP. 2009 Set; 43(3):639-46.

Nos outros três estudos, havia reflexão geral sobre o fenômeno, o que foi representado por alguns recortes de cada pesquisa. Assim, cita-se o estudo em que os pais desempenhavam seu papel, dando atenção especial à criança, tanto em relação à educação, como na entrega do amor, do carinho, dos gestos de fraternidade, enfim, assegurando boa base familiar, com sentido pleno de buscar, sempre, o estar melhor dos filhos.2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81.

Em parte do texto, relativo ao método, objeto de leitura e discussão, autoras comentaram ter sido esse o momento em que, após conhecerem as múltiplas realidades existentes, expandiram a visão de mundo e chegaram a considerações relevantes acerca do experenciado pelas mães do RN sob fototerapia, tomando ciência da importância da comunicação efetiva da equipe de saúde, para que ditas mães pudessem estar-melhor, enquanto vivenciavam o RN sob fototerapia.2020. Campos ACS, Cardoso MVLML. Enfermagem e o cuidado humanístico: proposta de intervenção para a mãe do neonato sob fototerapia. Cienc Enferm. 2006; XII(1):73-81.

O significado de cuidar do RN, em situações dolorosas, fez verificar que as enfermeiras participantes apontaram responsabilidades e preparo profissional, os quais, por sua vez, devem envolver atitudes que demonstrem amor, carinho, respeito, responsabilidade para realização da assistência de enfermagem.99. Lélis ALPA, Farias LM, Cipriano MAB, Cardoso MVLML, Galvão MTG, Caetano JA. Cuidado humanístico e percepções de enfermagem frente à dor do recém-nascido. Esc Anna Nery. 2011 Out-Dez; 15(4):694-700.

CONCLUSÃO

Evidenciou-se a aplicação das fases da Teoria Humanística em pesquisas de enfermagem, especialmente nos cenários pediátrico e neonatal. Os relatórios de pesquisa tiveram origem no Brasil, mostrando a aceitação desta teoria pelas enfermeiras deste país. Todos os experimentos adotaram o método qualitativo de investigação, guardando coerência com a proposta teórica.

Em se tratando de análise crítica, esta apontou evidências da aplicabilidade da Teoria Humanística na pesquisa em enfermagem e que as fases são aplicáveis como suporte metodológico, uma vez que os sete artigos apresentaram pelo menos três das cinco etapas em seu desenvolvimento. Constatou-se que não existe padrão para a aplicabilidade das fases, embora as pesquisas apresentassem modos semelhantes para conduzir cada fase da teoria. A primeira delas foi retratada como um momento de preparação pessoal e profissional, antes da coleta de dados, em que o aprofundamento sobre a temática acerca do fenômeno e o entendimento da teoria foram essenciais para o seguimento da pesquisa. A segunda fase, via de regra, realizou-se por meio da aproximação dos participantes e do local de estudo, seguido da coleta dos dados, por meio de observação e entrevistas.

A terceira fase, apesar de ter sido usada em dois estudos para a coleta dos dados, predominou como o início da análise dos dados, com o distanciamento dos sujeitos e imersão dos pesquisadores na leitura dos depoimentos. A quarta fase consistiu, ainda, em etapa de análise, com a finalidade de formar uma síntese do teor dos depoimentos e da formação das categorias. Na quinta fase, prevaleceu a reflexão acerca do fenômeno estudado, geralmente, exposto nas considerações finais de cada pesquisa. Os autores refletem sobre o conhecimento final, frente ao objeto em estudo, subsidiados por uma visão ampliada, composta pelas experiências frente ao fenômeno, reforçando os resultados encontrados.

Acredita-se que a predominância de estudos, com origem no Brasil, limitou a análise da aplicação das fases da teoria à realidade das pesquisas de enfermagem no país. Espera-se que os resultados do estudo possam favorecer o entendimento acerca da aplicabilidade da Teoria Humanística em pesquisas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    14 Ago 2013
  • Aceito
    17 Mar 2014
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