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TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA CONDOM EMBARRASSMENT SCALE PARA O CONTEXTO BRASILEIRO

RESUMO

Objetivo:

descrever o processo de adaptação transcultural da Condom Embarrassment Scale (Escala de Constrangimento no uso do Preservativo) para utilização no contexto brasileiro.

Método:

estudo metodológico que compreendeu as seguintes etapas: tradução inicial da escala original por dois tradutores independentes, síntese das traduções, tradução reversa, avaliação da tradução reversa pela autora da escala original, adaptações na versão em português por comitê de especialistas e realização do pré-teste. Tais etapas permitiram realizar as adaptações necessárias à realidade sociocultural e ao nível de compreensão da população-alvo. Participaram do pré-teste 42 universitários com idades entre 18 e 28, de ambos os sexos, de uma universidade localizada na Região Centro-Oeste do Brasil.

Resultados:

levando-se em consideração as variações idiomáticas e culturais avaliadas, a versão em português demonstrou equivalência com a versão Norte-Americana.

Conclusão:

a versão da escala no português do Brasil demonstrou compreensibilidade quando aplicada em universitários. Novos estudos avaliando as propriedades psicométricas da escala são necessários.

DESCRITORES:
Estudo de adaptação de instrumentos; Escalas; Comparação transcultural; Preservativos; Doenças sexualmente transmissíveis

ABSTRACT

Objective:

to describe the process of cross-cultural adaptation of the Condom Embarrassment Scale for use in the Brazilian context.

Method:

methodological study that included the following steps: initial translation of the original scale by two independent translators, summary of translations, reverse translation, evaluation of the reverse translation by the author of the original scale, adaptations in the Portuguese version by a committee of experts and completion of pre -test. Such steps allowed the necessary adaptations to be made to the socio-cultural reality and to the level of understanding of the target population. 42 university students aged 18 to 28, of both sexes, from a university located in the Midwest Region of Brazil participated in the pre-test.

Results:

considering the idiomatic and cultural variations evaluated, the Portuguese version demonstrated equivalence with the North American version.

Conclusion:

the Brazilian Portuguese version of the scale demonstrated comprehensibility when applied to university students. Further studies evaluating the psychometric properties of the scale are needed.

DESCRIPTORS:
Instrument adaptation studies; Scales; Cross-cultural comparison; Condoms; Sexually transmitted diseases

RESUMEN

Objetivo:

describir el proceso de adaptación transcultural de la Condom Embarrassment Scale (Escala de restricciones en el uso de condones) para su uso en el contexto brasileño.

Método:

estudio metodológico que comprendió los siguientes pasos: traducción inicial de la escala original por dos traductores independientes, síntesis de traducciones, traducción inversa, evaluación de la traducción inversa por el autor de la escala original, adaptaciones en la versión en portugués por un comité de expertos y realización del pretest. Estos pasos han permitido realizar las adaptaciones necesarias a la realidad sociocultural y al nivel de comprensión de la población-objetivo. Participaron del pretest 42 estudiantes universitarios de ambos sexos, de 18 a 28 años, de una universidad situada en la región del medio oeste del Brasil.

Resultados:

teniendo en cuenta las variaciones idiomáticas y culturales evaluadas, la versión en portugués demostró equivalencia con la versión norte americana.

Conclusión:

la versión en portugués brasileño de la escala demostró ser comprensible cuando se aplicó a estudiantes universitarios. Se necesitan más estudios que evalúen las propiedades psicométricas de la escala.

DESCRIPTORES:
Estudio de adaptación de instrumentos; Escalas; Comparación transcultural; Condones; Enfermedades sexualmente transmisibles

INTRODUÇÃO

As infecções sexualmente transmissíveis (IST) constituem-se em um grupo de infecções que podem ser adquiridas por meio de relações sexuais desprotegidas.11. Smith L, Angarone MP. Sexually Transmitted Infections. Urol Clin N Am [Internet]. 2015 [cited 2019 June 26];42(4):507-18. Available from: https://doi.org/10.1016/j.ucl.2015.06.004
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Tal fato representa um grande desafio à saúde pública no mundo todo, especialmente nos países em desenvolvimento cujos contextos socioculturais e econômicos crescentes exercem grande influência na ocorrência dessas infecções.22. World Health Organization. WHO Sexually Transmitted Infections (STIs): key facts [Internet]. Geneva (CH): WHO; 2016. Available from: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs110/en/
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A cada ano, ocorrem cerca de 357 milhões de novos casos de IST curáveis no mundo, atingindo ambos os sexos, principalmente nas idades que circundam entre 15 e 49 anos e, a maioria, ocorre nos países em desenvolvimento.33. Newman L, Rowley J, Hoorn S Vander, Wijesooriya NS, Unemo M, Low N, et al. Global estimatives of the prevalence and incidence of four curable sexually transmitted infections in 2012 based on systematic review and global reporting. Plos One [Internet]. 2015 [cited 2019 Jan 16];10(12):e0143304. Available from: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0143304
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Além disso, as IST aumentam o risco de transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Aproximadamente 36,7 milhões de pessoas vivem com HIV/AIDS no mundo.44. World Health Organization. Sexual and reproductive health Global health sector strategy on Sexually Transmitted Infections. 2016-2021. Geneva (CH): WHO; 2016. Available from: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/246178/WHO-HIV-2016.05-eng.pdf
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Especificamente no Brasil, a taxa de detecção de casos de AIDS por habitantes dobrou do ano de 2007 para 2017 na faixa etária de 15 a 24 anos. Entre os jovens de 15 a 19 anos, passou de 3,0 em 2007 para 7,0 casos/100.000 habitantes em 2017, e, entre aqueles de 20 a 24 anos, passou de 15,6 em 2007 para 36,2 em 2017.55. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico 2017-2018. Brasília, DF (BR): Ministério da Saúde, 2018. Available from: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-epidemiologico-hivaids-2018
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Os adolescentes e adultos jovens, por serem um grupo heterogêneo em relação às experiências, práticas sociais e estilo de vida, são distintos em seu desenvolvimento biológico, mental e social.66. Carneiro R, Silva N, Alves T, Albuquerque D, Brito D, Oliveira L. Educação sexual na adolescência: uma abordagem no contexto escolar. Sanare [Internet]. 2015 [cited 2018 Dec 12];14(1):104-8. Available from: https://snare.emnuves.com.br/sanare/article/view/617/334
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Estes, apresentam necessidades específicas no campo da prevenção e promoção da saúde que podem ser alcançáveis por políticas de saúde focadas para o desenvolvimento do senso crítico e tomada de decisão frente às suas vulnerabilidades.

A partir de seu ingresso na universidade, os jovens irão vivenciar uma maior liberdade social e econômica e adotarão novos estilos de vida.77. Fonte VRF, Spindola T, Francisco MTR, Sodré CP, André NLNO, Pinheiro CDP. Young university students and the knowledge about sexually transmitted infections. Esc Anna Nery [Internet]. 2018 [cited 2017 Mar 04];22(2):e20170318. Available from: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2017-0318
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-88. Bertoli R, Scheidmantel C, De-Carvalho N. College students and HIV infection : a study of sexual behavior and vulnerabilities 1. Brazilian J Sex Transm Dis [Internet]. 2016 [cited 2019 Jul 04]; 28(3):90-5. Available from: http://www.dst.uff.br/revista28-3-2016/DST v28n3_IN_90-95.pdf
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É nesta fase que se verifica o estabelecimento de um número maior de relações interpessoais e uma probabilidade maior da ocorrência de relações sexuais, principalmente sem o uso de preservativos, além de estarem mais expostos ao álcool e outras drogas lícitas e ilícitas.99. Moreira LR, Dumith SC, Paludo SS. Condom use in last sexual intercourse among undergraduate students: how many are using them and who are they? Ciênc Saúde Coletiva [Internet]. 2018 [cited 2019 Jul 04];23(4):1255-66. Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232018234.16492016
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O uso de preservativo consistente em todas as relações sexuais tem sido considerado um método efetivo para prevenir as IST.1010. Campbell C, Lin H, Fulp W, Papenfuss M, Salmerón J, Quiterio M, et al. Consistent condom use reduces the genital human papillomavirus burden among high-risk men: The HPV infection in men study. J Infect Dis [Internet]. 2013 [cited 2018 Nov 11];208(3):373-84. Available from: https://doi.org/10.1093/infdis/jit191
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Desse modo, instrumentos que avaliam o uso de preservativos têm sido desenvolvidos a fim de adquirir uma melhor compreensão sobre este método de contracepção e prevenção de IST.1111. Vail-Smith, K.; Durham T. A scale to measure embarrassment associated with condom use. J Heal Educ [Internet]. 1992 [cited 2015 Mai 12]; 23(4):209-14. Available from: https://doi.org/10.1080/10556699.1992.10616293
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O sentimento de constrangimento no momento de adquirir o preservativo, de negociar o seu uso com a parceria sexual e no próprio uso constituem os principais fatores que influenciam sua não utilização. Neste sentido, com o objetivo de avaliar o constrangimento em relação ao uso de preservativos ao adquirir, negociar a utilização e fazer seu uso efetivo na relação sexual, Vail-Smith e Durham1111. Vail-Smith, K.; Durham T. A scale to measure embarrassment associated with condom use. J Heal Educ [Internet]. 1992 [cited 2015 Mai 12]; 23(4):209-14. Available from: https://doi.org/10.1080/10556699.1992.10616293
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desenvolveram a Condom Embarrassment Scale (CES) para utilização num grupo de universitários estadunidenses.

A escala é composta por 18 itens, com um formato de resposta tipo Likert, com cinco opções de resposta, variando desde discordo totalmente até concordo totalmente. Nestes 18 itens, evidenciam-se três dimensões: a primeira, que avalia a aquisição, compra, obtenção ou posse de preservativos (itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 12); a segunda, associada à negociação do uso com a parceria sexual (itens 8, 9, 10, 11 e 13); e, a terceira, relacionada ao uso propriamente dito do preservativo (itens 14, 15, 16, 17 e 18). A pontuação final varia entre 18 e 90 pontos; as pontuações que variam entre 18 e 54 indicam baixo nível de constrangimento e as que se encontram entre 55 e 90 indicam nível mais alto de constrangimento no uso do preservativo.1111. Vail-Smith, K.; Durham T. A scale to measure embarrassment associated with condom use. J Heal Educ [Internet]. 1992 [cited 2015 Mai 12]; 23(4):209-14. Available from: https://doi.org/10.1080/10556699.1992.10616293
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-1212. Cunha-Oliveira A, Cardoso IM, Cardoso SM. Adaptação para a Língua Portuguesa da Escala de Embaraço face ao Preservativo. Interações [Internet]. 2011 [cited 2015 May 12];11(20):133-50. Available from: https://doi.org/10.1080/10556699.1992.10616293
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Atualmente, a CES já foi traduzida e adaptada para o português de Portugal por Cunha-Oliveira et al., a qual foi denominada Escala de Embaraço face ao Preservativo.1212. Cunha-Oliveira A, Cardoso IM, Cardoso SM. Adaptação para a Língua Portuguesa da Escala de Embaraço face ao Preservativo. Interações [Internet]. 2011 [cited 2015 May 12];11(20):133-50. Available from: https://doi.org/10.1080/10556699.1992.10616293
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Considerando a ausência de instrumentos para avaliar o constrangimento frente ao uso do preservativo no Brasil, bem como a ausência de estudos brasileiros dedicados a analisar este comportamento em estudantes universitários, este estudo teve como objetivo realizar a adaptação transcultural da CES para o contexto brasileiro. As investigações sobre a temática são relevantes por fornecerem maior conhecimento às razões para o uso de preservativos, como também subsidiar as políticas de prevenção da transmissão do HIV e outras IST.

MÉTODO

Este é um estudo metodológico de adaptação transcultural1313. Arafat S, Chowdhury H, Qusar M, Hafez M. Cross Cultural Adaptation and Psychometric Validation of Research Instruments: a Methodological Review. J Behav Heal [Internet]. 2016 [cited 2015 May 11]:5(3):129. Available from: https://doi.org/110.5455/jbh.20160615121755
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da CES numa amostra de universitários brasileiros. Para tanto, o procedimento adotado foi constituído de cinco etapas: tradução inicial, síntese das versões traduzidas, tradução reversa, comitê de especialistas e pré-teste, conforme sugerido pela literatura especializada.1414. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz M. Guidelines for the process of Cross Cultural adaptation of Self Report mesures. Spine [Internet]. 2000 [cited 2015 Mai 11];25(24):3186-91. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/089543569390142N
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O processo de adaptação transcultural garante que o instrumento adaptado possa ser utilizado em outras culturas, desde que cumpridas todas as etapas do processo, e realizadas as adequações e ajustes de palavras, expressões e formato. Na Figura 1, um fluxograma de todo procedimento é apresentado.

Figura 1 -
Fluxograma do Processo de Adaptação Transcultural. Rio Verde, Goiás, Brasil, 2016.

Inicialmente, foi realizado contato com as autoras originais da escala e solicitado a elas autorização para o processo de tradução e adaptação cultural para o contexto brasileiro.

Após a autorização, a escala original foi traduzida do inglês para o português do Brasil de forma independente por dois tradutores (T1e T2) bilíngues nativos no idioma-alvo. O tradutor 1 estava ciente dos objetivos do estudo e era professor de língua inglesa. O tradutor 2, não conhecia os objetivos do estudo, possuía proficiência em língua inglesa, além de desenvolver trabalhos de tradução de artigos e materiais científicos do inglês para o português do Brasil.1515. Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: Literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol [Internet]. 1993 [cited 2015 Mai 11];46(12):1417-32. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/089543569390142N
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As traduções de T1 e T2 foram comparadas pelos pesquisadores e tradutores para obtenção da síntese das traduções.1414. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz M. Guidelines for the process of Cross Cultural adaptation of Self Report mesures. Spine [Internet]. 2000 [cited 2015 Mai 11];25(24):3186-91. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/089543569390142N
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Nessa etapa, procurou-se de forma criteriosa identificar os itens traduzidos de formas diferentes na T1 e T2, os quais foram discutidos, observando-se o significado das palavras nos idiomas inglês e português do Brasil e a substituição por termos ou expressões equivalentes e, por meio de um consenso (síntese), estabeleceu-se a primeira tradução para o português do Brasil.

Posteriormente, essa tradução inicial foi submetida à tradução reversa (Back-translation) para o inglês por dois especialistas bilíngues,1616. Oliveira F, Kuznier TP, Souza CC, Chianca TCM. Theoretical and methodological aspects for the cultural adaptation and validation of instruments in nursing. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2018 [cited 2019 Jul 04];27(2):e4900016. Available from: https://doi.org/10.1590/0104-070720180004900016
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que não participaram das etapas anteriores e que não conheciam a escala.1717. Tuthill EL, Butler LM, McGrath JM, Cusson RM, Makiwane GN, Gable RK, et al. Cross-cultural adaptation of instruments assessing breastfeeding determinants: A multi-step approach. Int Breastfeed J [Internet]. 2014 [cited 2015 May 28];9:16. Available from: https://doi.org/10.1186/1746-4358-9-16
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Estas traduções foram unificadas por meio de consenso entre os pesquisadores e tradutores, gerando a tradução reversa.

A versão com a tradução reversa foi enviada para a primeira autora do instrumento original (Dra. Karen Vail-Smith) com o objetivo de avaliar a exatidão da versão traduzida,1818. Borsa J, Damásio B, Bandeira D. Adaptação e Validação de Instrumentos Psicológicos entre Culturas : Algumas Considerações. Paidéia [Internet]. 2012 [cited 2015 May 27];22(53):423-32. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014
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o que possibilitou a criação de uma nova versão em português do Brasil.

Essa nova versão foi revisada por um Comitê de Especialistas composto por cinco profissionais,1717. Tuthill EL, Butler LM, McGrath JM, Cusson RM, Makiwane GN, Gable RK, et al. Cross-cultural adaptation of instruments assessing breastfeeding determinants: A multi-step approach. Int Breastfeed J [Internet]. 2014 [cited 2015 May 28];9:16. Available from: https://doi.org/10.1186/1746-4358-9-16
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envolvendo especialistas com domínio dos idiomas inglês e português do Brasil; quatro com experiência profissional e acadêmica na área de infecções sexualmente transmissíveis e um com conhecimento em validação de instrumentos. A formação desse comitê visou a avaliação das equivalências semântica, idiomática, experiencial e conceitual.1818. Borsa J, Damásio B, Bandeira D. Adaptação e Validação de Instrumentos Psicológicos entre Culturas : Algumas Considerações. Paidéia [Internet]. 2012 [cited 2015 May 27];22(53):423-32. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014
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O comitê de especialistas avaliou o instrumento original e as traduções de forma individual e independente, avaliando discrepâncias e adequação de termos.

A fim de obter a equivalência semântica, o comitê analisou se a versão brasileira apresentava os mesmos significados entre os termos e expressões e a correta tradução dos itens em relação ao instrumento original. Para análise da equivalência idiomática, foi verificado se as expressões coloquiais próprias do idioma de origem tiveram expressões equivalentes no idioma alvo, sem ter mudado o significado do item. Foi verificada a equivalência experiencial observando se os itens traduzidos eram aplicáveis à cultura brasileira, e a equivalência conceitual buscou avaliar se os significados dos termos e expressões continham significados diferentes entre a cultura inglesa e brasileira. Essa fase deu origem à versão brasileira consensual (VBC).

A quinta fase compreendeu um pré-teste da versão brasileira consensual com o objetivo de analisar a adequação dos itens e a estrutura do instrumento como um todo (compreensão, clareza e proximidade com a realidade) pela população-alvo. Essa fase caracterizou-se, portanto, pela aplicação prévia do instrumento em uma amostra de conveniência composta por 42 alunos de graduação dos cursos de enfermagem (47.62%) e de Odontologia (52.38%), de ambos os sexos (45.24% masculino; 54.76% feminino), com idade entre 18 e 28 anos, de uma universidade localizada na Região Centro-Oeste do Brasil. A literatura recomenda uma amostra entre 30 a 40 pessoas da população-alvo.1414. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz M. Guidelines for the process of Cross Cultural adaptation of Self Report mesures. Spine [Internet]. 2000 [cited 2015 Mai 11];25(24):3186-91. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/089543569390142N
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Os universitários participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos do estudo. Na sequência, foi solicitado que respondessem individualmente e de forma crítica as 18 questões da VBC, sendo orientados pelos pesquisadores que solicitassem esclarecimentos no caso de dúvidas e dificuldades quanto ao desconhecimento de termos, pouca compreensão dos itens e formato da escala. Solicitou-se também que verificassem se as expressões utilizadas correspondem àquelas utilizadas no meio universitário e que poderiam propor alguma modificação caso necessário. Em seguida, após terem respondido o questionário, realizou-se uma discussão com o grupo para identificar a compreensão e a clareza da versão consensual, assim, obteve-se a versão final para o português do Brasil.

Todos participantes expressaram sua anuência em participar por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS

As etapas de tradução do inglês para o português do Brasil e a síntese das traduções mostraram-se semelhantes em relação ao significado geral. Os termos e expressões que apresentaram discordâncias ou traduções diferentes foram avaliados e modificados conjuntamente com os tradutores. Para o termo Condom, optou-se por utilizar preservativo e em relação ao termo drug store, optou-se por utilizar farmácia, já que no Brasil o termo drogaria é menos utilizado.

A partir da síntese das duas traduções, obteve-se a uma síntese da Condom Embarrassment Scale para o português do Brasil (Quadro 1).

Quadro 1 -
Traduções 1 e 2 e a síntese em português para o Brasil da Condom Embarrassment Scale (CES). Rio Verde, Goiás, Brasil, 2016.

Após a síntese e ajustes, a versão brasileira foi traduzida de volta para o inglês (back-translation), obtendo-se uma nova versão inglesa. Esta versão foi encaminhada à primeira autora da escala original para avaliação. A autora fez sugestões de adequações nos itens 1, 5, 6, 8, 11 e 15, que considerou que a tradução havia se diferenciado da ideia original (Quadro 2).

Quadro 2 -
Comparação da escala original e versão com tradução reversa. Rio Verde, Goiás, Brasil, 2016.

Em relação aos itens 1, 2, 5, 6 e 8, a autora destacou a necessidade de ressaltar que a escala avalia o constrangimento ao obter o preservativo, como sendo um comportamento rotineiro. Da forma como estava redigido: “se tivesse que comprar camisinha”, para autora implicava na ideia de que o jovem não queria comprar ou não tinha o hábito, mas era compelido a tal. No item 11, a autora solicitou a inclusão da expressão “durante o sexo”. O item traduzido omitia que a ocasião era durante o sexo.

Todas as sugestões da autora foram incluídas na escala gerando a segunda versão brasileira, a qual foi submetida à análise do comitê de especialistas.

Durante a revisão do comitê, avaliaram-se as equivalências semântica, idiomática e experiencial. A equivalência conceitual foi obtida tanto pela avaliação do comitê como pelo pré-teste. Esta etapa originou a versão brasileira consensual.

As alterações realizadas pelo comitê iniciaram pelo título considerando que o termo “preservativo” é adequado para a tradução, mas no Brasil é utilizado o termo camisinha. Optou-se por utilizar a expressão “preservativo (camisinha)” no título e toda a escala e aguardar a avaliação pelo público-alvo para escolha do termo que propiciasse maior clareza aos jovens.

Realizou-se substituição de letras por números, na forma de resposta da escala Likert, A= Strongly disagree; B= Disagree; C= Neither agree or disagree; D= Agree; E= Strongly agree, entendendo que o uso de números pode facilitar o preenchimento da escala e apresenta mais similaridade com intensidade, além do uso da palavra “totalmente”: 1= Discordo totalmente; 2= Discordo; 3= Não concordo, nem discordo; 4= Concordo; 5= Concordo totalmente. A palavra totalmente é utilizada em vários instrumentos brasileiros e é de fácil entendimento.

No item 1, para facilitar o entendimento e por ser mais familiar, adaptou-se o campus para “universidade” e realizou-se a inclusão do termo “supermercado”, já que no Brasil os preservativos são vendidos em farmácias e supermercados.

No item 3, a expressão about buying a condom from a place where I could be certain no one I know would see me como “a compra de um preservativo de um lugar onde eu poderia estar certo de que ninguém que eu conheça me veria”, para facilitar a compreensão do enunciado foi modificado para “comprar preservativo em um lugar onde eu pudesse ter certeza de que ninguém que eu conheça me veria”.

No item 4, discutiu-se a expressão school infirmary a qual estava no enunciado “enfermaria escolar” para melhor compreensão pela população-alvo foi alterada para “enfermaria da escola e/ou universidade”. Embora nas universidades brasileiras raramente haja enfermarias, o comitê optou por manter a afirmativa.

No item 7, em relação ao termo questions about condom use, na versão traduzida utilizou-se “fazer perguntar relacionadas ao uso do preservativo”, mas para designar um diálogo com o médico ou outro professional da saúde modificou-se para “conversar sobre o uso do preservativo com um médico ou outro profissional da saúde”.

No item 10, houve o consenso de que não haveria necessidade da expressão “preliminares sexuais” para caracterizar o momento que antecede o ato sexual e evitar a repetição da palavra sexual, optando-se por manter apenas “durante as preliminares, que não estou disposto a ter relações sexuais”.

No pré-teste, todos os 42 universitários (100%) responderam à escala, classificando-a como contendo instruções bem claras. A maioria dos participantes, 32 (78%), classificou as questões como de fácil compreensão e 10 (22%) como compreensão regular. No entanto, todos consideraram a escala muito repetitiva. Como sugestão foi solicitado utilizar o termo “camisinha” ao invés da expressão “preservativo (camisinha)” em toda a escala, por se tratar de um termo que é mais amplamente difundido entre o público-alvo, neste caso, estudantes universitários. Foi questionado ainda com os universitários se havia necessidade de usar o termo parceiro (a) na escala para facilitar o entendimento, ao que todos consideraram desnecessários, devendo utilizar apenas o termo “parceiro” para designar homem ou mulher.

Após os ajustes realizados, obteve-se a versão final para português do Brasil, a qual foi denominada Escala de Constrangimento no Uso do Preservativo - ECP (Quadro 3).

Quadro 3 -
Versão Brasileira da Escala de Constrangimento no Uso do Preservativo. Rio Verde, Goiás, Brasil, 2016.

DISCUSSÃO

O processo de tradução e adaptação cultural da CES foi realizado de acordo com a metodologia sugerida na literatura.1414. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz M. Guidelines for the process of Cross Cultural adaptation of Self Report mesures. Spine [Internet]. 2000 [cited 2015 Mai 11];25(24):3186-91. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/089543569390142N
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,1717. Tuthill EL, Butler LM, McGrath JM, Cusson RM, Makiwane GN, Gable RK, et al. Cross-cultural adaptation of instruments assessing breastfeeding determinants: A multi-step approach. Int Breastfeed J [Internet]. 2014 [cited 2015 May 28];9:16. Available from: https://doi.org/10.1186/1746-4358-9-16
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-1818. Borsa J, Damásio B, Bandeira D. Adaptação e Validação de Instrumentos Psicológicos entre Culturas : Algumas Considerações. Paidéia [Internet]. 2012 [cited 2015 May 27];22(53):423-32. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000300014
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Este processo caracteriza-se por uma metodologia cuidadosa, com o objetivo de alcançar a correspondência máxima entre o instrumento original e a versão traduzida, priorizando-se a busca de uma aproximação cultural e uma adaptação da linguagem à população a quem se dirige o instrumento.1313. Arafat S, Chowdhury H, Qusar M, Hafez M. Cross Cultural Adaptation and Psychometric Validation of Research Instruments: a Methodological Review. J Behav Heal [Internet]. 2016 [cited 2015 May 11]:5(3):129. Available from: https://doi.org/110.5455/jbh.20160615121755
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,1919. Bortoli P, Jacob E, Castral T, Santos C, Fernandes A, Nascimento L. Cross-cultural adaptation of the adolescent pediatric pain tool for brazilian children and adolescents with cancer. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2019 [cited 2019 Jul 03];28:e20160108. Available from: https://doi.org/10.1590/1980-265X-TCE-2016-0108
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Nas etapas de tradução inicial e tradução reversa, foram realizadas duas traduções independentes para permitir a detecção de erros e interpretações divergentes de itens ambíguos no instrumento original, a fim de eliminar vieses linguísticos e culturais.11. Smith L, Angarone MP. Sexually Transmitted Infections. Urol Clin N Am [Internet]. 2015 [cited 2019 June 26];42(4):507-18. Available from: https://doi.org/10.1016/j.ucl.2015.06.004
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A literatura recomenda que a tradução seja realizada por pelo menos dois tradutores independentes, profissionais qualificados e ter sua língua materna a língua-alvo.2020. Alexandre NMC, Guirardello EDB. Adaptación cultural de instrumentos utilizados en salud ocupacional. Rev Panam Salud Publica. [Internet]. 2002 [cited 2016 Mar 13];11(2):109-11. Available from: https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/2002.v11n2/109-111
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O processo de traduzir de uma linguagem para outra deve considerar o idioma, o contexto cultural e o estilo de vida, observando os aspectos técnicos, linguísticos e semânticos.2121. Cassep-Borges V, Balbinotti M, Teodoro M. Tradução e Validação de conteúdo: uma proposta para a adaptação de intrumentos. In: Pasquali, L. Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas. Porto Alegre, RS (BR): Artmed; 2010. p. 506-20. Não deve ocorrer nas etapas de tradução e retradução, mudanças no formato do instrumento original, como adição ou exclusão de itens, pois pode comprometer a sua aplicabilidade e a equivalência com o instrumento original,2222. Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cien Saude Colet [Internet]. 2011 [cited 2016 Jan 31];16(7):3061-8. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000800006&lng=pt&tlng=pt
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uma vez que somente a tradução de um instrumento não garante a sua aplicabilidade.2121. Cassep-Borges V, Balbinotti M, Teodoro M. Tradução e Validação de conteúdo: uma proposta para a adaptação de intrumentos. In: Pasquali, L. Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas. Porto Alegre, RS (BR): Artmed; 2010. p. 506-20.

Na etapa da retradução, os tradutores não devem ter participado da etapa anterior, devendo ser bilíngues e não conhecer os objetivos do estudo, diminuindo a possibilidade de gerar preconceitos e expectativas.2323. Guillemin F. Cross-cultural adaptation and validation of health status measures. Scand J Rheumatol [Internet]. 1995 [cited 2016 Jan 31];24(2):61-3. Available from: https://doi.org/10.3109/03009749509099285
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A tradução reversa, quando enviada à autora da escala original, permitiu avaliar a exatidão da versão traduzida e uma verificação de controle de qualidade adicional de todos os procedimentos de ajuste semântico e idiomático. Desta forma, pode-se afirmar que a ECP em português manteve a coerência e a integração dos itens que a compõem.

Destaca-se que na avaliação do comitê de especialistas, os significados atribuídos para facilitar o entendimento da escala pela população-alvo, permitiram aos universitários uma boa compreensão e aceitação dos itens, garantindo assim a unanimidade e a correspondência com o contexto cultural brasileiro, preservando os conteúdos da escala original. Ou seja, a participação dos especialistas foi primordial para uma avaliação profunda, sem que houvesse modificação da essência do instrumento. Este procedimento corrobora com a literatura sobre adaptação transcultural de instrumentos psicométricos.2424. Pasquali L. Psicometria: teoria dos testes na Psicologia e na Educação. 5th ed. Petrópolis, RJ (BR): Editora Vozes; 2017.

A avaliação do comitê levou em consideração o conhecimento da cultura-alvo, em que se buscou a aproximação da realidade brasileira, como a inclusão de “supermercados” na escala.

Nas respostas aos itens da escala, o formato tipo Likert foi mantido com o mesmo número de opções de resposta com apenas uma modificação, de letras por números, para expressar uma maior relação de intensidade. O comitê pode modificar as orientações iniciais e o formato do instrumento, alterar ou rejeitar itens inadequados para que o instrumento esteja realmente compreensível para o público-alvo.2525. Leplège A, Ecosse E, Verdier A, Perneger T. The French SF-36 Health Survey: translation, cultural adaptation and preliminary psychometric evaluation. J Clin Epidemiol. [Internet]. 1998 [cited 2016 Jan 30];51(11):1003-23. Available from: https://doi.org/10.1016/S0895-4356(98)00093-6
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A avaliação pelo público-alvo, na etapa de pré-teste, constitui-se como um procedimento que permitiu maior rigor metodológico no processo de adaptação transcultural do instrumento. Tal procedimento permitiu a análise da adequação dos itens e da estrutura do instrumento, além de também verificar se os termos estão claros e de acordo com a realidade, bem como verificar aspectos práticos da sua aplicação.1313. Arafat S, Chowdhury H, Qusar M, Hafez M. Cross Cultural Adaptation and Psychometric Validation of Research Instruments: a Methodological Review. J Behav Heal [Internet]. 2016 [cited 2015 May 11]:5(3):129. Available from: https://doi.org/110.5455/jbh.20160615121755
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-1414. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz M. Guidelines for the process of Cross Cultural adaptation of Self Report mesures. Spine [Internet]. 2000 [cited 2015 Mai 11];25(24):3186-91. Available from: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/089543569390142N
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,2121. Cassep-Borges V, Balbinotti M, Teodoro M. Tradução e Validação de conteúdo: uma proposta para a adaptação de intrumentos. In: Pasquali, L. Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas. Porto Alegre, RS (BR): Artmed; 2010. p. 506-20.

A avaliação pelo público-alvo, de acordo com Guillemin (1995),2323. Guillemin F. Cross-cultural adaptation and validation of health status measures. Scand J Rheumatol [Internet]. 1995 [cited 2016 Jan 31];24(2):61-3. Available from: https://doi.org/10.3109/03009749509099285
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pode ser realizada aplicando o instrumento para um pequeno grupo da população-alvo, com o objetivo de identificar palavras ou expressões de difícil compreensão, avaliar a aceitabilidade e solicitar comentários sobre o instrumento de uma maneira geral.

Assim, o público-alvo foi constituído de universitários em uma faixa etária bem ampla e a qual o instrumento se destina, de 18 a 28 anos, para que a versão traduzida e adaptada possa ser aplicada em diversas populações de universitários e em diferentes localidades. Verificou-se boa aceitabilidade da escala, e não houve dúvidas quanto aos itens e significados.

A compreensão e clareza relatada pelo público-alvo durante a etapa do pré-teste demonstraram que as etapas do processo de adaptação transcultural foram cumpridas com êxito, o que permitiu a obtenção de uma versão final do instrumento.

Estudos adicionais visando investigar as propriedades psicométricas e outras formas de validade da escala são necessários para sua aplicação no contexto brasileiro.

CONCLUSÃO

O processo de adaptação transcultural da CES objetivou alcançar a correspondência máxima entre a escala original e a traduzida, priorizando-se os aspectos idiomáticos, culturais e metodológicos. As etapas realizadas durante o processo permitiram realizar as adaptações necessárias à realidade sociocultural e ao nível de compreensão da população-alvo. Assim, a versão para o português do Brasil, denominada Escala de Constrangimento no uso do Preservativo, mostrou ser bem compreendida quando aplicada para jovens universitários. Os resultados da tradução e adaptação transcultural demonstraram que a ECP manteve equivalência com a versão Norte-Americana.

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NOTAS

  • ORIGEM DO ARTIGO

    Extraído da Pesquisa - Conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis, atitudes e constrangimento frente ao uso de preservativos em jovens universitários, apresentada a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Rio Verde, Programa de Apoio à Pesquisa, 2016.
  • FINANCIAMENTO

    Programa de Apoio à Pesquisa da Universidade de Rio Verde, Bolsa Pesquisador, chamada interna 01/2016 - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Número do Processo: 007.2016.4.04.
  • APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

    Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Rio Verde, parecer n. 1.359.296/2015. CAAE: 50823915.1.0000.5077.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jan 2021
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    12 Ago 2019
  • Aceito
    18 Mar 2020
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