VALIDAÇÃO DO INQUÉRITO CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA SOBRE A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PARTO E NASCIMENTO

RESUMO

Objetivo:

validar o inquérito Conhecimento, Atitude e Prática sobre a assistência de enfermagem ao parto e nascimento com base nos conceitos da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale e nas recomendações da Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal.

Método:

trata-se de um estudo metodológico, no qual foi construído o inquérito Conhecimento, Atitude e Prática, validado quanto ao conteúdo e aparência. A coleta de dados foi realizada entre os meses de julho e dezembro de 2017. As validações foram realizadas por 22 enfermeiros que atuam na assistência ao parto e nascimento, e os dados foram analisados por meio do Índice de Validade de Conteúdo e teste Binomial.

Resultados:

a validação de conteúdo e de aparência evidenciou que a concordância entre os especialistas foi satisfatória (Índice de Validade de Conteúdo maior que 0,80 para todos os itens avaliados).

Conclusão:

conclui-se que o inquérito pode ser utilizado para avaliar o Conhecimento, a Atitude e a Prática dos enfermeiros em relação à assistência de enfermagem ao parto e nascimento.

DESCRITORES:
Conhecimentos; atitudes e práticas em saúde. Cuidados de enfermagem. Enfermagem obstétrica. Estudos de validação. Teoria de enfermagem

ABSTRACT

Objective:

to validate the Knowledge, Attitude and Practice survey on Nursing assistance during delivery and childbirth based on the concepts of Florence Nightingale's Environmental Theory and the recommendations of the National Guidelines for Assistance to Normal Delivery.

Method:

this is a methodological study in which the Knowledge, Attitude and Practice survey was elaborated, and validated regarding content and appearance. Data collection was carried out between the months of July and December 2017. The validations were performed by 22 nurses who work in delivery and childbirth care and the data were analyzed using the Content Validity Index and the Binomial test.

Results:

content and face validation evidenced that the agreement among the experts was satisfactory (Content Validity Index greater than 0.80 for all items evaluated).

Conclusion:

it is concluded that the survey can be used to assess the nurses' Knowledge, Attitude and Practice in relation to the Nursing assistance provided during delivery and childbirth.

DESCRIPTORS:
Knowledge; attitudes and practices in health. Nursing care. Obstetric Nursing. Validation studies. Nursing theory

RESUMEN

Objetivo:

validar la encuesta de Conocimiento, Actitud y Práctica sobre la asistencia de Enfermería en el parto y el nacimiento sobre la base de los conceptos de la Teoría Ambientalista de Florence Nightingale y de las recomendaciones de la Directriz Nacional de Asistencia en Partos Normales.

Método:

estudio metodológico, en el que se elaboró una encuesta de Conocimiento, Actitud y Práctica, validado en relación a su contenido y aspecto. La recolección de datos se realizó entre los meses de julio y diciembre de 2017. Las validaciones estuvieron a cargo de 22 enfermeros que se desempeñan en la asistencia al parto y el nacimiento, y los dados se analizaron por medio del Índice de Validez de Contenido y la Prueba Binomial.

Resultados:

la validación de contenido y de apariencia dejó en evidencia que la concordancia entre los especialistas fue satisfactoria (Índice de Validez de Contenido superior a 0,80 para todos los ítems evaluados).

Conclusión:

se concluye que la encuesta puede ser utilizada para evaluar el Conocimiento, la Actitud y la Práctica de los enfermeros en relación con la asistencia de Enfermería durante el parto y el nacimiento.

DESCRIPTORES:
Conocimientos; actitudes y prácticas en salud. Atención de Enfermería. Enfermería Obstétrica. Estudios de validación. Teoría de Enfermería

INTRODUÇÃO

A humanização no cenário obstétrico tem como princípio a valorização e o respeito ao sujeito diante das suas necessidades e individualidades. Envolve a promoção do parto e nascimento saudáveis, com vistas a evitar desfechos negativos à mãe e ao recém-nascido. Contudo, no Brasil, considera-se que a atenção à saúde no período gravídico-puerperal é um desafio, mesmo diante da criação de políticas e programas que incentivam os serviços a criarem espaços acolhedores e que estimulam a participação da família e o empoderamento da mulher sobre seu corpo e seu processo reprodutivo1.

Atualmente, têm-se buscado mudanças nos cenários do parto e nascimento. Entretanto, esta nem sempre foi a realidade, visto que o parto, evento essencialmente feminino e domiciliar, tornou-se hospitalar e medicalocêntrico, com altas taxas de intervenções e cesarianas2. Assim, a humanização do parto e do nascimento busca romper esse modelo a partir da adoção de práticas obstétricas comprovadamente benéficas, propondo avanços no campo das políticas públicas com a finalidade de resgatar a autonomia da mulher sobre seu processo parturitivo3^-4.

Mundialmente, a publicação das Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi o ponto de partida para as discussões sobre a assistência obstétrica, influenciando as mudanças. Dessa forma, os países reestruturaram seus modelos de atendimento ao incentivar a ampliação do acesso, do direito ao nascimento seguro e dos cuidados neonatais5.

No Brasil, têm-se iniciativas como a implementação do Programa de Humanização pelo Parto e Nascimento, da Política Nacional de Humanização (PNH), da Rede Cegonha e das Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal (DNAPN). Esses documentam a qualificação da assistência obstétrica, representando marcos na busca pela transformação do modo de nascer no país5.

Dentro desse contexto da assistência humanizada, a enfermagem é a profissão ideal para assistir o parto e nascimento, visto que os enfermeiros têm desenvolvido habilidades específicas por meio do modelo humanístico, que busca ofertar a atenção holística e a participação ativa das mulheres no processo parturitivo pelo respeito às suas escolhas. Essa atenção prioriza a ética, a dignidade, os direitos e a segurança do indivíduo6.

Torna-se relevante a avaliação da estrutura e dos processos da atenção à saúde da mulher e do recém-nascido durante o trabalho de parto, parto e puerpério, por contribuir para o reconhecimento das fortalezas e fragilidades dessa atenção, bem como por direcionar o planejamento de ações de melhoria da qualidade da assistência. Para isso, torna-se imprescindível a utilização de instrumentos válidos que permitam a obtenção de dados confiáveis para subsidiar a reavaliação e reformulação dos serviços.

Este estudo propôs a construção e validação do inquérito Conhecimento, Atitude e Prática (CAP), baseado nos conceitos da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale, a qual aborda que o enfermeiro precisa construir um ambiente favorável e equilibrar os elementos do ambiente físico, psicológico e social para que o paciente possa ter o mínimo dispêndio de esforço, conservar sua energia vital e reestabelecer sua condição de saúde4^,7.

No contexto da enfermagem obstétrica, a teoria reforça a importância da oferta do cuidado holístico no parto e nascimento, bem como as influências que o enfermeiro pode realizar sobre os ambientes (físico, psicológico e social) para o resgate do processo fisiológico do parto e para a diminuição de intervenções desnecessárias. Dessa forma, os enfermeiros contribuem para tornar o processo parturitivo menos traumático1^,4^,7. Ademais, para a construção do inquérito, também foram utilizadas as recomendações da DNAPN, as quais estabelecem as práticas na assistência ao parto e nascimento, a fim de humanizar o cuidado e preencher as lacunas obstétricas8.

Em uma busca prévia na literatura, observou-se que não há instrumentos validados que avaliem o CAP dos enfermeiros sobre a assistência ao parto e nascimento. Entretanto, no exercício da prática, os enfermeiros que atuam na assistência ao parto e nascimento precisam ser avaliados por meio de instrumentos validados, para que se tenha um maior grau de confiabilidade. A partir dessa avaliação, pode-se contribuir para o reconhecimento das fortalezas e fragilidades da atenção obstétrica e, consequentemente, direcionar o planejamento e a implementação de ações de melhoria para a qualidade da assistência.

Diante dessas reflexões, o estudo tem como objetivo validar o inquérito CAP sobre a assistência de enfermagem ao parto e nascimento com base nos conceitos da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale e nas recomendações da DNAPN.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo metodológico para a construção e validação de um instrumento de pesquisa do tipo inquérito CAP, que consiste em um conjunto de questões que se propõe a identificar como uma determinada população sabe, pensa e atua9. Para o desenvolvimento desta pesquisa, seguiram-se as etapas:

1) Pesquisa bibliográfica - esta etapa fundamentou a elaboração do inquérito CAP por meio da leitura cuidadosa e sistematização dos conceitos da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale e das recomendações da DNAPN. A partir disso, foram listadas as recomendações discutidas na diretriz e os conceitos relacionados aos ambientes (físico, psicológico e social) abordados na teoria. Salienta-se que a visão ampla desses referenciais proporcionou a elaboração teórica do inquérito, favorecendo a inter-relação entre os conceitos.

2) Construção do modelo teórico - após a pesquisa bibliográfica, foi construído um modelo lógico teórico a partir da correlação entre os conceitos da Teoria Ambientalista, as recomendações da DNAPN e as dimensões do inquérito CAP (Quadro 1). Para definir as dimensões a serem investigadas, foi primordial entender o significado real de cada palavra e adaptá-las ao contexto obstétrico.

Quadro 1 -
Modelo teórico lógico do Conhecimento, Atitude e Prática para avaliação da assistência de enfermagem ao parto e nascimento. Recife, PE, Brasil, 2018.

Ambientes e elementos da Teoria Ambientalista		Conjunto de Itens - DNAPN*	Dimensões do Inquérito
Ambiente Físico	Alimentação Limpeza Ruídos Luz Mobília Temperatura Privacidade Aparelhos de parto	𐩐 Local de assistência ao parto; Profissional que assiste ao parto; 𐩐 Cuidados gerais durante o trabalho de parto; 𐩐 Assistência no primeiro período de parto; 𐩐 Assistência no segundo período de parto; 𐩐 Assistência no terceiro período do parto; 𐩐 Dieta durante o trabalho de parto; 𐩐 Medidas de assepsia para o parto vaginal; 𐩐 Avaliação do bem-estar fetal; 𐩐 Cuidados maternos imediatamente após o parto; 𐩐 Manejo da dor no trabalho de parto; 𐩐 Analgesia; 𐩐 Informações e comunicação; 𐩐 Apoio físico e emocional; 𐩐 Assistência ao recém-nascido.	Conhecimento sobre a assistência humanizada ao parto e nascimento baseado nas boas práticas
Ambiente Psicológico	Emoções Sentimentos Vínculo com profissional que atua no parto Preparo para o parto		Atitude sobre a assistência humanizada ao parto e nascimento baseado nas boas práticas
Ambiente Social	Rede social Profissional que atua no parto Parto como evento social Papéis sociais		Prática sobre a assistência humanizada ao parto e nascimento baseado nas boas práticas

• ^*
  DNAPN: Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal

3) Desenvolvimento do Inquérito CAP - o desenvolvimento foi realizado de acordo com as recomendações da DNAPN e dos conceitos da Teoria Ambientalista adaptados para o cuidado com a parturiente. Destaca-se que o inquérito foi construído de forma que, para cada tema, houvesse um item correspondente nas três dimensões investigadas.

Os itens do Inquérito tiveram como opções de resposta uma escala do tipo Likert. Assim, em relação ao conhecimento, o respondente julgou o item quanto á concordância: “Concordo totalmente”; “Concordo parcialmente”; “Nem concordo, nem discordo”; “Discordo parcialmente”; “Discordo totalmente”. Em relação à atitude e à prática, o respondente julgou o item de acordo com o que ele se propõe/dispõe a realizar da ação proposta no enunciado e com que frequência ele realiza essa ação (“sempre”, “quase sempre”, “às vezes”, “raramente”, ou “nunca”) (^{Material Suplementar}).

4) Cálculo amostral e critérios de seleção - para o cálculo amostral da validação de conteúdo e de aparência, foi utilizada a fórmula proposta por Lopes, Silva e Araújo10 para estudos de validação: N= Zα². P (1-P)/ e2. N corresponde ao tamanho da amostra; Zα corresponde ao nível de confiança de 95% (1,96); P corresponde à proporção dos juízes (85%); e corresponde à diferença proporcional aceitável (15%). Assim, a amostra totalizou de 22 juízes em cada validação.

A busca e a seleção por experts ocorreram em âmbito nacional por meio da Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e por meio da amostragem por bola de neve (snowball), em que um especialista indicava outro.

Utilizaram-se os critérios de inclusão: 1) Ter pesquisas realizadas na área da saúde da mulher e/ou obstetrícia e/ou assistência humanizada ao parto e nascimento e/ou inquérito CAP; 2) Ser enfermeiro com titulação mínima de mestre na área da saúde da mulher e/ou obstetrícia e/ou áreas afins; 3) Ter experiência assistencial ou docência de, no mínimo, dois anos na área da saúde da mulher e/ou obstetrícia. Os especialistas que não responderam ao instrumento de coleta de dados em tempo hábil (foi estabelecido o prazo de dez dias para a devolução dos instrumentos) foram excluídos.

5) Coleta de dados - a coleta de dados foi realizada entre os meses de julho e dezembro de 2017 e ocorreu em dois momentos: na validação de conteúdo e na validação de aparência, sendo o inquérito CAP avaliado e julgado pelos juízes nas respectivas etapas. Foi enviado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) por meio da plataforma do Google Forms, em que os participantes assinavam eletronicamente, no intuito de consentir a participação na pesquisa. Após a devolução do TCLE, era enviado, também, por meio da plataforma, o instrumento de caracterização do perfil dos juízes, o inquérito construído e os formulários adaptados, a partir do modelo proposto por Nascimento e Teixeira11, com os seguintes itens a serem avaliados: objetivo; estrutura e apresentação; relevância (para validação de conteúdo) e objetivo; organização; estilo da escrita; aparência e motivação (para validação de aparência).

6) Análise dos dados - os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20.0. Foi empregado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), o qual permite avaliar cada item individualmente e depois o instrumento como um todo, de modo a assegurar a validade e a relevância dos itens por meio da proporção de concordância. Salienta-se que foram mantidos no inquérito os itens que receberam pontuação do IVC igual ou maior que 0,8, visto que foi adotado como adequado um consenso de 80% entre os juízes. Acrescenta-se que, na validação de conteúdo, empregou-se o teste Binomial, o qual valor de p ≥ 0,05 indicou a concordância entre os juízes para um determinado item.

Destaca-se que foram consideradas as sugestões dos participantes em cada etapa da validação. Assim, a partir da análise estatística e das sugestões dos juízes, a primeira versão do inquérito foi modificada, seguindo para a validação de aparência.

Este estudo atendeu as recomendações da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

RESULTADOS

Na etapa de validação de conteúdo, 12 juízes (54,5%) possuíam título de doutorado, nove (41,0%) possuíam título de mestrado e um (4,5%) tinha estágio pós-doutoral. A média do tempo de formação profissional foi de 16,3 anos, enquanto que, a experiência assistencial e docente na enfermagem em saúde da mulher, foi de 11,4 e 10,5 anos, respectivamente. Além disso, 17 juízes já haviam participado de pesquisas de validação na área da saúde da mulher/obstetrícia (77,3%), 19 possuíam publicação na área da saúde da mulher/obstetrícia (86,3%) e três possuíam publicações na área de validação e/ou inquérito CAP (13,7%).

Na validação de aparência, 18 juízes (81,8%) possuíam título de especialista na área de enfermagem obstétrica/saúde da mulher, três (13,7%) eram mestres e um (4,5%) era doutor. A média do tempo de formação foi de 7,6 anos. Em relação à atuação assistencial ao parto e nascimento em ambiente hospitalar, a média foi de 5,2 anos, e a média da experiência em parto domiciliar foi de 2,7 anos. Destaca-se que seis (27,3%) já haviam participado de pesquisas de validação em saúde em saúde da mulher/obstetrícia e um (4,5%) em pesquisas de validação sobre o inquérito CAP.

Ademais, a validação de conteúdo mostrou que a concordância entre os juízes foi satisfatória, apresentando um valor de I-CVI > 0,80 e um valor de p > 0,05 para todos os itens avaliados. A média do I-CVI para o inquérito CAP foi de 0,976. Já para o S-CVI, que indica a proporção de juízes concordantes com a adequação e pertinência do inquérito como um todo, obteve-se um valor de 0,972 (Tabela 1).

Tabela 1 -
Concordância dos itens para validação de conteúdo do inquérito segundo os juízes. Recife, PE, Brasil, 2018. (n=22)

Itens avaliados	Concordância			p	P†	I-CVI‡
	Sim	Não	Nulo
1. Objetivo
1.1 Conteúdos coerentes com o objetivo do inquérito CAP.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
1.2 O objetivo está claro e conciso.	19	1	0	0,66	0,96	0,86
1.3 O conteúdo facilita o pensamento crítico sobre a assistência de enfermagem.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
1.4 As informações apresentadas estão cientificamente corretas.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
1.5 Há uma sequência lógica de conteúdo proposto.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
1.6 As informações apresentadas (quantidade e nível de profundidade) conseguem abranger bem o conteúdo sobre a assistência humanizada ao parto e nascimento e a Teoria Ambientalista de Florence Ningtinhgale.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
1.7 As informações/conteúdos são importantes para a avaliação da qualidade da assistência prestada.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
1.8 Será capaz de promover uma reflexão do profissional frente à ao seu estado de conhecimento, sua disposição em realizar as ações e à sua prática assistencial.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
2. Estrutura e apresentação
2.1 Está apropriado/coerente para aplicação.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
2.2 A linguagem utilizada é de fácil compreensão.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
2.3 Possui visual atraente que mantém a atenção do respondente.	20	1	1	0,86	0,98	0,91
2.4 As questões são apresentadas de maneira estruturada e objetiva.	21	1	0	0,97	0,99	0,95
2.5 A forma de apresentação contribui para a reflexão dos enfermeiros sobre a assistência permeada pelas boas práticas de assistência ao parto e nascimento.	21	1	0	0,97	0,99	0,95
2.6 Fornece subsídios para inferir/atingir os resultados desejados.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
2.7 Fornece dados suficientes para a avaliação sobre a humanização na assistência de enfermagem ao parto e nascimento.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
2.8 As páginas ou seções estão bem organizadas.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
3. Relevância
3.1 Permite a reflexão sobre conhecimentos, atitudes e prática.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
3.2 Retrata aspectos que devem ser reforçados na assistência.	22	0	0	1,00	1,00	1,00
3.3 Após validado, permitirá a transferência e generalização dos conceitos para todos os cenários de assistência ao parto.	19	1	2	0,66	0,96	0,86
3.4 Após validado, poderá propor a construção de conhecimento dos profissionais acerca da humanização na assistência de enfermagem ao parto e nascimento.	21	0	1	0,97	0,99	0,95
3.5 Após validado, poderá ser utilizado por profissionais de saúde/ou educadores e gestores.	21	0	1	0,97	0,99	0,95
S-CVI§						0,972

• valor de p; †Teste Binomial; ‡Item-Level Content Validity Índex; § Scale-Level Content Validity Index.

Ressalta-se que as modificações sugeridas pelos juízes foram acatadas e referiram-se, principalmente, às questões semânticas, o que tornou o inquérito mais claro. Não foi sugerida a inserção de novas questões.

Também foi apontado pelos juízes que a quantidade de questões a serem respondida no inquérito o torna cansativo/exaustivo, podendo induzir riscos de viés de respostas. No entanto, apenas duas questões e suas correspondentes em cada dimensão do CAP foram sugeridas para exclusão e, portanto, retiradas do inquérito final.

Quanto à generalização do inquérito para todos os cenários de assistência ao parto, foi sugerida uma revisão cuidadosa das questões que tratam dos locais de assistência, com o objetivo de reforçar os conceitos referentes ao atendimento ao parto domiciliar, para que, desta forma, os elementos da humanização e da teoria utilizada possam ser generalizados para todos os cenários.

Outra sugestão se refere a uma melhor articulação entre a DNAPN e a teoria de enfermagem. Apesar disso, quando analisados estatisticamente, os itens que avaliaram este quesito e os valores estatísticos se apresentaram de maneira satisfatória.

Em relação à validação de aparência, o instrumento também foi avaliado, apresentando I-CVI > 0,80 em todos os itens. O I-CVI médio foi de 0,987, e o S-CVI foi de 0,989 (Tabela 2).

Tabela 2 -
Concordância dos itens para validação de aparência do inquérito segundo os enfermeiros. Recife, PE, Brasil, 2018. (n=22)

Itens avaliados	Concordância			I-CVI
	Sim	Não	Nulo
1. Objetivo
1.1 O Inquérito atende aos objetivos propostos.	22	0	0	1,00
1.2 Ajuda na avaliação sobre a humanização na assistência de enfermagem ao parto e nascimento.	21	1	0	0,95
1.3 Está adequado para ser aplicado.	22	0	0	1,00
2. Organização geral, apresentação, coerência e formatação
2.1 O título é atraente e indica o conteúdo do inquérito.	21	1	0	1,00
2.2 O tamanho do título e do conteúdo nos tópicos está adequado.	22	0	0	1,00
2.3 Os tópicos têm sequência lógica.	22	0	0	1,00
2.4 Há coerência entre os objetivos e o conteúdo do inquérito.	22	0	0	1,00
3. Linguística, compreensão e estilo da escrita
3.1 A escrita está clara e objetiva.	22	0	0	1,00
3.2 O texto é interessante.	22	0	0	1,00
3.3 O vocabulário é acessível.	22	0	0	1,00
3.4 Há associação do tema de cada sessão ao texto correspondente.	22	0	0	1,00
4. Grau de significação do inquérito
4.1 As páginas ou seções parecem organizadas.	22	0	0	1,00
4.2 As cores são atraentes e facilita a compreensão.	22	0	0	1,00
4.3 As opções de respostas são coerentes.	22	0	0	1,00
4.4 Poderá ser respondido sem dificuldades.	21	1	0	0,95
5. Capacidade do material causar impacto, motivação e interesse
5.1 É apropriado para o perfil dos enfermeiros que prestam assistência direta à mulher em trabalho de parto, parto e nascimento.	22	0	0	1,00
5.2 Os conteúdos se apresentam de forma lógica.	22	0	0	1,00
5.3 A interação com os enfermeiros é convidada pelos textos, sugerindo ações.	22	0	0	1,00
5.4 Convida/instiga às mudanças de comportamento e atitude durante a assistência.	21	1	0	0,95
5.5 Propõe reflexão para os enfermeiros sobre a humanização da assistência ao parto e nascimento.	20	1	1	0,90
S-CVI				0,989

• Legenda: ‡Item-Level Content Validity Índex; § Scale-Level Content Validity Index.

Salienta-se que os juízes apresentaram os seguintes comentários sobre o inquérito: “Bem organizado, seguindo uma sequência lógica”, “Texto bem construído, escrita clara e objetiva”, “Parabéns, muito bom”, “Tenho interesse em conhecer o produto desta pesquisa”. Descreveram, também, que a aplicação do inquérito possibilitará a investigação sobre o CAP dos enfermeiros atuantes na assistência ao parto e nascimento, além de apontar quais os aspectos que poderão ser aperfeiçoados entre esses profissionais.

Ademais, foi sugerida por dois profissionais a organização em cores distintas para cada dimensão. Essa alteração teria por objetivo sinalizar a transição no conjunto de questões e conteúdo a serem investigados, o que torna o inquérito mais atraente.

Os itens 5.4 (Convida/instiga às mudanças de comportamento e atitude durante a assistência) e 5.5 (Propõe reflexão para os enfermeiros sobre a humanização da assistência ao parto e nascimento) receberam menores pontuações devido ao questionamento dos juízes acerca do inquérito proposto levar a mudança de comportamento.

Sobre a escrita e semântica das questões, foi sugerida a reformulação daquelas que tratam da ambiência, como, por exemplo, a “penumbra” na sala de parto como elemento importante desse contexto. Nesta etapa de validação, somente uma questão foi recomendada para ser excluída, por apresentar semelhança com outra questão quanto ao conteúdo e serem equivalentes.

Por fim, foi sugerido trazer ao final do inquérito as referências utilizadas para sua construção como forma de contribuir com a formação profissional, caso este se interesse em explorar os protocolos assistenciais, as recomendações da OMS e os conceitos da teoria de enfermagem.

A última versão do instrumento ficou composta por 205 questões, distribuídas nas dimensões do CAP. Assim, os resultados deste estudo revelam que, na avaliação global da validação de conteúdo, quando analisadas as categorias de objetivo, estrutura, apresentação e relevância, observaram-se que 90% dos itens alcançaram valores de I-CVI, e o teste binomial, valores maiores do que 0,95. Já na validação de aparência, 100% dos itens analisados quanto ao objetivo, organização, estilo da escrita, aparência e motivação obtiveram valores de I-CVI acima de 0,90.

DISCUSSÃO

A utilização do modelo lógico teórico para a construção do inquérito CAP, a partir da articulação entre a Teoria Ambientalista de Florence Nightingale e a DNAPN, permitiu a elaboração cuidadosa de cada questão do inquérito, com vistas a avaliar a assistência de enfermagem ao parto e nascimento.

Um estudo que se propôs a investigar a utilização do modelo lógico teórico nas pesquisas de enfermagem trouxe como etapa importante da pesquisa os procedimentos teóricos sistemáticos, ou a revisão aprofundada da literatura, para estabelecer o constructo a ser tratado e como este deveria ser abordado em seus instrumentos, de forma a retratar a prática profissional12.

Outro estudo descreveu que a validade de conteúdo é um processo de julgamento composto por duas etapas distintas: a elaboração e a validação. A elaboração deve ser fundamentada por métodos padronizados e sistemáticos, a exemplo dos modelos lógicos teóricos, com o objetivo de melhorar a qualidade dos instrumentos de medidas13.

Ainda sobre a elaboração de instrumentos, no que se refere ao uso de uma teoria de enfermagem, um estudo sobre a epistemologia do cuidado reconhece que a profissão é uma ciência em construção, a qual deve estabelecer as relações entre a epistemologia do cuidado e as bases teóricas, filosóficas e históricas relativas à profissão. Neste ponto de vista, o enfermeiro deve utilizar a fundamentação teórica para entender os desafios da atualidade, contextualizar criticamente, (re)elaborar um novo saber-fazer e concretizar uma prática científica, investigativa, consistente e reconhecida nas ciências da saúde14.

Desse modo, infere-se que a intersubjetividade entre as bases teórico-filosóficas do cuidado de enfermagem elucidado na Teoria Ambientalista de Florence Nightingale e nas boas práticas obstétricas discutidas na DNAPN foi respeitada na construção do CAP.

Ressalta-se que existe relação entre a Teoria Ambientalista, a DNAPN e a assistência de enfermagem, utilizadas no inquérito CAP construído e validado neste estudo, pois a parturiente é influenciada pelos elementos dos ambientes físico, psicológico e social, que devem estar equilibrados por meio da assistência de enfermagem, de modo a favorecer as boas práticas e a humanização na atenção aos partos e nascimentos, conforme a DNAPN recomenda7^-8.

O equilíbrio desses ambientes visa incentivar o parto livre de intervenções desnecessárias. Dessa forma, os enfermeiros obstetras tornam o processo parturitivo menos traumático por meio do equilíbrio de fatores descritos na Teoria Ambientalista, tais como diminuição de ruídos, presença de luminosidade, diminuição dos procedimentos invasivos e presença de companhia atenciosa, que são influenciados pelo CAP desses profissionais quanto à assistência de enfermagem na assistência ao parto e nascimento1^,7^,9.

Nesse contexto, o inquérito CAP permite saber o que os profissionais da saúde conhecem/compreendem (Conhecimento), pensam/sentem (Atitude) e como atuam/se comportam (Prática), com a finalidade de identificar as necessidades dos serviços para, posteriormente, implementar intervenções adequadas e adaptadas9. Assim, o inquérito proposto neste estudo buscou correlacionar as dimensões do CAP dos enfermeiros e a sua aplicação no cotidiano da assistência ao parto e nascimento.

As dimensões do inquérito foram reorganizadas, conforme sugestão dos juízes, no intuito de evidenciar ao respondente a aproximação com os aspectos investigados na teoria (ambientes físico, psicológico e social) e com o cuidado de enfermagem. Essa mudança tornou o inquérito robusto, claro e objetivo na forma de explicitar quais os questionamentos que se referem a cada tipo de ambiente e, consequentemente, quais elementos da assistência obstétrica se relacionam com eles.

As suas contribuições foram fundamentais para fornecer resultados fidedignos, bem como para obter o parecer crítico e eficiente do material validado. O cuidado na seleção dos avaliadores quanto à titulação, produção acadêmica e experiência clínica na área é uma condição primordial para exercer o papel de juiz na validação de conteúdo15.

Sobre a análise do objetivo do inquérito CAP, a literatura salienta que instrumentos validados pela população-alvo são importante aliados para a identificação de lacunas do conhecimento e dificuldades encontradas na prática. Dessa forma, são ferramentas sensíveis para avaliação efetiva de condutas, podendo propor a implementação de ações educativas que visem sanar problemas que estão associados diretamente à qualidade da assistência prestada16.

Destaca-se que a escala do tipo Likert apresentou como vantagem a facilidade de aplicação, agilidade no ato de responder, baixa complexidade no processo de tomada de decisão/escolha, capacidade de expressar a opinião do entrevistado e pouca possibilidade de erros. O uso dessa escala possibilitou enriquecer a análise e o cálculo da covariância entre as variáveis, minimizando as flutuações na normalidade dos dados17.

Esse tipo de escala é a mais adequada para traduzir, em dados quantitativos, as atitudes, os comportamentos e os domínios relacionados à saúde. Ademais, percebe-se que a organização dos itens em Likert fornece uma lista de proposições ou questões que estima o grau de concordância que melhor reflete sua opinião17.

Estatisticamente, valores acima de 0,90 são considerados como padrão-ouro para validar um instrumento, e o valor igual ou superior a 0,80 é considerado como desejável neste tipo de metodologia10. Logo, as validações de conteúdo e aparência do inquérito CAP atenderam aos objetivos propostos, visto que atestou que o constructo, a representatividade das questões e o grau de significação do instrumento são coerentes para avaliar a assistência de enfermagem ao parto e nascimento.

Após análise das respostas e sugestões de todos os juízes, percebeu-se que a maioria das sugestões se referiu, principalmente, a substituições de termos ou palavras. Apesar dessas substituições, nenhuma questão foi comprometida quanto ao seu enunciado ou contexto a que se refere.

Em relação à quantidade de questões presentes no inquérito, a literatura aponta que, apesar de alguns instrumentos serem considerados extensos e cansativos, a facilidade em respondê-los está relacionada com a habilidade do respondente em identificar as relações da teoria e prática profissional. Infere-se, portanto, que a habilidade em responder o inquérito CAP proposto está na destreza em identificar os conceitos e as práticas voltadas à assistência ao parto e nascimento e no julgamento das opções de respostas18.

No que diz respeito à relevância e à aplicabilidade do inquérito para a prática clínica do enfermeiro, estudos atuais sobre validação de instrumentos e escalas consideram estas como características importantes a serem avaliada. Assim, é necessário analisar a pertinência ou representatividade das questões, com vistas a atingir os objetivos propostos pelo instrumento a ser validado13^,17.

Quanto à capacidade de generalização, a literatura tem ampliado a discussão sobre a humanização, a qual perpassa por vários aspectos dessa temática, ressaltando que a oportunização de partos domiciliares é uma maneira de proporcionar o atendimento humanizado durante o parto e nascimento18.

Salienta-se que a assistência obstétrica deve oferecer condições necessárias para que a mulher, o bebê e a família sejam acolhidos com dignidade e segurança. Neste sentido, independentemente do local em que ocorra o nascimento, o enfermeiro deve possuir competências e habilidades sobre as condutas obstétricas a serem adotadas no trabalho de parto e parto, de modo a considerar as evidências, as boas práticas e a humanização3.

De acordo com a Teoria Ambientalista, o cuidado de enfermagem nos nascimentos hospitalares pode ser interpretado como uma forma de promover às mulheres um ambiente calmo, tranquilo e mais próximo ao ambiente domiciliar. Vale destacar que a cena do nascimento no lar também aparece como ressignificação do processo de parto e nascimento, por ir ao encontro dos preceitos de medicalização da vida e de uso do poder pelos profissionais da saúde em relação ao corpo feminino19.

Foi perceptível a importância de o inquérito CAP possuir termos de ambiência, a exemplo da “penumbra”, que interfere no ambiente físico e psicológico. Destaca-se que a literatura aponta que a “penumbra” é fator intimamente ligado às questões da humanização e empoderamento feminino no parto6.

Este resultado corrobora um estudo que comparou as expressões emocionais das parturientes no período expulsivo em ambientes sob iluminação comum e com baixa luminosidade. O estudo concluiu que o ambiente com pouca luminosidade promoveu uma sequência fisiológica das emoções, sendo o medo comum em momentos intensos e a surpresa como emoção de transição para a raiva. A última foi caracterizada como o gatilho para a expulsão do bebê e, por fim, o sentimento de alegria com a chegada da criança. Já o ambiente iluminado artificialmente promoveu o aparecimento mais conturbado da sequência de emoções6.

Ademais, a penumbra elabora um ambiente em que a mulher se sente menos observada, e, com sua privacidade preservada, permite maior concentração e respeito por parte da equipe profissional, facilitando o processo da parturição. Nas reflexões sobre o ambiente, Florence Nightingale ressalta o impacto ambiental no processo de restauração/manutenção da saúde, em que a luz poder ser fator de desequilíbrio, interferindo na inter-relação entre os ambientes físico, psicológico e social6^,18.

Quanto à avaliação da organização geral, apresentação, coerência, formatação, linguística, compreensão, estilo da escrita e grau de significação, os achados estão em consonância com outros estudos que admitem uma concordância de pelo menos 80% entre os participantes como critério de decisão sobre a pertinência e/ou aceitação dos itens15. Assim, estudos de validação atestam a clareza, a compreensão, a relevância e a adequação linguística dos itens, o que facilita a aplicação posterior do instrumento, reduzindo as interpretações confusas entre os entrevistados13.

A utilização da teoria foi essencial, uma vez que as bases teóricas expressam que o enfermeiro deve colocar seu arcabouço teórico a serviço das necessidades e problemas apresentados pelos clientes. Para tal, deve utilizar a observação clínica para transformar sua prática de forma a preenchê-los ou corrigi-los. A utilização de ferramentas que possam estimular a aquisição de conhecimento fornece subsídios para uma efetiva reflexão crítica sobre suas atitudes e consequente modificações em sua prática clínica18.

Dentre essas ferramentas, tem-se a proposta dos programas de humanização ao parto e ao nascimento, que compreende a busca por mudanças de postura/atitude dos profissionais. Essas mudanças estão intimamente relacionadas à aquisição de conhecimento e à significativa participação dos gestores em reconhecer a importância do papel do enfermeiro na assistência ao parto19^-21.

Salienta-se a aplicabilidade do inquérito CAP construído e validado neste estudo, o qual poderá ser utilizado por enfermeiros obstetras em contextos hospitalares, em domicílios ou em Centros de Parto Normal (CPN) e na assistência de risco habitual ou de alto risco às parturientes, com a finalidade de avaliar o CAP dos enfermeiros em relação à assistência de enfermagem ao parto e nascimento.

Este estudo presenta algumas limitações, tais como a não verificação da validade fatorial exploratória para verificar a consistência interna do instrumento e o número adequado/satisfatório de questões necessárias para medir todo o âmbito do constructo que se pretende investigar.

A elaboração do CAP contribui para o crescimento da enfermagem brasileira no ambiente científico e para uma prática assistencial mais segura. Para tanto, torna-se imprescindível a utilização de instrumentos válidos em saúde, por permitirem a obtenção de dados confiáveis que podem subsidiar a reavaliação e reformulação dos serviços.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o inquérito CAP sobre a assistência de enfermagem ao parto e nascimento, com base nos conceitos da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale e nas recomendações da DNAPN, foi validado quanto ao conteúdo e aparência (IVC de 0,976 e 0,987, respectivamente), possuindo índice de clareza satisfatório e de índice validade adequado, o qual pode ser utilizado para avaliar o CAP dos enfermeiros em relação à assistência de enfermagem ao parto e nascimento.

O inquérito construído e validado, a partir desta pesquisa, poderá ser utilizado por profissionais, educadores e/ou gestores em saúde a fim de auxiliar na realização de novos estudos de avaliação diagnóstica que possibilitem o desenvolvimento de melhorias tanto aos serviços voltados ao atendimento à mulher e recém-nascido quanto às políticas públicas que atendam e reforcem os preceitos da humanização. Ademais, contribuirá para a prática da assistência de enfermagem obstétrica mais segura, uma vez que permitirá a obtenção de dados confiáveis que poderão subsidiar a reavaliação e reformulação dos serviços obstétricos, bem como o direcionamento de um cuidado qualificado voltado ao atendimento das necessidades de saúde da parturiente.

Ressalta-se, portanto, a necessidade da realização de trabalhos futuros com o objetivo de realizar a validação fatorial exploratória, a fim de verificar a quantidade de questões necessárias para cobrir todo o âmbito do constructo a ser investigado. Somado a isto, sugere-se a verificação em testes pilotos para estimar o tempo de resposta e futuramente incluir essa informação aos respondentes na apresentação.

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NOTAS

• ORIGEM DO ARTIGO

  Extraído da dissertação - Validação do Inquérito Conhecimentos, Atitudes e Práticas sobre a humanização na assistência ao parto e nascimento, apresentada ao Programa de Pós-Graduação de Enfermagem, da Universidade Federal de Pernambuco, em 2018.

• APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

  Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco, parecer n. 2.154.168, Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 67650417.5.0000.5208.

MATERIAL SUPLEMENTAR

O seguinte material suplementar está disponível online:

Inquérito conhecimentos, atitudes e prática (cap) sobre a humanização na assistência ao parto e Nascimento

Editado por

EDITORES

Editores Associados: Selma Regina de Andrade, Gisele Cristina Manfrini, Natália Gonçalves, Ana Izabel Jatobá de Souza. Editor-chefe: Roberta Costa

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  24 Set 2021
• Data do Fascículo
  2021

Histórico

• Recebido
  03 Out 2020
• Aceito
  09 Jun 2021