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PERENIDADE DOS PERIÓDICOS BRASILEIROS DE ENFERMAGEM: RESGATE E REAFIRMAÇÃO DO COMPROMISSO SOCIAL DA CIÊNCIA

RESUMO

Objetivo:

refletir sobre os desafios que permeiam o desenvolvimento e perenidade dos periódicos de enfermagem, editados no Brasil, tomando-os como entidades à serviço da comunidade científica atual e patrimônio da história da ciência para as gerações vindouras.

Método:

utilizou-se do método reflexivo, ancorado em princípios da complexidade e na literatura pertinente ao objeto da reflexão.

Resultados:

a perenidade do compromisso com a editoração científica emergiu como ponto de partida para a reflexão que destaca a importância das instituições mantenedoras como guardiãs dos periódicos científicos; a necessidade de investimentos e valorização da gestão, profissionalização e internacionalização da equipe editorial; a capacidade de ampliar a comunicação rompendo paradigmas nas conexões entre ciência e sociedade.

Conclusão:

esta reflexão poderá contribuir para reafirmar o conceito dos periódicos científicos como dispositivos que devem ser projetados em uma perspectiva perene e que, portanto, sobreviva à dinâmica dos tempos em meio aos desafios da ciência global. Nesse sentido, aponta para a importância das instituições mantenedoras dos periódicos como condição para garantia de sua perenidade.

DESCRITORES:
Comunicação acadêmica; Comunicação e divulgação científica; Editoração; Enfermagem; Políticas editoriais

ABSTRACT

Objective:

to reflect upon the challenges that permeate the development and perenniality of nursing journals published in Brazil for becoming entities at the service of the scientific community and heritage of the history of science for future generations.

Method:

the reflective method grounded on the principles of complexity and pertinent literature was adopted.

Results:

the perennial commitment to scientific publishing emerged as the starting point for this reflection; hence, the role played by sponsoring institutions as the guardians of scientific journals, the need for investments, and to valorize the management, professionalization, and internationalization of the editorial team are emphasized, along with the ability to expand communication breaking paradigms in the connections between science and society.

Conclusion:

this reflection is expected to reaffirm the concept of scientific periodicals being perennial devices and, thus, survive the dynamics of time amidst the challenges science faces worldwide. In this sense, it indicates the importance of institutions supporting scientific journals as a condition to ensure their perenniality.

DESCRIPTORS:
Scholarly Communication; Scientific Communication and Diffusion; Publishing; Nursing; Editorial Policies

RESUMEN

Objetivo:

reflexionar sobre los desafíos relacionados al desarrollo y la perpetuidad de las revistas de enfermería publicadas en Brasil, considerándolas como entidades al servicio de la comunidad científica actual y patrimonio de la historia de la ciencia para las generaciones futuras.

Método:

Se utilizó el método reflexivo, con base en principios de complejidad y en la literatura pertinente al objeto de reflexión.

Resultados:

El compromiso perenne por la publicación científica surgió como punto de partida de una reflexión que destaca la importancia de las instituciones patrocinadoras como guardianas de las revistas científicas; la necesidad de inversiones y potenciación de la gestión, profesionalización e internacionalización del equipo editorial; la capacidad de expandir la comunicación rompiendo paradigmas en las conexiones entre ciencia y sociedad.

Conclusión:

esta reflexión puede contribuir a reafirmar el concepto de las revistas científicas como dispositivos que deben diseñarse en una perspectiva perenne y que, por tanto, sobrevivan a la dinámica de los tiempos en medio de los desafíos de la ciencia global. En este sentido, señala la importancia de las instituciones que mantienen las revistas como condición para garantizar su perpetuidad.

DESCRIPTORES:
Comunicación académica; Comunicación y divulgación científica; Edición; Enfermería; Políticas editoriales

INTRODUÇÃO

Um periódico científico é, antes de tudo, um importante dispositivo integrado ao dinâmico sistema de interações humanas e institucionais que regem a gestão de conhecimento global da ciência. Sendo assim, a natureza perene dos periódicos está relacionada com o papel social de garantir que os resultados de pesquisa neles publicados cheguem ao seu público-alvo atual e, também, às futuras gerações11. Minayo MCS. The power to make history by disseminating science. Cien Saude Colet [Internet]. 2020 [cited 2022 Set 2];25(12):4651-60.Available from: https://doi.org/10.1590/1413-812320202512.22382020
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.

Depreende-se desse processo, a validação dos periódicos como entidades à serviço da comunidade científica e de toda a sociedade civil22. Shuttleworth S, Charnley B. Science periodicals in the nineteenth and twenty-first centuries. Notes Rec R Soc Lond [Internet]. 2016 [cited 2022 Set 2];70(4):297-304.Available from: https://doi.org/10.1098/rsnr.2016.0026
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pois, em conjunto de outros dispositivos acadêmico-científicos, assumem o papel de guardiões dos resultados de pesquisa resultantes dos esforços diretos de cientistas; dos investimentos das instituições; de investimentos do Estado brasileiro; e da sociedade que financia a ciência, a partir de seus impostos. Nesse sentido, tem-se que os periódicos, ao integrarem a complexa teia da ciência, reiteram a sua importância com o devir ontológico de se perpetuarem no decurso da história como espaços que dinamizam o alcance da divulgação e consumo de resultados científicos atuais, ao passo que, no decurso do tempo, preservam também a história da ciência.

Deste modo, a decisão de lançar um periódico científico não pode resultar de uma aventura pontual sustentada, apenas, no desejo de se ter um periódico vinculado à instituição de seus proponentes33. Slemian A, Sousa ME. Criar e manter um periódico científico: discutindo a sustentabilidade das revistas acadêmicas no campo da História. Rev Bras Hist [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 2];41(88):6.Available from: https://doi.org/10.1590/1806-93472021v41n88-02
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. Assim sendo, a sua conformação precisa advir de uma responsabilidade verdadeira, singular e coletiva para com o público que se deseja brindar com um novo veículo de disseminação científica, e que este venha se somar aos demais existentes numa teia de interações que constitui uma determinada área de conhecimento, seja com um enfoque diferente e peculiar, ou que venha adicionar possibilidades emergentes de publicação e demais processos editoriais.

O importante é que, não podendo ser uma aventura pontual, ainda que por um período de gestão de um dirigente acadêmico, o desejo de desenvolver um periódico tem que resultar de uma expressiva e constante responsabilidade que não se limita a um indivíduo idealizador, ou a um grupo isolado de pessoas, mas, sobretudo e a princípio, da incorporação desse processo como parte da filosofia institucional do órgão que será mantenedor do periódico.

Portanto, ao buscar a natureza perene, o desfecho de um periódico não se limitará ao reflexo de sucesso daqueles que se inclinaram para lançá-lo, haja vista alcançar os grupos que se sucedem. Logo, trata-se de uma responsabilidade institucional e que, portanto, ultrapassa as fronteiras do contexto de origem à medida que passa a ser um compromisso com a comunidade científica44. Barata RB. Challenges for publishing Brazilian scientific health journals. Cien Saude Colet [Internet]. 2019 [cited 2022 Set 2];24(3):929-39. Available from: https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.29952016
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, com expressivas implicações nacionais, mas já não se restringe ao país que sedia o periódico, uma vez que com o tempo, assim espera-se, passa a consolidar o princípio da ciência como fenômeno global e55. Costa JP, Costa ALF, Yamahoto OH. A internacionalização na política científica brasileira e seus impactos para os programas de pós-graduação. Avaliação: Rev Aval Educ Superior [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 2];26(3):881-99.Available from: https://doi.org/10.1590/S1414-40772021000300013
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, com isso, a publicar artigos de autores internacionais.

Nesse mesmo movimento, as vicissitudes implicadas no processo de gestão editorial conformam possibilidades para ampliar horizontes entre ciência e sociedade, ao tempo que revelam desafios para a manutenção de prestígio epistemológico para o campo disciplinar do conhecimento que compõe o escopo de publicação de um periódico. Desse modo, tem-se como importante exemplo a ciência aberta como princípio capaz de melhor conectar a produção científica com a sociedade que a financia, uma vez que há maior prospecção da confiança do público-alvo e sociedade em geral em relação à ciência divulgada a partir das práticas postuladas pela ciência aberta66. Rosman T, Bosnjak M, Silber H, Koßmann J, Heycke T. Open science and public trust in science: Results from two studies. Public Underst Sci [Internet]. 2022 [cited 2023 Mar 10];31(8):1046-62.Available from: https://doi.org/10.1177/09636625221100686
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. Depreende-se dessa realidade, para o contexto da editoração científica, o olhar ampliado dos líderes editoriais e dirigentes institucionais sobre os desafios para manter o prestígio do periódico junto ao seu público-alvo e, portanto, preservar coerência com as políticas globais que atravessam os padrões de consumo da ciência.

Entre os desafios editoriais, em cenário global, que reiteram a importância da natureza perene dos periódicos, está a necessidade de manter vigilância sobre as boas práticas editoriais para a integridade científica em meio a expansão acelerada de produções que merecem maiores e melhores atenções, visto que a divulgação de resultados apressados pode implicar em notícias falsas77. Raquel CP, Ribeiro KG, Alencar NES, Souza DFO, Barreto ICHC, Andrade LOM. Scientific ways to confront covid-19 fake news. Saúde Soc [Internet]. 2022 [cited 2023 Mar 10];31(4):e210601.Available from: https://doi.org/10.1590/S0104-12902022210601en
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com aparato científico. Desse modo, o prestígio de um periódico que visa a perenidade deve pensar e fortalecer protocolos que inibam práticas que coloquem em questionamento a integridade científica dos artigos nele publicados.

Sendo assim, não basta apenas que se reconheça a importância da liderança mobilizadora dos pesquisadores que iniciam o processo de desenvolvimento de um periódico, mas da visão ampliada sobre ciência e desenvolvimento social. Esse percurso, por suposto, parte de uma perspectiva sobre a necessidade de investimento em ações que fomentem o desenvolvimento da ciência, razão pela qual não cabe, para a sua análise, uma conformação teórica linear, mas complexa. Sendo assim, esta reflexão é permeada pela perspectiva da complexidade, isto é, aquilo que é tecido junto, em um sistema cujo todo deve ser percebido a partir da dinâmica interação entre suas partes88. Morin E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 18th ed. Rio de Janeiro, RJ(BR): Bertrand; 2010. 128 p.; posicionado em um contexto que valoriza a relação local e global de seu próprio desenvolvimento, tal qual ocorre no universo editorial.

Por tratar-se de uma dinâmica não linear, os desafios da gestão editorial de um periódico que se propõe perene podem ser compreendidos mediante princípio complexo da “ecologia da ação”, ao postular que uma ação, ainda que inicial ou duradoura, não depende apenas da vontade daqueles que a praticam, mas também do conjunto de interações que estabelece com o contexto e atores sociais nele implicado88. Morin E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 18th ed. Rio de Janeiro, RJ(BR): Bertrand; 2010. 128 p..

Destarte, uma ação revela desdobramentos que não são mais passíveis de serem controlados uma vez inserida na teia de interações; logo, à medida que um periódico é lançado ao seu público-alvo, após adquirir pertinência e prestígio epistemológico diante do grupo de pares, (pesquisadores e estudantes de pós-graduação, principalmente) em essência, pode influenciar um sistema complexo no qual estão instituições de pesquisa, o que inclui os programas de pós-graduação, pesquisadores, disciplinas acadêmica e profissões.

Ademais, na medida em que passa a influenciar a vida acadêmica de pesquisadores, professores, profissionais da gestão e da assistência à saúde e suas respectivas instituições, um periódico ultrapassa a dimensão linear de apenas comunicar ciência55. Costa JP, Costa ALF, Yamahoto OH. A internacionalização na política científica brasileira e seus impactos para os programas de pós-graduação. Avaliação: Rev Aval Educ Superior [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 2];26(3):881-99.Available from: https://doi.org/10.1590/S1414-40772021000300013
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. Assim, a sua influência torna-se positiva se for galgando padrões de qualidade e representar um prestígio para quem a ele se dirige e passa a ter vínculos. O sucesso desse empreendimento reflete-se na ambiência onde ele estiver e estende-se para a equipe que o lidera; para os autores e às suas instituições de origem, bem como à instituição à qual o periódico está vinculado; além, é claro, da pós-graduação.

Por outra vertente, no descumprimento de sua missão, os reflexos podem ser negativos de modo a afetar os atores e setores supracitados. Essa realidade é ainda mais acentuada quando se constata a descontinuidade do fluxo editorial do periódico99. Prieto RG, Pietru E. Desafios e possibilidades da publicação contínua para o trabalho dos editores de periódicos científicos. Educ Pesquisa [Internet]. 2018 [cited 2022 Set 2];44:e20184401001.Available from: https://doi.org/10.1590/S1517-970220184401001
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, com implicações em sua periodicidade, ou como pior desfecho: a sua extinção, pois, com ele, se perde também as informações científicas ali publicadas bem como os esforços das lideranças envolvidas, em especial os gestores editoriais. De certo efeito, com danos relativos para cada caso, pode afetar o prestígio da instituição mantenedora do periódico e dos autores dos artigos nele publicados. Tem-se aqui um outro exemplo da ecologia da ação88. Morin E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 18th ed. Rio de Janeiro, RJ(BR): Bertrand; 2010. 128 p., entretanto, com impactos negativos.

Ademais, além da dinamicidade envolvida no compromisso com a disseminação de conhecimentos, o periódico assume a incumbência de ser, também, guardião da história da ciência que coube a ele o compromisso firmado junto aos autores em manter acessível os artigos nele publicados. Assim, diz-se que o contrato social firmado com a comunidade acadêmica deve prevalecer para as gerações pregressas, atuais e vindouras. Depreende-se desse processo a identidade de uma profissão, disciplina e ciência que só podem ser pensadas em uma conformação complexa, isto é, sistêmica.

Portanto, esta reflexão busca, em verossimilhança ao que ocorre no princípio da ecologia da ação, reiterar e reavivar a compreensão de que os periódicos científicos só podem alcançar a plenitude de seus papéis sociais quando são concebidos em uma perspectiva perene. Este compromisso, contudo, não se limita aos idealizadores ou atuais equipes editoriais, mas também, e principalmente, à esfera institucional que os mantém.

Diante do exposto, o objetivo deste artigo consistiu em refletir sobre os desafios que permeiam o desenvolvimento e perenidade dos periódicos de enfermagem, editados no Brasil, tomando-os como entidades à serviço da comunidade científica atual e patrimônio da história da ciência para as gerações vindouras.

PERENIDADE DO COMPROMISSO COM A EDITORAÇÃO CIENTÍFICA

Conforme mencionado, cada periódico deve ser concebido por toda a comunidade acadêmica como patrimônio da história da ciência. Nesse sentido, por ser a ciência concebida como uma rede sistêmica de conhecimentos, tem-se que tal realidade implica todos os cidadãos. Logo, as conexões entre periódicos e sociedade conformam papéis sociais de guardiões do conhecimento.

Depreende-se dessa realidade, portanto, a necessidade de vigilância e cuidado com o entusiasmo apressado no desafio de lançamento de novos periódicos sem, contudo, haver profunda análise e compreensão de que uma vez publicado o primeiro número de artigos o compromisso de se manter vigente alcança a relação de confiança de todos os consumidores de pesquisa e principalmente dos autores que ali depositaram o fruto de seus esforços.

Desse modo, é preciso lembrar que se o compromisso não for institucional um periódico científico pode não ter condições de subsistir, razão pela qual não cabe, no processo de gestão editorial, desde sua gênese, o pensamento linear focado apenas no agora, mas prospectar o futuro e as metas institucionais, avaliando se o periódico fará parte dos objetivos da organização e se esse é um projeto sustentável.

Ademais, a dinâmica relacionada com a sobrevivência e desenvolvimento de qualidade de um periódico científico está diretamente implicada no próprio desenvolvimento da instituição ou de seu órgão mantenedor. Assim, diz-se que uma instituição perene é, por suposto, uma instituição que conseguiu sobreviver às adversidades do tempo. Todavia, tomando como premissa elementos do pensamento complexo, tem-se que toda e qualquer realidade, independente do momento histórico no qual é concebida, é atravessada por incertezas, riscos e até ilusões55. Costa JP, Costa ALF, Yamahoto OH. A internacionalização na política científica brasileira e seus impactos para os programas de pós-graduação. Avaliação: Rev Aval Educ Superior [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 2];26(3):881-99.Available from: https://doi.org/10.1590/S1414-40772021000300013
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. Essa realidade é, também, alcançada pelos periódicos científicos diante de fatores, como: política de fomento ao processo de editoração científica; mudanças globais dos parâmetros científicos em alinhamento com a qualificação dos pesquisadores que publicam no periódico em questão; dinâmica de produção e consumo de pesquisas.

Soma-se ao exposto, a realidade não dialógica ou mesmo não dialética, mas paradoxal dos atores implicados na gestão editorial dos periódicos brasileiros, pois, entre editores chefes, associados e afins, há considerável sobrecarga de trabalho em virtude dos múltiplos papéis que devem desempenhar em suas instituições, para além das questões editoriais. Estes mesmos profissionais, conforme mencionado, dividem suas jornadas de trabalho entre as ações realizadas no periódico e atividades docentes na graduação e pós-graduação; atividades de pesquisa; de extensão universitária; administrativas e, quase sempre, de representação. Apesar do exposto, a comunidade editorial supracitada tem enfrentado os desafios para manter o histórico de desenvolvimento emergente dos periódicos brasileiros de enfermagem.

Tal realidade pode ser vislumbrada como desfecho de investimentos em qualificação técnica dos editores e formação acadêmica dos autores e revisores, uma vez que o Brasil tem apresentado importante desenvolvimento em sua pós-graduação stricto sensu, em especial, nos cursos de doutorado1010. Mendes IAC, Ventura CAA, Silva IR, Gir E, Almeida EWS, Queiroz AAFLN, et al. Alignment and contribution of nursing doctoral programs to achieve the sustainable development goals. Hum Resour Health [Internet]. 2020 [cited 2023 Mar 11];18(1):86.Available from: https://doi.org/10.1186/s12960-020-00530-7
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. Além disso, é possível citar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como valorosa entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa brasileira, e que, portanto, estabelece importantes conexões com o tecido complexo da ciência, mediante fomento à pesquisa; e com os periódicos, mediante incentivo ao processo editorial. Cabe mencionar, porém, que a complexidade diz não ser possível retirar das interações humanas e dos fenômenos sociais as incertezas e os riscos. Todavia, apresenta no conceito de estratégia a possibilidade para melhor lidar com tais circunstâncias. Assim, para a realidade dos recursos humanos implicados na editoração científica dos periódicos, a universidade e demais instituições mantenedoras desses dispositivos científicos devem repensar tais recursos como ações estratégicas para manter elevada o seu prestígio e papel social como instituição dedicada ao saber, ao cultivo de questões, valores, vocações, e de criação, preservação e disseminação de conhecimento; mantenedora da cultura, articuladora e integradora de talentos e de gerações, a ponte entre o passado, o caminho do presente e a viabilidade para o futuro.

Ademais, a universidade em sua autonomia como autarquia pode permitir não apenas a projeção ou manutenção de periódicos, mas fortalecê-los à medida que os compreenda como elementos indispensáveis para a consolidação da ciência e, portanto, fundamentais ao papel social dessas instituições. É sabido, também, que esse mesmo processo é valorizado por outras importantes instituições mantenedoras de periódicos, como associações científicas ou conselhos de classe. Todavia, tem-se que a expressiva maioria dos periódicos de enfermagem brasileiros apresenta a universidade, ainda que descentralizada por unidades acadêmicas, como instituição mantenedora - é o que aponta a Rede Ibero-americana de Editoração Científica em Enfermagem1111. RED Edit. Rede Iberoamericana de Editoração Científica em Enfermagem (RedEDIT): Membros [Internet]. [cited 2022 Set 9].Available from: https://www.rededitenfermeria.com/membros-miembros
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.

Desse modo, nesta reflexão, por abordar a realidade do Brasil, as universidades como instituições mantenedoras de periódicos são destacas, ainda que assumam perspectivas transversais aos demais segmentos editoriais. Além disso, em uma projeção hologramática da complexidade55. Costa JP, Costa ALF, Yamahoto OH. A internacionalização na política científica brasileira e seus impactos para os programas de pós-graduação. Avaliação: Rev Aval Educ Superior [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 2];26(3):881-99.Available from: https://doi.org/10.1590/S1414-40772021000300013
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, isto é, em que o todo reflete as partes e as partes o todo, tem-se que o periódico espelha a sua instituição mantenedora, bem como toda a comunidade científica que atende ao seu escopo de publicação. Nesse sentido, reflete também a própria profissão e, de certo modo, a forma como a sociedade enxerga a Enfermagem.

Apesar do exposto, há um paradoxo no financiamento de periódicos pelas universidades. Nesse contexto, o investimento na ciência brasileira tem sido gradativamente reduzido, é o que aponta o Relatório de Ciências da Unesco (2021)1212. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). UNESCO Science Report: the race against time for smarter development; executive summary [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 8].Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000377250
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ao sinalizar que o Brasil destina apenas 1,15% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Este mesmo documento aponta que entre 2014 e 2018, período analisado pelo referido relatório, o valor total aplicado em ciência reduziu em torno de 16%, com queda expressiva no Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), chegando a 50%.

UNIVERSIDADE: GUARDIÃ DA EXPRESSIVA MAIORIA DOS PERIÓDICOS CIENTÍFICOS

Como qualquer fenômeno sociopolítico, a ciência e o desfecho da produção científica afetam e são afetados pelo desenvolvimento dos periódicos. Portanto, os periódicos devem ser considerados em suas perspectivas macro e micropolíticas, pois, muito embora tenha havido redução nos investimentos relacionados à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), os pesquisadores brasileiros têm perseverado para que a projeção da produção científica e, consequentemente, da contribuição mundial da ciência brasileira não regresse1212. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO). UNESCO Science Report: the race against time for smarter development; executive summary [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 8].Available from: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000377250
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-1313. Mugnaini R, Damaceno RJP, Digiampietri LA, Mena-Chalco JP. Panorama da produção científica do Brasil além da indexação: uma análise exploratória da comunicação em periódicos. Transiformação [Internet]. 2021 [cited 2022 Set 8];31:e190033.Available from: https://doi.org/10.1590/2318-0889201931e190033
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. Para tanto, faz-se importante considerar os êxitos conquistados com seus talentosos e dedicados pesquisadores para financiamento de seus projetos de pesquisa. Cumpre, em tempo, reiterar: esses pesquisadores são, em expressiva maioria, professores universitários e estudantes de pós-graduação stricto sensu de programas vinculados a universidades públicas1414. Soares PC. Contradições na pesquisa e pós-graduação no Brasil. Estudos Avançados [Internet]. 2018 [cited 2022 Set 8];32(92):289-313.Available from: https://doi.org/10.5935/0103-4014.20180020
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-1616. Silva LC, Gaspar MA, Magalhães FLF, Garcia RDR, Aihara CH, Mauro MH. Perfil dos programas de pós-graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento no Brasil e seu panorama da produção científica. Avaliação: Rev Aval Educ Superior [Internet]. 2019 [cited 2022 Set 8];24(1):328-51.Available from: https://doi.org/10.1590/S1414-407720190001000017
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Ademais, verifica-se que os principais indicadores de produtividade acadêmica ainda são as publicações científicas de seus professores e estudantes1717. Universidade Federal de São Paulo. Universidades públicas realizam mais de 95% da ciência no Brasil [Internet]. 2019 [cited 2022 Set 9].Available from: https://www.unifesp.br/noticias-anteriores/item/3799-universidades-publicas-realizam-mais-de-95-da-ciencia-no-brasil
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. Tais parâmetros, somados aos demais, como o desenvolvimento de patentes e internacionalização, por exemplo, revelam impactos expressivos para o desenvolvimento das nações1818. Albuquerque EM. Patentes segundo a abordagem neo-Schumpeterian: uma discussão introdutória. Br J Pol Economy [Internet]. 1998 [cited 2022 Set 9];18(4):561-80.Available from: https://doi.org/10.1590/0101-31571998-1259
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, razão pela qual os investimentos na ciência e, por conseguinte, na produção e divulgação científica não podem ser concebidos como política afeita, apenas, às universidades, mas de interesse de todos os setores da sociedade e demais instituições mantenedoras de periódicos.

Além do exposto, tem-se que outro indicador da posição universitária em rankings internacionais é o prestígio de seus programas de pós-graduação, os quais dependem de publicações qualificadas com fator de impacto dos periódicos e índices de citação de seus professores e estudantes para manterem-se bem avaliados pelo órgão regulador e avaliador do ensino de pós-graduação, que no Brasil, é constituído pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Entre esses rankings estão: Times Higher Education World University Rankings que é uma compilação de universidades publicada pela Times Higher Education; QS World University Rankings que são classificações universitárias anuais publicadas pela Quacquarelli Symonds, do Reino Unido; e o Global 2000 list by the Center for World University Rankings. Em face ao exposto, cumpre questionar as universidades: por que não investir no custeio dos periódicos publicados em seu sistema? Por que depender do esforço individual de docentes e discentes para parte expressiva da sustentação financeira de seus periódicos? Por que não prever em seu orçamento um percentual de custeio para seu sistema de divulgação científica, alinhado ao orçamento já dedicado às bibliotecas, por exemplo?

Sob outra vertente, quando se investiga as origens de recursos dos periódicos brasileiros da área de Enfermagem, com destaque aqui para aqueles que estão vinculados a Rede Ibero-Americana de Editoração Científica em Enfermagem (RedEDIT), percebe-se que 81,25% são vinculadas a universidades públicas, a maioria, portanto, conforme mencionado; nessa conjuntura, de 48 periódicos brasileiros, apenas nove são vinculados a organizações profissionais, conselhos ou empresas privadas1111. RED Edit. Rede Iberoamericana de Editoração Científica em Enfermagem (RedEDIT): Membros [Internet]. [cited 2022 Set 9].Available from: https://www.rededitenfermeria.com/membros-miembros
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.

Sendo assim, na hipótese de que a universidade assuma parte do custeio, deve haver um conselho gestor para distribuir os recursos, acionar a reitoria em caso de necessidade de suplementação, de acordo com indicadores de qualidade de cada periódico apoiada. A verdade é que a universidade deve investir nos periódicos de modo comparável ao que investe na produção de conhecimento, ainda que este último também careça de políticas mais sólidas de investimento pelo Estado. Afinal, todo esse processo deve ser visto em sua perspectiva sistêmica, ou seja, a comunicação científica valorizada como parte indissociável do impacto da ciência desenvolvida e da sociedade que dela se beneficia.

Além da capacidade das universidades reforçarem seus papéis sociais em relação ao desenvolvimento da ciência, o que inclui a manutenção e fortalecimento dos periódicos científicos, reitera-se: faz-se também oportuna a reflexão sobre a qualificação e sobrecarga dos editores chefes, associados e demais membros da equipe editorial, o que inclui os pareceristas também.

Paralelo ao exposto, há que se ter a devida valorização investimentos da gestão, profissionalização e internacionalização da equipe editorial. Depreende-se dessa afirmativa, o entendimento de que o processo de gestão de editoração científica é condicionado por múltiplos elementos que, em conjunto, determinam o sucesso do periódico e de sua possibilidade de continuidade.

Nessa conjuntura, são pontos centrais deste processo: o investimento em formação em editoração, o perfil e produtividade do corpo editorial e sua ação, focada nas expectativas, tempo e planejamento, com base nos princípios da responsabilidade com a comunidade profissional, transparência, e integridade científica. A conjugação destes elementos, somada ao investimento financeiro e institucional, permite que os resultados sejam positivos e ultrapassem as fronteiras nacionais, fortalecendo a construção de uma linguagem universal, por meio da internacionalização do conhecimento produzido e publicado em determinada área do conhecimento, preferencialmente em acesso aberto.

CAPACIDADE DE COMUNICAR E DE ROMPER PARADIGMAS DAS CONEXÕES ENTRE CIÊNCIA E SOCIEDADE

Para que os periódicos alcancem a possibilidade de se manterem perenes no decurso do tempo e das gerações, faz-se necessário criar e garantir o registro da identidade dos artigos que o integram. Para tanto, há que se valorizar as tecnologias que favorecem a manutenção dos artigos disponíveis, de forma segura e de fácil localização e acesso.

Assim, o Digital Object Identifier (DOI), cuja adoção pelos periódicos ocorre em projeção global, é um identificador indispensável para que se possa guarnecer os artigos científicos. Nesse sentido, nesta reflexão, os autores conclamam os atores implicados no universo editorial a defenderem a importância de adoção do DOI como princípio de equidade no resgate e devida valorização da ciência e de sua história, o que inclui a implementação desse dispositivo de forma retroativa aos artigos já publicados1919. Araújo AAC, Silva IR, Mendes IAC. Editorial policy, DOI and (in)visibility of scientific publications. Rev Lat Am Enfermagem [Internet]. 2022 [cited 2022 Set 9];30:e3732.Available from: https://doi.org/10.1590/1518-8345.0000.3732
https://doi.org/10.1590/1518-8345.0000.3...
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Portanto, a utilização do DOI constitui um dos caminhos para consolidar o periódico nas indexações em bases de dados para obter melhores índices bibliométricos, de modo a ampliar a sua visibilidade diante dos demais periódicos científicos; propiciar reflexos na comunidade editorial da Enfermagem; e reiterar o compromisso com a própria ciência.

Esta medida assegura não apenas a dinâmica acelerada dos parâmetros para as boas práticas editoriais, mas também a configuração dos periódicos como guardiões do conhecimento científico, que deve ser perene em sua trajetória para que se alcance a real compreensão dos desafios atuais e dos vindouros na Ciência da Enfermagem.

Ademais, se até uma década atrás valia-se quase que exclusivamente de um indicador para avaliar o impacto de uma publicação, ou seja, as citações formais referenciadas em outros artigos, capítulos de livros, livros, teses e dissertações (esses quatro últimos nem sempre computáveis), a realidade atual é que medidas mais imediatas têm sido o foco de atenção dos periódicos nos anos recentes: primeiro, porque oferecem um feedback aos autores sobre a receptividade daquele produto pelo público a ele destinado; segundo, porque demonstram respostas do público atento e em busca de soluções para seu problema profissional ou problema de investigação.

Desse modo, os indicadores estratégicos dos periódicos e das instituições avaliadoras em Ciência, Tecnologia e Inovação incluem pontuações do produto de pesquisa em mídias sociais, downloads de artigos e outros. Assim, a mensuração desses “novos” indicadores registra o alcance do engajamento dos periódicos científicos e seu rankeamento global2020. Priem J, Taraborelli D, Groth P, Neylon C. Altmetrics: a manifesto [Internet]. 2010 [cited 2022 Set 9].Available from: http://altmetrics.org/manifesto
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-2121. Fotheringham J. PDI and social media: benefits for authors, the journal and the reader. Perit Dial Int [Internet]. 2015 [cited 2022 Nov 11];35(7):677. Available from: https://doi.org/10.3747/pdi.2015.00257
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Nesse percurso, os indicadores alternativos (altmetrics) são, cada vez mais, alçados ao posto de indicadores complementares, pois, à medida que a ciência avança em suas projeções de impactos e influências na sociedade, o processo relacional de comunicação assume, nas mídias sociais, expressiva relevância. Assim, tem-se que os periódicos devem assumir, no rol de suas prioridades, a comunicação científica ampliada como estratégia de seu fortalecimento2121. Fotheringham J. PDI and social media: benefits for authors, the journal and the reader. Perit Dial Int [Internet]. 2015 [cited 2022 Nov 11];35(7):677. Available from: https://doi.org/10.3747/pdi.2015.00257
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-2222. Lopez M, Chan TM, Thoma B, Arora VM, Trueger NS. the social media editor at medical journals: responsibilities, goals, barriers, and facilitators. Acad Med [Internet]. 2019 [cited 2022 Nov 11];94(5):701-7.Available from: https://doi.org/10.1097/ACM.0000000000002496
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Tal movimento, conforme mencionado, expande a visibilidade do periódico, do pesquisador, da instituição, bem como da área de conhecimento. Além de fortalecer e favorecer a representação social da ciência, pela sociedade, poderá impulsionar o público-alvo de profissionais que venham publicar e, portanto, citar os artigos consumidos. Logo, a altimetria impulsiona a cienciometria. Isto, por si, deve conformar contexto de interesse e prioridade institucional para a comunicação da ciência.

Nesse percurso, o investimento em equipe editorial de marketing científico digital deverá ser pensado como processo de ruptura do status quo que mantém essa realidade de forma “não profissional”, ao passo que não são aproveitados os indicadores altimétricos como fontes estratégicas dos periódicos para impulsionar o processo de comunicação que impacte os indicadores hegemônicos, isto é, de citação.

Apesar de os periódicos de enfermagem brasileiros apresentarem um despertar para a importância das mídias sociais, ainda é incipiente a utilização dessas tecnologias no processo editorial que conta com a participação ativa dos autores como co-responsáveis pela divulgação da ciência. Em parte, essa realidade acompanha o movimento de adaptação e mudança paradigmática dos próprios pesquisadores e instituições de pesquisa no processo de comunicação científica em mídias sociais. É uma realidade em transformação que precisa ser acelerada, qualificada e profissionalizada.

CONCLUSÃO

Esta reflexão poderá contribuir para reafirmar o conceito de periódicos científicos da enfermagem como dispositivos que devem ser projetados em uma perspectiva perene e que, portanto, sobreviva à dinâmica dos tempos em meio aos desafios da ciência global. Estratégias e políticas apropriadas devem ser utilizadas para que os periódicos cumpram o papel de guardiões do conhecimento científico, o que requer, não apenas dedicação dos gestores editoriais, mas também de investimento institucional como condição para garantia de sua perenidade.

Ademais, em uma projeção epistemológica, histórica e política, a perspectiva perene dos periódicos de enfermagem brasileiros visa, entre outras implicações, guarnecer expressiva natureza da ciência produzida pela enfermagem latino-americana, uma vez que congrega a maioria das produções científicas desenvolvidas pelos países dessa região, ao tempo que preserva e fortalece a epistemologia do Sul, no âmbito da Enfermagem.

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NOTAS

  • ORIGEM DO ARTIGO

    Este artigo é originado de palestra intitulada “Política e gestão da editoração científica em enfermagem: desafios contemporâneos”, proferida pela primeira autora no evento de 30 Anos da Revista Texto & Contexto Enfermagem - História, desafios e perspectivas futuras, no dia 20 de setembro de 2022.

Editado por

Editores Associados:

Gisele Cristina Manfrini, Maria Lígia dos Reis Bellaguarda.

Editor-chefe:

Elisiane Lorenzini.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Maio 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    28 Dez 2022
  • Aceito
    20 Mar 2023
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