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40 anos: a maturidade conquistada

40 years: the conquest of maturity

40 años: la madurez conquistada

Resumos

Pretende-se com esta narrativa não ser um frio espectador que capta e traz fatos, até para utilização futura, mas a de alguém que "viveu" cada momento. É também uma contribuição à história, uma vez que procurou-se iluminar o presente rememorando os acontecimentos de quatro décadas - 1953 a 1993 - da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, enfocando o início, as transformações, os ajustes e suas perspectivas.


In this narrative, I do not plan to be a cold spectator who captures and relates facts for use, but one who "lived" each moment. This is also a contribution to history, once one tries to illuminate the present remembering the happenings of 4 decades (1953 to 1993) of the College of Nursing at Ribeirão Preto, University of São Paulo, focusing on the beginning, the changes , the adjustment and perspectives.


Con esta narración se pretende no ser un frío espectador que capta e trae hechos, hasta para utilización futura, mas alguien que "ha vivido" cada momento. Es, también, una contribución para la historia, una vez que se ha procurado esclarecer el presente remomorando los acontecimientos, de cuatro décadas - 1953 a 1993 - de la EERP/USP - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto de la Universidade de São Paulo-, las transformaciones, los ajustes y sus perspectivas.


ARTIGO ORIGINAL

40 anos. A maturidade conquistada

40 years. The conquest of maturity

40 años. La madurez conquistada

Emília Luigia Saporiti Angerami

Professor Titular e ex-aluna da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de Paulo - Brasil

RESUMO

Pretende-se com esta narrativa não ser um frio espectador que capta e traz fatos, até para utilização futura, mas a de alguém que "viveu" cada momento. É também uma contribuição à história, uma vez que procurou-se iluminar o presente rememorando os acontecimentos de quatro décadas - 1953 a 1993 - da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, enfocando o início, as transformações, os ajustes e suas perspectivas.

ABSTRACT

In this narrative, I do not plan to be a cold spectator who captures and relates facts for use, but one who "lived" each moment. This is also a contribution to history, once one tries to illuminate the present remembering the happenings of 4 decades (1953 to 1993) of the College of Nursing at Ribeirão Preto, University of São Paulo, focusing on the beginning, the changes , the adjustment and perspectives.

RESUMEN

Con esta narración se pretende no ser un frío espectador que capta e trae hechos, hasta para utilización futura, mas alguien que "ha vivido" cada momento. Es, también, una contribución para la historia, una vez que se ha procurado esclarecer el presente remomorando los acontecimientos, de cuatro décadas – 1953 a 1993 – de la EERP/USP – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto de la Universidade de São Paulo-, las transformaciones, los ajustes y sus perspectivas.

"Entrego-te esta lâmpada, que deverás manter como está mantida a chama dos meus ideais."

"Prometo fazer tudo o que estiver ao meu poder para manter e elevar os ideais de minha profissão."

Glete de Alcântara

Este diálogo mantido entre o aluno e o recém-formado na simbólica entrega da lâmpada, durante a cerimônia de colação de grau, significa o elo de ligação entre os 1213 enfermeiros que saíram da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto de 1957 a 1992 e dos muitos outros que virão, construindo a história desta Escola e concretizando o ideal de sua fundadora - Glete Alcântra.

Para narrar esta história é preciso descortinar o criador. Ainda que os jovens enfermeiros, alunos docentes e funcionários só a conheçam através de relatos, sem o saberem, vivem e trabalham em muitas diretrizes por ela traçadas e se beneficiam de vitórias conquistadas em suas lutas.

Tratando-se de acontecimentos que ainda estamos vivendo, pretendemos com esta narrativa não ser um frio espectador que capta e traz fatos, até para a utilização futura, mas a de alguém que "viveu" cada momento. Será também uma contribuição à história, uma vez que procuraremos iluminar o presente, rememorando os acontecimentos de suas quatro décadas - 1953 a 1993 -.

INÍCIO - DÉCADA 50

Vivia o país um intenso processo de democratização e éramos testemunhas de um sensível progresso material, no que se refere à criação e ampliação de indústrias e acelerando urbanização. As grandes cidades viam suas populações acrescidas pelo novo contigente de pessoas vindas quer das zonas rurais, quer do exterior; aqueles fugindo da vida miserável no campo; estas fugindo do socialismo que invadia a Europa do pós-guerra.

O nível de pobreza da população era avassalador. O atendimento à saúde visava a recuperação do doente mediado por uma intensa medicalização: atendia à doença completamente desvinculado das condições de vida do doente. Para tratar de tantos doentes, necessitavam-se cada vez mais hospitais, havendo, portanto, uma explosão destes, exigindo um contingente cada vez maior de recursos humanos e materiais.

Foi neste contexto criada, em 26 de dezembro de 1951, a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Anexa à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, pela Lei Estadual n.º 1467, que estabelecia a estrutura didática e administrativa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A cidade de Ribeirão Preto em 1952 constituía um dos centros educacionais mais importantes do Estado de São Paulo; era grande produtora de café até a década de 30 passando também a ser produtora de açúcar além do intenso processo de industrialização e urbanização.

A necessidade de elevar o padrão de assistência ao doente já havia sido identificada na década de 30 por um grupo de médicos que conseguiram em 1935, fundar a Escola Municipal de Enfermagem e Obstetrícia de Ribeirão Preto anexa à Santa Casa de Misericórdia local. Inúmeras dificuldades impediram a concretização desta medida.

As mudanças sociais ocorridas neste período, mostravam que o profissional enfermeiro já se constituía num elemento indispensável no funcionamento hospitalar.Com a criação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, tornava-se indispensável o funcionamento do Hospital das Clínicas, pois, além de ser centro de ensaio e pesquisa, viria suprir as necessidades de hospitais da Região. Assim a Escola passaria a funcionar como centro de formação de enfermeiros.

O convite formulado à Profª Glete de Alcântra pelo Prof. Dr. Zeferino Vaz - Diretor da Faculdade de Medicina foi considerado por ela uma excelente oportunidade para desenvolver um curso de enfermagem adequado a realidade brasileira e estabelecer uma estrutura didática e administrativa inovadora. O objetivo era formar profissionais para prestar assistência e dirigir Unidades de Enfermagem em Hospitais e Centros de Saúde, incluindo nestas funções o ensino e a supervisão do pessoal auxiliar. Considerava que frente à realidade brasileira os enfermeiros deveriam ser preparados para administração, já que esta era a principal função à que o enfermeiro era chamado a exercer quando de sua contratação no mercado de trabalho.

As principais inovações do curriculum eram: - o ensino de ciências sociais articulado em todas as disciplinas, integração dos aspectos preventivos no curso, inclusão de disciplinas como pedagogia, didática e administração de serviços.

A filosofia de ensino traçada visava desenvolver a estudante como pessoa, cidadã e enfermeira e os objetivos eram:

1. preparar, desenvolver, aperfeiçoar o ensino de enfermagem;

2. preparar enfermeiras e auxiliares de enfermagem;

3. realizar investigações científicas no campo da enfermagem;

4. contribuir para a solução de problemas de saúde da comunidade.

A Escola funcionou em prédio da Rua Visconde de Inhaúma 757, de outubro de 1952 até 1955, quando mudou-se para o chamado Palacete Inecchi, - infelizmente demolido -, onde permaneceu até 1969.

Neste período, nas dependências havia residência para alunos de fora da cidade e uma constante preocupação da Direção, dos docentes e funcionários para que o ambiente de estudo e de moradia fosse o mais agradável possível.

Neste sentido, a biblioteca sempre primou pela atualização e riqueza de seu acervo, o mesmo ocorria com o ambiente social: havia um intenso intercâmbio cultural com pessoas interessadas em música, arte, línguas e filosofia. Os móveis antigos, os objetos de arte e os quadros que ornamentavam as paredes transmitiam a sensação de um constante cuidado e bom gosto.

Alguns dos problemas enfrentados eram semelhantes aos atuais, assim como as estratégias de enfrentá-los: pouca procura pelo curso havendo constantes projetos de esclarecimento e divulgação, dificuldades orçamentárias, reduzido número de docentes preparados para o ensino e a pesquisa, alto índice de evasão.

É imprescindível registrar a conotação negativa da palavra "enfermeira" indicando uma resistência para recrutamento de estudantes, como já tinha sido verificada em outros contextos.

A criação, em 1955, do Centro Acadêmico da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (CAEERP) denominado em 12 de julho de 1965 Centro Acadêmico Marina de Andrade Rezende (CAMAR), em justa homenagem à dinâmica enfermeira recém-falecida, contribuiu para dinamizar as atividades estudantis e colaborar com a divulgação da Escola.

A primeira formatura em 1957, contou com a presença do Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo. Reuniu dez formandos oriundos dos ingressantes de agosto de 1952 e fevereiro de 1953. Estes dois grupos compartilharam suas experiências de aprendizagem nas disciplinas básicas ministradas pela Faculdade de Medicina, nos Estágios Hospitalares realizados em Ribeirão Preto, inicialmente na Santa Casa de Misericórdia e posteriormente, no Hospital das Clínicas, quando de sua instalação no prédio da Maternidade Sinhá Junqueira.

O Hospital das Clínicas de São Paulo também foi campo de experiências práticas em moléstias infecciosas, considerando, ainda, não existir em Ribeirão Preto enfermarias preparadas para este tipo de pacientes. O curso de enfermagem psiquiátrica, realizado no Hospital Santa Tereza, foi orientado por uma enfermeira americana, pois não havia no país, segunda Dr.ª Glete, especialistas para um ensino tão específico. Os Centros de Saúde e a comunidade também foram amplamente utilizados para o desenvolvimento de uma visão mais social e preventivista do conceito saúde doença.

A maioria destas 10 primeiras enfermeiras, como havia sido previsto, assumiu a chefia de Unidade do Hospital das Clínicas ou de Hospitais da cidade.

Era o começo de uma longa jornada que firmou nossos egressos como profissionais de esmerado preparo e alto nível de qualificação para o mercado de trabalho. Esta conquista da geração pioneira é o legado que até hoje orgulha nossa Escola.

PIONEIRISMO NAS TRANSFORMAÇÕES - DÉCADA DE 60

Um dos fatos mais transcendentes desta época foi a mudança da capital do país para Brasília, servindo ao mesmo tempo de disputa política e admiração mundial pela ousadia do empreendimento, dando a falsa impressão de termos atingido o desenvolvimento. Entretanto a população tinha um poder aquisitivo menor que as décadas anteriores e o nível de pobreza e desemprego era avassalador.

Golpes militares nas Repúblicas Latinas não eram raridade. O Brasil situado no mesmo esquema, sofrendo a mesma conjuntura econômica e política não poderia fugir à regra. Assim, em 15 de abril de 1964, instala-se o governo revolucionário, que perduraria nos próximos 20 anos, em que o dominante para o povo seria o medo, o receio e a censura.

Deter-se nesses fatos é relevante pela repercussão que tiveram em nossas escolas.

Os estudantes Universitários, neste período, não representavam mais que 0,3 da população brasileira, mas catalisavam o descontentamento contra o regime militar. Os confrontos de rua foram às vezes violentos; suas greves, ocupações de reitorias ocorreram com freqüência, prisões foram efetuadas. A União Nacional dos Estudantes (UNE) comandava nominalmente os protestos.

Dissemos que parte de nossos estudantes vivia na Escola, num modelo disciplinar rígido. Os movimentos a que nos referíamos traziam uma forte insatisfação e criavam um espírito de rebeldia e contestação. Rebeldia esta, transformada em gestos concretos como abandonar a residência por adesão às greves, participar ativamente dos movimentos estudantis - passeatas e congressos quando da UNE já na ilegalidade -, convidar para paraninfo um professor que estava detido para averiguação, em plena época de repressão.

O fato mais grave e que exigiu da direção uma postura política corajosa ocorreu em 1969, durante a prisão e tortura de dois estudantes. Sua intervenção política tornou evidente o líder de enfermagem brasileira que soube no momento exato, com propriedade e coragem, defender seus alunos e a instituição que dirigia.

A década de 60 trouxe não só a luta política, mas radicais mudanças de comportamento; tudo podia ser criado, reinventado; o mundo estava numa efervescência brutal de um conjunto de fenômenos sociais.

No setor educacional, para contornar as freqüências manifestações estudantis, por melhores condições de ensino e mais verbas para a educação e ao mesmo tempo garantir a formação de Recursos Humanos necessários, foi proposto o aumento de vagas, facilidades para acesso à Universidade, criar cursos de nível médio e estimular cursos de graduação em escolas particulares.

A história mostra que a enfermagem aderiu a todas estas propostas, especialmente por estar numa época de transitoriedade, em que a Lei 775 de 1949 expirava seu tempo. Esta Lei permitia o ingresso de estudantes por um período de 7 anos (prorrogada até fim de 1961) apenas com o curso ginasial.

Embora num ritmo lento, as aspirações das enfermeiras brasileiras, no sentido de formar profissionais de nível superior foram se equacionando. O pioneirismo da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, ocorreu em 1960, ao conseguir, por lei estadual sua estrutura didático-administrativa e a criação de suas cátedras. Em face dessa lei, a partir de 1961, foi exigido para ingresso, o secundário completo e abriu-se a possibilidade de realizar-se o primeiro concurso de Cátedra em Enfermagem na América Latina em 1963. Glete de Alcântra com o trabalho: "A Enfermagem Moderna como categoria profissional. Obstáculo à sua expansão na sociedade brasileira, "conquistou a Cátedra de História e ética aplicada e antecipou a vocação em pesquisa desta Escola.

Criou-se um clima de investigação; foram freqüentes os cursos de metodologia de pesquisa, estímulo à publicação, participação em congresso e organização de eventos. O curso de pós-graduação - Bases da experimentação científica na Enfermagem -, ministrado em conjunto Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/Faculdade de Medicina/Universidade de São Paulo, proporcionou, em 1971, a formação dos primeiros 06 doutores em enfermagem, além de confirmar a primeira linha de pesquisa elegendo os estudos de normalidade. Algumas investigações pioneiras dedicaram-se a pesquisar as funções do enfermeiro em sua prática hospitalar.

A situação contratual das docentes era anômala - "Serviços técnicos didáticos" - com salários aviltantes e diferentes dos demais docentes da Universidade. Na escola já era rotina; se havia verba não havia enfermeiras, se havia enfermeiras não havia verbas.

A Administração da Escola, mesmo após a desanexação da Faculdade de Medicina ocorrida em 1964, continuava subordinada a um Conselho Técnico Administrativo, composto pela Diretoria e Professores Catedráticos da Faculdade de Medicina, o que retardava e bloqueava nosso desenvolvimento.

Nossos docentes, considerando não terem a formação necessária, ocupavam as cátedras por contrato e, com o não preenchimento dos requisitos necessários, foram lentamente se tornando vacantes.

Neste momento, a coragem e a luta da Diretoria apareceram e convenceram o Conselho Administrativo de que alguns docentes estavam prontos e poderiam reivindicar o tempo integral à dedicação ao ensino e à pesquisa. Vencer esta etapa teve um significado político-social, pois colocou a Escola no mesmo nível das demais Faculdades e seu Corpo Docente alcançou a igualdade de direitos e deveres do quadro docente da Universidade.

Permito-me neste momento uma digressão, pois vivi esta experiência. Eu e duas colegas fomos chamadas pela comissão de Avaliação de tempo integral da Universidade para entrevista. A primeira pergunta que me foi feita: - O que pesquisa uma enfermeira? a segunda: - Para que serve a pesquisa em enfermagem? - tinha eu em mãos meu primeiro projeto de pesquisa em normalidade, o apresentei e o discuti. Difícil descrever minha ansiedade e o peso da responsabilidade. Só sei que conquistamos o tempo integral em estágio de experimentação transformando em definitivo em quatro anos após. Fomos aprovados em mais um dos muitos testes deste tipo a que fomos submetidos para provar que tínhamos competência e que estávamos aptas a conduzir os destinos de nossa profissão.

Entusiasmadas com este primeiro passo, criamos a monitoria. Nascia a inicialização científica, embasada numa filosofia de formação de recursos humanos, em que a iniquidade e o interesse pela investigação estivessem presentes e ao mesmo tempo atenderia à solicitação de cadeias básicas, que esperavam tivéssemos um corpo docente específico naquelas áreas, pois continuávamos dependentes dos laboratórios e docentes da Faculdade de Medicina.

Recordamos que a Escola já estava desanexada e havia um forte estímulo à ampliação de vagas, criando problemas operacionais naqueles laboratórios.

A inclusão da Escola nos exames vestibulares realizados pela Comissão de eleição do candidato às Escolas Médicas (CESCEM) terminou com a escassez de alunos. O número de vagas 30 até 1960 nunca foi preenchido; de 1961 a 1965 foi diminuído para 20 e, de 1965 a 1974 foi ampliado para 40, tendo sido preenchido totalmente. Antes de 1963, além das poucas matrículas, havia uma enorme desistência durante o curso, na ordem de 50 a 60% . Parece que o nível superior para a escola foi um fator decisivo para a solução deste problema. Entretanto, surge a necessidade de novas adequações. A mudança no ensino da enfermagem, oficializado no parecer 271/62 do Conselho Federal de Educação, definiu o currículo básico em três anos e um ano de especialização em Saúde Pública.

Nossos formandos foram estimulados a completar seus estudos; quinze o fizeram e passaram e perdurou até 1975 quando, pelo parecer 163/72 do Conselho Federal de Educação, foi fixado novo curriculum mínimo, o qual criou o pré-profissional, o profissional e as habilitações.

Com estas transformações a escola passou a ter um novo tipo de aluno; o transferido no último ano para completar seus estudos. Incluíram-se nesta categoria, 48 egressos. Esta situação perdurou até 1978, considerando que no ano seguinte, o 4º ano já recebeu os 80 alunos oriundos da duplicação das vagas de 40 para 80, ocorrido em 1976.

O forte estímulo existente em relação à política de criação de cursos técnicos, associado à filosofia de integração ensino-serviço, que passava pela questão da qualificação do pessoal, facultou a manutenção de 1957 a 1974 do Curso de Auxiliar de Enfermagem. Os 280 Auxiliares de Enfermagem aqui preparados, pela qualidade de sua prática profissional, merecem o reconhecimento das instituições onde alguns até hoje, desempenham com competência e responsabilidade seu trabalho.

AJUSTANDO-SE AOS NOVOS TEMPOS - DÉCADA DE 70

A partir de 1974, a economia mostrou, cada vez mais claramente, os reflexos da crise econômica do capitalismo mundial. O grande crescimento da economia que sustentou por anos o mito do "milagre econômico brasileiro" foi se desaquecendo e as contradições do modelo de desenvolvimento, adotado pelo regime militar, começaram a se mostrar mais claramente.

Os estudos divulgados, em que a desigualdade social e o empobrecimento da população tornaram-se evidentes, levaram o governo militar a estimular programas sociais. O planejamento assumiu uma posição prioritária na área governamental, consequentemente, as políticas de saúde, destinadas a populações marginais passaram a merecer novamente mais atenção.

As propostas de medicina comunitária representavam a alternativa racional e de baixo custo e, por isso, foram experimentadas em algumas regiões. A progressiva intensificação da crise econômica e financeira do país e, consequentemente da Previdência Social, mostrou aos técnicos e órgãos federais de planejamento a inviabilidade econômica do modelo vigente (modelo médico hospitalar e privado).

Em 1975, o Governo Federal decidiu incorporar o modelo de medicina comunitária, como parte de suas políticas oficiais de saúde. Foi criado o Programa de Interiorização de Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), ligado ao Ministério da Saúde, com o objetivo de elaborar e implementar projetos. O PIASS representou a primeira tentativa de universalização da atuação médica, e seu recuo deveu-se a questões oposicionais oriundas do setor governamental e da iniciativa privada que vieram o programa como uma ameaça de estatização do setor saúde.

A reforma universitária iniciada na década anterior, estabeleceu mudanças nas estruturas administrativas, curriculares e na carreira docente.

A Escola, no espírito da reforma, passou a ser composta por dois departamentos: - Enfermagem Geral e Especializada e Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas. Estes departamentos foram, por deliberação do Conselho Universitário, assessorados por uma Comissão Especial do Conselho Técnico Administrativo até 1977, quando foi instalada, em 01 de agosto, a primeira Congregação da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, conquistando a representação no Conselho Universitário junto ao Diretor da Universidade.

Estes conselhos, bem como a Congregação, foram presididos por Diretores da Escola, docente da Faculdade de Medicina, pois nossos docentes ainda não possuíam a titulação necessária para ocupar estes cargos. Com a reforma universitária, Dr.ª Glete foi impedida de permanecer no cargo, já ocupado no tempo previsto pela legislação. Assim, até 1971, exerceu a Vice Diretoria, a aposentou-se em seguida. Concluiu sua carreira como docente da Escola de Enfermagem de São Paulo, em São Paulo, onde veio a falecer em 1974. Podemos dizer que os docentes lhe deram a alegria de assistir às primeiras defesas de tese de doutoramento. Esta situação foi fundamental para o avanço da investigação e a adequação às novas exigências da carreira docente.

Nesta década, tivemos a titulação de: oito doutores, possível devido a legislação especial em vigor até 1972, três concursos de Livre-Docência e um de Professor adjunto.

A titulação das primeiras docentes, no início da década facilitou a implantação da Pós-Graduação - Nível Mestrado - Enfermagem psiquiátrica, em 1975, o terceiro curso do país.

Este curso teve um significado especial, pois um grande número de docentes, graças à flexibilidade oferecida, puderam obter sua titulação e ingressar por concurso, na carreira docente. Outras concluíram seu preparo no Rio de Janeiro e São Paulo, favorecendo o intercâmbio e enriquecendo o conhecimento.

Em 1979, deu-se início o segundo curso de Mestrado - área Enfermagem Fundamental, e iniciaram-se os estudos para criação de um curso de doutorado, para facilitar a formação de pesquisadores em enfermagem e favorecer o avanço na carreira profissional, pois já havia um número considerável de mestres prontos a galgar novos degraus e consolidar suas linhas de pesquisa. É reconhecida a importância da pós-graduação para o avanço do conhecimento ampliando o número de publicações e favorecendo a participação em eventos do conhecimento.

As linhas de pesquisas já se diversificam e permitiram aprofundamento em determinadas temáticas relacionadas aos cursos de pós-graduação, como segue: variações psico-sociais que interferem no comportamento em saúde mental, recursos humanos em enfermagem no setor saúde - abordagem psiquiátrica e sociológica, enfermagem nos programas de nutrição e alimentação, infecção hospitalar e seu controle, enfermagem comunitária, assistência de enfermagem, análise crítica da profissão, modelos matemáticos em saúde.

Este avanço na pesquisa, tornou-se evidente e reconhecido pela comunidade científica quando a Associação Brasileira de Enfermagem, criou seu centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEn) e convidou, em 1977, os docentes pesquisadores da Escola para sua organização e o implantou em uma sala cedida pela direção da Unidade.

Aqui se organizaram os primeiros volumes do - Informações sobre pesquisas em Enfermagem, subvencionado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Vale ressaltar que mesmo tendo transferido a sede para Brasília, nossas docentes continuaram na coordenação deste Centro, a semente plantada ofereceu seus frutos.

No bojo da reforma universitária foi implantado o novo curriculum de graduação, a partir de 1972, incluindo além das transformações na instituição do sistema de créditos, matrículas semestrais e do vestibular unificado.

Outros fatos devem ser registrados como: a transferência, em 1975, do Curso de Auxiliar de Enfermagem para o Centro Interescolar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o que facilitou o incremento da pós-graduação e a duplicação das vagas da graduação de 40 para 80, atendendo ao mercado de trabalho ávido por nossos profissionais, especialmente devido ao recém inaugurado Hospital das Clínicas no Campos Universitário.

A responsabilidade da Escola pela Divisão de Enfermagem do Hospital das Clínicas, era formal. O diretor da Escola era responsável pela Divisão por delegação de função à professora de administração, por conseguinte, todas as docentes eram responsáveis pelas clínicas de suas especialidades.

O diretor, por ser docente da Faculdade de Medicina, teve assento no Conselho Deliberativo do Hospital, cargo nunca conseguido anteriormente.

A Escola, em 1975, instalou-se em prédio próprio no Campus Universitário, próximo ao novo Hospital das Clínicas, entretanto, as atividades práticas ultrapassaram seus muros. A comunidade sempre recebeu nossos docentes e alunos no verdadeiro espírito de educação participante. Centros de Saúde, Hospitais filantrópicos, Hospitais psiquiátricos. Escolas, creches e outros serviços da comunidade abriram suas portas, favorecendo o ensino e propiciando à clientela o cuidado de enfermagem com a dimensão técnico-científica e o respeito à dignidade da pessoa, pressuposto filosófico da formação de nosso estudante.

A MATURIDADE CONQUISTADA - DÉCADA 80

Sopraram os ventos da democracia, tempos de grande expectativa nacional, que todos desejavam novos. O país se libertou do regime autoritário e promulgou, em 05 de outubro de 1988, sua Constituição Federal, reconhecidamente, uma das mais avançadas em termos de direitos do cidadão.

O tempo político da Assembléia Nacional Constituinte conclamava a todo o povo brasileiro a participar. É evidente que todos os docentes, alunos e funcionários estiveram presentes nestas lutas, acordos, manifestações que geraram o texto constitucional. No entanto, mereceu ênfase de nossa parte o Capítulo que se dedicou construir os princípios de saúde como direito de cidadania e um dever do estado.

A luta pela reorganização do sistema de saúde sempre esteve presente em nosso meio, como já tivemos oportunidade de narrar, no início da década no PREV-SAÚDE; a seguir na formulação e implantação das ações integradas de saúde(SUS). Ressaltamos a relevante participação de nossos docentes na 8ª Conferência Nacional de Saúde e, a nível local, nas comissões de saúde (CLIS E CIMS) e na Comissão Municipal de Saúde.

Estas transformações sinalizaram a importância de uma revisão do ensino e do perfil profissional adequando aos novos tempos, que introduziu no movimento nacional de reformulação curricular, através da nossa Comissão de Reestruturação Curricular que, desde 1979, estudou este tema.

A proposta desta Comissão, aprovada e implantada a partir de 1989, respeitou os princípios da reforma sanitária e preconizou a formação do enfermeiro generalista com competência técnico-científica e política, e uma visão crítica acerca do homem, da sociedade e do processo saúde-doença. Outrossim, pressupôs uma abordagem multidisciplinar fundamentada nas ciências humanas e biológicas, embasada em princípios filosóficos definidos, encerrando uma postura pluralista em relação às várias correntes filosóficas e pedagógicas.

Ainda a nível de ensino, grandes conquistas se concretizaram na pós-graduação, derrubando-se a última barreira que impedia a qualificação necessária para o alcance dos diferentes degraus da carreira universitária; à titulação de doutor. Num esforço conjunto, Escola de Enfermagem de São Paulo e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, criou-se o 1º doutorado em enfermagem da América Latina - Doutorado Interunidades.

A demanda crescente de profissionais aos cursos de pós graduação, a qualificação alcançada pelos docentes e a consolidação da área enfermagem fundamental, permitiu que, no final da década, se criasse o doutorado nesta área, extensão do mestrado.

O Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública que se constituiu em 1986, num desdobramento do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada, rapidamente compôs seus quadros de docentes e inaugurou o curso de mestrado em Enfermagem de Saúde Pública.

Estes cursos têm sido um fator de integração nacional, pois recebem alunos de todas as regiões do país, e, ainda, reservam vagas anuais para estudantes estrangeiros.

Seu alto nível de desempenho tem sido reconhecido nos processos formais de avaliação, alcançado sempre as melhores qualificações, o que habilita nossos estudantes a obterem bolsas de estudos e auxílio à pesquisa.

A pós-graduação, "senso latu" também é política de nossa instituição. Os cursos de especialização, visando com prioridade as enfermeiras de serviço, promovem o processo e atualização dos profissionais cumprindo deste modo o compromisso institucional com os serviços da saúde. A Escola mantém 02 cursos de longa duração: Enfermagem Psiquiátrica que já formou dezenas de especialidades em Convênio com a Secretaria de Saúde Mental do Estado e, mais recentemente, o Curso de Saúde Pública. Ressaltamos que outros cursos com objetivo de aprimoramento, em áreas distintas do conhecimento, são ministradas anualmente em Convênio com a Secretaria Estadual e Municipal da Saúde.

É sabido que a pós-graduação desempenhou e desempenha um papel fundamental, a partir de sua implantação na década de 70, na produção do conhecimento em enfermagem.

Desde a implantação da pós-graduação, tivemos 136 dissertações de mestrado e 44 teses de doutorado, as quais somadas às inúmeras publicações nacionais e internacionais, livros editados, encontros científicos organizados justificam a trajetória desta Escola em investigação. Trajetória que a credenciou em ser designada, em 1987, Centro Colaborador da OPS/OMS para desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, tendo sido o décimo primeiro centro a nível mundial e único da América Latina. Esta designação já foi referendada por mais quatro anos, pela brilhante avaliação do trabalho desenvolvido nas áreas de intercâmbio nacional e internacional, na formação de recursos humanos, como o Convênio com o Governo de Angola, na pesquisa recebendo e enviando pesquisadores, ampliando assim as fronteiras do saber.

As linhas de pesquisa também se multiplicaram e se fortaleceram em grupos e núcleos de investigação que assumem o compromisso construir um corpo de conhecimento que subsidie a prática e seja adequado às nossas realidades político-sociais. As linhas de pesquisa são dinâmicas como é a pesquisa e sofrem freqüentes ajustes, dependendo dos projetos que as integram e dos recursos disponíveis no momento; encontramos distribuídos nos três departamentos as linhas de: assistência de enfermagem, comunicação em enfermagem em saúde da criança, saúde pública, enfermagem como prática social, enfermagem em saúde mental e psiquiátrica, recursos humanos em enfermagem, psicologia e pedagogia em enfermagem, estudos teóricos, históricos e da prática de enfermagem; enfermagem em saúde mental e psiquiátrica. No momento, o reconhecimento da comunidade científica por este trabalho é expresso na participação em eventos, nas premiações recebidas e assessorias prestadas. Mesmo sendo quantitativamente insuficiente; os subsídios para pesquisa recebidos de órgãos financiadores têm favorecido o desenvolvimento e o engajamento de um número crescente de pesquisadores nos projetos credenciados.

A iniciação científica alcançou posição de destaque; os alunos de graduação encontram nos programas especiais de treinamento (PET), bolsas concedidas a projetos de pesquisas e outros programas da Universidade, apoio para seu desenvolvimento em pesquisa e ao preparo de novos líderes para o amanhã.

A recente criação da Revista Latino-Americana de Enfermagem coroa uma luta de décadas na obtenção de um órgão de divulgação integrador da enfermagem latino-americana e oferece mais um órgão de expressão para os profissionais de enfermagem e da saúde.

A ampliação do espaço físico, resultado do projeto BID/USP, permitiu uma melhor acomodação para os docentes e apoio técnico. Entretanto, é nos três amplos laboratórios que surge um novo modelo de atenção ao cliente, por trazer, em programas de prevenção e reabilitação, a comunidade para dentro da escola.

Estes projetos enriquecem os inúmeros programas de extensão à comunidade os quais realizam uma perfeita integração docente assistencial, além de estimularem a pesquisa e aplicação desta na prática.

Resguardar a história para as gerações futuras é responsabilidade de todos. Foi pensando em que já temos uma história que merece ser preservada e contada que em 1990, como programa de início do ano letivo, os alunos visitaram o Centro de Memória da EERP/USP, encontrando os documentos catalogados em seus arquivos textual, iconográfico e oral.

Aos alunos também tem sido oferecido um espaço social, no centro de vivência no sentido de estimular a convivência e a oportunidade de um encontro com o meio artístico.

Para eles também se ampliaram os espaços de estudo, com uma sala de leitura com um acervo de consulta imediata de livros novos e periódicos. Esta sala é coordenada pela biblioteca central do campus, a qual detém um acervo de livros e periódicos de alto nível.

Para que tudo isso tivesse possibilidade de funcionar harmonicamente foi imprescindível a competência e qualidade do pessoal de apoio e da informatização dos serviços.

A realização de 05 concursos para Professor titular, 04 de adjunto e 12 livre docências, além dos mestrados e doutorados permitiram que a escola, após 15 anos se tornasse completamente independente de outras Unidades da Universidade, passando em 1986 a ter um Enfermeiro na direção e em 1989 também o Vice-Diretor.

Os quadros de três departamentos, no final da década estavam completos e no momento em que o Novo Estatuto da Universidade de São Paulo foi aprovado em 1988, dispúnhamos de docentes com as titulações exigidas para assumir o Conselhos Centrais e as Comissões locais de Ensino de Graduação e Pós-Graduação, pesquisa e extensão de Serviços à Comunidade. Concluímos a fase de exceção e de dependência. Estamos presentes no Conselho Universitário e em condição de igualdade para dirigir os destinos de nossa Escola e da Universidade.

Termos conseguido e representação no Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas, selou uma luta empreendida por várias décadas por este espaço e completou o projeto de participação e integração ensino/serviço.

Conquistamos a independência e a maturidade. Permanece o desafio da época da fundação: a questão do ingresso de alunos. A violenta crise ocorrida no número de acesso ao ensino superior. O vestibular classificatório, não mais eliminatório, junto a outros fatores, ainda não totalmente esclarecidos, equilibraram a demanda e completaram as vagas disponíveis.

Estamos melhor preparados, temos infra-estrutura, um novo currículo, reconhecimento da comunidade. Entretanto, a crise no sistema de saúde nos desafia a repensar formação de nossos alunos a qual deve ultrapassar os limites da competência técnico-científica para alcançar a dimensão ética.

ABERTURA PARA O FUTURO

A aproximação de um novo século cria expectativa e favorece explorações futurísticas. Entretanto, pensar a Escola do futuro e pensar nesta que está ai presente com suas crises, seus conflito e seu crescimento, crescimento com possibilidades de escolhas.

O século em que vivemos é de grandes transformações, avanços tecnológicos, profundos conflitos sociais e éticos e a ameaças ao planeta.

Assim, cientistas de todas as áreas estão repensando a direção que devemos tomar, enfatizando a importância da força de cada um de nós e o profundo respeito ao ecossistema que devemos ter, sugerindo o abandono de tecnologias pesadas e poluentes em favor de medidas que respeitam aos humanos e ao seu mundo.

A saúde também incorpora novos paradigmas. A recessão econômica desta década tem impacto direto na qualidade de vida nos países do terceiro mundo, mostrando o quanto a saúde é importante para o desenvolvimento e a essencialidade desta para traçar políticas de saúde.

Estas devem cuidar do bem estar, dando a cada cidadão poder de decisão, especialmente no que diz respeito a ele e à sua comunidade. A cada um cabe a responsabilidade de sua saúde e qualidade de vida. Neste sentido é preciso conscientizar as pessoas, favorecer-lhes a informação e dar-lhes o direito de escolha. Estes são os desafios deste fim de século.

Os avanços do conhecimento permitem oferecer à humanidade tratamentos menos cruentes e com alta sofisticação diagnóstica. Os custos destes têm tido um impacto no setor saúde, exigindo um esforço na elaboração de novos modelos que permitam a maximização de recursos humanos e materiais.

Estes tratamentos cada vez mais sofisticados exploram a manipulação genética e os transplantes; os fármacos prolongam a visa, assim como as máquinas nas Unidades especiais de tratamento. Estas novas realidade determinam a revisão de posturas éticas sobre o sentido do nosso existir.

Contudo, grande parte do povo brasileiro não tem acesso a estes ou outros tipos de tratamento, permanecendo à margem de qualquer tipo de cuidado e morrendo de moléstias evitáveis.

Como lidar com estas diversidades? Não é possível pensar na Escola do futuro esquecendo o que foi e o está sendo. Este conflito está presente no ensino, na prática e deve ser considerado na investigação.

Crescemos na investigação, esforço conjunto dos que nos antecederam e estão presentes. A tarefa principal que se nos apresenta é da auto-renovação. É necessário intensificar o pluralismo no sentido de absorver as energias criadoras assim como a capacidade dos jovens alunos engajados neste processo. É imprescindível o desenvolvimento de liderança dirigidas a objetivos comuns e prioritários que mantenham viva a esperança e a confiança na possibilidade de uma educação mais livre que ultrapasse o treinamento e a informação.

Desejamos uma escola aberta para o mundo, forte, ativa e participante na construção de uma sociedade mais justa.

40 anos são segundos a história, quando nos referidos ao seu passado. Mas, ao falarmos do seu presente, quando sentimos esse tempo parte do nosso existir, parece séculos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Ago 2006
  • Data do Fascículo
    Jul 1993
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