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Método científico: o instrumental indispensável para o aluno

EDITORIAL

Método científico: o instrumental indispensável para o aluno

Daisy Leslie Steagall-Gomes

Presidente da Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

A enfermagem, como as demais profissões, vive sob a pressão de mudanças constantes que o progresso impõe e que pesam na formação de seus profissionais.

Para que as Escolas de Enfermagem correspondam adequadamente às novas funções que lhe são impostas pelo "novo", pelas conquistas da tecnologia, da cultura, da economia, das ciências e demais campos do conhecimento, o método científico vem trazer um subsídio de inegável valor, como instrumento de apoio para a busca das explicações, de previsões, de entendimento, enfim, a solução de problemas que pedem respostas, e que emergem através de produção científica.

Formar os alunos com este conhecimento terá como efeito imediato o de elevar o nível de seu aproveitamento escolar, despertando nele o senso crítico, aprendendo a ler e entender o que o pesquisador está contando, ser ativo e praticamente nas atividades acadêmicas, organizando metodicamente o seu pensamento na busca da solução de seus problemas. A longo prazo a possibilidade de aplicar a pesquisa em seu campo de trabalho e no exercício de sua profissão, onde continuará aprimorando a seu desempenho e elevando o seu nível de rendimento e entendimento.

A realidade nos mostra que ainda sabemos pouco, e muitas vezes o que sabemos, o sabemos superficialmente e com freqüência sem grandes certezas (será que existem certezas?).

É preciso conhecer e aprofundar o conhecimento e, para isso, o método científico será o meio de identificar as causas e as leis que as presidem.

Esta aquisição é progressiva, faz-se passo a passo. E aos poucos ganha em profundidade. É trabalho que dura uma vida toda, que não se origina na titulação acadêmica e nem se prende a títulos ou prêmios (estes seriam conseqüências), é provável que para muitos e bons pesquisadores, estes nunca cheguem, mas isso não os impede de continuarem a trabalhar.

A ciência tem influência a nível intelectual, técnico, moral e cultural, daí as responsabilidades daquele que investiga, seus deveres para consigo mesmo, para com os seus semelhantes, para com o grupo a que pertence, à sua comunidade e para com a humanidade. Desenvolver seus próprios valores, melhorando-se, buscando posições satisfatórias, mas ajudando ao outro, (a colegas, instituições, comunidade...) favorecendo o progresso, o bem-estar, favorecendo o desenvolvimento intelectual e moral, a fraternidade e a Paz entre os homens, é também dever daquele que investiga.

Estas considerações são aspectos que merecem reflexão para que a obra futura dos jovens estudantes de enfermagem que hoje estão sendo preparados, possam estar instrumentados para responder aos avanços da profissão, da própria ciência e de si mesmos, pois neles é depositada a esperança de em melhor conhecendo, saibam melhor atender, com vistas a construção de mundo melhor e de homens mais felizes.

Para estes jovens iniciantes da metodologia científica, o lembrete de que o trabalho-ação modifica o ambiente, traz mudanças, altera rumos, etc. ..., mas o trabalho servir (que não é servidão), muda o interior daquele que o executa, moldando-o interiormente e trazendo-lhe resistência moral para prosseguir trabalhando e oferecendo à sua ação, algo mais do que a simples retribuição financeira, que é o prazer de servir e com competência.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Jul 2006
  • Data do Fascículo
    Jan 1994
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