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Uso de drogas ilícitas e perspectivas críticas de familiares e pessoas próximas na cidade do Rio de Janeiro - Zona Norte, Brasil

Illicit drug use and the critical perspectives of drug users' relatives and acquaintances in Northern Rio de Janeiro (City), Brazil

El uso de las drogas ilícitas: perspectiva de familias y familiares en la Zona Central de Rio de Janeiro, Brazil

Resumos

O trabalho apresenta resultados quantitativos do Brasil, recorte centro da cidade do Rio de Janeiro (n=108), de uma pesquisa multicêntrica, multimétodos e corte temporal, envolvendo sete países latino-americanos e Canadá. A pergunta central da pesquisa foi "como familiares e pessoas próximas a usuários de drogas ilícitas descrevem fatores de proteção e de risco, iniciativas de prevenção, serviços de tratamento, leis e políticas sobre as drogas ilícitas". Os dados quantitativos foram coletados por meio de instrumento com perguntas fechadas, aplicados em 108 jovens adultos >18anos que se identificaram como pessoalmente afetados pela droga sem serem usuários. Para 104 entrevistados (96%), a dinâmica familiar que mais expõe à droga é a negligência e, para 106 (98%), a que mais protege é a relação de apoio com os pais. A política, a polícia e o sistema criminal não têm diminuído o consumo e não protegem o usuário.

drogas ilícitas; opinião pública; relações familiares


This article presents the partial results of a multicenter, cross-temporal study, which was performed using multiple methods, and involved seven Latin-American countries and Canada. The results presented refer to the city center of Rio de Janeiro (n=108). The central question of the study was: "How do illicit drug users' relatives and acquaintances describe protective and risk factors, prevention initiatives, treatment services, laws and policies regarding illicit drugs?" The quantitative data was collected using an instrument containing closed questions. In total, 108 young adults (18 years of age or older) were interviewed, who stated being affected by the drug although they were not users. For 104 interviewees (96%), negligence is the family dynamics that causes the greatest exposure to drugs, and 106 (98%) consider that parent support is what offers the greatest protection. Policies, the police and the criminal system have neither reduced drug use nor do they protect users.

street drugs; public opinion; family relations


El trabajo presenta resultados cuantitativos de Brasil; el estudio se realizó en el centro de la ciudad de Río de Janeiro (n=108); es parte de una investigación multicéntrica, multimétodos y de corte temporal, en la que participaron a siete países Latinoamericanos y Canadá. La pregunta central del estudio fue "¿Cómo describen los familiares y las personas próximas a los usuarios de drogas ilegales los factores de protección y de riesgo, las iniciativas de prevención, los servicios de tratamiento, las leyes y las políticas sobre drogas ilegales?". Los datos cuantitativos fueron recolectados a través de un cuestionario con preguntas cerradas, que fue aplicado en 108 jóvenes adultos mayores de 18años, que se identificaron como personalmente afectados por la droga sin ser usuarios. Se encontró que para 104 de los entrevistados(96%), la dinámica familiar que más expone a la droga es la negligencia; también que la política, la policía y el sistema criminal no han disminuido el consumo de drogas y no protegen al usuario.

drogas ilícitas; opinión pública; relaciones familiares


ARTIGO ORIGINAL

Uso de drogas ilícitas e perspectivas críticas de familiares e pessoas próximas na cidade do Rio de Janeiro - Zona Norte, Brasil

Illicit drug use and the critical perspectives of drug users' relatives and acquaintances in Northern Rio de Janeiro (City), Brazil

El uso de las drogas ilícitas: perspectiva de familias y familiares en la Zona Central de Rio de Janeiro, Brazil

Cristina Maria Douat LoyolaI; Bruna BrandsII; Edward AdlafIII; Norman GiesbrechtIII; Laura SimichIII; Maria da Gloria Miotto WrightIV

IPh.D., Professor Titular, Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, e-mail: crisloyola@terra.com.br

IIPh.D., Pesquisador Sênior, Office of Research and Surveillance, Drug Strategy and Controlled Substances Programme, Health Canada and Public Health and Regulatory Policies, Centre for Addiction and Mental Health, CAMH, University of Toronto, Canadá, Brasil, e-mail: bruna brands@camh.net

IIIPh.D., Pesquisador, Health Systems Research and Consulting Unit, Centre for Addiction and Mental Health, CAMH, University of Toronto, Canadá, e-mail: edward_adlaf@camh.net, norman_giesbrecht@camh.net, simich@camh.net

IVPh.D., Especialista Sênior, Coordenador, Educational Development Program, Demand Reduction Section, Inter-American Drug Abuse Control Commission, CICAD, Organization of American States, OAS, Estados Unidos, e-mail: gwright@oas.org

RESUMO

O trabalho apresenta resultados quantitativos do Brasil, recorte centro da cidade do Rio de Janeiro (n=108), de uma pesquisa multicêntrica, multimétodos e corte temporal, envolvendo sete países latino-americanos e Canadá. A pergunta central da pesquisa foi "como familiares e pessoas próximas a usuários de drogas ilícitas descrevem fatores de proteção e de risco, iniciativas de prevenção, serviços de tratamento, leis e políticas sobre as drogas ilícitas". Os dados quantitativos foram coletados por meio de instrumento com perguntas fechadas, aplicados em 108 jovens adultos >18anos que se identificaram como pessoalmente afetados pela droga sem serem usuários. Para 104 entrevistados (96%), a dinâmica familiar que mais expõe à droga é a negligência e, para 106 (98%), a que mais protege é a relação de apoio com os pais. A política, a polícia e o sistema criminal não têm diminuído o consumo e não protegem o usuário.

Descritores: drogas ilícitas; opinião pública; relações familiares

ABSTRACT

This article presents the partial results of a multicenter, cross-temporal study, which was performed using multiple methods, and involved seven Latin-American countries and Canada. The results presented refer to the city center of Rio de Janeiro (n=108). The central question of the study was: "How do illicit drug users' relatives and acquaintances describe protective and risk factors, prevention initiatives, treatment services, laws and policies regarding illicit drugs?" The quantitative data was collected using an instrument containing closed questions. In total, 108 young adults (18 years of age or older) were interviewed, who stated being affected by the drug although they were not users. For 104 interviewees (96%), negligence is the family dynamics that causes the greatest exposure to drugs, and 106 (98%) consider that parent support is what offers the greatest protection. Policies, the police and the criminal system have neither reduced drug use nor do they protect users.

Descriptors: street drugs; public opinion; family relations

RESUMEN

El trabajo presenta resultados cuantitativos de Brasil; el estudio se realizó en el centro de la ciudad de Río de Janeiro (n=108); es parte de una investigación multicéntrica, multimétodos y de corte temporal, en la que participaron a siete países Latinoamericanos y Canadá. La pregunta central del estudio fue "¿Cómo describen los familiares y las personas próximas a los usuarios de drogas ilegales los factores de protección y de riesgo, las iniciativas de prevención, los servicios de tratamiento, las leyes y las políticas sobre drogas ilegales?". Los datos cuantitativos fueron recolectados a través de un cuestionario con preguntas cerradas, que fue aplicado en 108 jóvenes adultos mayores de 18años, que se identificaron como personalmente afectados por la droga sin ser usuarios. Se encontró que para 104 de los entrevistados(96%), la dinámica familiar que más expone a la droga es la negligencia; también que la política, la policía y el sistema criminal no han disminuido el consumo de drogas y no protegen al usuario.

Descriptores: drogas ilícitas; opinión pública; relaciones familiares

INTRODUÇÃO

O uso de drogas ilícitas é assunto chave na agenda internacional, pois causa danos sociais e econômicos e afeta o desenvolvimento dos países. O problema das drogas ilícitas foi analisado em vários projetos e é objeto de diretrizes de ação estabelecidas por organizações internacionais/nacionais, não-governamentais e governamentais, nos níveis de governo federal, estadual e municipal, e em outras instituições e associações(1).

Os desafios regionais latino-americanos incrementam os problemas relacionados às drogas e aumentam a necessidade de compartilhar conhecimento, o que deverá ser traduzido em prática mais efetiva. Considerando que o conhecimento compartilhado é fruto de iniciativas coletivas envolvendo diferentes atores, apenas as perspectivas de políticos, gestores, cientistas e provedores de cuidado de saúde não são suficientes para lidar com os desafios vividos pelos usuários de drogas ilícitas e a comunidade que os cerca. Por essa razão, perspectivas de comunidades com moradores usuários, seus familiares e/ou pessoas próximas - que vivem e dividem a experiência de sucessos e fracassos de iniciativas de prevenção, serviços de tratamento, aspectos legais - são críticas para a construção de conhecimento sobre o perfil do uso de droga, acompanhamento e avaliação de ações e serviços dirigidos à comunidade. Porém, o termo chave "comunidade", tem sido usado na literatura publicada entre 1990 e 2006 para descrever uma localização geográfica, passiva, ao invés de descrever agentes de transformação, de informação e de conhecimento. Nesse contexto, são necessárias duas perspectivas para preencher lacunas existentes no conhecimento: as perspectivas de usuários de drogas ilícitas e a de seus familiares e pessoas próximas. Considerando a dificuldade para proteger os informantes ao se recrutar usuários de drogas ilícitas, este estudo foi desenhado para construir conhecimento investigando a perspectiva de familiares e pessoas próximas de usuários de drogas ilícitas. Os objetivos foram: (i) obter informação, em geral, sobre a visão de familiares e/ou pessoas próximas de usuários de drogas ilícitas na região do centro do Rio de Janeiro, concernentes a fatores de risco e de proteção, iniciativas de prevenção, serviços de tratamento e aspectos legais da dependência de drogas ilícitas; (ii) descrever a perspectiva de familiares e/ou de pessoas próximas de usuários de drogas ilícitas com respeito à contribuição dos fatores de proteção e de risco no desenvolvimento dos problemas relacionados ao uso de droga; (iii) descrever a perspectiva de familiares e/ou de pessoas próximas de usuários de drogas ilícitas com respeito à disponibilidade e acessibilidade de iniciativas de prevenção para o uso de drogas ilícitas; (iv) avaliar a perspectiva de familiares e/ou de pessoas próximas de usuários de drogas ilícitas em relação à disponibilidade e adequação dos serviços de tratamento existentes, reabilitação e programas de reintegração social; (v) analisar a perspectiva de familiares e/ou de pessoas próximas a usuários de drogas ilícitas em relação a: políticas existentes e leis pertinentes ao uso de drogas ilícitas e vantagens e desvantagens em direcionar as necessidades de prevenção, tratamento e reabilitação.

MÉTODO

Este estudo é um estudo de caso, parte de pesquisa multicêntrica que envolveu nove universidades distribuídas nos seguintes países: Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras e México.

O desenho do estudo combina os métodos quantitativo e qualitativo(2-4). Neste artigo, são discutidos os dados coletados quantitativos com informações demográficas e dados sobre os conhecimentos em geral dos respondentes sobre fatores protetores e de risco(5-7), iniciativas de prevenção, serviços de tratamento, políticas e leis(8-11). Os dados foram coletados entre junho e agosto de 2007, após a aprovação do projeto de pesquisa na Comissão de Ética em Pesquisa, da EEAN/HESFA da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 24 abril de 2007, sob Protocolo n. 029/07.

A população deste estudo foi composta por adultos, maiores de 18 anos de idade que se identificam como pessoalmente afetados em virtude de possuírem um membro da família ou uma pessoa próxima que é ou já foi usuário de drogas ilícitas (o usuário pode ter qualquer idade).

A amostra foi constituída por 108 participantes recrutados em um serviço público federal de saúde, localizado no centro do Rio de Janeiro, por meio de cartazes com informações, distribuição de brochuras e técnica de bola de neve. Os participantes foram incluídos no estudo após (i) atenderem os critérios específicos de inclusão e exclusão estabelecidos em perguntas de pré-seleção, (ii) tomarem conhecimento, por meio de descrição verbal, dos objetivos do estudo, procedimentos, formulário de consentimento informado e segurança de confidencialidade, (iii) terem respondidas suas dúvidas sobre o estudo e os procedimentos de coleta de dados, (iv) consentirem em participar do estudo através da entrevista e (v) assinarem o formulário do consentimento informado.

Este estudo utilizou dois formulários de consentimento informado. O primeiro para a seção quantitativa e o segundo para a seção qualitativa. O número calculado de indivíduos que participaram no estudo multicêntrico foi de 1108 participantes. Cada investigador administrou um mínimo de 100 entrevistas e este trabalho apresentará os dados quantitativos da referida investigação utilizando um n=108. O tamanho da amostra de 108 participantes foi escolhido com base nos recursos disponíveis em cada local e para garantir variação suficiente das características e experiências dos participantes.

As análises em cada local de pesquisa (n=108) incluíram a descrição das características, experiências e opiniões dos membros da família e pessoas próximas a usuários de drogas ilícitas. Os dados quantitativos foram coletados por meio de instrumento com perguntas fechadas e respondidas por 108 entrevistados.

Os dados quantitativos foram analisados com estatística descritiva com o apoio do Pacote Estatístico para Ciências Sociais (SPSS®).

RESULTADOS

A Tabela 1 indica que o grupo de entrevistados foi composto por 68% (73) de mulheres. Quanto à educação formal, havia predomínio da educação básica, com 14 entrevistados (13%) com educação primária incompleta e 20 (18%) completa, 15 (14%) com secundário completo e 6 (6%) universitárias. A ocupação de maior incidência é a de 38 (35%) depoentes como prestadores de serviços. Dessa amostra, 46 (42%) são empregados e 13 (12%) desempregados, e o tempo de trabalho para 81 (75%) é de mais de dois anos. Quanto à situação do imóvel onde moram, 77 (71%) são proprietários. A fonte de renda vem através de salário para 58 (54%) deles, sendo a renda mensal individual, para 41 (38%) dos entrevistados, entre 1000,00 e 3000,00 reais e a renda familiar, para 45 (42%), atingindo até 2999,00 reais.

A Tabela 2 indica algumas avaliações críticas dos entrevistados sobre o uso da droga.

Os dados indicam que o total de 73 (68%) entrevistados avalia, em geral, que o uso da droga é um direito pessoal de escolha. A desorganização familiar é avaliada como a consequência direta para o uso da droga por todos os 108 (100%) entrevistados. A maior desvalorização percebida pelos entrevistados pelo uso da droga ilícita é ter sido hospitalizado (média 3,44, em variação de 1 a 4 para aumento de concordância), e esse evento produz sentimento de inferioridade para o dependente.

A Tabela 3 registra os fatores de risco e de proteção para o uso de droga. As características pessoais de risco representam, para 105 (97%) dos entrevistados, a curiosidade em experimentar, seguida por sentimentos de solidão para 95 depoentes (88%). As circunstâncias de dinâmica familiar que mais propiciam o uso da droga são apontadas por 104 (96%) entrevistados como o fato de ser negligenciado, para 102 (94%) depoentes é a rejeição e para 101 (94%) informantes o desamparo afetivo, parecendo atuar todos eles com interpenetração de efeitos.

A Tabela 4 registra avaliação sobre prevenção, tratamentos e aspectos legais.

Os fatores pessoais de proteção são apontados por 96 (88%) depoentes como ter projetos pessoais e, para 96 (88%), ter uma visão positiva da vida. Algumas circunstâncias familiares e sociais podem proteger e, para 106 (98%) entrevistados, é a relação de apoio com os pais.

Quanto à prevenção, para 106 (93%) as atividades mais competentes são as atividades extraclasse supervisionadas. A família e o governo são os responsáveis pela prevenção, recebendo cada uma dessas possibilidades média 4 em escala de grau de responsabilidade crescente.

Para 88 (81%) entrevistados o envolvimento da comunidade nessas ações é insuficiente, ainda que para 73 (67%) o uso de droga seja avaliado como doença, sendo que, para 100 (93%), necessita tratamento e, para 84 (78%), internação. Para 101 depoentes (93%) o hospital hospitalizado funciona. A instituição responsável pela assistência é o SUS para 108 (100%), para 98 (90%) é difícil chegar até os serviços de tratamento.

Em escala de avaliação com grau de discordância crescente de 1 a 4, a política nacional não garante a segurança e nem diminui o acesso à droga e ainda aumenta o comportamento criminal. Além disso, pela mesma escala, o traficante deveria ser preso e o usuário não deveria, e nem a polícia nem o sistema criminal respeitam os direitos humanos dos usuários .

DISCUSSÃO

O perfil feminino de familiares e pessoas próximas a usuários se opõe ao perfil masculino do próprio usuário, levando a se discutir a figura feminina como a cuidadora e a importância da sua fala sobre essa questão(12). A vida se apresenta com necessidade de emoções e de prazeres fortes, novos e instantâneos, e a ausência estruturante de objetivos na vida que sustentem e limitem a compulsão podem levar à dependência da droga(13-15), atuando como fatores subjetivos de risco. O uso da droga é escolha pessoal, motivada muito pela curiosidade, cujas motivações tecem caminhos no meio das famílias e das mais tenras relações de amor, proteção e amparo nesse ambiente de intimidade.

Com base nos depoimentos, há patente falta de dispositivos assistenciais e, nessa falta, os grupos religiosos ainda estruturam cuidado quantitativo acessível no cotidiano. A hospitalização segue muito valorizada pelos respondentes como tratamento para os usuários de drogas numa tradição de garantia de alta resolutividade, contrariando as políticas públicas mais atuais no campo, que determinam amplo atendimento coletivo e territorial e em dispositivos abertos, recorrendo-se à hospitalização em casos pontuais e breves, para desintoxicação e proteção social.

As políticas e leis marcam insucesso nos seus objetivos para diminuir o consumo, além de desrespeitarem os direitos humanos dos usuários, marcando negativamente o que deveria ser a imagem protetora da política, da polícia e do sistema criminal.

CONCLUSÃO

Os cuidadores ou pessoas que se importam com usuários de drogas são mulheres e, na sua visão, a curiosidade é a mola mestra que leva à experiência com a droga. Segundo as entrevistas realizadas, as famílias, ainda que com alterações modernas na sua constituição, que hoje superam o conceito de consanguinidade, não foram removidas do lugar de principal cuidadora - no caso das famílias com relações genuínas e saudáveis -, e capazes de atender às demandas subjetivas de atenção e afeto(14). Os dados levam à necessidade de ressaltar a proteção e suporte das familias como alvo das políticas públicas. Conforme os dados encontrados nas entrevistas, há falência das leis e políticas em vigência para diminuir o consumo da droga ilícita e garantir o respeito aos direitos humanos dos usuários, apontando para a necessidade de revisão crítica dos seus objetivos e enunciados. Nesse sentido, o termo "leis" significa também as regras que organizam o cotidiano das escolas e o comportamento de alunos e professores em sala de aula, no consumo de drogas lícitas(15).

LIMITAÇÃO

Utilizando-se uma amostra intencional para este estudo, ficou impossibilitado o uso de análise estatística inferencial para os dados.

AGRADECIMENTOS

Esta pesquisa foi realizada com o apoio, assessoria e patrocínio do governo do Canadá, da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Comissão Inter-Americana para o Controle e Abuso de Drogas (CICAD), e do Centro de Drogas e Saúde Mental (CAMH), Canadá. Agradecemos a colaboração de outros colegas que contribuíram de forma direta ou indireta na realização deste estudo.

Recebido em: 27.4.2009

Aprovado em: 25.9.2009

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Dez 2009
  • Data do Fascículo
    2009

Histórico

  • Aceito
    25 Set 2009
  • Recebido
    27 Abr 2009
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