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Ambiente da prática profissional e exaustão emocional entre enfermeiros de terapia intensiva1 1 Artigo extraído da Dissertação de Mestrado “Ambiente da Prática Profissional da Equipe de Enfermagem em Terapia Intensiva” apresentada à Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Resumos

OBJETIVO:

avaliar as características do ambiente da prática profissional dos enfermeiros e sua relação com o Burnout, percepção da qualidade do cuidado, satisfação no trabalho e a intenção de deixar o emprego nos próximos doze meses.

MÉTODO:

estudo transversal de abordagem quantitativa dos dados. A amostra foi composta por 129 enfermeiros de unidades de terapia intensiva de adulto de uma região do interior do Estado de São Paulo, Brasil.

RESULTADOS:

a modelagem de equações estruturais, por meio da análise de caminhos, mostrou que as características do ambiente da prática influenciam na satisfação no trabalho, percepção da qualidade do cuidado e na intenção de deixar o emprego, quando mediadas pelo sentimento de exaustão emocional. O enfermeiro com pouca autonomia, menor controle sobre o ambiente e com piores relações com o médico, apresenta maior nível de exaustão emocional, o que pode influenciar negativamente na sua percepção da qualidade do cuidado, satisfação com o trabalho e na intenção de deixar o emprego.

CONCLUSÃO:

a posição mediadora da exaustão emocional pode influenciar negativamente nos resultados da assistência, havendo, portanto, a necessidade de adoção de estratégias que minimizem esse sentimento no enfermeiro.

Ambiente de Instituições de Saúde; Esgotamento Profissional; Enfermagem; Unidade de Terapia Intensiva


OBJECTIVE:

to evaluate the characteristics of the professional nursing practice environment and its relationship with burnout, perception of quality of care, job satisfaction and the intention to leave the job in the next 12 months.

METHOD:

cross-sectional study with a quantitative approach to data. The sample was composed of 129 nurses working in adult Intensive Care Units from a region in the interior of São Paulo, Brazil.

RESULTS:

The structural equation modeling, using path analysis, revealed that characteristics of the environment influence job satisfaction, perception of quality of care, and having an intention to leave their job, when mediated by emotional exhaustion. Nurses with limited autonomy, poor control over their practice, and poor relationships with physicians, experience a greater level of emotional exhaustion, which can negatively influence their perception of quality of care, job satisfaction and an intention to abandon their jobs.

CONCLUSION:

the mediating role of emotional exhaustion may negatively influence care delivery. Therefore, there is a need to adopt strategies to minimize this condition among nurses.

Health Facility Environment; Burnout; Nursing; Intensive Care Unit


OBJETIVO:

evaluar las características del ambiente de la práctica profesional de los enfermeros y su relación con el burnout, percepción de la calidad del cuidado, satisfacción en el trabajo y la intención de dejar el empleo en los próximos doce meses.

MÉTODO:

estudio transversal de abordaje cuantitativo de los datos. La muestra fue compuesta por 129 enfermeros de Unidades de Terapia Intensiva de adulto de una región del interior del Estado de Sao Paulo, Brasil.

RESULTADOS:

el modelaje de ecuaciones estructurales, por medio del análisis de caminos, mostró que las características del ambiente de la práctica influyen en la satisfacción en el trabajo, percepción de la calidad del cuidado y en la intención de dejar el empleo, cuando mediadas por el sentimiento de agotamiento emocional. El enfermero con poca autonomía, menor control sobre el ambiente y con peores relaciones con el médico, presenta mayor nivel de agotamiento emocional, lo que puede influenciar negativamente su percepción de la calidad del cuidado, satisfacción con el trabajo y la intención de dejar el empleo.

CONCLUSÍON:

la posición mediadora del agotamiento emocional puede influenciar negativamente en los resultados de la asistencia, habiendo, así, necesidad de adoptar estrategias que minimicen ese sentimiento en el enfermero.

Ambiente de Instituciones de Salud; Agotamiento Profesional; Enfermería; Unidades de Cuidados Intensivos


Introdução

Ambientes que favorecem a prática do enfermeiro têm sido estudados( 11. Aiken LH, Sloane DM. Effects of specialization and client differentiation on the status of nurses: the case of AIDS. J Health Soc Behav. 1997;38(3):203-22.

2. Aiken LH, Patrician PA. Measuring organizational traits of hospitals: the revised nursing work index. Nurs Res. 2000;49(3):146-53.
- 33. Lake ET, Friese CR. Variations in nursing practice environments: relation to staffing and hospital characteristics. Nurs Res. 2006;55(1):1-9. ) desde o reconhecimento de que alguns hospitais apresentavam facilidade em atrair e reter mais profissionais e, como consequência, conseguiam proporcionar alta qualidade na prestação do cuidado. Esses hospitais foram então denominados "hospitais magnéticos"( 11. Aiken LH, Sloane DM. Effects of specialization and client differentiation on the status of nurses: the case of AIDS. J Health Soc Behav. 1997;38(3):203-22. ).

A presença de determinadas características no ambiente pode promover o desenvolvimento dos profissionais e favorecer o exercício de uma prática segura, entre elas, a filosofia de um cuidado focado na qualidade, colaboração interdisciplinar, responsabilidade com autoridade profissional, promoção da liderança de enfermagem, apoio ao desenvolvimento profissional do enfermeiro e o desenvolvimento de relações colaborativas entre os profissionais da saúde( 44. American Association of Colleges of Nursing. Hallmarks of the professional nursing practice environment. J Prof Nurs. 2002;18(5):295-304. ).

Os ambientes que contemplam esses atributos podem favorecer melhores resultados para o paciente, para a equipe de enfermagem e para a instituição( 22. Aiken LH, Patrician PA. Measuring organizational traits of hospitals: the revised nursing work index. Nurs Res. 2000;49(3):146-53. , 55. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM. Hospital staffing, organization, and quality of care: cross-national findings. Int J Qual Health Care. 2002;14(1):5-13. ). Em contrapartida, os profissionais que vivenciam ambientes com características negativas estão insatisfeitos com o trabalho( 66. Kanai-Pak M, Aiken LH, Sloane DM, Poghosyan L. Poor work environments and nurse inexperience are associated with burnout, job dissatisfaction and quality deficits in Japanese hospitals. J Clin Nurs. 2008;17(24):3324-9. - 77. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Lake ET, Cheney T. Effects of hospital care environment on patient mortality and nurse outcomes. J Nurs Adm. 2008;38(5):223-9. ), relatam maior intenção de deixar o emprego( 77. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Lake ET, Cheney T. Effects of hospital care environment on patient mortality and nurse outcomes. J Nurs Adm. 2008;38(5):223-9. - 88. Stone PW, Larson EL, Mooney-Kane C, Smolowitz J, Lin SX, Dick AW. Organizational climate and intensive care unit nurses' intention to leave. Crit Care Med. 2006;34(7):1907-2012. ) e estão mais expostos ao Burnout( 66. Kanai-Pak M, Aiken LH, Sloane DM, Poghosyan L. Poor work environments and nurse inexperience are associated with burnout, job dissatisfaction and quality deficits in Japanese hospitals. J Clin Nurs. 2008;17(24):3324-9. - 77. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Lake ET, Cheney T. Effects of hospital care environment on patient mortality and nurse outcomes. J Nurs Adm. 2008;38(5):223-9. , 99. Van Bogaert P, Meulemans H, Clarke S, Vermeyen K, Van de Heyning P. Hospital nurse practice environment, burnout, job outcomes and quality of care: test of a structural equation model. J Adv Nurs. 2009;65(10):2175-85. ), um sentimento que traz consequências negativas para o profissional e ocupa posição mediadora entre as características do ambiente e os resultados para o paciente( 99. Van Bogaert P, Meulemans H, Clarke S, Vermeyen K, Van de Heyning P. Hospital nurse practice environment, burnout, job outcomes and quality of care: test of a structural equation model. J Adv Nurs. 2009;65(10):2175-85. ).

O Burnout é caracterizado por uma síndrome que envolve exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal e ocorre, principalmente, entre os profissionais de saúde, pela exposição contínua a situações com pessoas portadoras de doenças crônicas( 1010. Maslach C, Jackson SE, Leiter MP. Maslach Burnout Inventory Manual. 3rd.ed. Palo Alto: Consulting Psychologist's Press; 1996. 51 p. ).

No contexto hospitalar, os profissionais que atuam em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) são responsáveis pela assistência a esses pacientes. Associado à complexidade de cuidado e risco iminente de morte, vivenciam situações de morte e luto cotidianamente, que os tornam mais suscetíveis às repercussões emocionais e ao estresse, culminando em Burnout (11).

Considera-se, portanto, um desafio identificar e analisar os aspectos que envolvem o ambiente da prática do enfermeiro, com o intuito de propor melhores condições de trabalho e promover mudanças no cenário de cada instituição. Nesse sentido, este estudo objetivou avaliar as características do ambiente da prática profissional do enfermeiro e suas relações com o Burnout, a satisfação no trabalho, a percepção da qualidade do cuidado e a intenção de deixar o emprego nos próximos doze meses.

Método

Trata-se de estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado em UTI-Adulto de 17 hospitais públicos, privados e filantrópicos de uma região do interior do Estado de São Paulo. A população foi composta por 144 enfermeiros, dos quais 129 compuseram a amostra, por atenderem os critérios de inclusão: exercer exclusivamente atividades assistenciais e possuir tempo de experiência no atual local de trabalho maior ou igual a três meses. Foram excluídos os sujeitos que estavam ausentes por motivo de férias ou licença.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (Processo nº362/2011) e os sujeitos que aceitaram participar do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de três instrumentos autorrespondidos: uma ficha de caracterização pessoal, profissional e do ambiente de trabalho, a versão brasileira resumida do Nursing Work Index - Revised (NWI-R) e o Inventário de Burnout de Maslach - IBM. O período de coleta ocorreu de 24 de novembro de 2011 a 31 de janeiro de 2012.

O NWI-R tem por objetivo mensurar a presença de determinadas características do ambiente de trabalho que contribuem para a prática profissional do enfermeiro( 22. Aiken LH, Patrician PA. Measuring organizational traits of hospitals: the revised nursing work index. Nurs Res. 2000;49(3):146-53. ) , e já foi traduzido e adaptado para a cultura brasileira( 1212. Gasparino RC, Guirardello EB. Tradução e adaptação para a cultura brasileira do "Nursing Work index - Revised". Acta Paul Enferm. 2009;22(3):281-7. ). Nele constam 57 itens, dos quais 15 foram selecionados e distribuídos conceitualmente em três subescalas: autonomia, relação entre médicos e enfermeiros e controle sobre o ambiente. Dentre os 15 itens, 10 foram agrupados e derivaram a quarta subescala: suporte organizacional.

A escala de medida utilizada é a do tipo Likert, cuja pontuação varia entre um a quatro pontos. Quanto menor a pontuação, maior a presença de atributos positivos à prática desses profissionais. Consideram-se valores abaixo de 2,5 representando ambientes favoráveis à prática profissional e acima de 2,5 pontos ambientes desfavoráveis.

A confiabilidade do NWI-R foi avaliada por meio do coeficiente alfa de Cronbach e resultou em consistência interna satisfatória para todas as subescalas( 1313. Gasparino RC, Guirardello EB, Aiken LH. Validation of the Brazilian version of the Nursing Work Index-Revised (B-NWI-R). J Clin Nurs. 2011;20(23-24):3494-501. ). No presente estudo, obteve-se um alfa de 0,78 para autonomia, 0,73 para controle sobre o ambiente, 0,82 para relações entre médicos e enfermeiros e 0,80 para suporte organizacional.

O IBM, já validado para a cultura brasileira, tem por objetivo mensurar o desgaste físico e emocional do trabalhador em relação ao seu trabalho( 1414. Tamayo MR. Relação entre a síndrome do burnout e os valores organizacionais no pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos [dissertação de mestrado]. Brasília (DF): Universidade de Brasília; 1997. 102 p. ). Possui 22 afirmações, cuja pontuação é definida de acordo com a frequência que o profissional vivencia em determinadas situações: 1- nunca, 2- raramente, 3- algumas vezes, 4- frequentemente e 5- sempre. Ele avalia o Burnout a partir de três diferentes construtos: exaustão emocional, diminuição da realização pessoal e despersonalização, cujos resultados de confiabilidade são satisfatórios( 1414. Tamayo MR. Relação entre a síndrome do burnout e os valores organizacionais no pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos [dissertação de mestrado]. Brasília (DF): Universidade de Brasília; 1997. 102 p. - 1515. Spence Laschinger HK, Leiter MP. The impact of nursing work environments on patient safety outcomes: the mediating role of burnout/engagement. J Nurs Adm. 2006;36(5):259-67. ). Neste estudo, a consistência interna foi de 0,90 para exaustão emocional, 0,54 para despersonalização e 0,70 para diminuição da realização pessoal.

Os dados coletados foram analisados com o auxílio de um profissional especializado. O programa SPSS para Windows (Statistical Package for the Social Sciences), versão 15.0, foi utilizado para a análise descritiva (média, desvio-padrão, frequências e porcentagens) das características dos sujeitos. Para a análise multivariada dos dados, utilizou-se o LISREL (Linear Structure Relations), versão 8.7, por meio do qual foi realizada a Modelagem de Equações Estruturais (MEE), por se entender que ela é capaz de medir, explicar e prever o grau de relacionamento entre as variáveis estatísticas, por intermédio do estabelecimento de relações causais para cada conjunto de variáveis dependentes( 1616. Hair JF, Tatahm RL, Anderson RE, Black W. Análise multivariada de dados. 5th.ed. Porto Alegre: Bookman; 2005. 593 p. ).

O modelo proposto neste estudo foi composto pelas variáveis exógenas - autonomia, controle sobre o ambiente e relações entre médicos e enfermeiros - e pelas variáveis endógenas - exaustão emocional, despersonalização, realização pessoal, satisfação no trabalho, qualidade do cuidado e intenção de deixar o emprego (Figura 1).

Figura 1
Modelo causal do ambiente da prática do enfermeiro e suas variáveis de resultado

A qualidade do ajuste foi verificada por meio das medidas de ajuste da aderência e de modificação do modelo proposto para sugerir mudanças na estrutura analisada. Para as correlações, a estimação do modelo foi pelo método de mínimos quadrados não ponderados.

Os principais índices de ajuste utilizados foram: a) razão qui-quadrado (χ2/GL) - deve ser menor que 2,0 para indicar um bom ajuste; b) índice de qualidade do ajuste - GFI (Goodness of Fit Index): valor de aceitação maior ou igual a 0,85; c) índice de qualidade de ajuste ajustado para os graus de liberdade - AGFI (GFI Adjusted for Degrees of Freedom) - valor de aceitação maior ou igual a 0,80; d) raiz do resíduo quadrático médio - RMSR (Root Mean Square Residual): valor de aceitação menor ou igual a 0,10; e) raiz do erro quadrático médio de aproximação - RMSEA (Root Mean Square Error of Approximation): valor de aceitação menor ou igual a 0,08; f) índice de qualidade do ajuste de Bentler - CFI (Bentler's Comparative Fit Index): valor de aceitação maior ou igual a 0,90; e g) índice não normalizado de Bentler e Bonett - NNFI (Bentler & Bonett's Non-Normed Index): valor de aceitação maior ou igual a 0,90.

Para analisar a qualidade do ajuste dos dados ao modelo proposto, foram realizados testes de significância para os coeficientes, em que valores absolutos de t maior que 1,96 indicam que o caminho tem coeficiente significativamente diferente de zero.

Resultados

A amostra foi composta por 129 enfermeiros, dos quais 61,2% eram de instituições públicas, 22,5% filantrópicas e 16,3% privadas. Entre os profissionais, 64,3% trabalhavam em UTI-Geral, 16,3% em UTI especializada em trauma e emergência, 8,5% em UTI-Cardiológica, 7% em UTI de transplantes e 3,9% em UTI especializada em neurologia. A caracterização pessoal, profissional e do ambiente dos sujeitos está apresentada na Tabela 1.

Tabela 1
Caracterização pessoal, profissional e do ambiente dos enfermeiros de UTI-Adulto (n=129). Campinas, SP, Brasil, 2012

A satisfação no trabalho e a percepção da qualidade da assistência, ambas avaliadas por meio de uma escala do tipo Likert, estão apresentadas na Tabela 2. As avaliações ruim e muito ruim foram agrupadas por se apresentarem em menor frequência.

Tabela 2
Frequência e porcentagem da satisfação no trabalho e qualidade do cuidado (n=129). Campinas, SP, Brasil, 2012

Em seguida, foram avaliados o nível de Burnout e as características do ambiente da prática profissional, segundo o NWI-R. As médias, desvio-padrão, mediana e variação da pontuação dos sujeitos quanto ao Burnout e as características do ambiente da prática profissional estão apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3
Média, desvio-padrão, mediana e variação das subescalas do IBM e do NWI-R (n=129). Campinas, SP, Brasil, 2012

Ao avaliar as correlações entre as variáveis do NWI-R, IBM, percepção da qualidade do cuidado, satisfação no trabalho e intenção de deixar o emprego, de acordo com o modelo teórico proposto (Figura 1), obtiveram-se os seguintes ajustes: χ2/GL=2,2, GFI=0,92, AGFI=0,91, RMSR=0,12, RMSEA=0,09, CFI=1,0 e NNFI=1,1. Devido ao elevado número de resíduos indicados pelo RMSEA, foi necessária nova especificação do modelo, uma vez que o limite superior aceito é de 0,08.

Nesse sentido, optou-se por utilizar um novo modelo teórico considerando-se apenas um dos domínios do Burnout para a análise dos caminhos - a exaustão emocional. Os ajustes obtidos com esse novo modelo foram: χ2/GL=0,90, GFI=0,95, AGFI=0,94, RMSR=0,07, RMSEA=0,00, CFI=1,0 e NNFI=1,06. Pela estimação dos coeficientes, verificou-se que os caminhos foram significantes, e esses estão descritos na Figura 2.

Figura 2
Modelo final de correlação do ambiente da prática profissional dos enfermeiros

De acordo com a Figura 2, verifica-se que as características do ambiente influenciam na percepção de qualidade do cuidado, na satisfação no trabalho e na intenção de deixar o emprego pelos enfermeiros, quando mediadas pelo sentimento de exaustão emocional.

Discussão

A amostra foi composta por enfermeiros, maioria de UTI-Geral de instituições públicas. Trata-se de um grupo de adultos jovens e a predominância do sexo feminino corrobora outros estudos( 77. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Lake ET, Cheney T. Effects of hospital care environment on patient mortality and nurse outcomes. J Nurs Adm. 2008;38(5):223-9.

8. Stone PW, Larson EL, Mooney-Kane C, Smolowitz J, Lin SX, Dick AW. Organizational climate and intensive care unit nurses' intention to leave. Crit Care Med. 2006;34(7):1907-2012.
- 99. Van Bogaert P, Meulemans H, Clarke S, Vermeyen K, Van de Heyning P. Hospital nurse practice environment, burnout, job outcomes and quality of care: test of a structural equation model. J Adv Nurs. 2009;65(10):2175-85. , 1313. Gasparino RC, Guirardello EB, Aiken LH. Validation of the Brazilian version of the Nursing Work Index-Revised (B-NWI-R). J Clin Nurs. 2011;20(23-24):3494-501. ), fato que é justificado pela trajetória histórica da enfermagem( 1717. Santo TBE, Oguisso T, Fonseca RMGS. The professionalization of brazilian nursing in the written media of the end of the nineteenth century: a gender analysis. Rev. Latino-Am. Enfermagem [periódico na Internet]. set-out 2011 [acesso 15 mai 2012]; 19(5):[07 telas]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n5/pt_26.pdf. Inglês, Português, Espanhol.
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n5/pt_2...
).

Em relação à formação, a maioria era especialista, nível de formação maior, frente a estudos que envolvem enfermeiros de outras unidades( 1313. Gasparino RC, Guirardello EB, Aiken LH. Validation of the Brazilian version of the Nursing Work Index-Revised (B-NWI-R). J Clin Nurs. 2011;20(23-24):3494-501. , 1818. Lorenz VR, Benatti MCC, Sabino MO. Burnout and stress among nurses in a university tertiary hospital. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [periódico na Internet]. nov-dez 2010 [acesso 16 mai 2012];18(6):[08 telas]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n6/pt_07.pdf. Inglês, Português, Espanhol.
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n6/pt_0...
- 1919. Roscani ANCP, Guirardello EB. Attention demands in the workplace and the capacity to direct attention of nurses. Rev. Latino-Am. Enfermagem [periódico na Internet]. julho-ago.2010 [acesso 16 mai. 2012];18(4):[08 telas]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n4/pt_17.pdf. Inglês, Português, Espanhol.
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n4/pt_1...
). Os enfermeiros apresentaram tempo de formação médio superior ao de enfermeiros de terapia intensiva de outros países( 77. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Lake ET, Cheney T. Effects of hospital care environment on patient mortality and nurse outcomes. J Nurs Adm. 2008;38(5):223-9. , 2020. Cho SH, June KJ, Kim YM, Cho YA, Yoo CS, Yun SC et al. Nurse staffing, quality of nursing care and nurse job outcomes in intensive care units. J Clin Nurs. 2009;18(12):1729-37. ). Em contrapartida, possuem tempo de experiência inferior, em comparação a outros estudos realizados em UTI - adulto( 88. Stone PW, Larson EL, Mooney-Kane C, Smolowitz J, Lin SX, Dick AW. Organizational climate and intensive care unit nurses' intention to leave. Crit Care Med. 2006;34(7):1907-2012. , 2020. Cho SH, June KJ, Kim YM, Cho YA, Yoo CS, Yun SC et al. Nurse staffing, quality of nursing care and nurse job outcomes in intensive care units. J Clin Nurs. 2009;18(12):1729-37. ). Esse é um dado preocupante, visto que a inexperiência é associada a maiores níveis de exaustão emocional e insatisfação no trabalho, resultando em má qualidade do cuidado prestado ao paciente( 66. Kanai-Pak M, Aiken LH, Sloane DM, Poghosyan L. Poor work environments and nurse inexperience are associated with burnout, job dissatisfaction and quality deficits in Japanese hospitals. J Clin Nurs. 2008;17(24):3324-9. ).

Embora a maioria dos profissionais tenha relatado apenas um vínculo empregatício, a carga horária semanal média trabalhada foi de 51 horas, o que é superior a sua jornada de trabalho permitida segundo a Consolidação das Leis do Trabalho( 2121. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (BR). Capítulo II - Dos direitos sociais (artigo 7º). 1988. [acesso 26 set 2012]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/con...
). O elevado número de horas trabalhado na semana pode ser atribuído à necessidade do serviço ou do próprio profissional para obter melhor rendimento salarial.

Os enfermeiros relataram ter média de 5,5 profissionais sob sua supervisão e serem responsáveis, em média, por 9,1 pacientes, o que se aproxima do recomendado pela RDC7, a qual considera, no mínimo, um enfermeiro para cada oito pacientes( 2222. Resolução RDC Nº 7, de 24 de fevereiro de 2010 (BR). Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. 2010. [acesso 2 mai 2011]. Disponível em: http://www.amib.org.br/pdf/RDC-07-2010.pdf
http://www.amib.org.br/pdf/RDC-07-2010.p...
). No entanto, pela variação obtida neste estudo, percebe-se que ainda há unidades em que a RDC não é respeitada, em que o enfermeiro é responsável por até 33 pacientes.

Quanto à intenção de deixar o emprego nos próximos doze meses, a média apresentada pelos profissionais deste estudo foi menor do que a média apresentada por enfermeiros de unidades não especializadas( 1313. Gasparino RC, Guirardello EB, Aiken LH. Validation of the Brazilian version of the Nursing Work Index-Revised (B-NWI-R). J Clin Nurs. 2011;20(23-24):3494-501. ). Embora a maioria deles tenha relatado satisfação com o trabalho atual, quase 30% deles relataram estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos. Em relação ao cuidado, eles percebem que ele é oferecido com boa qualidade.

Os enfermeiros apresentaram nível moderado de Burnout para todas as subescalas: exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal. Esses dados se assemelham aos estudos em que esse nível também foi identificado para o domínio exaustão emocional( 1515. Spence Laschinger HK, Leiter MP. The impact of nursing work environments on patient safety outcomes: the mediating role of burnout/engagement. J Nurs Adm. 2006;36(5):259-67. , 2323. Lin F, St John W, McVeigh C. Burnout among hospital nurses in China. J Nurs Manag. 2009;17(3):294-301. ), mas diferem quanto ao domínio despersonalização e realização pessoal. Ressalta-se que a subescala despersonalização apresentou média acima da encontrada em outros estudos( 1515. Spence Laschinger HK, Leiter MP. The impact of nursing work environments on patient safety outcomes: the mediating role of burnout/engagement. J Nurs Adm. 2006;36(5):259-67. , 2323. Lin F, St John W, McVeigh C. Burnout among hospital nurses in China. J Nurs Manag. 2009;17(3):294-301. ).

Para a amostra em estudo, verificou-se que os valores referentes à avaliação das características do ambiente de trabalho ficaram abaixo de 2,5 pontos para todas as subescalas do NWI-R, ou seja, os profissionais julgaram ter autonomia, controle sobre o ambiente, boas relações entre médicos e enfermeiros e suporte organizacional.

Em relação às correlações, segundo o modelo causal do ambiente da prática do enfermeiro, verificou-se nas primeiras análises a adequação de alguns índices de ajuste. No entanto, em decorrência do RMSEA aumentado, optou-se por realizar uma nova especificação do modelo, visto que esse índice é o principal para aceitação do modelo causal. Uma justificativa para seu valor elevado pode resultar do número de caminhos propostos para o modelo estudado. Nesse sentido, optou-se por utilizar o modelo teórico, considerando-se o construto mais relevante para o Burnout, a exaustão emocional( 1010. Maslach C, Jackson SE, Leiter MP. Maslach Burnout Inventory Manual. 3rd.ed. Palo Alto: Consulting Psychologist's Press; 1996. 51 p. ).

Dessa forma, obteve-se um novo modelo de correlação do ambiente da prática profissional do enfermeiro, o qual sugere que as variáveis de resultado podem ser influenciadas pelas características desse ambiente, quando mediadas pela exaustão emocional. Isso significa que possuir autonomia, controle sobre o ambiente e boas relações entre médicos e enfermeiros pode, indiretamente, influenciar na percepção da qualidade do cuidado, na satisfação do profissional e na sua intenção de deixar o emprego.

O enfermeiro com pouca autonomia, pouco controle sobre o ambiente e com piores relações com o médico apresenta maior nível de exaustão emocional, o que pode influenciar negativamente na sua percepção da qualidade do cuidado, satisfação com o trabalho e na sua intenção de deixar o emprego.

Destaca-se a posição mediadora da exaustão emocional, assim como em outros estudos em que esse domínio também assumiu essa posição entre as características do ambiente e o sentimento de despersonalização( 99. Van Bogaert P, Meulemans H, Clarke S, Vermeyen K, Van de Heyning P. Hospital nurse practice environment, burnout, job outcomes and quality of care: test of a structural equation model. J Adv Nurs. 2009;65(10):2175-85. ).

Os resultados encontrados corroboram outros estudos( 22. Aiken LH, Patrician PA. Measuring organizational traits of hospitals: the revised nursing work index. Nurs Res. 2000;49(3):146-53. , 1313. Gasparino RC, Guirardello EB, Aiken LH. Validation of the Brazilian version of the Nursing Work Index-Revised (B-NWI-R). J Clin Nurs. 2011;20(23-24):3494-501. ), os quais também mostram que o enfermeiro com mais autonomia possui nível de exaustão emocional menor, o que reflete na menor intenção de deixar o emprego, maior satisfação no trabalho e melhor qualidade do cuidado. Além disso, a presença de autonomia no ambiente da prática do enfermeiro, na terapia intensiva, é um importante fator para reter profissionais especialistas, tanto para promover um cuidado seguro quanto para capacitação de novos enfermeiros( 2424. Iliopoulou KK, While AE. Professional autonomy and job satisfaction: survey of critical care nurses in mainland Greece. J Adv Nurs. 2010;66(11):2520-31. ). Como enfatizado em estudo recente( 2525. Kutney-Lee A, Wu ES, Sloane DM, Aiken LH. Changes in hospital nurse work environments and nurse job outcomes: An analysis of panel data. Int J Nurs Stud. ahead of print Epub 14 Ago 2012. ), torna-se importante a implementação de estratégias que contribuam para um ambiente de trabalho positivo, resultando em menores níveis de Burnout, menor intenção de deixar o emprego e menor insatisfação com o trabalho.

Conclusão

O ambiente, segundo as variáveis do NWI-R, foi avaliado como favorável à prática profissional, mas foi a análise multivariada que possibilitou identificar as correlações entre as características desse ambiente, com impacto direto nos níveis de exaustão emocional, e indireto, na percepção da qualidade do cuidado, satisfação no trabalho e intenção de deixar o emprego nos próximos doze meses. Destaca-se que a exaustão emocional foi o domínio do Burnout que mostrou maior impacto nas correlações do modelo apresentado, havendo, portanto, a necessidade de adoção de estratégias que minimizem esse sentimento no enfermeiro.

Ressalta-se a importância da realização de outros estudos para proposição de outros modelos teóricos que justifiquem as características do ambiente da prática profissional e que avaliem essas variáveis sob a perspectiva dos enfermeiros de terapia intensiva. Dessa forma, essa categoria profissional terá mais subsídios na literatura para traçar estratégias e propor mudanças em seus respectivos ambientes de prática profissional. Para as instituições, isso pode refletir em menores custos decorrentes de erros na assistência e em afastamentos por questões emocionais dos profissionais. Para o paciente, significa cuidado recebido com qualidade e segurança.

Limitações do estudo

Destaca-se como uma das limitações deste estudo o fato de ter sido restrito às UTIs de apenas uma região do Estado de São Paulo, que corresponde a uma pequena amostra do interior do Estado. Dessa forma, é necessário que amostras maiores sejam abordadas e até mesmo em outras regiões do Brasil. Em relação à discussão dos resultados desta pesquisa, houve dificuldade em realizar comparações com outros estudos, uma vez que os autores nem sempre consideram todas as variáveis dos instrumentos NWI-R e IBM para as análises.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2013

Histórico

  • Recebido
    27 Set 2012
  • Aceito
    06 Dez 2012
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