Acessibilidade / Reportar erro

Prevalência e fatores associados à ansiedade pré-operatória em crianças de 5 a 12 anos1 1 Artigo extraído da dissertação de mestrado "Incidência e fatores preditores da dor pós-operatória em crianças submetidas a cirurgias ambulatoriais em Goiânia, Goiás: uma coorte prospectiva", apresentada à Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Resumo

Objetivo:

estimar a prevalência e os fatores associados à ansiedade pré-operatória em crianças que aguardam cirurgia ambulatorial.

Método:

análise transversal de dados da linha de base de um estudo de coorte prospectiva que investiga os preditores de dor pós-operatória em crianças de 5 a 12 anos, submetidas à herniorrafia inguinal e umbilical. Foram selecionadas 210 crianças, entrevistadas na sala de espera de um hospital geral. Avaliou-se a ansiedade por meio da Escala de Ansiedade Pré-operatória de Yale Modificada (EAPY-m). Variáveis sociodemográficas e clínicas foram analisadas, como exposição e ansiedade (soma dos escores da EAPY-m>30) como desfecho. A regressão logística foi utilizada para identificar fatores associados à ansiedade pré-operatória.

Resultados:

quarenta e dois por cento (42,0%) das crianças apresentaram ansiedade pré-operatória (IC95%:35,7%-48,6%), com média dos escores igual a 30,1 (dp=8,4). Os fatores associados à ansiedade pré-operatória foram faixa etária de 5 a 6 anos (OR=2,28; p=0,007) e classe socioeconômica C (OR=2,39; p=0,016).

Conclusão:

a avaliação de crianças que aguardam cirurgias ambulatoriais deve ser multidimensional e conter informações sobre a idade e o nível socioeconômico, com vistas a auxiliar a identificação e o tratamento precoce da ansiedade pré-operatória.

Descritores:
Ansiedade; Criança; Pré-Escolar; Período Pré-Operatório; Procedimentos Cirúrgicos Ambulatórios; Enfermagem Pediátrica

Abstract

Objective:

to estimate the prevalence and factors associated with preoperative anxiety in children who wait for outpatient surgery.

Method:

cross-sectional analysis of baseline data of a prospective cohort study that investigates the predictors of postoperative pain in children aged 5-12 years submitted to inguinal and umbilical hernia repair. It was selected 210 children, which were interviewed in the preoperative holding area of a general hospital. Anxiety was evaluated using the modified Yale Preoperative Anxiety Scale (mYPAS). Sociodemographic and clinical variables were analyzed as exposure and anxiety (mYPAS final score>30) as outcome. Logistic regression was used to identify factors associated with preoperative anxiety.

Results:

forty-two percent (42.0%) of children presented preoperative anxiety (CI95%: 35.7%-48.6%), with mean scores equal to 30.1 (SD=8.4). Factors associated with preoperative anxiety were: age group of 5-6 years (OR=2.28; p=0.007) and socioeconomic status classified as class C (OR=2.39; p=0.016).

Conclusion:

the evaluation of children who wait for outpatient surgery should be multidimensional and comprise information on age and socioeconomic status, in order to help in the identification and early treatment of preoperative anxiety.

Descriptors:
Anxiety; Child; Child, Preschool; Preoperative Period; Ambulatory Surgical Procedures; Pediatric Nursing

Resumen

Objetivo:

estimar la prevalencia y los factores asociados con la ansiedad preoperatoria en niños que aguardan cirugía ambulatoria.

Método:

análisis transversal de los datos de referencia de un estudio de cohorte prospectivo que investiga los predictores de dolor postoperatorio en niños de 5-12 años, sometidos a reparación de hernia inguinal y umbilical. Se seleccionaron 210 niños, entrevistados en la sala de espera de un hospital general. La ansiedad se evaluó por medio de la Escala de Ansiedad Preoperatoria de Yale Modificada (EAPY-m). Se analizaron variables sociodemográficas y clínicas, como exposición y ansiedad (suma de las puntuaciones de la EAPY-m>30) como resultado. Se utilizó regresión logística para identificar factores asociados con la ansiedad preoperatoria.

Resultados:

cuarenta y dos por ciento (42.0%) de los niños presentaron ansiedad preoperatoria (IC95%: 35,7%-48,6%), con una puntuación media igual a 30,1 (DE=8,4). Los factores asociados con la ansiedad preoperatoria fueron grupo de edad de 5-6 años (OR=2,28; p=0,007) y clase socioeconómica C (OR=2,39; p=0,016).

Conclusión:

la evaluación de los niños que aguardan cirugía ambulatoria debe ser multidimensional y contener información sobre la edad y el nivel socioeconómico, con el fin de ayudar a la identificación y el tratamiento precoz de la ansiedad preoperatoria.

Descriptores:
Ansiedad; Niño; Preescolar; Periodo Preoperatorio; Procedimentos Quirúrgicos Ambulatorios; Enfermería Pediátrica

Introdução

A ansiedade é uma experiência frequente entre crianças no período pré-operatório11. Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.

2. Kain ZN, Mayes LC, Caldwell-Andrews AA, Karas DE, McClain BC. Preoperative Anxiety, Postoperative Pain, and Behavioral Recovery in Young Children Undergoing Surgery. Pediatrics. 2006;118(2):651-8.

3. Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.
-44. Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52.. Como fonte de estresse agudo, induz alterações funcionais no sistema nervoso central, aumenta os efeitos deletérios ao organismo da criança quando associada a outros estressores perioperatórios55. Borsook D, George E, Kussman B, Becerra L. Anesthesia and perioperative stress: Consequences on neural networks and postoperative behaviors. Progress in Neurobiology. 2010;92:601-12., gera comportamentos negativos44. Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52.,66. Chorney JM, Tan ET, Martin SR, Fortier MA, Kain ZN. Childrens behaviour in the post-anesthesia care unit: the development of the child behaviour coding system-PACU (CBCS-P). J Pediatr Psychol. 2012;37(3):338-47.

7. Hilly J, Hörlin AL, Kinderf J, Ghez C, Menrath S, Delivet H, et al. Preoperative preparation workshop reduces postoperative maladaptive behavior in children. Paediatr Anaesth. 2015;25(10):990-8.
-88. Banchs RJ, Lerman J. Preoperative Anxiety Management, Emergence Delirium, and Postoperative Behavior. Anesthesiol Clin. 2014;32(1):1-23. e elevados escores de intensidade de dor no período pós-operatório11. Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.,44. Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52.,99. Pritchard MJ. Identifying and assessing anxiety in pre-operative patients. Nurs Stand. 2009;23(51):35-40., além de perturbação do sono, náusea, fadiga, e respostas inadequadas à anestesia e analgesia11. Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.,99. Pritchard MJ. Identifying and assessing anxiety in pre-operative patients. Nurs Stand. 2009;23(51):35-40., impondo maiores custos aos serviços de saúde e familiares.

No período pré-operatório imediato, que corresponde às 24 horas que antecedem uma cirurgia, o desconforto é iminente para a criança e seus familiares, independentemente do tipo da cirurgia, da abordagem ambulatorial ou hospitalar e do cenário cultural que a criança está inserida1010. Brewer S, Gleditsch SL, Syblik D, Tietjens ME, Vacik HW. Pediatric Anxiety: Child Life Intervention in Day Surgery. J Pediatr Nurs. 2006;21(1):13-22.. Ademais, a suscetibilidade da criança, falta de compreensão sobre o procedimento cirúrgico, o ambiente hospitalar desconhecido, medo de lesão física, a separação dos pais1111. Lee JH, Jung HK, Lee GG, Kim HY, Park SG, Woo SC. Effect of behavioral intervention using smartphone application for preoperative anxiety in pediatric patients. Korean J Anesthesiol. 2013;65(6):508-18. e os sentimentos de tristeza e punição relacionados ao fato da cirurgia ser um procedimento programado contribuem para tal desconforto1212. Garanhani ML, Valle ERM. O significado da experiência cirúrgica para a criança. Cienc Cuid Saúde 2012; 11(supl):259-66..

Evidências apontam idade22. Kain ZN, Mayes LC, Caldwell-Andrews AA, Karas DE, McClain BC. Preoperative Anxiety, Postoperative Pain, and Behavioral Recovery in Young Children Undergoing Surgery. Pediatrics. 2006;118(2):651-8.-33. Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.,1313. Al-Jundi SH, Mahmood AJ. Factors affecting preoperative anxiety in children undergoing general anaesthesis for dental rehabilitation. Eur Arch Paediatr Dent. 2010;11(1):32-7.

14. Kim JE, Jo BY, Oh HM, Choi HS, Lee Y. High anxiety, young age and long waits increase the need for preoperative sedatives in children. J Int Med Res. 2012;40(4):1381-9.
-1515. Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27. e temperamento33. Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.) da criança, problemas comportamentais em atendimentos de saúde1515. Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27., cirurgias e hospitalizações anteriores44. Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52.,1515. Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27., nível de conhecimento dos pais e ansiedade materna11. Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.,33. Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.,1616. Cagiran E, Sergin D, Deniz MN, Tanatti B, Emiroglu N, Alper I. Effects of sociodemographic factors and maternal anxiety on preoperative anxiety in children. J Int Med Res. 2014;42(2):572-80. como fatores associados à ansiedade pré-operatória em crianças.

No caso de cirurgias ambulatoriais, entretanto, ainda há lacunas de conhecimento sobre a prevalência e os fatores associados a esse fenômeno psicológico em crianças, possivelmente pelo fato de pais e filhos permanecerem curto período de tempo juntos no espaço hospitalar e de haver pouca disponibilidade de profissionais de saúde para uma assistência individualizada e integral que inclua a avaliação multidimensional da criança no período pré-operatório. Ressalta-se que a identificação de crianças em risco pode favorecer o uso de estratégias preventivas e evitar os prejuízos impostos à recuperação pós-operatória quando a ansiedade persiste em níveis inaceitáveis. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência e os fatores associados à ansiedade pré-operatória em crianças que aguardam cirurgia ambulatorial.

Metodologia

Trata-se de análise transversal de dados da linha de base de pesquisa longitudinal, tipo coorte prospectiva, aberta, desenvolvida em Goiânia, Brasil. As crianças foram admitidas para realização de cirurgia ambulatorial no período de abril/2013 a fevereiro/2014.

Participantes

Foram elegíveis crianças de ambos os sexos, entre 5 e 12 anos, com indicação de cirurgias eletivas tipo herniorrafia umbilical e inguinal, de caráter ambulatorial (máximo 24 horas de permanência hospitalar), porte I (máximo de duas horas de procedimento) e risco cirúrgico ASA I e II. A classificação do estado físico, de acordo com a escala da American Society of Anesthesiologists (Sociedade Americana de Anestesiologia) (ASA) (www.asahq.org/clinical/physicalstatus.htm), considera ASA I como o paciente saudável e ASA II aquele com doença sistêmica leve ou moderada, sem limitação funcional.

Os critérios de exclusão das crianças foram: ser encaminhada diretamente para a sala cirúrgica, o que impossibilitou o contato pré-operatório, apresentar necessidade de permanecer no hospital por mais de 24 horas, descaracterizando o atendimento cirúrgico ambulatorial, fazer uso de medicamentos ansiolíticos no pré-operatório e não comparecer para a cirurgia conforme agendado. No final de 10 meses, 210 crianças compuseram a amostra.

Local do estudo

A análise dos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS do Ministério da Saúde, no ano 2012, mostrou que nove (9) hospitais da cidade de Goiânia realizaram cirurgias pediátricas com abordagem ambulatorial (n=291). Entre as crianças de 5 a 12 anos, 89% das cirurgias ocorreram em um hospital de atendimento geral, 7,5% num especializado em pediatria e 3,5% nos demais. Diante disso, optou-se por selecionar, para este estudo, os dados das crianças atendidas no hospital com maior número de atendimentos nesse município, sendo que, nesse local, apenas um cirurgião pediátrico esteve como responsável pelos atendimentos cirúrgicos realizados.

Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada antes da cirurgia, na sala de espera, por duas enfermeiras treinadas na avaliação da ansiedade. Os dados sociodemográficos e econômicos foram coletados com os responsáveis pelas crianças. A avaliação da ansiedade e dor pré-operatória ocorreu por observação direta e relato da criança. Mensurou-se a intensidade da dor pré-operatória por meio de uma escala de faces impressa. Para avaliação da ansiedade pré-operatória, o observador vestiu-se com roupas comuns para evitar "ansiedade" relacionada à vestimenta branca.

Variáveis do estudo

Variável de desfecho

- Ansiedade pré-operatória - mensurada por meio da Escala de Ansiedade Pré-operatória de Yale Modificada - EAPY-m, versão traduzida e validada para o português brasileiro1717. Guaratini AA. Estudo da Ansiedade pré-operatória de Yale Modificada: Tradução, estudo de confiabilidade e utilização em crianças de 02 a 07 anos [tese]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2006..

Variáveis de exposição

- Sociodemográficas: faixa etária da criança (5-6 anos e 7-12 anos); sexo (masculino e feminino) e nível socioeconômico (classificado como classe A (classes A1 e A2), classe B (classes B1 e B2), classe C (classes C1 e C2), classe D (classe D) e classe E (classe E), por meio do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB)1818. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil. 2012 [Internet]. [Acesso 10 fev 2013]. Disponível em: www.abep.org/new/Servicos/Download.aspx?id=02
www.abep.org/new/Servicos/Download.aspx?...
, o qual considera a soma do escore referente ao grau de escolaridade do chefe de família e os escores dos itens que a família possui para determinar a classe econômica). A classe A refere-se àquela mais alta do ponto de vista socioeconômico e a classe E, à mais baixa.

- Clínicas: cirurgia anterior (sim e não), internação anterior (sim e não) e dor pré-operatória (sim e não).

Instrumentos utilizados

Avaliou-se a ansiedade pré-operatória por meio da Escala de Ansiedade Pré-operatória de Yale Modificada - EAPY-m1717. Guaratini AA. Estudo da Ansiedade pré-operatória de Yale Modificada: Tradução, estudo de confiabilidade e utilização em crianças de 02 a 07 anos [tese]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2006., medida observacional, estruturada para ser utilizada em crianças no período pré-anestésico imediato e no momento da indução anestésica. A escala EAPY foi desenvolvida e posteriormente modificada - EAPY-m (Yale Preoperative Anxiety Scale Modified) por Kain et al. (1997)1919. Kain ZN, Mayes LC, Cicchetti DV, Bagnall AL, Finley JD, Hofstadter MB. The Yale Preoperative Anxiety Scale: how does it compare with a "gold standard"? Anesth Analg. 1997;85(4):783-8.. A escala possui 27 itens distribuídos em cinco domínios de comportamento que contemplam a relação da criança com o meio em que se encontra, sendo: domínio 1 - atividades (com 4 categorias); 2 - vocalização (com 6 categorias); 3 - expressividade emocional (com 4 categorias); 4 - estado de despertar (com 4 categorias) e 5 - interação com os familiares (com 4 categorias). Para cada domínio é atribuído um escore parcial com base na pontuação observada, sendo esse escore somado àqueles dos outros domínios e, então, multiplicado por 20. Considera-se presença de ansiedade quando o somatório ultrapassar 30 pontos. O estudo que adaptou a EAPY-m para a língua portuguesa evidenciou altos índices de confiabilidade (alpha de Cronbach entre 0,88 e 0,95; coeficientes de Spearman entre 0,44 e 0,95; Kappa entre 0,79 e 1,00 e Guttman entre 0,63 e 0,90), considerando a escala confiável e reprodutível1717. Guaratini AA. Estudo da Ansiedade pré-operatória de Yale Modificada: Tradução, estudo de confiabilidade e utilização em crianças de 02 a 07 anos [tese]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2006..

A intensidade da dor pré-operatória foi mensurada por meio da Escala de Faces Revisada (FPS-R)2020. Hicks CL, von Baeyer CL, Spafforda PA, Korlaarc IV, Goodenoughc B. The Faces Pain Scale-Revised: toward a common metric in pediatric pain measurement. Pain. 2001;93:173-83., desenvolvida para crianças a partir de 4 anos de idade. A FPS-R é uma escala de seis pontos, com faces indicando crescentes intensidades. A face mais à esquerda é indicativa de ausência de dor, e as seguintes expressam quantidades crescentes até chegar à face mais à direita, que sinaliza muita dor, possibilitando à criança quantificar sua experiência dolorosa. As propriedades psicométricas da FPS-R foram testadas e a versão original traduzida para 35 idiomas (www.painsourcebook.ca). Tem sido utilizada em muitos ensaios clínicos que mostram possibilidade de identificação da dor e do alívio obtido mediante terapêutica analgésica instituída. Neste estudo, utilizou-se a versão em português brasileiro e adotou-se a métrica 0-2-4-6-8-10 para quantificar as respectivas seis (6) faces da escala2121. Poveda CLEC, Silva JA, Passareli PP, Santos J, Linhares MBM. Faces Pain Scale Revised (FPS-R) - versão em português. 2003. [Internet]. [Acesso 10 fev 2013]. Disponível em: http://www.iasp-pain.org/files/Content/ContentFolders/Resources2/FPSR/Portuguese.pdf
http://www.iasp-pain.org/files/Content/C...
.

Análise dos dados

Optou-se, aqui, por apresentar as variáveis categóricas como valor absoluto e porcentual. O desfecho ansiedade pré-operatória foi descrito por média e desvio-padrão, com ponto de corte definido como escore geral da EAPY-m maior que 30 pontos. Apresenta-se a prevalência de ansiedade com respectivo intervalo de 95% de confiança, e utiliza-se da regressão para análise bivariada e múltipla. O modelo multivariado incluiu variáveis com valor de p≤0,10 na análise bivariada. Todos os valores de p<0,05 foram considerados significativos.

Resultados

Entre as 229 crianças agendadas para cirurgias ambulatoriais, 19 (8,2%) foram excluídas da pesquisa: nove (9) por terem sido encaminhadas diretamente para a sala cirúrgica e 10 por não terem comparecido no dia da cirurgia. Assim, a amostra final foi composta por 210 crianças.

Prevaleceram crianças do sexo masculino, na faixa etária entre 7-12 anos e classe econômica C. A maioria não havia vivenciado internação e cirurgia anteriormente e aguardava herniorrafia inguinal (Tabela 1).

Na sala de espera, 11,4% das crianças referiram dor no local da hérnia a ser corrigida, com média dos escores de intensidade igual a 4,25 (dp=2,5).

Tabela 1
Distribuição das crianças, segundo as variáveis sociodemográficas e clínicas. Goiânia, GO, Brasil, 2013-2014

Observou-se prevalência de ansiedade pré-operatória de 42,0% (IC95%:35,7%-48,6%), com média dos escores de ansiedade de 30,1 (dp=8,4), segundo a escala EAPY-m.

Na análise bivariada, os fatores associados à ansiedade pré-operatória incluíram a faixa etária entre 5-6 anos (OR=2,16) e a classe socioeconômica C (OR=2,27) (Tabela 2).

Tabela 2
Potenciais fatores associados à ansiedade pré-operatória, segundo as características sociodemográficas e clínicas das crianças. Goiânia, GO, Brasil, 2013-2014

Após o ajustamento pelo sexo, faixa etária entre 5-6 anos e classe socioeconômica C, mantiveram-se associadas à ansiedade pré-operatória. Crianças com essas características tiveram chance duas vezes maior de apresentar ansiedade pré-operatória (Tabela 3).

Tabela 3
Fatores associados à ansiedade pré-operatória. Goiânia, GO, Brasil, 2013-2014

Discussão

Os resultados deste estudo evidenciam que a ansiedade pré-operatória é vivenciada por grande parte das crianças que aguardam por cirurgias ambulatoriais. Fatores como idade e nível socioeconômico influenciam a ocorrência desse fenômeno.

Observa-se que 42,0% das crianças estavam ansiosas na sala de espera do hospital. Autores brasileiros estimaram alta prevalência (81,6%) de ansiedade entre as crianças (4,67±0,96 anos) semanas antes da cirurgia, no momento da avaliação pré-operatória ambulatorial2222. Guaratini AA, Marcolino JAM, Teixeira AB, Bernardis RC, Passarelli MLB, Mathias LAST. Estudo Transversal de Ansiedade Pré-Operatória em Crianças: Utilização da Escala de Yale Modificada. Rev Bras Anestesiol. 2006;56(6):591-601.. Na avaliação de crianças com idade entre 4 e 8 anos, prevalências de 38,9%2323. Cumino DO, Cagno G, Gonçalves VFZ, Wajman DS, Mathias LAST. Impacto do tipo de informação pré-anestésica sobre a ansiedade dos pais e das crianças. Rev Bras Anestesiol. 2013;63(6):473-82. e 84,0%2424. Weber FS. The influence of playful activities on children's anxiety during the preoperative period at the outpatient surgical center. J Pediatr. (Rio J). 2010;86(3):209-14. foram encontradas na sala de espera.

Antes da realização de uma cirurgia, a criança tende a compreender esse evento como uma ameaça que, em minutos, gera diversos sentimentos1212. Garanhani ML, Valle ERM. O significado da experiência cirúrgica para a criança. Cienc Cuid Saúde 2012; 11(supl):259-66.. Prevalências divergentes de ansiedade pré-operatória podem estar relacionadas à idade das crianças avaliadas2222. Guaratini AA, Marcolino JAM, Teixeira AB, Bernardis RC, Passarelli MLB, Mathias LAST. Estudo Transversal de Ansiedade Pré-Operatória em Crianças: Utilização da Escala de Yale Modificada. Rev Bras Anestesiol. 2006;56(6):591-601.

23. Cumino DO, Cagno G, Gonçalves VFZ, Wajman DS, Mathias LAST. Impacto do tipo de informação pré-anestésica sobre a ansiedade dos pais e das crianças. Rev Bras Anestesiol. 2013;63(6):473-82.
-2424. Weber FS. The influence of playful activities on children's anxiety during the preoperative period at the outpatient surgical center. J Pediatr. (Rio J). 2010;86(3):209-14., instrumento de medida de ansiedade utilizado1919. Kain ZN, Mayes LC, Cicchetti DV, Bagnall AL, Finley JD, Hofstadter MB. The Yale Preoperative Anxiety Scale: how does it compare with a "gold standard"? Anesth Analg. 1997;85(4):783-8., falta de informações sobre a cirurgia a ser realizada, separação dos pais1010. Brewer S, Gleditsch SL, Syblik D, Tietjens ME, Vacik HW. Pediatric Anxiety: Child Life Intervention in Day Surgery. J Pediatr Nurs. 2006;21(1):13-22. e experiências anteriores em atendimentos à saúde33. Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.-44. Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52..

No presente estudo, por exemplo, após a alta da sala de recuperação pós-anestésica, as crianças voltavam para a mesma sala de espera. É muito provável que aquelas que aguardavam o momento de entrar para a sala cirúrgica tenderam a expressar maior nível de medo e ansiedade pelo fato de verem crianças pós-operadas angustiadas ou chorando. Altos níveis de ansiedade prejudicam a recuperação das crianças, além de, posteriormente, afetar a saúde física e psicológica, impedir a capacidade de lidar com o tratamento médico e gerar comportamento negativo em relação aos futuros cuidados de saúde11. Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.,44. Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52.,77. Hilly J, Hörlin AL, Kinderf J, Ghez C, Menrath S, Delivet H, et al. Preoperative preparation workshop reduces postoperative maladaptive behavior in children. Paediatr Anaesth. 2015;25(10):990-8.

8. Banchs RJ, Lerman J. Preoperative Anxiety Management, Emergence Delirium, and Postoperative Behavior. Anesthesiol Clin. 2014;32(1):1-23.
-99. Pritchard MJ. Identifying and assessing anxiety in pre-operative patients. Nurs Stand. 2009;23(51):35-40..

Com o objetivo de prevenir os efeitos desse quadro, atualmente, programas de preparação pré-operatória que incluem a participação das crianças e seus pais, antes e após a cirurgia, têm sido propostos1111. Lee JH, Jung HK, Lee GG, Kim HY, Park SG, Woo SC. Effect of behavioral intervention using smartphone application for preoperative anxiety in pediatric patients. Korean J Anesthesiol. 2013;65(6):508-18.,2525. Fortier MA, Bunzli E, Walthall J, Olshansky E, Saadat H, Santistevan R, et al. Web-based tailored intervention for preparation of parents and children for outpatient surgery (WebTIPS): formative evaluation and randomized controlled trial. Anesth Analg. 2015;120(4):915-22.-2626. Ghabeli F, Moheb N, Hosseini Nasab SD. Effect of Toys and Preoperative Visit on Reducing Children's Anxiety and their Parents before Surgery and Satisfaction with the Treatment Process. J Caring Sci. 2014;3(1):21-8..

Nesse sentido, o primeiro passo é a identificação das crianças em risco. A idade é um fator que interfere na ocorrência da ansiedade no período pré-operatório, achado consistente com os de estudos anteriores22. Kain ZN, Mayes LC, Caldwell-Andrews AA, Karas DE, McClain BC. Preoperative Anxiety, Postoperative Pain, and Behavioral Recovery in Young Children Undergoing Surgery. Pediatrics. 2006;118(2):651-8.-33. Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.,1313. Al-Jundi SH, Mahmood AJ. Factors affecting preoperative anxiety in children undergoing general anaesthesis for dental rehabilitation. Eur Arch Paediatr Dent. 2010;11(1):32-7.

14. Kim JE, Jo BY, Oh HM, Choi HS, Lee Y. High anxiety, young age and long waits increase the need for preoperative sedatives in children. J Int Med Res. 2012;40(4):1381-9.
-1515. Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27.. Na população pediátrica, a percepção do fenômeno ansiedade depende, também, do estágio de desenvolvimento e potencial cognitivo da criança, uma vez que respostas distintas podem ser observadas entre aquelas que estão diante do mesmo agente estressor2727. Muris P, Mayer B, Freher NK, Duncan S, van den Hout A. Children's internal attributions of anxiety-related physical symptoms: age-related patterns and the role of cognitive development and anxiety sensitivity. Child Psychiatry Hum Dev. 2010;41(5):535-48..

Crianças menores de sete anos (pré-escolares), por exemplo, são capazes de relacionar a ansiedade a um sintoma físico2727. Muris P, Mayer B, Freher NK, Duncan S, van den Hout A. Children's internal attributions of anxiety-related physical symptoms: age-related patterns and the role of cognitive development and anxiety sensitivity. Child Psychiatry Hum Dev. 2010;41(5):535-48.. Ante um procedimento cirúrgico iminente, buscam explicações para a situação por apresentarem temor em relação à cirurgia2626. Ghabeli F, Moheb N, Hosseini Nasab SD. Effect of Toys and Preoperative Visit on Reducing Children's Anxiety and their Parents before Surgery and Satisfaction with the Treatment Process. J Caring Sci. 2014;3(1):21-8.. Já as mais velhas (escolares), com desenvolvimento cognitivo mais avançado, podem envolver-se na tomada de decisão e o sentimento de medo certamente residirá na possibilidade de não conseguirem se recuperar da anestesia2626. Ghabeli F, Moheb N, Hosseini Nasab SD. Effect of Toys and Preoperative Visit on Reducing Children's Anxiety and their Parents before Surgery and Satisfaction with the Treatment Process. J Caring Sci. 2014;3(1):21-8.. Portanto, a criança deve ser tratada e compreendida de forma individualizada, considerando a fase de desenvolvimento em que se encontra, o que representa um desafio para profissionais e pais que vivenciam a situação. Pesquisas sobre ansiedade pré-operatória em crianças em diferentes estágios de desenvolvimento são desejadas.

Com relação ao nível socioeconômico, as evidências reforçam a relação dessa variável com ansiedade pré-operatória em crianças. No entanto, entre os estudos encontrados1515. Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27.-1616. Cagiran E, Sergin D, Deniz MN, Tanatti B, Emiroglu N, Alper I. Effects of sociodemographic factors and maternal anxiety on preoperative anxiety in children. J Int Med Res. 2014;42(2):572-80., em que a ansiedade foi avaliada durante a indução anestésica, as associações não foram significativas.

Entende-se que o nível socioeconômico pode refletir em diferentes condições físicas e psicológicas entre as crianças e, consequentemente, levar ao enfrentamento ineficaz diante de novas situações, como a cirurgia. Ademais, a maioria das crianças que participaram dessa pesquisa pertencia à classe socioeconômica C e foi atendida em um hospital público, cuja demanda pelos serviços e taxa de procedimentos/dia/profissional são elevadas, o que pode reduzir a oferta de cuidado individualizado no período pré-operatório e prejudicar a identificação de necessidades específicas de atenção à saúde.

Enfermeiros são profissionais efetivamente capazes de influenciar a experiência das crianças2828. Martin SR, Chorney JM, Tan ET, Fortier MA, Blount RL, Wald SH, et al. Changing healthcare providers' behavior during pediatric inductions with an empirically based intervention. Anesthesiology. 2011;115(1):18-27. e dos pais2929. Delaney D, Bayley EW, Olszewsky P, Gallagher J. Parental Satisfaction With Pediatric Preoperative Assessment and Education in a Presurgical Care Center. J PeriAnesthesia Nurs. 2015;30(4):290-300. no ambiente perioperatório. A eles cabe a avaliação multidimensional da criança como rotina do serviço3030. Chieng YJ, Chan WC, Klainin-Yobas P, He HG. Perioperative anxiety and postoperative pain in children and adolescents undergoing elective surgical procedures: a quantitative systematic review. J Adv Nurs. 2014;70(2):243-55., uma vez que variáveis psicológicas, sociais e econômicas podem interferir na adequada recuperação cirúrgica3131. Smith L, Callery P. Children's accounts of their preoperative information needs. J Clin Nurs. 2005;14:230-8..

Nesse sentido, busca-se neste estudo contribuir para o avanço do conhecimento sobre ansiedade no período que antecede uma cirurgia ambulatorial pediátrica, sinalizando a necessidade de investigações que considerem a avaliação desse fenômeno em todo o perioperatório. Entre suas limitações, há de se mencionar a falta de avaliação da ansiedade dos pais, uma vez que a presença de ansiedade na criança pode estar relacionada aos altos níveis de ansiedade materna11. Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.,1515. Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27.-1616. Cagiran E, Sergin D, Deniz MN, Tanatti B, Emiroglu N, Alper I. Effects of sociodemographic factors and maternal anxiety on preoperative anxiety in children. J Int Med Res. 2014;42(2):572-80.,2525. Fortier MA, Bunzli E, Walthall J, Olshansky E, Saadat H, Santistevan R, et al. Web-based tailored intervention for preparation of parents and children for outpatient surgery (WebTIPS): formative evaluation and randomized controlled trial. Anesth Analg. 2015;120(4):915-22.-2626. Ghabeli F, Moheb N, Hosseini Nasab SD. Effect of Toys and Preoperative Visit on Reducing Children's Anxiety and their Parents before Surgery and Satisfaction with the Treatment Process. J Caring Sci. 2014;3(1):21-8..

Conclusão

Elevada proporção de crianças que aguardam tratamento cirúrgico ambulatorial experimenta ansiedade pré-operatória. A idade e o nível socioeconômico influenciam na ocorrência desse fenômeno.

Tais evidências remetem à necessidade de avaliações com abordagem biopsicossocial das crianças, visando o adequado manejo da ansiedade no período pré-operatório, recuperação precoce e redução de prejuízos pós-operatórios.

References

  • 1
    Fortier MA, Del Rosario AM, Martin SR, Kain ZN. Perioperative anxiety in children. Pediatr Anesth. 2010;20(4):318-22.
  • 2
    Kain ZN, Mayes LC, Caldwell-Andrews AA, Karas DE, McClain BC. Preoperative Anxiety, Postoperative Pain, and Behavioral Recovery in Young Children Undergoing Surgery. Pediatrics. 2006;118(2):651-8.
  • 3
    Kain ZN, Mayes LC, O'Connor TZ, Cicchetti DV. Preoperative anxiety in children. Predictors and outcomes. Arch Pediatr Adolesc Med. 1996;150(12):1238-45.
  • 4
    Chieng YJS, Chan WCS, Liam JLW, Klainin-Yobas P, Wang W, He HG. Exploring influencing factors of postoperative pain in school-age children undergoing elective surgery. J Specialists Pediatr Nurs. 2013;18:243-52.
  • 5
    Borsook D, George E, Kussman B, Becerra L. Anesthesia and perioperative stress: Consequences on neural networks and postoperative behaviors. Progress in Neurobiology. 2010;92:601-12.
  • 6
    Chorney JM, Tan ET, Martin SR, Fortier MA, Kain ZN. Childrens behaviour in the post-anesthesia care unit: the development of the child behaviour coding system-PACU (CBCS-P). J Pediatr Psychol. 2012;37(3):338-47.
  • 7
    Hilly J, Hörlin AL, Kinderf J, Ghez C, Menrath S, Delivet H, et al. Preoperative preparation workshop reduces postoperative maladaptive behavior in children. Paediatr Anaesth. 2015;25(10):990-8.
  • 8
    Banchs RJ, Lerman J. Preoperative Anxiety Management, Emergence Delirium, and Postoperative Behavior. Anesthesiol Clin. 2014;32(1):1-23.
  • 9
    Pritchard MJ. Identifying and assessing anxiety in pre-operative patients. Nurs Stand. 2009;23(51):35-40.
  • 10
    Brewer S, Gleditsch SL, Syblik D, Tietjens ME, Vacik HW. Pediatric Anxiety: Child Life Intervention in Day Surgery. J Pediatr Nurs. 2006;21(1):13-22.
  • 11
    Lee JH, Jung HK, Lee GG, Kim HY, Park SG, Woo SC. Effect of behavioral intervention using smartphone application for preoperative anxiety in pediatric patients. Korean J Anesthesiol. 2013;65(6):508-18.
  • 12
    Garanhani ML, Valle ERM. O significado da experiência cirúrgica para a criança. Cienc Cuid Saúde 2012; 11(supl):259-66.
  • 13
    Al-Jundi SH, Mahmood AJ. Factors affecting preoperative anxiety in children undergoing general anaesthesis for dental rehabilitation. Eur Arch Paediatr Dent. 2010;11(1):32-7.
  • 14
    Kim JE, Jo BY, Oh HM, Choi HS, Lee Y. High anxiety, young age and long waits increase the need for preoperative sedatives in children. J Int Med Res. 2012;40(4):1381-9.
  • 15
    Davidson AJ, Shrivastava PP, Jamsen K, Huang GH, Czarnecki C, Gibson MA, et al. Risk factors for anxiety at induction of anesthesia in children: a prospective cohort study. Pediatr Anesth 2006;16:919-27.
  • 16
    Cagiran E, Sergin D, Deniz MN, Tanatti B, Emiroglu N, Alper I. Effects of sociodemographic factors and maternal anxiety on preoperative anxiety in children. J Int Med Res. 2014;42(2):572-80.
  • 17
    Guaratini AA. Estudo da Ansiedade pré-operatória de Yale Modificada: Tradução, estudo de confiabilidade e utilização em crianças de 02 a 07 anos [tese]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2006.
  • 18
    Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Critério de Classificação Econômica Brasil. 2012 [Internet]. [Acesso 10 fev 2013]. Disponível em: www.abep.org/new/Servicos/Download.aspx?id=02
    » www.abep.org/new/Servicos/Download.aspx?id=02
  • 19
    Kain ZN, Mayes LC, Cicchetti DV, Bagnall AL, Finley JD, Hofstadter MB. The Yale Preoperative Anxiety Scale: how does it compare with a "gold standard"? Anesth Analg. 1997;85(4):783-8.
  • 20
    Hicks CL, von Baeyer CL, Spafforda PA, Korlaarc IV, Goodenoughc B. The Faces Pain Scale-Revised: toward a common metric in pediatric pain measurement. Pain. 2001;93:173-83.
  • 21
    Poveda CLEC, Silva JA, Passareli PP, Santos J, Linhares MBM. Faces Pain Scale Revised (FPS-R) - versão em português. 2003. [Internet]. [Acesso 10 fev 2013]. Disponível em: http://www.iasp-pain.org/files/Content/ContentFolders/Resources2/FPSR/Portuguese.pdf
    » http://www.iasp-pain.org/files/Content/ContentFolders/Resources2/FPSR/Portuguese.pdf
  • 22
    Guaratini AA, Marcolino JAM, Teixeira AB, Bernardis RC, Passarelli MLB, Mathias LAST. Estudo Transversal de Ansiedade Pré-Operatória em Crianças: Utilização da Escala de Yale Modificada. Rev Bras Anestesiol. 2006;56(6):591-601.
  • 23
    Cumino DO, Cagno G, Gonçalves VFZ, Wajman DS, Mathias LAST. Impacto do tipo de informação pré-anestésica sobre a ansiedade dos pais e das crianças. Rev Bras Anestesiol. 2013;63(6):473-82.
  • 24
    Weber FS. The influence of playful activities on children's anxiety during the preoperative period at the outpatient surgical center. J Pediatr. (Rio J). 2010;86(3):209-14.
  • 25
    Fortier MA, Bunzli E, Walthall J, Olshansky E, Saadat H, Santistevan R, et al. Web-based tailored intervention for preparation of parents and children for outpatient surgery (WebTIPS): formative evaluation and randomized controlled trial. Anesth Analg. 2015;120(4):915-22.
  • 26
    Ghabeli F, Moheb N, Hosseini Nasab SD. Effect of Toys and Preoperative Visit on Reducing Children's Anxiety and their Parents before Surgery and Satisfaction with the Treatment Process. J Caring Sci. 2014;3(1):21-8.
  • 27
    Muris P, Mayer B, Freher NK, Duncan S, van den Hout A. Children's internal attributions of anxiety-related physical symptoms: age-related patterns and the role of cognitive development and anxiety sensitivity. Child Psychiatry Hum Dev. 2010;41(5):535-48.
  • 28
    Martin SR, Chorney JM, Tan ET, Fortier MA, Blount RL, Wald SH, et al. Changing healthcare providers' behavior during pediatric inductions with an empirically based intervention. Anesthesiology. 2011;115(1):18-27.
  • 29
    Delaney D, Bayley EW, Olszewsky P, Gallagher J. Parental Satisfaction With Pediatric Preoperative Assessment and Education in a Presurgical Care Center. J PeriAnesthesia Nurs. 2015;30(4):290-300.
  • 30
    Chieng YJ, Chan WC, Klainin-Yobas P, He HG. Perioperative anxiety and postoperative pain in children and adolescents undergoing elective surgical procedures: a quantitative systematic review. J Adv Nurs. 2014;70(2):243-55.
  • 31
    Smith L, Callery P. Children's accounts of their preoperative information needs. J Clin Nurs. 2005;14:230-8.
  • 1
    Artigo extraído da dissertação de mestrado "Incidência e fatores preditores da dor pós-operatória em crianças submetidas a cirurgias ambulatoriais em Goiânia, Goiás: uma coorte prospectiva", apresentada à Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    18 Fev 2015
  • Aceito
    26 Nov 2015
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Av. Bandeirantes, 3900, 14040-902 Ribeirão Preto SP Brazil, Tel.: +55 (16) 3315-3451 / 3315-4407 - Ribeirão Preto - SP - Brazil
E-mail: rlae@eerp.usp.br