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Modelo preditivo de fragilidade física em idosos longevos1 1 Artigo extraído da tese de doutorado “Síndrome da Fragilidade Física e fatores clínicos associados em idosos longevos usuários da atenção básica de saúde”, apresentada ao Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

apresentar um modelo preditivo de fragilidade física para idosos longevos usuários da atenção básica de saúde, segundo variáveis clínicas.

Método:

estudo transversal com amostra estratificada proporcional de 243 idosos longevos. Os dados foram coletados por meio de formulário clínico estruturado, testes de aferição da força de preensão manual e velocidade da marcha, verificação da perda de peso, fadiga/exaustão e nível de atividade física. Para análise dos dados, foi empregada análise univariada e multivariada por regressão logística (p<0,05), que resultou em modelos preditores, dos quais foram calculados odds ratio (Intervalo de Confiança 95%). Cada modelo foi avaliado pela análise de deviance, valor preditivo, especificidade e sensibilidade, sendo considerado elegível o mais parcimonioso. Todos os preceitos éticos e legais foram atendidos.

Resultados:

o modelo preditivo eleito foi composto pelas variáveis doenças metabólicas, dislipidemias e hospitalização nos últimos 12 meses.

Conclusão:

infere-se que variáveis clínicas interferem no desenvolvimento da síndrome da fragilidade física em idosos longevos usuários da atenção básica de saúde. A eleição de um modelo de regressão de fragilidade física constitui-se como o primeiro passo na elaboração de condutas clínicas de avaliação de idosos longevos na atenção primária.

Descritores:
Idoso; Idoso de 80 Anos ou Mais; Idoso Fragilizado; Envelhecimento; Enfermagem Geriátrica; Morbidade

ABSTRACT

Objective:

to present a physical frailty prediction model for oldest old users of primary health care, according to clinical variables.

Method:

cross-sectional study with proportional stratified sample of 243 oldest old subjects. Data were collected through a structured clinical questionnaire, handgrip strength test, walking speed, weight loss, fatigue/exhaustion, and physical activity level. For the analysis of the data, univariate and multivariate analysis by logistic regression were used (p<0.05), which resulted in prediction models. The odds ratios (95% Confidence Interval) of the models were calculated. Each model was evaluated by deviance analysis, likelihood ratios, specificity and sensitivity, considering the most adequate. All ethical and legal precepts were followed.

Results:

the prediction model elected was composed of metabolic diseases, dyslipidemias and hospitalization in the last 12 months.

Conclusion:

clinical variables interfere in the development of the physical frailty syndrome in oldest old users of basic health unit. The choice of a physical frailty regression model is the first step in the elaboration of clinical methods to evaluate the oldest old in primary care.

Descriptors:
Aged; Aged, 80 and Over; Frail Elderly; Aging; Geriatric Nursing; Morbidity

RESUMEN

Objetivo:

presentar un modelo predictivo de fragilidad física para adultos mayores longevos, usuarios de la atención básica de salud, según variables clínicas.

Método:

estudio transversal con muestra estratificada proporcional de 243 adultos mayores longevos. Los datos se colectaron por medio de formulario clínico estructurado, pruebas de medición de fuerza de prensión manual y de velocidad de la marcha, comprobación de la pérdida de peso, fatiga/agotamiento y nivel de actividad física. Para examinar los datos se empleó el análisis univariado y multivariado por regresión logística (p<0,05), que resultó en modelos predictores de los cuales se calculó la razón de momios (RM, odds ratio en inglés) con Intervalo de Confianza del 95%. Cada modelo se evaluó mediante el análisis de la devianza, valor predictivo, especificidad y sensibilidad, siendo considerado elegible el más parsimonioso. Se atendieron todos los preceptos éticos y legales.

Resultados:

el modelo predictivo electo estaba compuesto por las variables enfermedades metabólicas, dislipidemias y hospitalización en los últimos 12 meses.

Conclusión:

se infiere que las variables clínicas interfieren en el desarrollo del síndrome de fragilidad física en adultos mayores longevos usuarios de la atención básica de salud. La elección de un modelo de regresión de fragilidad física se constituye como el primer paso para la elaboración de conductas clínicas de evaluación de adultos mayores longevos en la atención primaria.

Descriptores:
Anciano; Anciano de 80 o más Años; Anciano Frágil; Envejecimiento; Enfermería Geriátrica; Morbilidad

Introdução

A senescência é representada por inevitáveis modificações estruturais, fisiológicas e funcionais no organismo. Para alguns indivíduos, tais mudanças são acentuadas e ocasionam o aumento do risco de morbimortalidade, enquanto os demais se mantêm robustos, mesmo em idade avançada. Diante da heterogeneidade do processo de envelhecimento, o conceito de fragilidade tem sido cada vez mais discutido.

A fragilidade física representa uma síndrome médica multicausal, com diversos fatores associados, sendo caracterizada pela diminuição de força, resistência e aumento da vulnerabilidade individual para desenvolvimento de dependência e/ou morte11 Morley JE, Vellas B, van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, et al. Frailty consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2013 Jun [cited Fev 12, 2017];14(6):392-7. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2013.03.022
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. Essa síndrome representa um importante marcador de reserva fisiológica e indicador de risco de desfechos negativos à saúde dos idosos longevos22 Gale CR, Cooper C, Sayer AA. Prevalence of frailty and disability: findings from the English Longitudinal Study of Ageing. Age Ageing. [Internet]. 2015 Jan [cited Fev 12, 2017];44(1):162-5. doi: http://dx.doi.org/10.1093/ageing/afu148
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-33 Morley JE. Frailty and sarcopenia: the new geriatric giants. Rev Invest Clin. [Internet]. 2016 Mar/Apr [cited Fev 12, 2017]; 68(2):59-67. Available from: http://clinicalandtranslationalinvestigation.com/files/ric_2016_68_2_059-067.pdf
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.

Na busca por operacionalizar um fenótipo da fragilidade, autores internacionais desenvolveram um modelo pautado nos marcadores diminuição da força de preensão manual, autorrelato de fadiga/exaustão, diminuição da velocidade da marcha, perda involuntária de peso e diminuição do nível de atividade física44 Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2001 Mar [cited Fev 5, 2017]; 56(3):146-56. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11253156
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. Idosos sem nenhum dos marcadores são considerados não frágeis, aqueles com um ou dois são chamados de pré-frágeis e três ou mais caracterizam os idosos frágeis.

Os idosos longevos são destacados como grupo etário que deve ser rastreado, mesmo sem evidências de incapacidade11 Morley JE, Vellas B, van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, et al. Frailty consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2013 Jun [cited Fev 12, 2017];14(6):392-7. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2013.03.022
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,55 Gordon AL, Masud T, Gladman JRF. Now that we have a definition for physical frailty, what shape should frailty medicine take? Age Ageing. [Internet]. 2014 Jan [cited Fev 12, 2017];43(1):8-9. doi: http://dx.doi.org/10.1093/ageing/aft161
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-66 Lenardt MH, Grden CRB, Sousa JAV, Reche PM, Betiolli SE, Ribeiro DKMN. Factors associated with loss of handgrip strength in long-lived elderly. Rev Esc Enferm USP. [Internet]. 2014 Dec [cited Fev 12, 2017];48(6):1006-12. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420140000700007
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. A prevalência elevada de fragilidade física associada ao aumento da demanda dos serviços de saúde por idosos longevos estimulou o debate quanto à definição de preditores que permitam uma melhor avaliação, caracterização e acompanhamento desse segmento etário77 Ding YY, Kuha J, Murphy M. Multidimensional predictors of physical frailty in older people: identifying how and for whom they exert their effects. Biogerontology. [Internet]. 2017 Apr [cited Jul 12, 2017];18(2):237-52. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s10522-017-9677-9
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.

Entre os diversos fatores relacionados ao desenvolvimento e agravamento da síndrome, destacam-se os clínicos. Estudo transversal internacional desenvolvido com 115 participantes de 65 anos ou mais no hospital universitário de Singapura destacou a relação da síndrome com admissões hospitalares recorrentes, polifarmácia e eventos de quedas88 Tan LF, Lim ZY, Choe R, Seetharaman S, Merchant R. Screening for frailty and sarcopenia among older persons in medical outpatient clinics and its associations with healthcare burden. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2017 Feb [cited Apr 15, 2017]. pii: S1525-8610(17)30035-X. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2017.01.004
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. Outro estudo longitudinal internacional desenvolvido com 2.925 idosos italianos com média de 74,4 anos apontou que variáveis clínicas, como polifarmácia, doenças crônicas e obesidade, podem agravar o nível de fragilidade de idosos99 Trevisan C, Veronese N, Maggi S, Baggio G, Toffanello ED, Zambon S, et al. Factors influencing transitions between frailty states in elderly adults: The Progetto Veneto Anziani Longitudinal Study. J Am Geriatr Soc. [Internet]. 2017 Jan [cited Apr 15, 2017];65(1):179-84. doi: http://dx.doi.org/10.1111/jgs.14515
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. Resultados semelhantes foram obtidos em estudo transversal nacional realizado com 385 idosos independentes em Ribeirão Preto, São Paulo, o qual destacou que os idosos frágeis tiveram maior chance de internação nos últimos 12 meses, foram a mais consultas médicas, bem como tiveram eventos cerebrovasculares, diabetes, incontinência urinária e fecal, osteoporose e neoplasias1010 Calado LB, Ferriolli E, Moriguti JC, Martinez EZ, Lima NKC. Frailty syndrome in an independente urban population in Brazil (FIBRA Study): a cross-sectional populational study. Sao Paulo Med J. [Internet]. 2016 Oct [cited Fev 12, 2017];134(5):385-92. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1516-3180.2016.0078180516
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.

A identificação da presença de fatores clínicos adversos à saúde do idoso associada à avaliação criteriosa dos marcadores de fragilidade física permite a gestão adequada da síndrome, com elaboração de intervenções efetivas no cuidado aos idosos.

Uma das possíveis estratégias para rastreio da fragilidade física em idosos é a utilização de modelos preditivos da síndrome. Autores internacionais destacam que essa é uma ferramenta simples, clinicamente relevante e que permite o uso de dados rotineiramente coletados de modo sistemático, otimizando a qualidade e confiabilidade das informações1111 Soong J, Poots AJ, Scott S, Donald K, Bell D. Developing and validating a risk prediction model for acute care based on frailty syndromes. BMJ Open. [Internet]. 2015 [cited Fev 12, 2017];5:e008457. doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2015-008457
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. Para o enfermeiro na atenção primária, o uso de estratégias como essa favorece a rapidez e eficácia no atendimento prestado aos idosos.

O presente estudo teve como objetivo apresentar um modelo preditivo de fragilidade física para idosos longevos usuários da atenção básica de saúde, segundo variáveis clínicas.

Método

Trata-se de um estudo transversal desenvolvido em domicílios da área de abrangência de três Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Curitiba, Paraná. Foram critérios de escolha das UBS: possuir usuários que representam as classes de renda C, D e E1212 Kamakura W, Mazzon JA. Socioeconomic stratification criteria and classification tools in Brazil. Rev Adm Empresas. [Internet]. 2016 [cited Mar 20, 2018];56(1):55-70. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020160106
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, uma vez que o intervalo de classe A e B não é contemplado no atendimento das UBS; e apresentar número significativo de idosos cadastrados. A população foi constituída por idosos, com idade igual ou superior a 80 anos, cadastrados nas respectivas UBS.

Adotou-se a amostragem do tipo estratificada proporcional por considerar que nenhuma das UBS foi superestimada ou subestimada. Para o cálculo amostral, considerou-se um poder beta de 80% (1-ß), nível de significância 5% (α=0,05) e uma diferença mínima significativa de 10% entre as proporções de idosos longevos com a síndrome. Da população de 503 idosos longevos, acrescentou-se 10% ao tamanho da amostra pelas possibilidades de perdas e recusas, o que resultou em uma amostra final de 243 idosos longevos.

A seleção dos idosos foi aleatória, por meio de sorteio em lista de idosos longevos cadastrados nas UBS selecionadas. Para cada sorteado, foram realizadas, no máximo, três tentativas de visita. No caso de recusa, impossibilidade de participação ou ausência do domicílio, outro longevo foi sorteado, até o alcance do contingente amostral de cada UBS.

Estabeleceram-se os seguintes critérios de inclusão dos idosos longevos: (a) idade igual ou superior a 80 anos; (b) estar cadastrado em uma das UBS da pesquisa; (c) obter pontuação superior ao ponto de corte na aplicação da testagem cognitiva do Mini Exame do Estado Mental (MEEM)1313 Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. “Mini-mental state”: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res. [Internet]. 1975 Nov [cited Fev 12, 2017];12(3):189-98. doi: http://dx.doi.org/10.1016/0022-3956(75)90026-6
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, sendo 13 pontos para analfabetos, 18 para baixa (1 a 4 anos incompletos) e média (4 a 8 anos incompletos) escolaridade e 26 pontos para alta (8 anos ou mais) escolaridade1414 Bertolucci PH, Brucki SM, Campacci SR, Juliano Y. The Mini-Mental State Examination in a general population: impact of educational status. Arq Neuropsiquiatr. [Internet]. 1994 Mar [cited Fev 12, 2017];52(1):1-7. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0004-282X1994000100001
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. Excluíram-se os idosos longevos em tratamento quimioterápico ou com diagnósticos prévios de doenças ou déficits mentais graves que impedissem a participação no estudo.

No caso de idosos sem condições cognitivas para responder às questões da pesquisa (n=36) nessa etapa, foi convidado a participar o cuidador familiar, para o qual foram elencados os seguintes critérios de inclusão: a) ter idade igual ou superior a 18 anos; b) ser cuidador familiar; c) residir com o idoso há, pelo menos, três meses.

Os dados foram coletados no período de janeiro de 2013 a setembro de 2015, no domicílio do idoso longevo, por meio de questionário clínico estruturado, aplicação de escalas e realização de testes físicos que compõem a avaliação da fragilidade física. A coleta foi realizada por bolsistas de iniciação científica, mestrandos e doutorandos, após treinamento prévio. Um estudo piloto com dez idosos longevos foi realizado para verificação e adequação do questionário.

O questionário clínico foi constituído por questões específicas sobre os aspectos clínicos dos idosos longevos, inspirado nas seções II (Saúde física) e III (Utilização de serviços médicos e dentários) do questionário multidimensional Brazil Old Age Schedule (BOAS), elaborado e validado para avaliação da população idosa de um grande centro urbano brasileiro1515 Veras RP, Souza CAM, Cardoso RF, Milioli R, Silva SD. Research into elderly populations-the importance of the instrument and the training of the team: a methodological contribution. Rev Saúde Pública. [Internet]. 1988 [cited Fev 12, 2017];22(6):513-8. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101988000600008
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. Investigaram-se as seguintes variáveis clínicas: relato de doenças, eventos de quedas nos últimos 12 meses, hospitalizações nos últimos 12 meses e uso de medicamentos.

Os marcadores da síndrome foram avaliados com base no proposto pelo fenótipo da fragilidade44 Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdiener J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2001 Mar [cited Fev 5, 2017]; 56(3):146-56. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11253156
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, com algumas adaptações.

A força de preensão manual (FPM) foi aferida por meio de dinamômetro hidráulico Jamar®, sendo realizadas três medidas com a mão dominante, em quilograma/força (Kgf), intercaladas por um minuto para retorno da força, com registro da medida mais alta1616 Roberts JE, Denison HJ, Martin HJ, Patel HP, Syddall H, Cooper C, et al. A review of the measurement of grip strength in clinical and epidemiological studies: towards a standardised approach. Age Ageing. [Internet]. 2011 Jul [cited Apr 15, 2017];40(4):423-9. doi: http://dx.doi.org/10.1093/ageing/afr051
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. Realizou-se ajuste do valor conforme sexo e índice de massa corpórea (IMC, em Kg/m2), considerando-se os valores no quintil inferior como marcadores de fragilidade física (Figura 1).

Figura 1
Pontos de corte para força de preensão manual ajustados conforme sexo e índice de massa corpórea dos idosos longevos participantes. Curitiba, PR, Brasil, 2015

Para avaliar a velocidade da marcha (em m/s), o idoso foi orientado a caminhar uma distância de seis metros, de maneira habitual, em superfície plana, sinalizada por duas marcas distantes quatro metros uma da outra. A fim de reduzir efeitos de aceleração e desaceleração, o primeiro e o último metro da caminhada não foram cronometrados, contabilizando apenas o percurso de quatro metros. Estudo internacional de revisão de literatura, que avaliou a aplicabilidade de testes de velocidade da marcha, destacou que a marcação dos seis metros tem sido muito utilizada com idosos e, de modo usual, podem ser cronometrados de 4 a 6 metros de marcha, de acordo com a finalidade do estudo1717 Graham JE, Ostir GV, Kuo Y, Fisher SR, Ottenbacher JK. Relationship Between Test Methodology and Mean Velocity in Timed Walk Tests: A Review. Arch Phys Med Rehabil. [Internet]. 2008 May [cited Fev 12, 2017];89(5):865-72. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.apmr.2007.11.029
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.

Após ajuste para sexo e altura, foram considerados marcadores de fragilidade os valores iguais ou superiores aos pontos de corte (Figura 2).

Figura 2
Pontos de corte para velocidade da marcha ajustados conforme sexo e altura dos idosos longevos participantes. Curitiba, PR, Brasil, 2015

A perda de peso foi verificada por meio do autorrelato do idoso longevo quanto às questões: a) O(A) senhor(a) perdeu peso nos últimos doze meses?; b) Se sim, quantos quilos?. O idoso longevo que declarou perda de peso corporal maior ou igual a 4,5 Kg nos últimos doze meses, de forma não intencional, foi considerado com marcador para fragilidade física.

O marcador fadiga/exaustão foi verificado com base em autorrelato do idoso longevo para o questionamento “Você se sente cheio de energia?”, presente na Escala de Depressão, do Centro de Estudos Epidemiológicos1818 Radloff LS. The CES-D scale: a self-report depression scale for research in the general population. Appl Psychol Meas. [Internet]. 1977 [cited Fev 12, 2017];1(3):385-401. doi: http://dx.doi.org/10.1177/014662167700100306
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. A resposta negativa do idoso longevo à questão proposta representou o marcador de fragilidade.

Para avaliação do nível de atividade física, foi utilizado o Questionário de Nível de Atividade Física para Idosos - CuritibAtiva, que contém vinte questões relacionadas à frequência e ao tempo de atividades realizadas na última semana pelo idoso, classificando-o ao final da avaliação como inativo (0-32 pontos), pouco ativo (33-82 pontos), moderadamente ativo (83-108 pontos), ativo (109-133 pontos) ou muito ativo (134 pontos ou mais)1919 Rauchbach R, Wendling NMS. Building evolution of an evaluation instrument of the physical activity level for old people - Curitibativa. FIEP Bull. [Internet]. 2009 [cited Mar 20, 2018];79(2):543-7. Available from: http://www.fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/viewFile/3405/6635
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. Representou marcador de fragilidade a classificação de inativo ou pouco ativo, conforme o instrumento.

As análises estatísticas foram realizadas no software Statistica10. Para caracterização clínica da amostra, foram realizadas análises descritivas por meio da distribuição de frequência absoluta e percentual, média e desvio padrão, além de outras medidas de tendência central (moda e mediana).

A análise univariada foi verificada por meio do teste de qui-quadrado, com valor de p<0,05, por meio do qual foi avaliada isoladamente cada variável clínica em relação à resposta de interesse - a fragilidade. Na análise multivariada, mediante regressão logística, examinaram-se dois grupos (análise de Cluster), com junção das categorias Pré-frágil e Não Frágil. Optou-se pela junção das categorias Pré-frágil e Não Frágil devido à regressão logística ser basicamente limitada a dois grupos. Foi definida como resposta prioritária (evento de interesse) para previsão a resposta Frágil, atribuindo-se a outra categoria, Não Frágil, o seu complemento, seguindo um modelo associado à distribuição Binomial.

Para elaboração do modelo preditivo, incluíram-se inicialmente todas as variáveis clínicas do estudo, com posterior utilização do método forward stepwise para inserção daquelas que apresentaram p-valor individual mais baixo. Foram calculadas as respectivas odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% das variáveis inseridas em cada modelo.

Cada modelo foi avaliado pela análise de deviance, valor preditivo, especificidade e sensibilidade, sendo considerado elegível para este estudo o mais parcimonioso. Com isso, totalizaram três modelos possíveis de predição da fragilidade física em idosos longevos usuários da atenção básica em saúde, segundo variáveis clínicas.

O desenvolvimento do estudo atendeu às normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos, seguindo o disposto na resolução no. 466/2012, com aprovação em 28 de novembro de 2012, sob o registro CEP/SD: 156.413 e CAAE: 07993712.8.0000.0102, do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná.

Resultados

A amostra final foi composta por 243 idosos longevos, dos quais cabe destacar o predomínio do sexo feminino (161; 66,3%), com idade mínima e máxima, respectivamente, de 80 e 98 anos (média=84,4±3,8), viúvos (158; 65%), com baixa escolaridade (137; 56,4%) e que residiam com familiares (144; 59,3%).

Da amostra total, 36 (14,8%) idosos longevos foram classificados como Frágeis, 52 (21,4%) Não Frágeis e 155 (63,8%) Pré-frágeis. A maioria autorreferiu alguma doença (236; 97,1%), não relatou quedas (132; 54,3%) ou hospitalização prévias (193; 79,4%) e fazia uso de algum fármaco (233; 95,9%). Houve associação significativa entre fragilidade física e hospitalização nos últimos 12 meses (p=0,0454) (Tabela 1).

Tabela 1
Associação da fragilidade física às características clínicas dos idosos longevos. Curitiba, PR, Brasil, 2015

Quanto às doenças autorrelatadas, a maioria referiu doenças cardiovasculares (n=211; 86,8%) e negou doenças osteomusculares (n=148; 60,9%), digestivas (n=217; 89,3%), metabólicas (n=165; 67,9%), respiratórias (n=220; 90,5%), dislipidemia (n=188; 77,4%) e outras doenças (n=191; 78,6%).

Quanto ao relato de medicamentos consumidos pelos idosos longevos, houve predomínio do uso de 2 ou mais fármacos do grupo de anti-hipertensivos, diuréticos e vasodilatadores (n=113; 46,5%). A maioria não relatou o consumo dos medicamentos de outros grupos de fármacos investigados. Houve associação significativa entre a síndrome da fragilidade e o grupo de fármacos classificados como antidiabéticos (p=0,0248).

Observa-se na Tabela 2 os três modelos logísticos preditivos de fragilidade física para idosos longevos, considerando variáveis clínicas.

Tabela 2
Modelos preditivos de fragilidade física em idosos longevos, segundo variáveis clínicas. Curitiba, PR, Brasil, 2015

O Modelo Completo apresentou pior desempenho em comparação aos demais, por não evidenciar significância estatística (p=0,303) e obter menores taxas de acerto de Frágeis (20,6%) e Não-frágeis (88,7%), bem como altos índices de falsos Frágeis (35,2%) e Não-frágeis (47,2%). Os Modelos 1 e 2 assemelham-se na capacidade preditiva (65% - 65,8%), sensibilidade (55,5% - 58,3%) e especificidade (66,6% - 67,1%) (Tabela 3).

Tabela 3
Comparação dos Modelos preditivos de fragilidade física em idosos longevos, segundo variáveis clínicas. Curitiba, PR, Brasil, 2015

O Modelo 1 destaca-se dos demais ao apresentar significância estatística (p=0,013) associado a um menor número de variáveis clínicas em comparação aos demais modelos (Tabela 2), caracterizando-se como o mais eficaz na predição de idosos longevos frágeis no presente estudo.

Nesse modelo, houve associação estatística apenas para “dislipidemias” (p=0,048) e “hospitalização nos últimos 12 meses” (p=0,024) (Tabela 2). Avaliando as OR das variáveis desse modelo e mantendo as demais constantes, destaca-se o efeito da “hospitalização nos últimos 12 meses” sobre variações na prevalência do idoso longevo ser frágil, com menor influência da variável “dislipidemia” (OR=0,32) e sem influência da variável “doenças metabólicas” (p=0,073; IC 0,94-4,24) no modelo escolhido.

Discussão

A prevalência de idosos longevos frágeis no presente estudo encontra-se com discreta variação do resultado obtido em revisão sistemática internacional, que investigou o mesmo índice em idosos de 60 anos ou mais que viviam em comunidade em países latino americanos e do Caribe (19,6% frágeis)2020 Mata FAF, Pereira PPS, Andrade KRC, Figueiredo ACMG, Silva MT, Pereira MG. Prevalence of frailty in Latin America and the Caribbean: a Systematic Review and Meta-analysis. PLoS One. [Internet]. 2016 [cited Fev 12, 2017];11(8): e0160019. doi: http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0160019
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. Outra revisão internacional que evidenciou a prevalência da síndrome em países em desenvolvimento destacou uma variação de 17% a 31% em estudos brasileiros com amostras semelhantes2121 Nguyen TN, Cumming RG, Hilmer SN. A review of frailty in developing countries. J Nutr Health Aging. [Internet]. 2015 Nov [cited Fev 12, 2017];19(9):941-6. doi: http://dx.doi.org/10.1007/s12603-015-0503-2
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. Ao considerar a distribuição da fragilidade física por faixa etária, com destaque para o grupo dos idosos longevos, encontra-se semelhança dos resultados do presente estudo com os dados obtidos em estudo transversal da Rede Fragilidade em Idosos Brasileiros (FIBRA), realizado em sete cidades brasileiras, o qual revelou que, entre 512 idosos longevos, 19,7% eram Frágeis e 57,2% Pré-frágeis2222 Neri AL, Yassuda MA, Araújo LF, Eulálio MC, Cabral BE, Siqueira MEC, et al. Methodology and social, demographic, cognitive, and frailty profiles of community-dwelling elderly from seven Brazilian cities: the FIBRA Study. Cad Saúde Pública. [Internet]. 2013 Apr [cited Fev 12, 2017];29(4):778-92. doi: http://dx.doi. org/10.1590/S0102-311X2013000400015
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.

A variabilidade da prevalência da síndrome pode estar relacionada às localizações geográficas das amostras dos estudos avaliados. Do mesmo modo, características dos idosos longevos avaliados no presente estudo, que correspondiam a usuários frequentadores de Unidades Básicas de Saúde, podem ser determinantes para a prevenção de fragilidade, estabilidade ou de sua reversão. Entende-se que o cuidado rigoroso prestado pela equipe de saúde a esse grupo etário, por meio de terapêutica farmacológica e não farmacológica, pode proporcionar a gestão próxima à adequada das doenças crônicas, minimizando o desenvolvimento de possíveis complicações provenientes das comorbidades, como a fragilidade física.

No presente estudo, o grupo de medicamentos que atingiu grau de significância para o desenvolvimento da síndrome foi o composto por antidiabéticos. Apesar dos mecanismos de associação entre o Diabetes Mellitus (DM) e a fragilidade ainda serem incertos2323 García-Esquinas E, Graciani A, Guallar-Castillón P, López-García E, Rodríguez-Mañas L, Rodríguez-Artalejo F. Diabetes and risk of frailty and its potential mechanisms: a prospective cohort study of older adults. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2015 Sep [cited Fev 12, 2017];16(9):748-54. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2015.04.008
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, há evidências de que o DM seja um fator de risco potencial para o desenvolvimento da síndrome.

Estudo prospectivo internacional desenvolvido com 1750 idosos residentes na Espanha apontou um risco aumentado (OR 2,18; IC 95%, 1,42-3,37) para o desenvolvimento da fragilidade em participantes diabéticos. Além disso, destacou que o consumo de hipoglicemiantes reduziu o risco para 1,01 (IC 95%; 0,46-2,20)2323 García-Esquinas E, Graciani A, Guallar-Castillón P, López-García E, Rodríguez-Mañas L, Rodríguez-Artalejo F. Diabetes and risk of frailty and its potential mechanisms: a prospective cohort study of older adults. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2015 Sep [cited Fev 12, 2017];16(9):748-54. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2015.04.008
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. O consumo de fármacos dessa classe pelos idosos longevos pode contribuir para a manutenção da massa magra, força muscular e capacidade funcional2424 Leenders M, Verdijk LB, van der Hoeven L, Adam JJ, van Kranenburg J, Nilwik R, et al. Patients with type 2 diabetes show a greater decline in muscle mass, muscle strength, and functional capacity with aging. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2013 Aug [cited Fev 12, 2017];14(8):585-92. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2013.02.006
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. Assim, compreende-se que a manutenção dos índices glicêmicos é meta fundamental na gestão da fragilidade física em idosos longevos.

No modelo final de regressão eleito, os idosos que possuíam mais chances de se tornarem frágeis apresentavam hospitalização nos últimos 12 meses (OR=2,50), dislipidemia (OR=0,32) e doença metabólica (OR=1,99).

A associação da síndrome ao relato de hospitalização nos últimos 12 meses foi destacada por autores nacionais1010 Calado LB, Ferriolli E, Moriguti JC, Martinez EZ, Lima NKC. Frailty syndrome in an independente urban population in Brazil (FIBRA Study): a cross-sectional populational study. Sao Paulo Med J. [Internet]. 2016 Oct [cited Fev 12, 2017];134(5):385-92. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1516-3180.2016.0078180516
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e internacionais88 Tan LF, Lim ZY, Choe R, Seetharaman S, Merchant R. Screening for frailty and sarcopenia among older persons in medical outpatient clinics and its associations with healthcare burden. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2017 Feb [cited Apr 15, 2017]. pii: S1525-8610(17)30035-X. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2017.01.004
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,2525 Vermeiren S, Vella-Azzopardi R, Beckwée D, Habbig AK, Scafoglieri A, Jansen B, et al. Frailty and the prediction of negative health outcomes: a meta-analysis. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2016 Dec [cited Fev 12, 2017];17(12):1163.e1-1163.e17. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2016.09.010
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-2626 Martínez-Reig M, Ruano TF, Sánchez MF, García AN, Rizos LR, Soler PA. Frailty and long term mortality, disability and hospitalisation in Spanish older adults. The FRADEA Study. Rev Esp Geriatr Gerontol. [Internet]. 2016 Sept/Oct [cited Fev 12, 2017];51(5):254-9. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.regg.2016.01.006
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. Revisão sistemática avaliou 31 artigos internacionais e identificou que a fragilidade aumenta de 1,2 a 1,8 vezes o risco de hospitalização2525 Vermeiren S, Vella-Azzopardi R, Beckwée D, Habbig AK, Scafoglieri A, Jansen B, et al. Frailty and the prediction of negative health outcomes: a meta-analysis. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2016 Dec [cited Fev 12, 2017];17(12):1163.e1-1163.e17. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2016.09.010
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, achado semelhante ao de outro estudo transversal realizado com 993 idosos de 70 anos ou mais residentes em Albacete, Espanha, que apontou risco aumentado de hospitalização em 1,7 vezes2626 Martínez-Reig M, Ruano TF, Sánchez MF, García AN, Rizos LR, Soler PA. Frailty and long term mortality, disability and hospitalisation in Spanish older adults. The FRADEA Study. Rev Esp Geriatr Gerontol. [Internet]. 2016 Sept/Oct [cited Fev 12, 2017];51(5):254-9. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.regg.2016.01.006
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. A ocorrência da fragilidade física gera maior demanda de cuidados decorrente da reduzida capacidade de resposta a diversos estressores e diminuição da eficiência da homeostase, o que ocasiona desfechos negativos à saúde, tais como a hospitalização.

As chances elevadas de hospitalização no presente estudo possivelmente estão relacionadas à faixa etária da amostra. Há déficit significativo de estudos nacionais e internacionais que contemplem, exclusivamente, idosos longevos. Tal abordagem é necessária devido às peculiaridades desse segmento etário, que se mostram diferenciadas de idosos mais jovens, com destaque para taxas mais elevadas de desfechos negativos à saúde.

Quanto à variável “dislipidemia”, que imputou maiores chances dos idosos longevos para o desenvolvimento da fragilidade física neste estudo, autores internacionais2323 García-Esquinas E, Graciani A, Guallar-Castillón P, López-García E, Rodríguez-Mañas L, Rodríguez-Artalejo F. Diabetes and risk of frailty and its potential mechanisms: a prospective cohort study of older adults. J Am Med Dir Assoc. [Internet]. 2015 Sep [cited Fev 12, 2017];16(9):748-54. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jamda.2015.04.008
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,2727 Vishram JK. Prognostic interactions between cardiovascular risk factors. Dan Med J. [Internet]. 2014 Jul [cited Fev 22, 2017];61(7):B4892. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25123126
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-2828 Nadruz W, Kitzman D, Windham BG, Kucharska-Newton A, Butler K, Palta P, et al. Cardiovascular Dysfunction and Frailty Among Older Adults in the Community: The ARIC Study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2017 Jul [cited Oct 21, 2017];72(7):958-64. doi: http://dx.doi.org/10.1093/gerona/glw199
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destacam a relação entre esse fator, a sarcopenia e outras morbidades, em especial, o Diabetes Mellitus e as doenças cardiovasculares. A dislipidemia associada a outras doenças crônicas favorece a ocorrência de alterações neuromusculares e, consequentemente, alterações de marcha, equilíbrio e a síndrome da fragilidade física2828 Nadruz W, Kitzman D, Windham BG, Kucharska-Newton A, Butler K, Palta P, et al. Cardiovascular Dysfunction and Frailty Among Older Adults in the Community: The ARIC Study. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. [Internet]. 2017 Jul [cited Oct 21, 2017];72(7):958-64. doi: http://dx.doi.org/10.1093/gerona/glw199
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-2929 Thiede R, Toosizadeh N, Mills JL, Zaky M, Mohler J, Najafi B. Gait and balance assessments as early indicators of frailty in patients with known peripheral artery disease. Clin Biomech. (Bristol, Avon) [Internet]. 2016 Feb [cited Fev 12, 2017];32:1-7. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.clinbiomech.2015.12.002
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.

No que diz respeito à influência da variável “doença metabólica” no modelo preditivo, possivelmente relaciona-se ao favorecimento da desregulação neuroendócrina, considerada um dos pontos que alicerçam o desenvolvimento da fragilidade física3030 Vitale G, Cesari M, Mari D. Aging of the endocrine system and its potential impact on sarcopenia. Eur J Intern Med. [Internet]. 2016 Nov [cited Fev 12, 2017];35:10-5. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ejim.2016.07.017
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. Alterações hormonais3131 Afilalo J. Androgen deficiency as a biological determinant of frailty: hope or hype? J Am Geriatr Soc. [Internet]. 2014 Jun [cited Apr 15, 2017];62(6):1174-8. doi: http://dx.doi.org/10.1111/jgs.12835
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e hipovitaminoses3232 Vogt S, Decke S, de Las Heras Gala T, Linkohr B, Koenig W, Ladwig KH, et al. Prospective association of vitamin D with frailty status and all-cause mortality in older adults: results from the KORA-Age Study. Prev Med. [Internet]. 2015 Apr [cited Fev 12, 2017];73:40-6. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2015.01.010
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têm sido apontadas como importantes distúrbios relacionados à síndrome.

Destaca-se o papel da vitamina D na saúde osteomuscular de idosos e consequente relação entre o processo sarcopênico. Estudo prospectivo internacional com 727 idosos com 65 anos ou mais residentes na região de Augsburgo, Alemanha, apontou que participantes com baixos níveis de vitamina D obtiveram chances significativamente maiores de desenvolver a síndrome (OR=2,53), quando comparado àqueles com níveis normais3232 Vogt S, Decke S, de Las Heras Gala T, Linkohr B, Koenig W, Ladwig KH, et al. Prospective association of vitamin D with frailty status and all-cause mortality in older adults: results from the KORA-Age Study. Prev Med. [Internet]. 2015 Apr [cited Fev 12, 2017];73:40-6. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2015.01.010
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. Nesse sentido, considera-se como papel da enfermagem a orientação e o estímulo quanto à exposição ao sol, à ingesta de alimentos ricos desse nutriente e à prática de exercícios físicos.

Para a enfermagem gerontológica, a elaboração de um modelo preditivo de fragilidade física contribui para uma maior objetividade no rastreio de idosos longevos3333 Grden CRB, Lenardt MH, Sousa JAV, Kusumota L, Dellaroza MSG, Betiolli SE. Associations between frailty syndrome and sociodemographic characteristics in long-lived individuals of a community. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [Internet]. 2017 [cited Oct 21, 2017];25:e2886. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1518-8345.1770.2886.
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. Entende-se que esse é o grupo etário que mais cresce em todo o mundo, possuidor de características diferenciadas de idosos mais jovens e, muitas vezes, excluídos de estudos científicos. Investigações compostas por sujeitos com 80 anos ou mais devem ser estimuladas, de modo a aprofundar o conhecimento acerca da prevalência de síndromes, fatores associados e condições de saúde e doença desse segmento etário.

Os resultados do presente estudo apontam para fatores clínicos que podem interferir no desenvolvimento da síndrome, constituindo-se como possíveis fatores de intervenção presentes no cuidado de enfermagem gerontológica. Nesse contexto, a elaboração de um modelo preditivo constitui-se como o primeiro passo para o planejamento de cuidados que minimizem transições para estados de maior fragilidade, bem como intervenções voltadas à manutenção da capacidade funcional e ao manejo adequado da síndrome. A avaliação de chances de um idoso tornar-se frágil favorece a tomada de decisões da equipe de saúde, mesmo na atenção primária, com base em raciocínio clínico voltado à prevenção de agravos à saúde de longevos.

No que diz respeito às limitações desta pesquisa, por se tratar de um estudo transversal, não houve o estabelecimento de relações causais entre as variáveis clínicas e o desfecho desta investigação. Além disso, a amostra é representativa de uma comunidade específica, não permitindo a generalização dos resultados. Sugere-se a realização de estudos longitudinais e multicêntricos, a fim de aprofundar a investigação de tais relações, bem como verificar as transições entre os níveis de fragilidade, tanto no agravamento, quanto na reversibilidade dos casos a médio e longo prazos.

Conclusão

O presente estudo propôs um Modelo Preditivo de Fragilidade Física em idosos longevos, segundo variáveis clínicas, o qual contemplou “doença metabólica”, “dislipidemia” e “hospitalização nos últimos 12 meses”. Na análise univariada dos dados, identificou-se interferência entre as variáveis clínicas “hospitalização nos últimos 12 meses” e “antidiabéticos” no desenvolvimento da síndrome da fragilidade física.

Quanto à gestão da fragilidade física na atenção básica, o enfermeiro deve estar alicerçado no cuidado que privilegia as peculiaridades do idoso longevo, com desenvolvimento de ações voltadas à prevenção da síndrome e de fatores clínicos relacionados. Intervenções de enfermagem na atenção básica, como o estímulo à prática de atividade física, orientação quanto à ingesta nutricional adequada, esclarecimentos quanto ao uso correto de medicamentos e acompanhamento clínico dos idosos longevos, são estratégias importantes na manutenção de massa magra, da força muscular e da capacidade funcional, bem como dos níveis lipídicos, os quais favorecem a redução de fatores clínicos importantes, como a dislipidemia e ocorrência de hospitalizações. Ademais, tais medidas possibilitam o acompanhamento de idosos não frágeis e em condição de pré-fragilidade física, a fim de reduzir casos de transição para níveis mais elevados da síndrome.

Para o presente estudo, a escolha de um modelo preditivo de fragilidade física em idosos longevos proporciona uma aplicação clínica mais rápida, menos dispendiosa, sem necessidade de ambiente diferenciado para a avaliação de determinados marcadores, além da redução no uso de equipamentos específicos para o rastreio da síndrome. A eleição de um modelo de regressão de fragilidade física constitui-se como o primeiro passo na elaboração de condutas clínicas de enfermagem para avaliação de idosos longevos na atenção primária.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    14 Jul 2017
  • Aceito
    06 Maio 2018
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