Acessibilidade / Reportar erro

Cura a seco versus cura com clorexidina para prevenção da onfalite. Revisão sistemática com metanálise

RESUMO

Objetivo:

comparar o efeito da cura a seco e da aplicação de clorexidina no cordão umbilical de recém-nascidos em risco de desenvolver onfalite.

Método:

revisão sistemática com metanálise. Foram selecionados os ensaios clínicos que comparavam a cura a seco com a aplicação de clorexidina para avaliar a onfalite. A qualidade metodológica foi avaliada com Consolidated Standards of Reporting Trials.

Resultados:

a análise conjunta dos estudos mostra uma redução significativa do risco de onfalite no grupo da clorexidina em comparação com a cura a seco (RR=0,58; IC 0,53-0,64). Entretanto, na análise por subgrupos, a cura com clorexidina não reduziu o risco de onfalite em nascimentos hospitalares (RR=0,82; IC: 0,64-1,05), nos países com baixa taxa de mortalidade infantil (RR=0,8; IC: 0,5-1,28), ou com concentrações de clorexidina abaixo de 4% (RR=0,55; IC: 0,31-1). A clorexidina atuou como fator de proteção na concentração de 4% (RR=0,58; IC: 0,53-0,64), aplicada em nascimentos no domicílio (RR=0,57; IC: 0,51-0,62), em países com taxas de mortalidade infantil elevadas (RR=0,57; IC: 0,52-0,63).

Conclusão:

a cura a seco é eficaz em países com baixa taxa de mortalidade infantil e em nascimentos no contexto hospitalar. No entanto, a cura com clorexidina 4% protege contra a onfalite nos nascimentos domiciliares, em países com elevada mortalidade infantil.

Descritores:
Cordão Umbilical; Clorexidina; Higiene da Pele; Infecção; Metanálise; Recém-Nascido

ABSTRACT

Objective:

to compare the effect of dry care and the application of chlorhexidine to the umbilical cord of newborns at risk of developing omphalitis.

Method:

systematic review with meta-analysis. Clinical trials comparing dry care with the application of clorexidine to evaluate omphalitis were selected. Methodological quality was evaluated using the Consolidated Standards of Reporting Trials.

Results:

the joint analysis of the studies shows a significant decrease in the risk of omphalitis in the chlorhexidine group compared to the dry care group (RR=0.58, CI: 0.53-0.64). However, in the analysis by subgroups, chlorhexidine umbilical cord care did not reduce the risk of omphalitis in hospital births (RR=0.82, CI: 0.64-1.05), in countries with a low infant mortality rate (RR=0.8, CI: 0.5-1.28), or at chlorhexidine concentrations below 4% (RR=0.55, CI: 0.31-1). Chlorhexidine acted as a protective factor at a concentration of 4% (RR=0.58, CI: 0.53-0.64), when applied in cases of home births (RR=0.57, CI: 0.51-0.62), in countries with a high infant mortality rate (RR=0.57, CI: 0.52-0.63).

Conclusion:

dry cord care is effective in countries with low infant mortality rate and in hospital births. However, 4% chlorhexidine for umbilical cord care protects against omphalitis in home births, in countries with a high infant mortality rate.

Descriptors:
Umbilical Cord; Chlorhexidine; Skin Care; Infection; Meta-Analysis; Infant, Newborn

RESUMEN

Objetivo:

comparar el efecto de la cura seca y de la aplicación de clorhexidina en el cordón umbilical de los recién nacidos en el riesgo de desarrollo de onfalitis.

Método:

revisión sistemática con metaanálisis. Se seleccionaron ensayos clínicos que compararan la cura seca con la aplicación de clorhexidina evaluando la onfalitis. Calidad metodológica evaluada con Consolidated Standards of Reporting Trials.

Resultados:

el análisis conjunto de los estudios muestra una reducción significativa del riesgo de onfalitis en el grupo de clorhexidina en comparación con cura seca (RR=0,58; IC: 0,53-0,64). Sin embargo, en el análisis por subgrupos, la cura con clorhexidina no aportó reducción del riesgo de onfalitis en nacimientos hospitalarios (RR=0,82; IC: 0,64-1,05) en países con baja tasa de mortalidad infantil (RR=0,8; IC: 0,5-1,28), ni a concentraciones de clorhexidina inferiores al 4% (RR=0,55; IC: 0,31-1). La clorhexidina actuó como factor protector a concentraciones del 4% (RR=0,58; IC: 0,53-0,64), aplicada en nacimientos en el hogar (RR=0,57; IC: 0,51-0,62), en países con elevada mortalidad infantil (RR=0,57; IC: 0,52-0,63).

Conclusión:

la cura seca es eficaz en países con baja tasa de mortalidad infantil y nacimientos en ámbito hospitalario. Sin embargo, la cura con clorhexidina al 4% protege de onfalitis en nacimientos en el hogar, en países con elevada mortalidad infantil.

Descriptores:
Cordón Umbilical; Clorhexidina; Cuidados de la Piel; Infección; Metaanálisis; Recién Nacido

Introdução

A onfalite é uma importante causa de mortalidade neonatal e sua prevenção tem uma grande importância para a saúde pública11 Karumbi J, Mulaku M, Aluvaala J, English M, Opiyo N. Topical Umbilical Cord Care for Prevention of Infection and Neonatal Mortality. Pediatr Infect Dis J. 2013; 32:78-83. doi: 10.1097/INF.0b013e3182783dc3.
https://doi.org/10.1097/INF.0b013e318278...
. A incidência de onfalite em recém-nascidos (RN) de países desenvolvidos é de 0,7%, subindo para 2,7% nos países em desenvolvimento11 Karumbi J, Mulaku M, Aluvaala J, English M, Opiyo N. Topical Umbilical Cord Care for Prevention of Infection and Neonatal Mortality. Pediatr Infect Dis J. 2013; 32:78-83. doi: 10.1097/INF.0b013e3182783dc3.
https://doi.org/10.1097/INF.0b013e318278...
-22 Pérez MM, Berasategui HK. [Clinical and epidemiological characterization of omphalitis in a neonatology service]. Medicentro Electrónica [Internet]. 2015 Sep [cited 2017 Feb 28];19(3):157-9. Available from: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30432015000300004&lng=es.
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=s...
, e ela afeta igualmente ambos os sexos11 Karumbi J, Mulaku M, Aluvaala J, English M, Opiyo N. Topical Umbilical Cord Care for Prevention of Infection and Neonatal Mortality. Pediatr Infect Dis J. 2013; 32:78-83. doi: 10.1097/INF.0b013e3182783dc3.
https://doi.org/10.1097/INF.0b013e318278...
.

Ela é definida como uma infecção bacteriana aguda periumbilical, culminando em endurecimento, eritema, mau cheiro, dor, e sendo associada ou não ao exsudato purulento na base do umbigo33 Sawardekar KP. Changing spectrum of neonatal omphalitis. Pediatr Infect Dis J. 2004;23(1):22-26. doi:10.1097/01.inf.0000105200.18110.1e.
https://doi.org/10.1097/01.inf.000010520...
. É típica do período neonatal, sendo a média de idade para sua incidência o terceiro ou quarto dia de vida22 Pérez MM, Berasategui HK. [Clinical and epidemiological characterization of omphalitis in a neonatology service]. Medicentro Electrónica [Internet]. 2015 Sep [cited 2017 Feb 28];19(3):157-9. Available from: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30432015000300004&lng=es.
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=s...
-33 Sawardekar KP. Changing spectrum of neonatal omphalitis. Pediatr Infect Dis J. 2004;23(1):22-26. doi:10.1097/01.inf.0000105200.18110.1e.
https://doi.org/10.1097/01.inf.000010520...
.

As medidas de prevenção de onfalite são: higiene durante o parto, material asséptico para cortar o cordão e lavar as mãos todas as vezes que manusear o cordão44 Sánchez-Luna M, Pallás-Alonso CR, Botet-Mussons F, Echániz Urcelay I, Castro Conde JR, Narbona E. [Recommendations for the care of the healthy normal newborn at delivery and during the first postnatal hours]. An Pediatr. (Barc). 2009;71:349-61. doi: 10.1016/j.anpedi.2009.07.012.
https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2009.07...
. No século 21 existem várias pesquisas sobre cuidados com o cordão umbilical (CU), comparando diferentes antissépticos, e vários estudos mostraram que a higiene através do banho e a secagem não foi associada com o aumento do risco de onfalite, em comparação com a aplicação de álcool44 Sánchez-Luna M, Pallás-Alonso CR, Botet-Mussons F, Echániz Urcelay I, Castro Conde JR, Narbona E. [Recommendations for the care of the healthy normal newborn at delivery and during the first postnatal hours]. An Pediatr. (Barc). 2009;71:349-61. doi: 10.1016/j.anpedi.2009.07.012.
https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2009.07...

5 Covas MC, Alda E, Medina MS, et al. [Alcohol versus bath and natural drying for term newborns' umbilical cord care: a prospective randomized clinical trial]. Arch Argent Pediatr. [Internet]. 2013 [cited 2016 May 1]; 84: 57-66. Available from: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0325-00752011000400005&lng=es.
http://www.scielo.org.ar/scielo.php?scri...
-66 Quattrin R, Iacobucci K, De Tina AL, Gallina L, Pittini C, Brusaferro S. 70% Alcohol Versus Dry Cord Care in the Umbilical Cord Care: A Case-Control Study in Italy. Medicine. (Baltimore) [Internet]. 2016 [cited 2016 jul 20];95:e3207. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4998765/. doi: 10.1097/MD.0000000000003207.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
. O corante triplo é um tratamento utilizado nos Estados Unidos, e existem vários estudos que comparam o corante triplo com o uso de álcool para o cuidado do CU, sendo que estes resultados mostram que não há diferenças entre os grupos de tratamento para onfalite77 Golombek SG, Brill PE, Salice AL. Randomized trial of alcohol versus triple dye for umbilical cord care. Clin Pediatr. 2002;41:419-23. doi: 10.1177/000992280204100607.
https://doi.org/10.1177/0009922802041006...
-88 Suliman AK, Watts H, Beiler J, King TS, Khan S, Carnuccio M, et al. Triple dye plus rubbing alcohol versus triple dye alone for umbilical cord care. Clin Pediatr. 2010;49:45-8. doi: 10.1177/0009922808329455.
https://doi.org/10.1177/0009922808329455...
.

Não há pesquisas com evidências suficientes que permitam estabelecer recomendações sobre o cuidado mais eficaz do CU para a prevenção de onfalite em RN. Por isso, uma revisão sistemática foi realizada para responder à pergunta: A aplicação de clorexidina é mais eficaz do que a cura a seco na prevenção da onfalite? O objetivo proposto foi: comparar o efeito da cura a seco e a aplicação de clorexidina no cordão umbilical de recém-nascidos em risco de desenvolver onfalite.

Método

Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise, e para isto foi feita uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Cochrane, Pubmed, Scopus, CINAHL, EMBASE, Cuiden e Índice Médico Espanhol (EMI), e uma pesquisa reversa com recuperação secundária. A pesquisa bibliográfica foi realizada até janeiro de 2017, sem limite prévio de data ou restrição de idioma. Com o objetivo de localizar os artigos que descreviam a incidência de onfalite nos recém-nascidos nos quais foi aplicada a cura a seco do CU ou a cura com clorexidina, foram utilizados os descritores: umbilical cord care, dry care, newborn, topical umbilical cord care, chlorhexidine umbilical cord care, umbilical cord care practices, randomized controlled trial e Clinical Trial. A seguinte estratégia de busca foi utilizada no banco de dados PubMed/MEDLINE: (Umbilical cord[mh] or cords, umbilical[tiab] or umbilical cord[tiab]) and (cord care[tiab] or dry care[tiab] or dry*[tiab] or chlorhexidine[mh] or chlorhexidine cord care[tiab]) and (new-born[mh] or infant[mh]) and (omphalitis[tiab]) and (clinical trial[pt]). Para elaborar, preparar e publicar a revisão sistemática e a metanálise, foram seguidas as orientações preconizadas na Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA)99 Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009 Jul 21;6(7):e1000097. doi: 10.1371/journal.pmed.1000097.
https://doi.org/10.1371/journal.pmed.100...
.

Para a seleção dos estudos, duas autoras avaliaram de forma independente a inclusão dos estudos identificados através da estratégia de busca. Na primeira fase, os artigos foram selecionados de acordo com o título, e após a leitura dos resumos, aqueles que atendiam aos critérios de inclusão foram selecionados. Posteriormente, foi realizada uma leitura aprofundada e sua qualidade metodológica foi avaliada com o uso do guia Consolidated Standards Of Reporting Trials (CONSORT)1010 Cobos-Carbó A, Augustovski F. [CONSORT 2010 Declaration: Updated guideline for reporting parallel group randomised trials]. Med Clin (Barc). 2011;137: 213-5. doi: 10.1016/j.medcli.2010.09.034
https://doi.org/10.1016/j.medcli.2010.09...
.

Como critérios de inclusão foram utilizados os ensaios clínicos que comparavam a cura a seco do CU com a aplicação de clorexidina em todas as concentrações de diluição disponíveis para a realização da cura. Todos os RN vivos foram incluídos, sem restrição quanto ao peso ao nascer, sexo, idade gestacional, área geográfica, nível de desenvolvimento e local do parto.

Utilizando um formulário elaborado previamente, duas autoras extraíram independentemente os dados de acordo com: tipo de estudo, população incluída, tempo de trabalho de campo, tempo de acompanhamento, tipo de intervenção, procedimento realizado tanto com a cura a seco quanto com a cura com clorexidina, e os resultados obtidos. Os autores cujos trabalhos são objeto deste estudo foram contatados para que fornecessem os dados selecionados necessários para a realização da metanálise por subgrupos. Uma terceira pessoa avaliou as discrepâncias encontradas para decidir sobre a inclusão de alguns artigos ou a extração dos dados.

O sistema Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE)1111. GRADEpro [Computer program on www.gradepro.org]. McMaster University; 2016. foi utilizado para avaliar a qualidade da evidência, classificada como: alta, moderada, baixa ou muito baixa.

Os resultados foram expressos como risco relativo (RR), com um intervalo de confiança de 95%. A heterogeneidade clínica e a homogeneidade da população foram avaliadas. A heterogeneidade estatística e a consistência entre os resultados dos estudos foram avaliadas utilizando I2 como critério estatístico. Valores I2 de 25%, 50% e 75% foram usados para definir a heterogeneidade como baixa, moderada e alta. Quando este critério era maior que 50%, um modelo de efeitos aleatórios era aplicado para combinar os resultados1212 Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ (Clinical research ed) [Internet]. 2003 [cited 2016 jun 20];327:557-60. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC192859.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles...
. A análise da sensibilidade dos resultados foi feita através da realização de várias metanálises consecutivas, subdividindo-as de acordo com a qualidade metodológica dos estudos, o número da amostra e a concentração de clorexidina.

Foi realizada uma análise de subgrupo para os dados dos estudos realizados com RN em hospital e na comunidade, além de dividi-los pela taxa de mortalidade neonatal (TMN) do local de origem do estudo: TMN alta ≥10 para cada 1.000 nascidos vivos versus TMN baixa <10 para cada 1.000 nascidos vivos. Além disso, uma análise de subgrupo foi realizada para as concentrações de clorexidina: clorexidina 4% e concentrações de clorexidina inferiores a 4%.

Para a análise estatística, foram utilizados os programas Review Manager 5.31313 The Cochrane Collaboration. Review Manager (Version 5.3) [Computer software], The Cochrane Collaboration: Copenhagen, Denmark, 2014. e o Epidat 3.11414 Xunta de Galicia. Organización Panamericana de la Salud. Epidat 3.1. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia, OPS; 2006..

Resultados

A Figura 1 mostra o processo de seleção dos estudos. Através da busca bibliográfica foram encontrados 511 artigos, dos quais 468 foram descartados após a leitura do título. Através da análise do resumo foram excluídos 28, sendo realizada uma leitura completa de 15 artigos e eliminando 6 por diferentes razões: não comparava a clorexidina com a cura a seco1515 Guala A, Pastore G, Garipoli V, Agosti M, Vitali M, Bona G. The time of umbilical cord separation in healthy full-term newborns: A controlled clinical trial of different cord care practices. Eur J Pediatr. 2003;162:350-1. doi: 10.1007/s00431-003-1174-2.
https://doi.org/10.1007/s00431-003-1174-...
; por ser um projeto de pesquisa1616 Mullany LC, Saha SK, Shah R, Islam MS, Rahman M, Islam M, et al. Impact of 4.0% chlorhexidine cleansing of the umbilical cord on mortality and omphalitis among newborns of Sylhet, Bangladesh: design of a community-based cluster randomized trial. BMC Pediatrics. [Internet]. 2009 [cited 2017 Jul 20];9:1. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2770449/. doi: 10.1186/1471-2431-9-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
; por não ser um ensaio clínico1717 Osrin D. Application of chlorhexidine to the umbilical cord after birth in low-income settings: Two randomised controlled trials. Arch Dis Child Educ Pract Ed. 2012;97:236-7. doi: 10.1136/archdischild-2012-302621.
https://doi.org/10.1136/archdischild-201...
; por medir exclusivamente o tempo de queda do coto umbilical1818 Bain J. Midwifery: umbilical cord care in pre-term babies. Nurs Stand. 1994;8:32-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8123509.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8123...

19 Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, LeClerq SC, Katz J, Tielsch JM. Impact of umbilical cord cleansing with 4.0% chlorhexidine on time to cord separation among newborns in southern Nepal: a cluster-randomized, community-based trial. Pediatrics. [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];118:1864-71. . Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/5/1864
http://pediatrics.aappublications.org/co...
-2020 Mullany LC, Shah R, El Arifeen S, Mannan I, Winch PJ, Hill A, et al. Chlorhexidine cleansing of the umbilical cord and separation time: a cluster-randomized trial. Pediatrics. 2013;131:708-15. doi: 10.1542/peds.2012-2951.
https://doi.org/10.1542/peds.2012-2951...
.

Figura 1
Processo de seleção dos estudos

As características da amostra de cada estudo, as intervenções e as avaliações dos resultados são apresentadas na Figura 2.

Figura 2
Características dos estudos incluídos na metanálise. Jaén, Andaluzia, Espanha, 2017

A metanálise foi realizada com os 9 estudos selecionados e um total de 118.903 RN, dos quais 50,61% realizaram a cura a seco do CU (60.182 RN). No total, houve 1.863 casos de onfalite em ambos os grupos, e 64,03% desses casos de onfalite pertencem ao grupo de cuidados com o cordão utilizando a cura a seco.

A Figura 3 mostra os vieses dos diferentes estudos incluídos na metanálise, onde nenhum estudo foi considerado como inválido.

Figura 3
Vieses dos estudos incluídos na metanálise. Jaén, Andaluzia, Espanha, 2017

Quanto ao risco de onfalite, os 9 estudos incluídos mostram uma redução significativa do risco de onfalite no grupo da clorexidina em comparação com a cura a seco, com um RR de 0,58 (IC: 0,53-0,64), com uma heterogeneidade moderada (I2=45%; χ2=14,51; p=0,07). Isto pode ser devido à heterogeneidade clínica, sendo, portanto, feita uma análise de subgrupo. O resultado do teste de Egger3030 Egger M, Davey Smith G, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997; 315:629-34. doi: https://doi.org/10.1136/bmj.315.7109.629
https://doi.org/https://doi.org/10.1136/...
foi de 0,4556 (p=0,6625), o que indica que não há viés de publicação. Os dados com os quais a metanálise foi realizada (Figura 4) são provenientes de estudos nos quais a clorexidina foi aplicada várias vezes. De acordo com o sistema GRADE, esse nível de evidência é classificado como moderado. Pode-se observar no gráfico de árvore (Figura 4) que quatro estudos2121 Meberg A, Schøyen R. Bacterial colonization and neonatal infections. Effects of skin and umbilical disinfection in the nursery. Acta Paediatr Scand. 1985;74:366-71. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890463.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890...
,2727 Semrau KE, Herlihy J, Grogan C, Musokotwane K, Yeboah-Antwi K, Mbewe R, et al. Effectiveness of 4% chlorhexidine umbilical cord care on neonatal mortality in Southern Province, Zambia (ZamCAT): a cluster-randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4(11):e827-e36. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30215-7.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...

28 Sazawal S, Dhingra U, Ali SM, Dutta A, Deb S, Ame SM, et al. Efficacy of chlorhexidine application to umbilical cord on neonatal mortality in Pemba, Tanzania: a community-based randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4:e837-e44. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30223-6.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
-2929 Gras-Le Guen C, Caille A, Launay E, Boscher C, Godon N, Savagner C, et al. Dry Care Versus Antiseptics for Umbilical Cord Care: A Cluster Randomized Trial. Pediatrics. [Internet]. 2017 [cited 2017 jan 21];139:e20161857. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28008096. doi: 10.1542/peds.2016-1857.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2800...
não mostram uma redução significativa no risco de onfalite para a cura do cordão com clorexidina em comparação com a cura a seco.

Figura 4
Onfalite: Clorexidina vs Cura a seco

Ao realizar uma análise por subgrupos, observa-se que em países com TMN<10 há um RR de 0,80 (IC: 0,5-1,28), não havendo diferenças significativas entre os dois tipos de curas para a prevenção da onfalite. No entanto, observa-se uma redução significativa do risco de onfalite no subgrupo de TMN> 10 (RR=0,57; IC: 0,52-0,63), como mostrado na Figura 5. Países com TMN<10 são aqueles onde os estudos são realizados com RN com mais de 36 semanas. De acordo com o sistema GRADE, o nível de evidência é moderado para os estudos com TMN>10 e baixo para as pesquisas presentes com TMN<10.

Figura 5
Onfalite: Clorexidina vs Cura a seco, de acordo com a Taxa de Mortalidade Neonatal

Quanto à comparação entre os nascimentos em hospital e aqueles ocorridos na comunidade, o uso de clorexidina nos nascimentos em hospital não mostra uma redução significativa no risco de onfalite (RR=0,82; IC: 0,64-1,05), sendo obtida uma heterogeneidade baixa (I2=2%; χ2=4,08; p=0,4). No grupo dos nascimentos na comunidade há uma redução significativa do risco de onfalite com a cura com clorexidina (RR=0,57; IC: 0,51-0,62), sendo obtida uma heterogeneidade de dados moderada (I2=45%; χ2=7,3; p=0,12). Estes dados das metanálises por subgrupos correspondem a um nível de evidência moderado, de acordo com o sistema GRADE.

A análise de sensibilidade mostra que excluindo os estudos que não realizam o cegamento, o risco de onfalite permanece igual em todos os estudos (RR=0,54; IC: 0,47-0,61). Quando as pesquisas que não apresentam um viés de seleção são analisadas, o risco aumenta, mas continua havendo uma redução significativa do risco de onfalite com a cura com a clorexidina (RR=0,63; IC: 0,55-0,72) e, neste caso, a heterogeneidade estatística seria baixa (I2=23%). Ao analisar a sensibilidade com a eliminação de estudos, observa-se que se um estudo é eliminado2222 Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, Katz J, LeClerq SC, Shrestha S, et al. Topical applications of chlorhexidine to the umbilical cord for prevention of omphalitis and neonatal mortality in southern Nepal: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];367:910-8. Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
http://www.thelancet.com/journals/lancet...
, há uma variação relativa de 6,18%, sendo esta a pesquisa cujo intervalo de confiança está mais distante de 1.

Em relação às diferentes concentrações de clorexidina que foram utilizadas nos estudos, quando a metanálise é realizada apenas com os trabalhos em que o grupo de intervenção usa uma concentração de clorexidina de 4%, obtém-se um RR=0,58; IC: 0,53-0,64. Ao analisar conjuntamente os trabalhos que utilizam uma concentração menor que 4%, obtém-se um RR=0,55; IC: 0,31-1. A alta heterogeneidade dos estudos impede a realização de uma análise independente para concentrações de clorexidina de 1% e 2,5%.

Discussão

Em uma análise conjunta, com a inclusão dos últimos estudos publicados, as evidências atuais mostram uma diminuição significativa do risco de onfalite com o uso de múltiplas aplicações de clorexidina, em comparação com a cura a seco. Nos países com altas taxas de mortalidade neonatal, como no caso do Nepal, com 22 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos3131 The World Bank: Mortality rate, neonatal (per 1,000 live births) [Internet]. Washington, DC: The World Bank; [cited 2016 Oct 15]. Available from: https://data.worldbank.org/indicator/SH.DYN.NMRT?view=chart.
https://data.worldbank.org/indicator/SH....
, o risco de onfalite é menor com a aplicação da clorexidina do que com a cura a seco. Em contraposição, nos países com taxas de mortalidade neonatal muito baixas, como no caso da Alemanha, com 2 mortes para cada 1.000 nascidos vivos3131 The World Bank: Mortality rate, neonatal (per 1,000 live births) [Internet]. Washington, DC: The World Bank; [cited 2016 Oct 15]. Available from: https://data.worldbank.org/indicator/SH.DYN.NMRT?view=chart.
https://data.worldbank.org/indicator/SH....
, a aplicação de clorexidina não difere da cura a seco quanto ao risco de onfalite, embora a amostra desses estudos seja pequena em comparação com aqueles cujo TMN>10.

Os resultados também mostram que os nascimentos ocorridos na comunidade apresentam um menor risco de onfalite com a aplicação de clorexidina, resultado que corrobora os achados de uma revisão de 2015, na qual RR=0,48; IC: 0,4-0,573232 Sinha A, Sazawal S, Pradhan A, Ramji S, Opiyo N. Chlorhexidine skin or cord care for prevention of mortality and infections in neonates. Cochrane Database Syst Rev. [Internet]. 2015 [cited 2016 May 20];3: CD007835. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007835.pub2/abstract;jsessionid=9BD87C03C0A9A7B4E96E7985B6A40E47.f04t02. doi:10.1002/14651858.CD007835.pub2.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.10...
, e os de outra realizada em 2016, no qual RR=0,4; IC: 0,25-0,63, e com um I2 de 68%3333 Shariff JA, Lee KC, Leyton A, Abdalal S. Neonatal mortality and topical application of chlorhexidine on umbilical cord stump: a meta-analysis of randomized control trials. Public Health. .2016;139:27-35. doi: 10.1016/j.puhe.2016.05.006.
https://doi.org/10.1016/j.puhe.2016.05.0...
. Essa situação não é consistente com os achados de estudos com um grupo de nascimentos hospitalares, no qual não houve diferenças entre a aplicação de clorexidina e a realização da cura a seco. Os dados presentes em outros estudos não indicam diferenças quanto à incidência de onfalite em função do tipo de cura, embora não comparem apenas a cura a seco do CU com a aplicação de clorexidina3232 Sinha A, Sazawal S, Pradhan A, Ramji S, Opiyo N. Chlorhexidine skin or cord care for prevention of mortality and infections in neonates. Cochrane Database Syst Rev. [Internet]. 2015 [cited 2016 May 20];3: CD007835. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007835.pub2/abstract;jsessionid=9BD87C03C0A9A7B4E96E7985B6A40E47.f04t02. doi:10.1002/14651858.CD007835.pub2.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.10...
-3333 Shariff JA, Lee KC, Leyton A, Abdalal S. Neonatal mortality and topical application of chlorhexidine on umbilical cord stump: a meta-analysis of randomized control trials. Public Health. .2016;139:27-35. doi: 10.1016/j.puhe.2016.05.006.
https://doi.org/10.1016/j.puhe.2016.05.0...
.

Várias revisões sistemáticas têm obtido resultados semelhantes que mostram que a clorexidina diminui o risco de onfalite3333 Shariff JA, Lee KC, Leyton A, Abdalal S. Neonatal mortality and topical application of chlorhexidine on umbilical cord stump: a meta-analysis of randomized control trials. Public Health. .2016;139:27-35. doi: 10.1016/j.puhe.2016.05.006.
https://doi.org/10.1016/j.puhe.2016.05.0...

34 Imdad A, Mullany LC, Baqui AH, El Arifeen S, Tielsch JM, Khatry SK, et al. The effect of umbilical cord cleansing with chlorhexidine on omphalitis and neonatal mortality in community settings in developing countries: a meta-analysis. BMC Public Health. [Internet]. 2013 [cited 2016 Oct 21];13:1. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3847355/. doi: 10.1186/1471-2458-13-S3-S15
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
-3535 Penfold S, Hill Z, Mrisho M, Manzi F, Tanner M, Mshinda H, et al. A large cross-sectional community-based study of newborn care practices in southern Tanzania. PLoS One. [Internet]. 2010 [cited 2016 May 20];5:e15593. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3006340/ doi: 10.1371/journal.pone.0015593.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
, principalmente em países com TMN alta. No mesmo sentido, nossos resultados confirmam que a cura do CU com clorexidina na concentração de 4% protege contra a onfalite em nascimentos que ocorrem em casa, em países com TMN alta. A aplicação de clorexidina em concentrações inferiores a 4% não agiu como um fator de proteção contra a onfalite, embora deva ser ressaltado que os estudos que utilizaram essas concentrações de clorexidina o fizeram em nascimentos ocorridos no ambiente hospitalar.

Dependendo do local do nascimento, a técnica de cortar o CU é feita com o uso de uma lâmina de barbear nova ou fervida3535 Penfold S, Hill Z, Mrisho M, Manzi F, Tanner M, Mshinda H, et al. A large cross-sectional community-based study of newborn care practices in southern Tanzania. PLoS One. [Internet]. 2010 [cited 2016 May 20];5:e15593. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3006340/ doi: 10.1371/journal.pone.0015593.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
-3636 Amare Y. Umbilical cord care in Ethiopia and implications for behavioral change: a qualitative study. BMC Int Health Hum Rights. [Internet]. 2014 [cited 2016 May 20]:14:12. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4021177/ doi: 10.1186/1472-698X-14-12.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
, e isso, juntamente com a falta de lavagem das mãos antes da intervenção3535 Penfold S, Hill Z, Mrisho M, Manzi F, Tanner M, Mshinda H, et al. A large cross-sectional community-based study of newborn care practices in southern Tanzania. PLoS One. [Internet]. 2010 [cited 2016 May 20];5:e15593. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3006340/ doi: 10.1371/journal.pone.0015593.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
, aumenta o risco de infecção, especialmente em partos domiciliares. Os pesquisadores estão cientes de que os esforços para promover a lavagem das mãos, cortar o cordão com instrumentos limpos e evitar intervenções domésticas sem higiene podem reduzir a exposição a agentes infecciosos e melhorar os resultados neonatais3737 Alam MA, Ali NA, Sultana N, Mullany LC, Teela KC, Khan NU, et al. Newborn umbilical cord and skin care in Sylhet District, Bangladesh: Implications for promotion of umbilical cord cleansing with topical chlorhexidine. J Perinatol. 2008; 28(Supl 2): 61-8. doi: 10.1038/jp.2008.164.
https://doi.org/10.1038/jp.2008.164...
.

Limitações: Esta revisão sistemática com metanálise precisa ser interpretada com cautela devido aos ensaios clínicos incluídos e suas próprias limitações. Em pelo menos 5 dos estudos, não foi possível mascarar a intervenção dos participantes e dos profissionais, embora seja pouco provável que existam vieses nos resultados, como comprovado pela análise de sensibilidade.

Há variação nas intervenções realizadas nos diferentes estudos, tais como: 4 pesquisas2222 Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, Katz J, LeClerq SC, Shrestha S, et al. Topical applications of chlorhexidine to the umbilical cord for prevention of omphalitis and neonatal mortality in southern Nepal: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];367:910-8. Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
http://www.thelancet.com/journals/lancet...
,2525 Soofi S, Cousens S, Imdad A, Bhutto N, Ali N, Bhutta ZA. Topical application of chlorhexidine to neonatal umbilical cords for prevention of omphalitis and neonatal mortality in a rural district of Pakistan: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1029-36. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61877-1.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
,2727 Semrau KE, Herlihy J, Grogan C, Musokotwane K, Yeboah-Antwi K, Mbewe R, et al. Effectiveness of 4% chlorhexidine umbilical cord care on neonatal mortality in Southern Province, Zambia (ZamCAT): a cluster-randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4(11):e827-e36. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30215-7.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
-2828 Sazawal S, Dhingra U, Ali SM, Dutta A, Deb S, Ame SM, et al. Efficacy of chlorhexidine application to umbilical cord on neonatal mortality in Pemba, Tanzania: a community-based randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4:e837-e44. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30223-6.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
realizaram treinamento das mães para que realizassem uma higienização adequada das mãos. Em relação à higiene no corte do CU, 5 estudos2222 Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, Katz J, LeClerq SC, Shrestha S, et al. Topical applications of chlorhexidine to the umbilical cord for prevention of omphalitis and neonatal mortality in southern Nepal: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];367:910-8. Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
http://www.thelancet.com/journals/lancet...
,2424 Arifeen SE, Mullany LC, Shah R, Mannan I, Rahman SM, Talukder M, et al. The effect of cord cleansing with chlorhexidine on neonatal mortality in rural Bangladesh: a community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1022-8. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61848-5.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
-2525 Soofi S, Cousens S, Imdad A, Bhutto N, Ali N, Bhutta ZA. Topical application of chlorhexidine to neonatal umbilical cords for prevention of omphalitis and neonatal mortality in a rural district of Pakistan: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1029-36. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61877-1.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
,2727 Semrau KE, Herlihy J, Grogan C, Musokotwane K, Yeboah-Antwi K, Mbewe R, et al. Effectiveness of 4% chlorhexidine umbilical cord care on neonatal mortality in Southern Province, Zambia (ZamCAT): a cluster-randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4(11):e827-e36. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30215-7.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
-2828 Sazawal S, Dhingra U, Ali SM, Dutta A, Deb S, Ame SM, et al. Efficacy of chlorhexidine application to umbilical cord on neonatal mortality in Pemba, Tanzania: a community-based randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4:e837-e44. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30223-6.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
especificam que foi entregue um kit de parto para que houvesse o máximo de asseio.

Houve 3 estudos2222 Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, Katz J, LeClerq SC, Shrestha S, et al. Topical applications of chlorhexidine to the umbilical cord for prevention of omphalitis and neonatal mortality in southern Nepal: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];367:910-8. Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
http://www.thelancet.com/journals/lancet...
,2424 Arifeen SE, Mullany LC, Shah R, Mannan I, Rahman SM, Talukder M, et al. The effect of cord cleansing with chlorhexidine on neonatal mortality in rural Bangladesh: a community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1022-8. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61848-5.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
,2525 Soofi S, Cousens S, Imdad A, Bhutto N, Ali N, Bhutta ZA. Topical application of chlorhexidine to neonatal umbilical cords for prevention of omphalitis and neonatal mortality in a rural district of Pakistan: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1029-36. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61877-1.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
nos quais os partos ocorreram na comunidade, 2 onde os partos ocorreram na comunidade e no hospital2727 Semrau KE, Herlihy J, Grogan C, Musokotwane K, Yeboah-Antwi K, Mbewe R, et al. Effectiveness of 4% chlorhexidine umbilical cord care on neonatal mortality in Southern Province, Zambia (ZamCAT): a cluster-randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4(11):e827-e36. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30215-7.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
-2828 Sazawal S, Dhingra U, Ali SM, Dutta A, Deb S, Ame SM, et al. Efficacy of chlorhexidine application to umbilical cord on neonatal mortality in Pemba, Tanzania: a community-based randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4:e837-e44. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30223-6.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
e quatro que ocorreram no contexto hospitalar2121 Meberg A, Schøyen R. Bacterial colonization and neonatal infections. Effects of skin and umbilical disinfection in the nursery. Acta Paediatr Scand. 1985;74:366-71. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890463.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890...
,2323 Kapellen TM, Gebauer CM, Brosteanu O, Labitzke B, Vogtmann C, Kiess W. Higher rate of cord-related adverse events in neonates with dry umbilical cord care compared to chlorhexidine powder. Results of a randomized controlled study to compare efficacy and safety of chlorhexidine powder versus dry care in umbilical cord care of the newborn. Neonatology. 2009;96:13-8. doi: 10.1159/000200165.
https://doi.org/10.1159/000200165...
,2626 Gathwala G, Sharma D, Bhakhri BK. Effect of topical application of chlorhexidine for umbilical cord care in comparison with conventional dry cord care on the risk of neonatal sepsis: A randomized controlled trial. J Trop Pediatr. 2013;59:209-13. doi: 10.1093/tropej/fmt003.
https://doi.org/10.1093/tropej/fmt003...
,2929 Gras-Le Guen C, Caille A, Launay E, Boscher C, Godon N, Savagner C, et al. Dry Care Versus Antiseptics for Umbilical Cord Care: A Cluster Randomized Trial. Pediatrics. [Internet]. 2017 [cited 2017 jan 21];139:e20161857. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28008096. doi: 10.1542/peds.2016-1857.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2800...
.

Em 6 estudos, a concentração de clorexidina utilizada para o cuidado com o cordão foi de 4%2121 Meberg A, Schøyen R. Bacterial colonization and neonatal infections. Effects of skin and umbilical disinfection in the nursery. Acta Paediatr Scand. 1985;74:366-71. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890463.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890...
-2222 Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, Katz J, LeClerq SC, Shrestha S, et al. Topical applications of chlorhexidine to the umbilical cord for prevention of omphalitis and neonatal mortality in southern Nepal: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];367:910-8. Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
http://www.thelancet.com/journals/lancet...
,2424 Arifeen SE, Mullany LC, Shah R, Mannan I, Rahman SM, Talukder M, et al. The effect of cord cleansing with chlorhexidine on neonatal mortality in rural Bangladesh: a community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1022-8. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61848-5.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
-2525 Soofi S, Cousens S, Imdad A, Bhutto N, Ali N, Bhutta ZA. Topical application of chlorhexidine to neonatal umbilical cords for prevention of omphalitis and neonatal mortality in a rural district of Pakistan: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1029-36. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61877-1.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61...
,2727 Semrau KE, Herlihy J, Grogan C, Musokotwane K, Yeboah-Antwi K, Mbewe R, et al. Effectiveness of 4% chlorhexidine umbilical cord care on neonatal mortality in Southern Province, Zambia (ZamCAT): a cluster-randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4(11):e827-e36. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30215-7.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
-2828 Sazawal S, Dhingra U, Ali SM, Dutta A, Deb S, Ame SM, et al. Efficacy of chlorhexidine application to umbilical cord on neonatal mortality in Pemba, Tanzania: a community-based randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4:e837-e44. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30223-6.
https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30...
, enquanto as concentrações utilizadas nos três estudos restantes2323 Kapellen TM, Gebauer CM, Brosteanu O, Labitzke B, Vogtmann C, Kiess W. Higher rate of cord-related adverse events in neonates with dry umbilical cord care compared to chlorhexidine powder. Results of a randomized controlled study to compare efficacy and safety of chlorhexidine powder versus dry care in umbilical cord care of the newborn. Neonatology. 2009;96:13-8. doi: 10.1159/000200165.
https://doi.org/10.1159/000200165...
,2626 Gathwala G, Sharma D, Bhakhri BK. Effect of topical application of chlorhexidine for umbilical cord care in comparison with conventional dry cord care on the risk of neonatal sepsis: A randomized controlled trial. J Trop Pediatr. 2013;59:209-13. doi: 10.1093/tropej/fmt003.
https://doi.org/10.1093/tropej/fmt003...
,2929 Gras-Le Guen C, Caille A, Launay E, Boscher C, Godon N, Savagner C, et al. Dry Care Versus Antiseptics for Umbilical Cord Care: A Cluster Randomized Trial. Pediatrics. [Internet]. 2017 [cited 2017 jan 21];139:e20161857. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28008096. doi: 10.1542/peds.2016-1857.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2800...
foram de 2,5% e de 1%. A análise de sensibilidade realizada considerando as diferentes concentrações de clorexidina utilizadas, sugere que o uso de clorexidina em concentrações inferiores a 4% não está associado a uma maior proteção contra a onfalite do que a proporcionada pelo cuidado com o cordão com a cura a seco.

Outra limitação da presente análise é que não foram apresentados dados sobre baixo peso ao nascer e bebês prematuros. A análise realizada foi feita apenas com os dados disponíveis dos estudos cujos critérios de inclusão especificavam RN com mais de 36 semanas de gestação.

Os critérios usados para a realização da análise dos estudos que classificaram a onfalite em várias categorias foram: Vermelhidão com pus ou vermelhidão severa e vermelhidão grave com pus, que correspondem à onfalite moderada e grave.

Não há conflito de interesse ou financiamento neste estudo.

Conclusão

A aplicação de clorexidina 4% no RN reduz significativamente a incidência de onfalite em nascimentos domiciliares em países com uma TMN superior a 10 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos. A inclusão de novos estudos publicados recentemente reforça o nível da evidência para que a cura do CU com clorexidina seja recomendada para países em desenvolvimento. Esta metanálise fornece informações importantes para as políticas que visam o cuidado do RN em partos domiciliares e em situações de alto risco, onde as condições de higiene não são adequadas.

Não há diferenças significativas entre a cura a seco e o tratamento com clorexidina em concentrações inferiores a 4% no cuidado do CU, em países com baixa TMN e em nascimentos hospitalares. Foi demonstrado que a cura a seco é uma intervenção eficaz nestes contextos e pode ser recomendada para a prevenção da onfalite, por ser menos onerosa. Portanto, é conveniente ampliar o conhecimento por meio de ensaios clínicos duplo-cegos nesses ambientes, para avaliar as duas intervenções e, assim, melhorar a prática médica proporcionada ao recém-nascido.

Nos recém-nascidos a termo não há diferenças estatisticamente significantivas entre os dois grupos de cuidado do cordão. É necessário que mais pesquisas sejam realizadas de acordo com a idade gestacional para saber qual proporção de recém-nascidos prematuros apresentam onfalite independentemente do tipo de cura.

Seria interessante realizar pesquisas com metodologia qualitativa para conhecer as experiências no cuidado com o CU, e levá-las em consideração no desenvolvimento de estratégias de saúde mais efetivas e eficientes, visando reduzir a incidência de onfalite.

References

  • 1
    Karumbi J, Mulaku M, Aluvaala J, English M, Opiyo N. Topical Umbilical Cord Care for Prevention of Infection and Neonatal Mortality. Pediatr Infect Dis J. 2013; 32:78-83. doi: 10.1097/INF.0b013e3182783dc3.
    » https://doi.org/10.1097/INF.0b013e3182783dc3
  • 2
    Pérez MM, Berasategui HK. [Clinical and epidemiological characterization of omphalitis in a neonatology service]. Medicentro Electrónica [Internet]. 2015 Sep [cited 2017 Feb 28];19(3):157-9. Available from: http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30432015000300004&lng=es
    » http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1029-30432015000300004&lng=es
  • 3
    Sawardekar KP. Changing spectrum of neonatal omphalitis. Pediatr Infect Dis J. 2004;23(1):22-26. doi:10.1097/01.inf.0000105200.18110.1e.
    » https://doi.org/10.1097/01.inf.0000105200.18110.1e
  • 4
    Sánchez-Luna M, Pallás-Alonso CR, Botet-Mussons F, Echániz Urcelay I, Castro Conde JR, Narbona E. [Recommendations for the care of the healthy normal newborn at delivery and during the first postnatal hours]. An Pediatr. (Barc). 2009;71:349-61. doi: 10.1016/j.anpedi.2009.07.012.
    » https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2009.07.012
  • 5
    Covas MC, Alda E, Medina MS, et al. [Alcohol versus bath and natural drying for term newborns' umbilical cord care: a prospective randomized clinical trial]. Arch Argent Pediatr. [Internet]. 2013 [cited 2016 May 1]; 84: 57-66. Available from: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0325-00752011000400005&lng=es
    » http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0325-00752011000400005&lng=es
  • 6
    Quattrin R, Iacobucci K, De Tina AL, Gallina L, Pittini C, Brusaferro S. 70% Alcohol Versus Dry Cord Care in the Umbilical Cord Care: A Case-Control Study in Italy. Medicine. (Baltimore) [Internet]. 2016 [cited 2016 jul 20];95:e3207. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4998765/. doi: 10.1097/MD.0000000000003207
    » https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4998765/. doi: 10.1097/MD.0000000000003207
  • 7
    Golombek SG, Brill PE, Salice AL. Randomized trial of alcohol versus triple dye for umbilical cord care. Clin Pediatr. 2002;41:419-23. doi: 10.1177/000992280204100607.
    » https://doi.org/10.1177/000992280204100607
  • 8
    Suliman AK, Watts H, Beiler J, King TS, Khan S, Carnuccio M, et al. Triple dye plus rubbing alcohol versus triple dye alone for umbilical cord care. Clin Pediatr. 2010;49:45-8. doi: 10.1177/0009922808329455.
    » https://doi.org/10.1177/0009922808329455
  • 9
    Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG; PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009 Jul 21;6(7):e1000097. doi: 10.1371/journal.pmed.1000097.
    » https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097
  • 10
    Cobos-Carbó A, Augustovski F. [CONSORT 2010 Declaration: Updated guideline for reporting parallel group randomised trials]. Med Clin (Barc). 2011;137: 213-5. doi: 10.1016/j.medcli.2010.09.034
    » https://doi.org/10.1016/j.medcli.2010.09.034
  • 11
    GRADEpro [Computer program on www.gradepro.org]. McMaster University; 2016.
  • 12
    Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in meta-analyses. BMJ (Clinical research ed) [Internet]. 2003 [cited 2016 jun 20];327:557-60. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC192859
    » https://doi.org/10.1136/bmj.327.7414.557» http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC192859
  • 13
    The Cochrane Collaboration. Review Manager (Version 5.3) [Computer software], The Cochrane Collaboration: Copenhagen, Denmark, 2014.
  • 14
    Xunta de Galicia. Organización Panamericana de la Salud. Epidat 3.1. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia, OPS; 2006.
  • 15
    Guala A, Pastore G, Garipoli V, Agosti M, Vitali M, Bona G. The time of umbilical cord separation in healthy full-term newborns: A controlled clinical trial of different cord care practices. Eur J Pediatr. 2003;162:350-1. doi: 10.1007/s00431-003-1174-2.
    » https://doi.org/10.1007/s00431-003-1174-2
  • 16
    Mullany LC, Saha SK, Shah R, Islam MS, Rahman M, Islam M, et al. Impact of 4.0% chlorhexidine cleansing of the umbilical cord on mortality and omphalitis among newborns of Sylhet, Bangladesh: design of a community-based cluster randomized trial. BMC Pediatrics. [Internet]. 2009 [cited 2017 Jul 20];9:1. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2770449/. doi: 10.1186/1471-2431-9-67.
    » https://doi.org/10.1186/1471-2431-9-67» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2770449
  • 17
    Osrin D. Application of chlorhexidine to the umbilical cord after birth in low-income settings: Two randomised controlled trials. Arch Dis Child Educ Pract Ed. 2012;97:236-7. doi: 10.1136/archdischild-2012-302621.
    » https://doi.org/10.1136/archdischild-2012-302621
  • 18
    Bain J. Midwifery: umbilical cord care in pre-term babies. Nurs Stand. 1994;8:32-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8123509
    » https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8123509
  • 19
    Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, LeClerq SC, Katz J, Tielsch JM. Impact of umbilical cord cleansing with 4.0% chlorhexidine on time to cord separation among newborns in southern Nepal: a cluster-randomized, community-based trial. Pediatrics. [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];118:1864-71. . Available from: http://pediatrics.aappublications.org/content/118/5/1864
    » http://pediatrics.aappublications.org/content/118/5/1864
  • 20
    Mullany LC, Shah R, El Arifeen S, Mannan I, Winch PJ, Hill A, et al. Chlorhexidine cleansing of the umbilical cord and separation time: a cluster-randomized trial. Pediatrics. 2013;131:708-15. doi: 10.1542/peds.2012-2951.
    » https://doi.org/10.1542/peds.2012-2951
  • 21
    Meberg A, Schøyen R. Bacterial colonization and neonatal infections. Effects of skin and umbilical disinfection in the nursery. Acta Paediatr Scand. 1985;74:366-71. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890463
    » https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3890463
  • 22
    Mullany LC, Darmstadt GL, Khatry SK, Katz J, LeClerq SC, Shrestha S, et al. Topical applications of chlorhexidine to the umbilical cord for prevention of omphalitis and neonatal mortality in southern Nepal: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet [Internet]. 2006 [cited 2017 Jan 21];367:910-8. Available from: http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
    » http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(06)68381-5/fulltext
  • 23
    Kapellen TM, Gebauer CM, Brosteanu O, Labitzke B, Vogtmann C, Kiess W. Higher rate of cord-related adverse events in neonates with dry umbilical cord care compared to chlorhexidine powder. Results of a randomized controlled study to compare efficacy and safety of chlorhexidine powder versus dry care in umbilical cord care of the newborn. Neonatology. 2009;96:13-8. doi: 10.1159/000200165.
    » https://doi.org/10.1159/000200165
  • 24
    Arifeen SE, Mullany LC, Shah R, Mannan I, Rahman SM, Talukder M, et al. The effect of cord cleansing with chlorhexidine on neonatal mortality in rural Bangladesh: a community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1022-8. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61848-5.
    » https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61848-5
  • 25
    Soofi S, Cousens S, Imdad A, Bhutto N, Ali N, Bhutta ZA. Topical application of chlorhexidine to neonatal umbilical cords for prevention of omphalitis and neonatal mortality in a rural district of Pakistan: A community-based, cluster-randomised trial. Lancet. 2012;379:1029-36. doi: 10.1016/S0140-6736(11)61877-1.
    » https://doi.org/10.1016/S0140-6736(11)61877-1
  • 26
    Gathwala G, Sharma D, Bhakhri BK. Effect of topical application of chlorhexidine for umbilical cord care in comparison with conventional dry cord care on the risk of neonatal sepsis: A randomized controlled trial. J Trop Pediatr. 2013;59:209-13. doi: 10.1093/tropej/fmt003.
    » https://doi.org/10.1093/tropej/fmt003
  • 27
    Semrau KE, Herlihy J, Grogan C, Musokotwane K, Yeboah-Antwi K, Mbewe R, et al. Effectiveness of 4% chlorhexidine umbilical cord care on neonatal mortality in Southern Province, Zambia (ZamCAT): a cluster-randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4(11):e827-e36. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30215-7.
    » https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30215-7
  • 28
    Sazawal S, Dhingra U, Ali SM, Dutta A, Deb S, Ame SM, et al. Efficacy of chlorhexidine application to umbilical cord on neonatal mortality in Pemba, Tanzania: a community-based randomised controlled trial. Lancet Glob Health. 2016;4:e837-e44. doi: 10.1016/S2214-109X(16)30223-6.
    » https://doi.org/10.1016/S2214-109X(16)30223-6
  • 29
    Gras-Le Guen C, Caille A, Launay E, Boscher C, Godon N, Savagner C, et al. Dry Care Versus Antiseptics for Umbilical Cord Care: A Cluster Randomized Trial. Pediatrics. [Internet]. 2017 [cited 2017 jan 21];139:e20161857. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28008096 doi: 10.1542/peds.2016-1857.
    » https://doi.org/10.1542/peds.2016-1857» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28008096
  • 30
    Egger M, Davey Smith G, Schneider M, Minder C. Bias in meta-analysis detected by a simple, graphical test. BMJ. 1997; 315:629-34. doi: https://doi.org/10.1136/bmj.315.7109.629
    » https://doi.org/https://doi.org/10.1136/bmj.315.7109.629
  • 31
    The World Bank: Mortality rate, neonatal (per 1,000 live births) [Internet]. Washington, DC: The World Bank; [cited 2016 Oct 15]. Available from: https://data.worldbank.org/indicator/SH.DYN.NMRT?view=chart
    » https://data.worldbank.org/indicator/SH.DYN.NMRT?view=chart
  • 32
    Sinha A, Sazawal S, Pradhan A, Ramji S, Opiyo N. Chlorhexidine skin or cord care for prevention of mortality and infections in neonates. Cochrane Database Syst Rev. [Internet]. 2015 [cited 2016 May 20];3: CD007835. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007835.pub2/abstract;jsessionid=9BD87C03C0A9A7B4E96E7985B6A40E47.f04t02. doi:10.1002/14651858.CD007835.pub2
    » http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD007835.pub2/abstract;jsessionid=9BD87C03C0A9A7B4E96E7985B6A40E47.f04t02. doi:10.1002/14651858.CD007835.pub2
  • 33
    Shariff JA, Lee KC, Leyton A, Abdalal S. Neonatal mortality and topical application of chlorhexidine on umbilical cord stump: a meta-analysis of randomized control trials. Public Health. .2016;139:27-35. doi: 10.1016/j.puhe.2016.05.006.
    » https://doi.org/10.1016/j.puhe.2016.05.006
  • 34
    Imdad A, Mullany LC, Baqui AH, El Arifeen S, Tielsch JM, Khatry SK, et al. The effect of umbilical cord cleansing with chlorhexidine on omphalitis and neonatal mortality in community settings in developing countries: a meta-analysis. BMC Public Health. [Internet]. 2013 [cited 2016 Oct 21];13:1. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3847355/. doi: 10.1186/1471-2458-13-S3-S15
    » https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-S3-S15» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3847355
  • 35
    Penfold S, Hill Z, Mrisho M, Manzi F, Tanner M, Mshinda H, et al. A large cross-sectional community-based study of newborn care practices in southern Tanzania. PLoS One. [Internet]. 2010 [cited 2016 May 20];5:e15593. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3006340/ doi: 10.1371/journal.pone.0015593.
    » https://doi.org/10.1371/journal.pone.0015593» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3006340/
  • 36
    Amare Y. Umbilical cord care in Ethiopia and implications for behavioral change: a qualitative study. BMC Int Health Hum Rights. [Internet]. 2014 [cited 2016 May 20]:14:12. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4021177/ doi: 10.1186/1472-698X-14-12.
    » https://doi.org/10.1186/1472-698X-14-12» https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4021177/
  • 37
    Alam MA, Ali NA, Sultana N, Mullany LC, Teela KC, Khan NU, et al. Newborn umbilical cord and skin care in Sylhet District, Bangladesh: Implications for promotion of umbilical cord cleansing with topical chlorhexidine. J Perinatol. 2008; 28(Supl 2): 61-8. doi: 10.1038/jp.2008.164.
    » https://doi.org/10.1038/jp.2008.164

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2019

Histórico

  • Recebido
    29 Mar 2018
  • Aceito
    08 Out 2018
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Av. Bandeirantes, 3900, 14040-902 Ribeirão Preto SP Brazil, Tel.: +55 (16) 3315-3451 / 3315-4407 - Ribeirão Preto - SP - Brazil
E-mail: rlae@eerp.usp.br