Nível de estresse entre universitários de enfermagem relacionado à fase de formação e fatores sociodemográficos^*

Resumos

Objetivo:

identificar o nível de estresse entre universitários de Enfermagem e os fatores sociodemográficos e acadêmicos associados; comparar o nível de estresse entre universitários segundo a fase de formação no curso.

Método:

estudo transversal com 286 universitários. Aplicaram-se o instrumento de caracterização sociodemográfica e acadêmica e a escala de estresse. O nível de estresse global foi avaliado por escore padronizado. Na análise bivariada, empregou-se o qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, realizando-se posteriormente análise de regressão logística múltipla pelo modelo de Poisson. Adotou-se significância estatística de 5%.

Resultados:

maior proporção de universitários apresentou nível médio/alto de estresse global. Estudantes do 6º ao 10º semestres apresentaram maiores níveis de estresse, comparados aos do 1º ao 5º, nos domínios Realização das atividades práticas, Comunicação profissional (p=0,014), Ambiente (p=0,053) e Formação profissional (p=0,000). Na análise multivariada, contribuíram para o maior nível de estresse as variáveis cursar do 6º ao 10º semestres, sexo feminino, renda mensal ≤ a um salário mínimo e renda considerada insuficiente.

Conclusão:

mulheres em fase de formação mais avançada e com baixa condição econômica apresentam maior nível de estresse na formação acadêmica.

Descritores:
Estresse Psicológico; Estresse Fisiológico; Estudantes de Enfermagem; Bacharelado em Enfermagem; Enfermagem; Saúde

Objective:

identify the stress level among nursing undergraduates and the associated sociodemographic and academic factors; to compare stress level among college students according to the training phase in the course.

Method:

cross-sectional study with 286 university students. The instrument of sociodemographic and academic characterization and the stress scale were applied. The overall stress level was assessed by standardized score. In the bivariate analysis, Pearson’s chi-square or Fisher’s exact test was used, and multiple logistic regression analysis was performed using the Poisson model. Statistical significance of 5% was adopted.

Results:

higher proportion of college students presented medium/high level of global stress. Students from 6th to 10th semesters presented higher levels of stress compared to those from 1st to 5th, in the Realization of practical activities, Professional Communication (p = 0.014), Environment (p = 0.053) and Vocational Training (p = 0.000) domains). In the multivariate analysis, they contributed to the highest level of stress the variables attending the 6th to 10th semesters, female gender, monthly income ≤ one minimum wage and income considered insufficient.

Conclusion:

women in a more advanced stage of education and with low economic condition present a higher level of stress in their academic education.

Descriptors:
Stress, Psychological; Stress, Physiological; Students, Nursing; Education, Nursing, Baccalaureate; Nursing; Health

Objetivo:

identificar el nivel de estrés entre universitarios de enfermería y los factores sociodemográficos y académicos asociados con él; y, comparar el nivel de estrés entre universitarios según la etapa de formación en el curso.

Método:

estudio transversal, con 286 universitarios. Se aplicó el instrumento de caracterización sociodemográfica y académica y escala de estrés. El nivel de estrés global fue evaluado por puntaje estandarizado. En análisis bivariado se empleó el Chi-cuadrado de Pearson o Exacto de Fisher; posteriormente, se realizó el análisis de regresión logística múltiple por el modelo de Poisson. Se adoptó una significación estadística de 5%.

Resultados:

una mayor proporción de universitarios presentó nivel medio/alto de estrés global. Los estudiantes del 6º al 10º semestre presentaron mayores niveles de estrés comparados a los del 1º al 5º, en los dominios: Realización de las actividades prácticas, Comunicación profesional (p=0,014), Ambiente (p=0,053) y Formación profesional (p=0,000). En el análisis multivariado, contribuyeron para un mayor nivel de estrés las variables: cursar del 6º al 10º semestre, sexo femenino, renta mensual ≤ a un salario mínimo y renta considerada insuficiente.

Conclusión:

las mujeres, en etapa de formación más avanzada y con baja condición económica presentan mayor nivel de estrés en la formación académica.

Descriptores:
Estrés Psicológico; Estrés Fisiológico; Estudiantes de Enfermería; Bachillerato en Enfermería; Enfermería; Salud

Introdução

O estresse advém da interação do indivíduo com os fatores do ambiente quando percebe situações desafiadoras como excedentes à capacidade de enfrentamento. De forma crônica, pode gerar alterações físicas, psíquicas, emocionais e comportamentais que comprometem o bem-estar^(1-4). É também considerado um importante fator de risco para doença cardiovascular⁽⁵⁾. Assim sendo, nas últimas décadas, diversos estudos propõem-se a investigar os sintomas físicos e psicológicos, os modos de enfrentamento e os fatores associados ao estresse em diferentes contextos e grupos populacionais^(6-9).

Pesquisas identificaram níveis de estresse elevados em universitários^(10-13), com possibilidade de ameaçar o bem-estar e a saúde, além de prejudicar o desempenho acadêmico e assistencial^(14-16), o que indica a importância do estudo do fenômeno nesse grupo.

O estudo do estresse, na perspectiva do modelo interacionista, relaciona-o à maneira como um indivíduo percebe e avalia as situações presentes no contexto em que está inserido⁽¹⁾. Por isso, estudar esse fenômeno em universitários de Enfermagem implica considerar o contexto de formação acadêmica.

O universitário de Enfermagem está propenso ao estresse devido a eventos que podem ser percebidos como estressores durante a trajetória de formação no campo da saúde. Entre esses eventos, destacam-se a extensa carga horária, a atuação e as responsabilidades no ambiente clínico, a preocupação com o mercado de trabalho, a conciliação da formação com a vida familiar, o acúmulo de atividades acadêmicas, a realização de avaliações, entre outros^(12,17). Embora não haja consenso sobre a intensidade do estresse de acordo com a fase de formação, o nível de estresse pode sofrer influência do semestre em que o universitário se encontra^(18-20).

As atividades desenvolvidas em cada etapa oferecem situações diferentes que podem ser percebidas como estressoras, em maior ou menor grau de intensidade, a depender dos recursos cognitivos e emocionais dos estudantes para o enfrentamento. Nos semestres iniciais, na transição do Ensino Médio para o ambiente universitário, eles passam por situações que exigem esforço de adaptação à realidade acadêmica⁽²¹⁾. Em geral, estão engajados sobretudo em atividades teóricas desenvolvidas na escola. Com o avançar do curso, inserem-se quase sempre em atividades práticas no campo de trabalho e estão mais preocupados com a transição da vida acadêmica para a vida profissional, o que requer maior grau de independência e responsabilidade⁽²²⁾.

Estudos nacionais e internacionais avaliaram o estresse em estudantes no último ano de curso^(13,23-24), nos semestres iniciais da formação^(25-26) ou em todos os anos do curso, sem realizar comparações entre os semestres^(21,27). Outros focalizaram a avaliação do estresse em universitários inseridos na prática clínica^(12,28). Assim, dadas as características peculiares de cada fase de formação, é importante avançar em estudos sobre a diferença no nível de estresse entre os primeiros e os últimos anos do curso.

Além do contexto de formação no curso, pesquisas brasileiras e de outros países demostraram que o estado civil⁽²¹⁾, a atividade de trabalho⁽²²⁾, idade⁽²⁹⁾, sexo^(30-31), dentre outras variáveis, influenciaram o nível de estresse de universitários. No entanto, estudo apontou que resultados de pesquisas internacionais sobre associações entre características sociodemográficas e estresse são ainda inconsistentes, sendo necessárias novas análises para a compreensão de como as características sociodemográficas dos estudantes de Enfermagem, submetidos ao mesmo ambiente acadêmico, influenciam o estresse⁽³²⁾.

As pesquisas nacionais concentram-se nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, existindo poucos estudos voltados aos contextos socioculturais e acadêmicos da região Nordeste, o que reforça a importância de se ampliar o conhecimento sobre as características sociodemográficas e acadêmicas, em diferentes instituições e regiões do país, permitindo melhor compreensão dos fatores associados ao estresse e a identificação de ações para minimizar os seus efeitos⁽³³⁾.

Considerando que a formação universitária em Enfermagem é um período de exposição a situações que podem levar a alterações nos níveis de estresse e que esse fenômeno pode repercutir na saúde dos universitários, identificar situações percebidas por eles como estressoras e variáveis que contribuem para maior nível de estresse, pode auxiliar na construção e aplicação de estratégias e ações de prevenção e redução do estresse no contexto de formação. Fortalecendo asim o conhecimento sobre o fenômeno em universitários de Enfermagem.

Com base no exposto, os objetivos deste estudo foram: 1. Identificar o nível de estresse entre universitários de Enfermagem e os fatores sociodemográficos e acadêmicos associados; 2. Comparar o nível de estresse entre universitários segundo a fase de formação no curso.

Método

O estudo transversal foi realizado entre fevereiro 2016 e março de 2017 com universitários de Enfermagem de um curso de bacharelado de uma instituição pública do município de Salvador, Bahia, Brasil, o qual é desenvolvido nos turnos matutino e vespertino. Foram incluídos universitários matriculados entre o 1º e o 10º semestres do curso, com idade mínima de 18 anos. Foram excluídos aqueles afastados do curso por trancamento ou intercâmbio.

No ano de 2016, estavam matriculados 353 estudantes no curso, conforme o registro de matrícula disponibilizado pelo Colegiado do Curso de Graduação. O número de universitários matriculados em cada semestre foi de 48 no primeiro, 39 no segundo, 18 no terceiro, 32 no quarto, 34 no quinto, 34 no sexto, 39 no sétimo, 29 no oitavo, 36 no nono e 44 no décimo.

A coleta de dados ocorreu em sala de aula, na Escola de Enfermagem. Os universitários foram abordados na sala de aula e convidados a participar da pesquisa. Após serem explanados os objetivos da pesquisa, riscos e benefícios, ter sido assegurada a garantia do anonimato e da autonomia para desistir da pesquisa em qualquer etapa os participantes leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias. A coleta de dados foi realizada por duas estudantes do curso de mestrado e uma do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da instituição e por quatro estudantes de graduação, todas devidamente treinadas para assegurar a uniformidade na abordagem dos estudantes e a aplicação dos instrumentos da pesquisa.

Aplicou-se o instrumento de caracterização sociodemográfica e acadêmica constituído por questões fechadas e semiestruturadas envolvendo as seguintes variáveis: idade; sexo, raça/cor autodeclarada; situação conjugal; número de pessoas com quem reside; renda familiar mensal; consideração da renda mensal suficiente, atividade laboral e carga horária de trabalho. Levantaram-se também informações sobre a vida acadêmica no semestre em curso, carga horária cursada no semestre e número de horas de estudo, além dos turnos da universidade.

A Escala de Estresse de Universitários de Enfermagem (AEEE), instrumento utilizado para a mensuração do nível de estresse, foi construída e validada⁽³⁴⁾apresentando estimativas adequadas de validade de construto e confiabilidade. Possui 30 itens, em escala tipo Likert de quatro pontos, em termos de intensidade: zero (0), aplicado quando o estudante não vivencia estresse com a situação retratada no item; um (1), quando o estudante avalia que o nível de estresse é baixo com a situação; dois (2), quando sente nível de estresse moderado com a situação e três (3), quando sente alto nível de estresse com a situação. Os 30 itens são agrupados em seis domínios. O domínio 1 - Realização das atividades práticas - refere-se ao conhecimento instrumental adquirido pelo aluno para a realização dos procedimentos e os sentimentos envolvidos no momento da assistência ao paciente. O domínio 2 - Comunicação profissional - avalia as dificuldades sentidas na comunicação dentro do local de trabalho e em situações de conflitos. O domínio 3 - Gerenciamento do tempo - mensura a dificuldade do aluno em conciliar as atividades acadêmicas estabelecidas na grade curricular com as exigências pessoais, emocionais e sociais. O domínio 4 - Ambiente - aborda o grau de dificuldade sentido no acesso aos campos de estágio ou universidade e situações de desgaste percebidas pelos alunos com os meios de transporte utilizados. O domínio 5 - Formação profissional - aborda a preocupação do aluno sobre o conhecimento adquirido em sua fase de formação acadêmica e o impacto desse conhecimento sobre a futura vida profissional. O domínio 6 - Atividade teórica - mensura o grau de dificuldade do aluno ao lidar com o conteúdo programático, as atividades desenvolvidas e a metodologia de ensino adotada.

Após a coleta de dados, os instrumentos foram conferidos, digitados e armazenados no software estatístico Statistical Package of Social Science (SPSS), versão 20.0, e exportados para o programa Stata, no qual as análises foram processadas. As variáveis categóricas foram analisadas em frequências absolutas (n) e percentuais (%) e a variável idade, em média e desvio-padrão (DP).

Para verificar a associação entre o período de formação e o nível de estresse por domínio da AEEE, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, adotando-se significância estatística de 5%.

O nível de estresse por domínio foi avaliado pelos escores obtidos pela soma dos pontos atribuídos a cada um dos itens dos domínios e considerou-se a interpretação preconizada por Costa e Polak⁽³⁴⁾. O nível de estresse global foi calculado mediante escore padronizado⁽²⁸⁾, da seguinte forma: foram calculados os escores individuais de estresse a partir da soma dos valores assinalados em cada item do AEEE (com variação de zero a 90 pontos). Converteram-se os escores individuais, utilizando-se tal variação, proporcionalmente a uma escala de zero a 100%. A partir disso, o nível de estresse foi classificado da seguinte forma: 0,00% a 33,33% - baixo nível de estresse; 33,34% a 66,67% - médio nível de estresse e 66,68% a 100% - alto nível de estresse⁽³⁵⁾. Para as análises, agruparam-se as classes médio e alto nível de estresse devido à pequena distribuição de estudantes no nível alto.

O teste qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher foi utilizado para verificar a associação entre o nível de estresse global e as variáveis sociodemográficas e acadêmicas. Estimou-se também a razão de prevalência (RP), com os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). As variáveis que, na análise bivariada, obtiveram valor de p ≤ 0,20 foram inseridas no Modelo de Regressão de Poisson Robusto para a análise multivariada. Consideraram-se como potenciais variáveis de ajuste: idade, carga horária do semestre em curso e número de horas de estudo, além dos turnos em que frequenta na universidade. A modelagem foi realizada com o procedimento backward. Para a escolha do modelo, foi utilizado o critério de informação de Akaike (AIC), escolhendo-se o modelo com menor valor (AIC 519.8774).

Este estudo está vinculado ao Projeto Matriz “Fatores de Risco Cardiovascular em Graduandas(os) de Enfermagem: Implicações para o Cuidado em Saúde”, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) sob o processo número 309092/2015-9. Foi aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia sob o parecer nº 353.038, conforme princípios éticos previstos na Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.

Resultados

Dos 353 universitários matriculados, 65 não aceitaram participar da pesquisa e dois realizaram trancamento do curso. Assim, 286 constituíram os participantes de acesso desta investigação.

Houve predomínio do sexo feminino (90,2%), de solteiros ou divorciados (91,6%) e da raça/cor autodeclarada negra (87,8%). A idade média foi de 23,4 anos (DP = 4,4), valor mínimo de 18 e máximo de 50, com predomínio da faixa etária igual ou maior a 22 anos (70,6%). A maioria residia com duas ou três pessoas (55,6%), tinha situação laboral inativa (81,5%), renda mensal familiar de três salários mínimos (73,8%) e considerava a renda insuficiente para a manutenção (65,0%). Dentre os 53 estudantes que exerciam atividade laboral, 62,3% tinham carga horária igual ou menor que cinco horas por dia. Estavam matriculados entre 1º e o 5º semestres 45,5% dos universitários, e entre o 6º e o 10º semestres, 54,6%.

Na Tabela 1, encontram-se os dados referentes à associação do nível de estresse por domínios da escala de Avaliação de Estresse de Estudantes de Enfermagem com a fase de formação.

Tabela 1
Associação do nível de estresse por domínios da escala de Avaliação de Estresse de Estudantes de Enfermagem com a fase de formação dos universitários de Enfermagem. Salvador, BA, Brasil, 2016-2017

Semestre em curso	Nível de estresse por domínios				p-valor
	Baixo	Médio	Alto	Muito alto
	Domínio 1- Realização das atividades práticas
1º a 5º	65 (50,0)	35 (26,9)	18(13,9)	12 (9,2)	0,070*
6º a 10º	54 (34,6)	58 (37,2)	27(17,3)	17(10,9)
	Domínio 2 - Comunicação profissional
	Baixo	Médio	Alto	Muito alto
1º a 5º	75(57,7)	18(13,9)	25(19,2)	12(9,2)	0,014*
6º a 10º	62(39,7)	40(25,6)	35(22,4)	19(12,2)
	Domínio 3 - Gerenciamento do tempo
	Baixo	Médio	Alto	Muito alto
1º a 5º	59(45,4)	40(30,8)	3(2,3)	28(21,5)	0,366†
6º a 10º	57(36,5)	48(30,8)	15(9,62)	36(23,1)
	Domínio 4 - Ambiente
	Baixo	Médio	Alto	Muito alto
1º a 5º	59(45,4)	40(30,8)	3(2,3)	28(21,5)	0,053†
6º a 10º	57(36,5)	48(30,8)	15(9,6)	36(23,1)
	Domínio 5 - Formação profissional
	Baixo	Médio	Alto	Muito alto
1º a 5º	65(50,0)	12(9,2)	19(14,6)	34(26,2)	0,000*
6º a 10º	40(25,6)	20(12,8)	26(16,7)	70(44,9)
	Domínio 6 - Atividade teórica
	Baixo	Médio	Alto	Muito alto
1º a 5º	55(42,3)	51(39,2)	20(15,4)	4(3.18)	0,083†
6º a 10º	88(56,4)	42(26,9)	20(12,8)	6(3,9)

• ^*
  p = valor obtido pelo teste qui-quadrado de Pearson;
• ^†
  p = valor obtido pelo testeExato de Fisher

• No Domínio 1 - Realização das atividades práticas, maior proporção de universitários do 1º ao 5º semestres apresentou baixo nível de estresse e maior proporção de universitários do 6º a 10º semestre, médio nível de estresse. Notou-se maior proporção de estudantes do 6º ao 10º semestres com níveis médio, alto e muito alto (p=0,07), comparados aos do 1º ao 5º.

• No Domínio 2 - Comunicação profissional, e no domínio 5, Formação profissional, maior proporção de universitários entre o 6º ao 10º semestres apresentou médio, alto e muito alto nível de estresse e menor proporção, baixo nível de estresse, comparados àqueles entre o 1º a 5º semestres, havendo diferença estatisticamente significante.

• No Domínio 3 - Gerenciamento do tempo, os grupos foram homogêneos quanto ao nível de estresse (p=0,366), no entanto, maior proporção de estudantes entre o 6º ao 10º apresentou níveis mais elevados de estresse.

• No Domínio 4 - Ambiente, maior proporção de universitários entre o 6º ao 10º semestres apresentou alto e muito alto nível de estresse; menor proporção deles, baixo nível de estresse comparado àqueles entre o 1º a 5º semestres (p=0,053).

• No Domínio 6 - Atividade teórica, maior proporção de universitários entre o 1º a 5º semestres apresentou médio, alto e alto nível de estresse; menor proporção dentre eles, baixo nível de estresse comparado àqueles entre o 1º a 5º semestres (p=0,083).

Na Tabela 2, apresenta-se a associação entre o nível de estresse global e características sociodemográficas e acadêmicas dos universitários.

Tabela 2
Associação entre nível de estresse global e características sociodemográficas e acadêmicas dos universitários de Enfermagem. Salvador, BA, Brasil, 2016-2017

Variáveis	Nível de estresse		Valor de p*	RP†	IC‡
	Baixo	Médio/Alto
Semestre do curso			0,044	1,23	1,08; 2,77
1º ao 5º	62(47,7)	68 (52,3)
6º ao10º	56(35,9)	100 (64,1)
Sexo			0,003	1,91	1,10; 3,31
Masculino	19(67,9)	9 (32,1)
Feminino	99(38,4)	159 (61,6)
Idade			0,284	1, 12	0,89; 1,40
18 -| 21anos	40(46,0)	47(54,0)
≥ 22 anos	78(39,2)	121 (60,8)
Raça/Cor			0,365	1,30	0,64; 2,64
Branca	17 (48,4)	18(51.4)
Negra	101(40,2)	150(59,8)
Situação conjugal			0,738	1,99	0,84; 1,42
Solteira, divorciada	108 (41,2)	154(58, 8)
Casada	10 (41, 7)	14 (58,3)
Nº de pessoas com quem reside			0,668	1,05	0,77; 1,43
0 - 1	27(45,0)	33(55,0)
2 -3	63(39,6)	96(60,4)
≥ 4	28 (41,8)	39(58,2)
Renda mensal familiar			0,002	1, 17	1,06; 1,29
≥ 3 SM§	96(45,5)	115(54,5)
1- 2 SM§	7(63,6)	4(36,4)
< 1 SM§	15(23,4)	49(76,6)
Considera a renda suficiente			0,007	1,34	1,06; 1,69
Não	66(35,5)	120(64,5)
Sim	52 (52,0)	48(48,0)
Atividade laboral			0,454	0,77	0,42; 1,40
Não	94(40,3)	139(59,7)
Sim	24(45,3)	29(54,7)
Carga horária de trabalho (n=45)			0.885	1,03	0,81; 1,30
≤ 5 horas	104 (41,1)	149 (58,9)
> 5 horas	14 (42,4)	19(57,6)
Carga horária semestral			0,790	1,26	0,78; 2,01
<400 h	29(42,7)	39(57,3)
≥ 400 h	89(40,8)	129(59,2)
Nº horas de estudo além da carga horária semestral			0,789	1,02	0,84; 1,25
≤ 200 minutos	70(41,9)	97(58,1)
>200 minutos	48(40,3)	71(59,7)

• ^*
  p-value do teste qui-quadrado de Pearson;
• ^†
  RP = Razão de Prevalência;
• ^‡
  IC = Intervalo de confiança;
• ^§
  SM = Salário Mínimo (R$ 880,00) vigente em 2016, Brasil

Quanto ao nível de estresse global segundo a AEEE, 3,5% dos universitários de Enfermagem trazem alto nível de estresse; 55,2%, com médio nível de estresse e 41,3%, com baixo nível de estresse. Totalizaram-se 58,7% na categoria médio/alto nível de estresse.

Estudantes do 6º ao 10º semestres (p=0,044), do sexo feminino (p=0,003), com renda familiar mensal menor que um salário mínimo (p=0,002) e que consideraram a renda mensal insuficiente para a sua manutenção (p=0,007) apresentaram níveis mais elevados (médio/alto). A razão de prevalência mostrou-se na mesma direção.

Não houve diferença estatisticamente significante entre nível de estresse global e idade, raça/cor autodeclarada, situação conjugal, número de pessoas com quem reside, atividade laboral, carga horária de trabalho, tempo de deslocamento até a universidade, carga horária semestral e número de horas de estudo, além da carga horária semestral. A razão de prevalência mostrou-se na mesma direção (Tabela 2).

A Tabela 3, apresentada a seguir, mostra as variáveis preditoras ao médio/alto nível de estresse dos universitários.

Tabela 3
Associação entre as variáveis preditoras do nível médio/alto de estresse em universitários de Enfermagem. Salvador, BA, Brasil, 2016-2017

Variáveis preditoras	RP*	IC†
Sexo
Masculino	1,85	1,07; 3,19
Feminino
Renda mensal familiar
≥ 3 SM‡	1,64	1,06; 1,27
1- 2 SM‡
< 1 SM‡
Consideração da renda mensal suficiente
Sim	1,25	1,00; 1,57
Não
Semestre em curso
1º ao 5º semestre	1,24	1,01; 1,52
6º ao 10º semestre
Carga horária semestral
≤ 400 horas	1,11	0,88; 1,39
> 400 horas

• ^*
  RP = Razão de Prevalência;
• ^†
  IC = Intervalo de confiança;
• ^‡
  SM = Salário Mínimo (R$ 880,00) vigente em 2016, Brasil

Na análise múltipla, as variáveis que mais contribuíram para o médio/alto nível de estresse dos universitários foram: sexo, renda mensal familiar, consideração da renda mensal suficiente para a sobrevivência e semestre em curso.

Evidenciou-se que estudantes do sexo feminino tiveram aumento de 85% para o médio/alto nível de estresse (RP: 1,85, IC 95%: 1,07; 3,19). Aqueles com renda mensal igual ou menor a um salário mínimo e que não consideravam a renda suficiente apresentaram um aumento respectivo de 64% (RP:1,64, IC 95%: 1,06; 1,27) e 25% (RP: 1,25, IC 95%: 1,00;1,57) para o médio/alto nível de estresse. Constatou-se ainda que universitários entre o 6º e 10º semestres apresentaram um aumento de 24% para o médio/alto nível de estresse (RP: 1,24, IC 95%: 1,01;1,52). Destaca-se, na análise múltipla, que foram rodados vários modelos com as variáveis de ajuste anteriormente descritas, porém, escolheu-se o melhor modelo logístico mediante o menor critério de informação de Akaike ajustado apenas por carga horária semestral.

Discussão

O estudo evidenciou que as características sociodemográficas dos universitários de Enfermagem são semelhantes às encontradas em outras pesquisas, que também constataram a presença de mulheres, adultos jovens⁽²²⁾, que consideraram a renda insuficiente para a sobrevivência⁽²⁴⁾, solteiros⁽³⁶⁾, sem atividade laboral⁽³⁷⁾. Estudo que levantou características sociodemográficas de discentes de Enfermagem de quatro Instituições de Ensino Superior brasileiras, uma localizada na região Sul e três, na região Sudeste, mostrou que os universitários eram predominantemente do sexo feminino, embora houvesse aumento gradual do sexo masculino; estavam em faixa etária jovem, possivelmente devido ao incentivo do governo brasileiro ao ingresso no Ensino Superior e ao período da vida em que grande parte dos estudantes ingressa na universidade e não tinham estabelecido ainda vínculo conjugal, refletindo que, cada vez mais, buscam primeiramente a independência e estabilidade financeira⁽³⁶⁾.

Estudo identificou o predomínio de universitários de raça/cor autodeclarada branca⁽²¹⁾ e outros não exploraram a variável raça-cor^(22,36). No entanto, identificou-se, neste estudo, a raça/cor negra predominante, justificada pelo fato de Salvador ter grande herança afrodescendente, sendo considerada a cidade com maior número de negros no país⁽³⁸⁾.

Quanto ao nível de estresse global da AEEE, os universitários de Enfermagem apresentaram predominantemente nível médio/alto de estresse, corroborando achado de outros estudos^(21,33), o que reforça a necessidade de se discutir e implementar intervenções para minimizar estressores relacionados à formação acadêmica e assegurar uma formação mais saudável. Torna-se relevante também verificar estratégias que auxiliem os estudantes no enfrentamento dos fatores de estresse.

Quanto ao nível de estresse por domínio da AEEE e sua relação com o semestre do curso, observaram-se, no Domínio Comunicação profissional, maiores níveis de estresse para estudantes do 6º ao 10º semestres, refletindo dificuldades na comunicação e interação com profissionais, bem como das situações conflitantes que emergem nessa interação⁽³⁴⁾. Esse achado pode estar relacionado ao fato de os estudantes, nesta fase de formação, estarem mais expostos a essas interações, por cursarem componentes com carga horária prática maior comparados aos componentes cursados por estudantes nos semestres iniciais. Acrescenta-se que, nas fases mais avançadas do curso, estão mais expostos ao trabalho da profissão que, por sua natureza, exige competências e habilidades para a articulação de uma comunicação efetiva com trabalhadores de Enfermagem e de outras áreas da saúde⁽³⁹⁾.

Além disso, universitários dos últimos períodos de formação costumam, diante de enfermeiros, sentir-se inseguros de suas habilidades e competências⁽³⁷⁾, o que pode dificultar sua comunicação efetiva com a equipe de trabalho. Estudo com discentes de Enfermagem de diferentes semestres identificou a comunicação profissional representando alto nível de estresse e relacionou esse achado ao fato de estarem, em geral, em uma faixa etária jovem, sendo possível apresentarem menos experiência no trato direto com pessoas e maior dificuldade na comunicação com a equipe de saúde⁽⁴⁰⁾.

No domínio 4, Ambiente, estudantes do 6º ao 10º semestres apresentaram níveis mais elevados de estresse, expressando maior grau de dificuldade no acesso aos campos de estágio ou à universidade e situações de desgaste com os meios de transporte utilizados. Esse grupo é exposto à maior carga horária prática, o que exige maior número de deslocamentos entre a residência, os campos de estágio e a universidade. Além disso, a maioria dos campos de prática da instituição estudada localiza-se em bairros do subúrbio ferroviário, que apresentam altos índices de violência e são distantes da universidade. Deslocar-se entre os diferentes locais necessários ao cotidiano acadêmico pode ser acompanhado pela percepção de insegurança devido à violência urbana e ao tempo despendido, uma vez que o tempo excedente no deslocamento poderia ser direcionado para outras demandas. Essas dificuldades no deslocamento foram também constatadas em pesquisa em universidade do Sul do Brasil e identificadas como fatores de desgaste pelos estudantes de Enfermagem, exigindo melhor administração e organização do tempo⁽³⁷⁾.

Estudantes em fase mais avançada do curso, requisitados a vivenciar atividades como enfermeiro em formação no campo de estágio, podem estar mais preparados para perceber a responsabilidade profissional para o trabalho, assim como a exposição por maior tempo à formação permite que antecipem possíveis situações geradoras de estresse a serem vivenciadas como enfermeiros. Esse conjunto de fatores pode justificar o maior nível de estresse identificado entre estudantes do 6º ao 10º semestres, comparados àqueles entre o 1º e o 5º, no Domínio Formação profissional. Além disso, a proximidade com a finalização do curso traz incertezas, dúvidas e preocupações quanto à inserção no mercado de trabalho, à aprovação em processos seletivos de cursos de especialização e residência, assim como expectativas quanto ao sucesso profissional⁽¹³⁾. Outras pesquisas internacionais e nacionais identificaram graduandos de Enfermagem com muito alto nível de estresse na Formação profissional^(10,40).

Destaca-se que universitários do 1º ao 5º semestres só apresentaram maior nível de estresse relacionado à Atividade teórica, como a dificuldade de assimilar o conteúdo teórico-prático e de executar trabalhos extraclasse, além do medo ou insegurança de realizar provas teóricas, apesar de não ter sido constatada diferença estatisticamente significante entre os grupos estudados. Outra investigação, que identificou estressores entre acadêmicos de Enfermagem de uma universidade pública, verificou que estudantes do 1º semestre apresentaram maior nível de estresse relacionado às Atividades teóricas, o que foi justificado por ser um semestre que agrega a maior parte das disciplinas do ciclo básico causadoras de grande preocupação entre alunos⁽¹⁵⁾.

Embora sem diferença estatisticamente significante, estudantes do 6º ao 10º semestres tiveram níveis mais altos de estresse no domínio Gerenciamento do tempo por estarem fora do convívio social, pelo tempo reduzido para estarem com familiares e pela falta de tempo para momentos de descanso devido às demandas acadêmicas. Destaca-se que, nas fases finais de formação, os estudantes agregam, em geral, maior número de atividades extraclasse, como participação em grupos de pesquisa, estágios extracurriculares, sendo também um período em que realizam o trabalho de conclusão de curso, o que demanda horas extras de encontro com o orientador. Além disso, os universitários deste estudo, do 1º ao 5º semestres, realizam 1122 horas de estágio curricular e do 6º ao 10º semestres, realizam 1547 horas, havendo diferença significativa da quantidade de horas de estágio mais concentradas no período final de formação do curso. Essas características da formação podem justificar maior nível de estresse quanto ao gerenciamento do tempo na fase final de formação.

Esses resultados mostram que estudantes de períodos de formação mais avançados estão expostos a maiores níveis de estresse se comparados a estudantes dos períodos iniciais do curso de graduação em Enfermagem. Logo, quanto mais próximos da fase profissional, maior o esforço de adaptação. Possivelmente, isso se deva à exposição ao trabalho profissional do enfermeiro com todas as demandas relativas à sua complexa natureza indissociável assistencial-gerencial, à grande responsabilidade de cuidar de outras vidas, além da exposição ao sofrimento humano, à morte dos clientes, dentre outros fatores.

A análise multivariada revelou que as variáveis que mais contribuíram para maior nível de estresse em acadêmicos foram: cursar do 6º ao 10º semestres do curso, ser estudante do sexo feminino, com renda mensal igual ou menor que um salário mínimo e não considerar a renda suficiente para a sobrevivência. A análise multivariada confirma ainda a associação da fase de formação com o nível de estresse, reforçando os maiores níveis de estresse identificados para os estudantes do 6º ao 10º na maioria dos domínios da AEEE. As mulheres são mais sensíveis ao estresse devido às alterações hormonais, especialmente por seu caráter cíclico⁽⁴¹⁾. Diante disso, as universitárias de Enfermagem, ao terem que conciliar as exigências e os desafios que permeiam o cotidiano acadêmico aos possíveis afazeres domésticos e cuidados familiares, podem sentir-se mais sobrecarregadas, e, portanto, mais vulneráveis ao estresse. Maiores níveis de estresse em discentes de Enfermagem do sexo feminino também foram constatados em pesquisas nacional e internacionais^(22,27,42).

A renda familiar baixa e a consideração da renda insuficiente são limitações orçamentárias que geram tensões, pois ameaçam a sobrevivência e a própria vida acadêmica. Os universitários, no período de graduação, precisam assegurar os gastos com materiais acadêmicos, alimentação, moradia, transporte, eventos científicos, dentre outros. Assim, não dispor de recursos para assegurar os elementos essenciais da vida é fonte de estresse. Estudo realizado em uma instituição pública do Sudeste do Brasil observou que a renda mensal insuficiente para a manutenção do universitário contribuiu para o aumento dos níveis de estresse. Esse resultado foi atribuído ao fato de a renda influenciar no acesso às atividades culturais e esportivas que podem contribuir para a redução dos níveis de estresse⁽²⁴⁾.

Esta pesquisa mostrou que características sociodemográficas e acadêmicas podem influenciar o nível de estresse entre universitários. Assim sendo, o conhecimento acerca das relações entre essas variáveis pode contribuir para embasar intervenções visando à redução e ao melhor enfrentamento dos estressores.

Diante dos resultados, faz-se necessário que estudantes mais vulneráveis a maior nível de estresse, como do sexo feminino e de semestres mais avançados do curso, recebam apoio psicopedagógico como tentativa de oferecer uma ferramenta que os ajudem a organizar e melhorar o gerenciamento do tempo para suas demandas acadêmicas e pessoais, assim como os ajudem a enfrentar os desafios e as dificuldades vivenciados no contexto de prática profissional. Além disso, o incentivo à atividade física pode ser uma prática aliada para a redução de níveis de estresse. Além disso, ressalta-se a importância da atenção conjunta de docentes e de gestores das universidades para que, diante do conhecimento desses fatores, direcionem-se medidas possíveis que contribuam com uma formação acadêmica mais saudável. Outro aspecto a ser destacado é a importância de ser assegurada, durante a formação acadêmica, a concorrência a editais de pesquisa e extensão que viabilizem a concessão de bolsas de estudos aos universitários, o que contribui para o apoio financeiro aos mesmos por meio de bolsas de estudos.

Além disso, a carência de estudos comparando níveis de estresse entre estudantes de semestres iniciais e finais do curso de graduação em Enfermagem limitou confrontar os resultados obtidos com outras investigações. Tal fato ressalta o ineditismo desta investigação, mostrando, em análise multivariada, a presença de níveis de estresse mais elevados em fases mais avançadas da formação somada à constatação da influência das condições socioeconômicas deficitárias e do sexo feminino na manifestação do estresse.

Destaca-se como limitação da pesquisa o tipo de estudo transversal, que não permite inferir a causalidade dos resultados, uma vez que a exposição e o desfecho são coletados simultaneamente. A amostragem por acessibilidade constitui-se também em limite do estudo.

Conclusão

A maioria dos universitários de Enfermagem apresentou nível global médio/alto de estresse. Constatou-se maior nível de estresse para universitários do 6º ao 10º semestres, comparados aos do 1º ao 5º, nos domínios da AEEE denominados de Comunicação profissional, Formação profissional, Atividades práticas e Ambiente. Na análise multivariada, as variáveis estar entre o 6º ao 10º semestres de formação, sexo feminino, renda mensal baixa e considerada insuficiente associaram-se significativamente ao médio/alto nível de estresse.

• *
  Artigo extraído da dissertação de mestrado “Nível de estresse de universitários de enfermagem relacionado à fase de formação e a fatores sociodemográficos”, apresentada à Universidade Federal da Bahia, Escola de Enfermagem, Salvador, Bahia, Brasil. Apoio Financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Processo 309092/2015-9, Brasil.

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Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  17 Abr 2020
• Data do Fascículo
  2020

Histórico

• Recebido
  04 Dez 2018
• Aceito
  01 Ago 2019