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Pensamento suicida, depressão e religiosidade em uma população privada de liberdade* * Artigo extraído da dissertação de mestrado “Pensamento suicida, depressão e religiosidade em uma população privada de liberdade”, apresentada à Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, Brasil.

Resumos

Objetivo:

analisar a influência das variáveis sociodemográficas, de contexto prisional, religiosidade e sintomas de depressão sobre a presença do pensamento suicida em uma população privada de liberdade.

Método:

estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 228 participantes, a partir de um questionário sociodemográfico, de contexto prisional e presença do pensamento suicida, da escala de Religiosidade de Duke e da Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21).

Resultados:

as variáveis que apresentaram correlação estatisticamente significativa foram: sexo feminino, não possuir companheiro(a), trabalhar dentro da penitenciária, ser réu primário e fazer uso de medicamento controlado, sendo que o sexo feminino possui 7,2 vezes mais chances de apresentar pensamento suicida, para cada ponto a mais no escore de depressão, aumenta em 21% nas chances e não possuir companheiro(a) aumenta em três vezes as chances de pensar em suicídio. Ainda que os escores de religiosidade tenham sido elevados, não apresentaram correlação estatisticamente significativa com a presença do pensamento suicida.

Conclusão:

o contexto prisional é complexo e contém peculiaridades que ensejam o acometimento dos agravos à saúde mental, bem como dos pensamentos autolesivos. Considerando a relevância do assunto em questão, esse trabalho se destaca diante da escassa produção científica acerca do tema.

Descritores:
Ideação Suicida; Prisioneiros; Depressão; Religião; Saúde Mental; Atenção à Saúde


Objective:

to analyze the influence of sociodemographic variables, prison context, religiosity, and symptoms of depression on the presence of suicidal thinking in a population deprived of liberty.

Method:

a cross-sectional study with a quantitative approach, conducted with 228 participants, based on a sociodemographic questionnaire, on the prison context, and on the presence of suicidal thinking, from the Duke Religiosity Scale and the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21).

Results:

the variables that showed a statistically significant correlation were the following: female gender, not having a partner, working inside the penitentiary, being a primary defendant and using controlled medication, and females are 7.2 times more likely to present suicidal thinking, for each point more in the depression score, increases by 21% in the chances and not having a partner increases the chances of thinking about suicide by three times. Although the scores of religiosity were high, they did not present a statistically significant correlation with the presence of suicidal thinking.

Conclusion:

the prison context is complex and contains peculiarities that cause the involvement of mental health problems, as well as self-harming thoughts. Considering the relevance of the subject at issue, this work stands out in view of the scarce scientific production on the subject.

Descriptors:
Suicidal Ideation; Prisoners; Depression; Religion; Mental Health; Health Care


Objetivo:

analizar la influencia de variables sociodemográficas de contexto carcelario, religiosidad y síntomas de depresión en la presencia de pensamientos suicidas en una población privada de libertad.

Método:

estudio transversal, con enfoque cuantitativo, realizado con 228 participantes, basado en un cuestionario sociodemográfico, de contexto carcelario y la presencia de pensamientos suicidas, la Escala de Religiosidad de Duke y la Escala de Depresión, Ansiedad y Estrés (DASS-21).

Resultados:

las variables que mostraron una correlación estadísticamente significativa fueron: género femenino, no tener pareja, trabajar en la prisión, ser reo primario y usar medicamentos controlados, advirtiéndose que el sexo femenino presenta 7,2 veces más posibilidades de tener pensamiento suicida, por cada punto adicional en el puntaje de depresión, aumenta las posibilidades en un 21% y no tener una pareja aumenta tres veces las posibilidades de pensar en el suicidio tres Aunque los puntajes de religiosidad fueron altos, no mostraron una correlación estadísticamente significativa con la presencia de pensamientos suicidas.

Conclusión:

el contexto de la prisión es complejo y conlleva peculiaridades que causan el deterioro de los problemas de salud mental, así como los pensamientos autolesivos. Teniendo en cuenta la relevancia del tema en cuestión, este trabajo se destaca en vista de la escasa producción científica sobre el tema.

Descriptores:
Ideación Suicida; Prisioneros; Depresión; Religión; Salud Mental; Atención a la Salud


Introdução

As Pessoas em Privação de Liberdade (PPL) constituem um grupo de risco para o suicídio, apresentando incidências mais elevadas quando comparado à população em geral(11 Schaefer KE, Esposito-Smythers C, Tangney JP. Suicidal ideation in a United States jail: Demographic and psychiatric correlates. J Forens Psychiatry Psychol. 2016;27(5):698-704. doi: 10.1080/14789949.2016.1193886.
https://doi.org/10.1080/14789949.2016.11...
-22 Chacon MB, Cueva MM. Suicidal ideation in prisoners: A proposal for your attention. InterSedes. [Internet]. 2014 [cited Jan 10, 2019];15(32):223-48. Available from: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2215-24582014000300223
https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?scri...
). Nos Estados Unidos, por exemplo, a ocorrência do suicídio entre as PPL é nove vezes maior quando comparado à população em geral(11 Schaefer KE, Esposito-Smythers C, Tangney JP. Suicidal ideation in a United States jail: Demographic and psychiatric correlates. J Forens Psychiatry Psychol. 2016;27(5):698-704. doi: 10.1080/14789949.2016.1193886.
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). O encarceramento é uma experiência traumática, que implica em afastamento social, separação familiar, limitação das atividades corriqueiras, discriminação, acesso precário aos serviços de saúde, permanência em um ambiente estressante, com infraestrutura precária e superlotação, aspectos que caracterizam a maior vulnerabilidade dessa população em relação à presença dos pensamentos suicidas(33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...

4 Andreoli SB, Santos MM, Quintana MI, Ribeiro WS, Blay SL, Taborda JGV, et al. Prevalence of Mental Disorders among Prisoners in the State of Sao Paulo, Brazil. PLoS One. 2014;9(2). doi: 10.1371/journal.pone.0088836
https://doi.org/10.1371/journal.pone.008...
-55 Navarro RB, Paredes-Carbonell JJ, Juan-Ulpiano DA, González Rubio J, Monzó CP, Martínez LM, et al. Participatory design guide for mental health Promotion in prisons. Rev Esp Sanid Penit. 2013;15(2):44-53. doi: 10.4321/S1575-06202013000200002.
https://doi.org/10.4321/S1575-0620201300...
).

A ideação suicida é definida como a presença de pensamentos em que o indivíduo é o agente de sua própria morte e quanto maior sua magnitude e persistência, maior o risco de um eventual suicídio(66 American Psychiatric Association. Practice guideline for the assessment and treatment of patients with suicidal behaviors. Filadélfia: APA; 2010 [cited Jan 10, 2019]. Available from: http://www.appi.org/CustomerService/Pages/Permissions.aspx

7 Pinto RDPM. Ideação Suicida e Sintomatologia Psicopatológica em Indivíduos Toxicodependentes. [dissertação]. Porto: Universidade Portucalense Infante D. Henrique; 2011. [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: http://repositorio.uportu.pt/jspui/handle/11328/52
http://repositorio.uportu.pt/jspui/handl...
-88 Bertolote JM, Mello-Santos C, Botega N. Detecting suicide risk in psychiatric emergency services. Rev Bras Psiquiatr. 2010;32(2):587-95. doi: 10.1590/S1516-44462010000600005
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). Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais, em especial, a depressão e abuso de álcool e drogas, estejam bem estabelecidos, fatores como enfrentamento de conflitos, violência, abusos ou perdas, isolamento e tentativas anteriores também possuem forte associação com o comportamento suicida(11 Schaefer KE, Esposito-Smythers C, Tangney JP. Suicidal ideation in a United States jail: Demographic and psychiatric correlates. J Forens Psychiatry Psychol. 2016;27(5):698-704. doi: 10.1080/14789949.2016.1193886.
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).

A abordagem do suicídio é delicada, pois deve ser compreendida a partir da associação de fatores sociais, psicológicos, culturais, comportamentais e de saúde, que agem concomitantemente, e, por se tratar de mortes potencialmente evitáveis, o foco deve se dar na identificação precoce dos sinais e no manejo adequado, sendo a ideação suicida um importante alvo para a prevenção(99 Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalence and risk factors associated with suicidal ideation in adolescents: literature review. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. doi: 10.1590/2175-3539/2015/0193857
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10 Vasconcelos EF. Avaliação psicológica e os fatores de risco do suicídio. Rev Especialize. [Internet]. 2016 [Acesso 10 jan 2019];1(12);1-13. Disponível em: https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-n12-2016/avaliacao-psicologica-e-os-fatores-de-risco-do-suicidio/
https://www.ipog.edu.br/revista-especial...

11 World Health Organization. Constitution of the World Health Organization. Preventing Suicide: A global imperative. [Internet]. Geneva: WHO; 2014 [cited Jan 10, 2019]. Available from: https://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/exe_summary_english.pdf
-1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
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). Observa-se que as chances em realizar novas tentativas são dez vezes menores em pessoas que receberam intervenção psicossocial com atendimentos regulares e o devido encaminhamento para um serviço de saúde especializado(1313 Calixto FM, Zerbini T. Epidemiology of suicide in Brazil between the years 2000 and 2010. Saúde Ética & Justiça. 2016;21(2):45-51. doi: 10.11606/issn.2317-2770.v21i2p45-51
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).

Outro fator que merece destaque, no tocante à prevenção, é a religiosidade, uma vez que as evidências têm revelado uma relação positiva e de proteção com a saúde mental(1414 Moreira-Almeida A, Lotufo Neto F, Koenig HG. Religiousness and mental health: a review. Braz J Psychiatry. 2006;28(3):242-50. doi: 10.1590/S1516-44462006005000006
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15 Paiva MCA. O papel da religiosidade e do suporte social na depressão: resultados do Estudo Epidemiológico São Paulo Megacity Mental Health Survey. [dissertação]. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo; 2014 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFES_3d72a2208fca63a57485c12d6255dc71
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-1616 Ribeiro FML, Minayo MCS. The role of religion in the promotion of health, in the prevention of violence and in the rehabilitation of individuals involved in criminal activity: literature review. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(06):1773-89. doi: 10.1590/1413-81232014196.13112013
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). A participação em reuniões religiosas atenua o isolamento vivido pela população carcerária, proporciona bem-estar psíquico e espiritual, cria laços e há indícios de que muitos dos que se dedicam às práticas religiosas adotam um modelo de transformação de vida(1616 Ribeiro FML, Minayo MCS. The role of religion in the promotion of health, in the prevention of violence and in the rehabilitation of individuals involved in criminal activity: literature review. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(06):1773-89. doi: 10.1590/1413-81232014196.13112013
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-1717 Livramento AM, Rosa EM. Homens no cárcere: estratégias de vida na prisão. Pesqui Prát Psicossociais. [Internet]. 2016 [Acesso 10 jan 2019];11(2):412-26. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1809-89082016000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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).

No entanto, poucos estudos até o momento haviam investigado a prevalência da ideação suicida e seus correlatos em uma amostra mista de PPL(11 Schaefer KE, Esposito-Smythers C, Tangney JP. Suicidal ideation in a United States jail: Demographic and psychiatric correlates. J Forens Psychiatry Psychol. 2016;27(5):698-704. doi: 10.1080/14789949.2016.1193886.
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), sendo imprescindível incentivar novas pesquisas na área para identificar os fatores de risco bem como os de proteção, a fim de viabilizar instrumentos aos profissionais para que apoiem a pessoa no processo de enfrentamento(99 Moreira LCO, Bastos PRHO. Prevalence and risk factors associated with suicidal ideation in adolescents: literature review. Psicol Esc Educ. 2015;19(3):445-53. doi: 10.1590/2175-3539/2015/0193857
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-1010 Vasconcelos EF. Avaliação psicológica e os fatores de risco do suicídio. Rev Especialize. [Internet]. 2016 [Acesso 10 jan 2019];1(12);1-13. Disponível em: https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-n12-2016/avaliacao-psicologica-e-os-fatores-de-risco-do-suicidio/
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,1818 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico: Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à Saúde. [Internet]. Brasília: MS; 2017 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
http://portalarquivos2.saude.gov.br/imag...
-1919 Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Suicídio: informando para prevenir. [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2014 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/suicidio_informado_para_prevenir_abp_2014.pdf
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).

Diante do exposto, este estudo objetivou analisar a influencia das variáveis sociodemográficas, de contexto prisional, religiosidade e sintomas de depressão sobre a presença do pensamento suicida em uma população privada de liberdade.

Método

Estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado na penitenciária estadual mista Professor Aluísio Ignácio de Oliveira, localizada no Estado de Minas Gerais, no período de maio a julho de 2018.

A população foi constituída por 228 PPL, sendo considerado como critérios de inclusão: ser do sexo masculino e feminino, condenado ou provisório e assentir a participação. Foram excluídos do estudo os participantes que não conseguiram responder o instrumento em decorrência de fatores físicos ou psíquicos limitantes.

O recrutamento amostral envolveu amostragem não probabilística da população de estudo e o cálculo amostral considerou uma prevalência de ideação suicida de 23,7% durante o encarceramento(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
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), uma precisão de 5% e um intervalo de confiança de 95% para uma população finita de 1262 PPL. Utilizando-se o aplicativo Power Analysis and Sample Size, na versão 13 e introduzindo-se os valores acima descritos, obteve-se um tamanho amostral de 228 indivíduos, e considerando, ainda, uma perda de amostragem de 20%, o número máximo de tentativas de entrevistas foi de 285.

O questionário de coleta foi composto pelos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, de contexto prisional e presença do pensamento suicida, Índice de Religiosidade da Universidade Duke (Durel) e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21).

Os dados referentes às características sociodemográficas, de contexto prisional e presença do pensamento suicida autorreferido, foram obtidos a partir de um instrumento elaborado pelos autores e submetido à apreciação e validação por três juízes especialistas.

Para as características sociodemográficas, o instrumento aborda as seguintes variáveis de estudo: data de nascimento, sexo, estado conjugal, grau de escolaridade, renda familiar, se possui religião e qual religião.

As características de contexto prisional foram abordadas a partir de questões referentes às atividades de estudo e de trabalho, tais como: se estuda dentro da unidade prisional e para os que não estudam perguntou-se se gostariam de estudar; se trabalha na unidade e para as respostas negativas perguntou-se se gostariam de trabalhar, enquanto para os que trabalham perguntou-se qual função desempenham. Também foram incluídas questões referentes à data de ingresso na penitenciária, ao tipo de reclusão, ao tipo de regime, se é réu primário ou reincidente e se recebe visitas.

Com relação à presença do pensamento suicida foram abordadas as seguintes variáveis de estudo: se o participante pensou em suicídio alguma vez desde o encarceramento, qual a frequência desse pensamento, se procurou atendimento psicológico dentro da unidade, se recebeu atendimento psicológico e se faz uso de algum medicamento controlado.

Para levantamento do escore de religiosidade, foi utilizada a escala Durel, um instrumento breve e de fácil abordagem, traduzida e validada para o português(2020 Koenig H, Parkerson GR, Meador KG. Religion index for psychiatric research. Am J Psychiatry. [Internet]. 1997 [cited Jan 10, 2019];154(6):885-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9167530
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21 Moreira-Almeida A, Peres MF, Aloe F, Lotufo Neto F, Koenig HG. Portuguese version of Duke Religious Index - DUREL. Arch Clin Psychiatry (São Paulo). 2008;35(1):31-2. doi: 10.1590/S0101-60832008000100006
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-2222 Lucchetti G, Granero Lucchetti AL, Peres MF, Leão FC, Moreira-Almeida A, Koenig HG. Validation of the Duke Religion Index: DUREL (Portuguese Version). J Relig Health. 2012;51(2):579-86. doi: 10.1007/s10943-010-9429-5
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). A mesma possui cinco itens que captam três dimensões centrais da religiosidade e que se relacionam com desfechos em saúde, sendo elas: Religiosidade Organizacional (RO), Religiosidade Não Organizacional (RNO) e Religiosidade Intrínseca (RI)(2020 Koenig H, Parkerson GR, Meador KG. Religion index for psychiatric research. Am J Psychiatry. [Internet]. 1997 [cited Jan 10, 2019];154(6):885-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9167530
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,2222 Lucchetti G, Granero Lucchetti AL, Peres MF, Leão FC, Moreira-Almeida A, Koenig HG. Validation of the Duke Religion Index: DUREL (Portuguese Version). J Relig Health. 2012;51(2):579-86. doi: 10.1007/s10943-010-9429-5
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).

A RO compreende os comportamentos religiosos que ocorrem no contexto da instituição religiosa, como a frequência às atividades religiosas formais. Já a RNO abrange os comportamentos religiosos privados, que ocorrem sem locais fixos, podendo se manifestar individualmente ou em pequenos grupos familiares e informais. Por fim, a RI trata de uma dimensão subjetiva, que avalia o quanto a religião pode motivar ou influenciar comportamentos na vida do indivíduo(2020 Koenig H, Parkerson GR, Meador KG. Religion index for psychiatric research. Am J Psychiatry. [Internet]. 1997 [cited Jan 10, 2019];154(6):885-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9167530
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,2222 Lucchetti G, Granero Lucchetti AL, Peres MF, Leão FC, Moreira-Almeida A, Koenig HG. Validation of the Duke Religion Index: DUREL (Portuguese Version). J Relig Health. 2012;51(2):579-86. doi: 10.1007/s10943-010-9429-5
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).

Os primeiros itens da escala avaliam RO e RNO e os três últimos itens avaliam a RI. Na análise dos resultados, as pontuações das três dimensões devem ser analisadas separadamente(2121 Moreira-Almeida A, Peres MF, Aloe F, Lotufo Neto F, Koenig HG. Portuguese version of Duke Religious Index - DUREL. Arch Clin Psychiatry (São Paulo). 2008;35(1):31-2. doi: 10.1590/S0101-60832008000100006
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). Tanto para a RO quanto para a RNO a pontuação varia de 1 a 6 pontos, enquanto a RI possui uma variação de 3 a 15 pontos. Ressalta-se que quanto maior o escore total maior a religiosidade(2222 Lucchetti G, Granero Lucchetti AL, Peres MF, Leão FC, Moreira-Almeida A, Koenig HG. Validation of the Duke Religion Index: DUREL (Portuguese Version). J Relig Health. 2012;51(2):579-86. doi: 10.1007/s10943-010-9429-5
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).

Para proceder à análise todos os itens das questões devem ser invertidos para posteriormente realizar o somatório. Para RO e RNO a conversão resulta em: 1=6; 2=5; 3=4;4=3; 3=2; 2=1 e para RI a conversão resulta em: 1=5; 2=4; 3=3; 4=2; 5=1(2020 Koenig H, Parkerson GR, Meador KG. Religion index for psychiatric research. Am J Psychiatry. [Internet]. 1997 [cited Jan 10, 2019];154(6):885-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9167530
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,2222 Lucchetti G, Granero Lucchetti AL, Peres MF, Leão FC, Moreira-Almeida A, Koenig HG. Validation of the Duke Religion Index: DUREL (Portuguese Version). J Relig Health. 2012;51(2):579-86. doi: 10.1007/s10943-010-9429-5
https://doi.org/10.1007/s10943-010-9429-...
).

Para a classificação dos escores, considera-se baixa RO escores < 3 e alta RO escores ≥ 4. Para RNO considera-se < 3 baixa e ≥ 4 alta. Quanto a RI considera-se alta quando os escores ≥ 10 e baixo quando os escores < 9(2323 AbdelGawad N, Chotalia J, Parsaik A, Pigott T, Allen M. Religiosity in acute psychiatric inpatients: relationship with demographics, clinical features, and length of stay. J Nerv Ment Dis. 2017;205(6):448-52. doi: 10.1097/nmd.0000000000000688
https://doi.org/10.1097/nmd.000000000000...
).

O levantamento dos sintomas de depressão foi realizado por meio da escala DASS-21, validada e adaptada para o português. Trata-se de um instrumento reduzido, autoaplicável e que contém 21 itens que contemplam três subescalas que avaliam os sintomas da depressão, da ansiedade e de estresse(2424 Lovibond PF, Lovibond SH. The structure of negative emotional states: comparison of the Depression Anxiety Stress Scales (DASS) with the Beck Depression and Anxiety Inventories. Behav Res Ther. [Internet]. 1995 [cited Jan 10, 2019];33(3):335-43. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726811
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726...
-2525 Vignola RCB, Tucci AM. Adaptation and validation of the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS) to Brazilian Portuguese. J Affect Dis. 2014;155:104-9. doi: 10.1016/j.jad.2013.10.031
https://doi.org/10.1016/j.jad.2013.10.03...
). A subescala de sintomas de depressão é composta pelos itens 3, 5, 10, 13, 16, 17 e 21, a subescala de sintomas da ansiedade é composta pelos itens 2, 4, 7, 9, 15, 19 e 20 e a subescala de sintomas de estresse é composta pelos itens 1, 6, 8, 11, 12, 14 e 18. Cada item é pontuado de 0 a 3, com respostas tipo Likert, em que o individuo avalia o quanto cada sintoma se aplicou na última semana(2525 Vignola RCB, Tucci AM. Adaptation and validation of the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS) to Brazilian Portuguese. J Affect Dis. 2014;155:104-9. doi: 10.1016/j.jad.2013.10.031
https://doi.org/10.1016/j.jad.2013.10.03...
).

Os quatro pontos da escala são: 0 = não se aplicou de maneira alguma, 1 = aplicou-se em algum grau ou por pouco tempo; 2 = aplicou-se em um grau considerável, ou por boa parte do tempo e 3 = aplicou-se muito ou na maioria do tempo. O resultado final é obtido pelasoma dos escores dos itens de cada subescala, que posteriormente devem ser multiplicados por dois e a classificação é feita de acordo com o grau de severidade(2525 Vignola RCB, Tucci AM. Adaptation and validation of the Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS) to Brazilian Portuguese. J Affect Dis. 2014;155:104-9. doi: 10.1016/j.jad.2013.10.031
https://doi.org/10.1016/j.jad.2013.10.03...
).

Inicialmente, foi realizado um teste piloto com 10 participantes, a fim de verificar a aplicabilidade dos instrumentos. A coleta teve duração de aproximadamente dois meses (22 de maio a 19 de julho do ano de 2018), respeitando o prazo estabelecido pela Secretaria de Administração Prisional do Estado de Minas Gerais (SEAP-MG). As entrevistas foram realizadas pelos pesquisadores, individualmente, com todas as PPL que eram movimentadas dentro da unidade prisional, seja para atendimento médico de rotina, para coleta de exames laboratoriais, para atendimento de acolhida, para atendimento pela Comissão Técnica de Classificação (CTC), entre outros. O local destinado à coleta foi uma sala no setor da saúde da penitenciária e a duração de cada entrevista foi de aproximadamente 20 minutos.

Ressalta-se que foi aplicado o Termo de Consentimento Livre após esclarecimento e todo voluntário que apresentou algum desconforto emocional, decorrente da aplicação dos instrumentos, ou apresentou algum grau de depressão, identificado a partir da aplicação da escala, foi acolhido pelo entrevistador e encaminhado para atendimento psicológico na unidade prisional, conforme acordo realizado previamente.

Para análise estatística, utilizou-se o software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 21.0. Quanto à caracterização da população segundo variáveis sociodemográficas, de contexto prisional e presença ou não do pensamento suicida, as variáveis categóricas foram apresentadas empregando-se distribuição de frequências absolutas e relativas e para as variáveis quantitativas empregaram-se medidas de tendência central e de dispersão. Para determinar a religiosidade e os sintomas de depressão os escores das escalas foram resumidos empregando-se medidas de centralidade e de dispersão.

Quanto à análise da relação entre os preditores sociodemográficos, de contexto prisional, religiosidade e sintomas de depressão sobre a presença do pensamento suicida, foram realizadas análises bivariadas, tais como o teste t para preditores dicotômicos e correlações de Pearson e Spearman para preditores quantitativos e ordinais, respectivamente. A contribuição simultânea de preditores sociodemográficos, de contexto prisional, religiosidade e depressão sobre a ideação suicida incluiu a análise de regressão logística múltipla. Foram consideradas associações estatisticamente significativas aquelas com o valor de p≤0,05 e considerou-se um nível de significância de alfa igual a 5%.

Este estudo foi submetido à apreciação e aprovação da SEAP-MG e ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob parecer de aprovação número 2.649.472.

Resultados

A população de estudo foi constituída por 228 indivíduos em privação de liberdade, sendo 189 (82,9%) do sexo masculino e 39 (17,1%) do sexo feminino. A faixa etária oscilou entre 18 e 74 anos, com média de 33,48 anos, mediana de 32 anos e desvio padrão de 10,2 anos. Quanto ao estado conjugal, 106 (46,5%) eram solteiros.

Verificou-se que 98 (43%) indivíduos não haviam concluído o ensino fundamental e a renda familiar de maior prevalência foi de um salário mínimo, 65 (28,5%), seguida pelos que referiram renda de até três salários, 58 (25,4%). A maior proporção, 210 (92,1%) referiu possuir religião, e desses, 104 (49,5%) católicos, 73 (34,8%) evangélicos, 29 (13,8%) espíritas, 2 (1%) testemunha de Jeová e 2 (1%) outros.

Quanto às características de contexto prisional, constatou-se que 168 (73,7%) participantes estavam condenados e 60 (26,3%) ainda aguardavam julgamento, sendo que 181 (79,4%) permaneciam em regime fechado e 47 (20,6%) em regime semiaberto. A maioria dos indivíduos, 141 (61,8%), referiram ser reincidentes na prisão. O tempo de reclusão variou entre 0 e 5016 dias (13 anos e 9 meses aproximadamente), com média de 585,11 dias (1 ano e 6 meses aproximadamente), mediana de 329 dias e um desvio padrão de 787,39 dias (2 anos e 1 mês aproximadamente).

Apenas 15 (6,6%) participantes estudam dentro da unidade prisional, e entre os que não estudam, 181 (85%) referem que gostariam de estudar. Quanto à presença de vínculo empregatício, apenas 42 (18,4%) participantes possuíam alguma atividade, contudo entre os participantes que não possuíam, a maioria, 172 (92,5%), demonstrou o desejo de trabalhar. Entre as atividades oferecidas, o artesanato foi a mais prevalente, 20 (47,6%). No tocante às visitas, 109 (47,8%) participantes declararam recebê-las e identificou-se que as participantes do sexo feminino (38,5%) recebem menos visitas quando comparadas com os do sexo masculino (49,7%).

Na Tabela 1 constam as medidas centralidade e de dispersão a partir das respostas da escala de religiosidade.

Tabela 1
Medidas de tendência central e de dispersão das dimensões da escala de religiosidade aplicada em indivíduos privados de liberdade de uma penitenciária estadual mista. Uberaba, MG, Brasil, 2018

De acordo com o escore de classificação, 184 (80,7%) participantes apresentaram alta religiosidade organizacional, 217 (95,2%) alta religiosidade não organizacional, e 187 (82%) alta religiosidade intrínseca, 187 (82%).

Quanto à avaliação da subescala dos sintomas de depressão, foi observada uma variação de zero a 42 pontos, média de 8,50 pontos, mediana de 6,0 pontos e desvio padrão de 8,93 pontos. Na Tabela 2 consta o resultado da avaliação da subescala de sintomas de depressão conforme o grau de severidade.

Tabela 2
Resultado da avaliação da subescala de sintomas de depressão aplicada em indivíduos privados de liberdade de uma penitenciária estadual mista. Uberaba, MG, Brasil, 2018

Na Tabela 3, consta a apresentação das variáveis referentes à caracterização do pensamento suicida.

Tabela 3
Distribuição da frequência das variáveis referentes ao pensamento suicida em indivíduos privados de liberdade de uma penitenciária estadual mista. Uberaba, MG, Brasil, 2018

A partir da análise bivariada, nota-se que as variáveis estatisticamente significativas foram: ser do sexo feminino, não possuir companheiro(a), trabalhar dentro da penitenciária, ser réu primário e fazer uso de medicamento controlado, conforme demonstrado na Tabela 4.

Tabela 4
Associação entre fatores sociodemográficos e de contexto prisional e a presença do pensamento suicida em indivíduos privados de liberdade de uma penitenciária estadual mista. Uberaba, MG, Brasil, 2018

A partir da regressão logística múltipla binomial, foi possível confirmar as correlações anteriormente citadas, conforme demonstrado na Tabela 5. Observa-se que o sexo feminino possui chances de apresentar pensamento suicida 7,2 vezes maior que o sexo masculino. Quanto ao escore de depressão total, verifica-se que para cada ponto a mais no escore de depressão, aumenta em 21% nas chances de apresentar pensamento suicida. Para a variável estado conjugal, que na regressão logística foi dicotomizada em possuir ou não companheiro(a), constata-se que os indivíduos que não possuem companheiro(a) apresentam três vezes mais chances de pensar em suicídio quando comparados com os que possuem companheiro(a).

Tabela 5
Análise de regressão logística múltipla binomial tendo-se como desfecho a presença ou não do pensamento suicida em indivíduos privados de liberdade de uma penitenciária estadual mista. Uberaba, MG, Brasil, 2018

Discussão

A partir desse estudo, foi possível constatar que 21,1% dos participantes referiram ideação suicida desde o início do encarceramento. Na literatura científica, não foi encontrado nenhum estudo com metodologia semelhante a essa, no que se refere à abordagem da ideação suicida entre as PPL, dificultando, dessa forma, a comparação dos dados obtidos com os de outros autores.

O estudo com desenho metodológico mais próximo a esse foi realizado em Israel, no entanto com apenas com 46 mulheres encarceradas, o qual constatou uma prevalência consideravelmente mais elevada, uma vez que mais de 50% das participantes relataram história de ideação suicida e tentativa de autoextermínio durante o encarceramento(2626 Chen G, Gueta K. Lifetime History of Suicidal Ideation and Attempts Among Incarcerated Women in Israel. Psychol Trauma. 2017;9(5):596-604. doi: 10.1037/tra0000277
https://doi.org/10.1037/tra0000277...
).

Outras pesquisas internacionais, com metodologia distinta, encontraram valores variados. Na Bélgica, verificou-se, por meio da Escala de Suicídio Paykel (PSS), uma prevalência para ideação suicida de 43,1% ao longo da vida e 23,7% durante o encarceramento(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
). Nos Estados Unidos, por meio da escala de suicídio do Inventário de Personalidade de Morey, foi evidenciado que 16% dos participantes apresentaram ideação suicida clinicamente significante no encarceramento, enquanto na Costa Rica foi constatada, por meio da escala BSI, uma prevalência de 10,2%(11 Schaefer KE, Esposito-Smythers C, Tangney JP. Suicidal ideation in a United States jail: Demographic and psychiatric correlates. J Forens Psychiatry Psychol. 2016;27(5):698-704. doi: 10.1080/14789949.2016.1193886.
https://doi.org/10.1080/14789949.2016.11...
-22 Chacon MB, Cueva MM. Suicidal ideation in prisoners: A proposal for your attention. InterSedes. [Internet]. 2014 [cited Jan 10, 2019];15(32):223-48. Available from: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2215-24582014000300223
https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?scri...
).

Na Etiópia, quase 17% do total de internos manifestaram a ideia de cometer suicídio, 16,6% já planejaram e 11,9% fizeram ao menos uma tentativa desde a detenção(2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...
). Na Colômbia, os percentuais de alta ideação suicida foram superiores aos encontrados na população em geral. Entre 154 internos de uma prisão, 14,9% apresentaram alta ideação suicida, 20,1% média e 64,9% baixa(2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...
).

Fundamentado nesses dados, percebe-se que ainda existem poucos estudos sobre esse tema, principalmente os que abrangem as PPL no Brasil(33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...
). Ainda assim, é possível inferir que a prevalência do pensamento suicida entre as PPL seja maior, se comparada com a população em geral(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
,2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...

28 Santos BF, Silva SGV, Formiga NS, Estevam ID. Depression behind bars: a possible convict symptom. Psicol inFormação. 2016;19(19):63-82. doi: 10.15603/2176-0969/pi.v19n19p63-82
https://doi.org/10.15603/2176-0969/pi.v1...
-2929 Gates ML, Turney A, Ferguson E, Walker V, Staples-Home M. Associations among Substance Use, Mental Health Disorders, and Self-Harm in a Prison Population: Examining Group Risk for Suicide Attempt. Int J Environ Res Public Health. 2017;14(3):1-16. doi: 10.3390/ijerph14030317
https://doi.org/10.3390/ijerph14030317...
).

Desse modo, infere-se que o encarceramento aumente a predisposição do individuo ao acometimento da ideação suicida, em decorrência de fatores como enfraquecimento do sistema de apoio social, superlotação, infraestrutura precária, que exigem processos adaptativos pessoais no confronto com a mudança de realidade e favorecem o aparecimento de sintomas como ansiedade, estresse, depressão e pensamentos autolesivos(33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...
,2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...
-2828 Santos BF, Silva SGV, Formiga NS, Estevam ID. Depression behind bars: a possible convict symptom. Psicol inFormação. 2016;19(19):63-82. doi: 10.15603/2176-0969/pi.v19n19p63-82
https://doi.org/10.15603/2176-0969/pi.v1...
,3030 Moreira NAC, Gonçalves RA. Perturbação mental e ideação suicida entre reclusos preventivos. Anal Psicol. [Internet]. 2010 [Acesso 10 jan 2019];28(1):133-48. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0870-82312010000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...

31 Bardale RV, Dixit PG. Suicide behind bars: A 10-year retrospective study. Indian J Psychiatry. 2015;57(1):81-4. doi: 10.4103/0019-5545.148531
https://doi.org/10.4103/0019-5545.148531...

32 Mandracchia J, Smith PN. The Interpersonal Theory of Suicide Applied to Male Prisoners. Suicide Life Threat Behav. 2015;45(3):293-301. doi: 10.1111/sltb.12132
https://doi.org/10.1111/sltb.12132...
-3333 DeGroote J. Weighing the Eighth Amendment: Finding the Balance Between Treating and Mistreating Suicidal Prisoners. J Const Law. [Internet]. 2014 [cited Jan 10, 2019];17(1):259. Available from: https://scholarship.law.upenn.edu/jcl/vol17/iss1/4/
https://scholarship.law.upenn.edu/jcl/vo...
).

Quanto à frequência do pensamento suicida, a maioria (64,6%) dos indivíduos referiu ter pensado mais de uma vez. Já quanto ao atendimento psicológico prestado pela unidade prisional, metade dos participantes que afirmaram ter pensado em suicídio solicitou atendimento na unidade, e desses, 62,5% afirmaram ter recebido. Para essas informações especificas, não foram encontrados dados na literatura que possibilitasse discussão. Entretanto há indícios de sejam limitados os serviços de saúde mental nas unidades prisionais(3333 DeGroote J. Weighing the Eighth Amendment: Finding the Balance Between Treating and Mistreating Suicidal Prisoners. J Const Law. [Internet]. 2014 [cited Jan 10, 2019];17(1):259. Available from: https://scholarship.law.upenn.edu/jcl/vol17/iss1/4/
https://scholarship.law.upenn.edu/jcl/vo...
).

A partir da análise bivariada, verificou-se que ser sexo feminino (p<0,001), não possuir companheiro(a) (p=0,004), trabalhar dentro da penitenciária (p=0,003), ser réu primário (p=0,010), depressão autorreferida (p<0,001) e fazer uso de medicamento controlado (p=0,002), foram as variáveis estatisticamente significativas.

A partir da regressão logística múltipla binomial, foram confirmadas as correlações anteriormente citadas, pois as variáveis estatisticamente significativas foram sexo (p=0,001), escore total de depressão (p<0,001) e estado conjugal (p=0,010), sendo que ser do sexo feminino aumenta em 7,2 vezes as chances de apresentar pensamento suicida (RCP=7,197), não possuir companheiro(a) aumenta em 3 vezes (RCP=3,446) e para cada ponto a mais no escore total da escala de depressão aumentam 21% as chances de apresentar pensamento suicida (RCP=1,216).

Reforçando esses achados, pesquisas realizadas na China e nos Estados Unidos, os dois primeiros países com a maior população carcerária do mundo, indicaram que as morbidades psiquiátricas, as variáveis sociodemográficas, o frágil apoio social, os traços de personalidade e história de tentativa de suicídio estão significativamente relacionados à ideação suicida em populações prisionais(11 Schaefer KE, Esposito-Smythers C, Tangney JP. Suicidal ideation in a United States jail: Demographic and psychiatric correlates. J Forens Psychiatry Psychol. 2016;27(5):698-704. doi: 10.1080/14789949.2016.1193886.
https://doi.org/10.1080/14789949.2016.11...
,3030 Moreira NAC, Gonçalves RA. Perturbação mental e ideação suicida entre reclusos preventivos. Anal Psicol. [Internet]. 2010 [Acesso 10 jan 2019];28(1):133-48. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0870-82312010000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...
,3434 Zhang J, Grabiner VE, Zhou Y, Li N. Suicidal ideation and its correlates in prisoners: a comparative study in China. Crisis. 2010;31(6):335-42. doi: 10.1027/0227-5910/a000055
https://doi.org/10.1027/0227-5910/a00005...
).

Destaca-se que indivíduos com menos de 30 anos (p=0,04), que não possuem companheiro (p=0,04), com história de violência intrafamiliar (p=0,03), tentativa de suicídio anterior (p=0,001), que possuem diagnóstico de algum distúrbio psiquiátrico ao longo da vida (p=0,02) e período de encarceramento menor que um ano (p=0,001), apresentam maior probabilidade de desenvolver ideação suicida(33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...
,1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
,2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...
,2929 Gates ML, Turney A, Ferguson E, Walker V, Staples-Home M. Associations among Substance Use, Mental Health Disorders, and Self-Harm in a Prison Population: Examining Group Risk for Suicide Attempt. Int J Environ Res Public Health. 2017;14(3):1-16. doi: 10.3390/ijerph14030317
https://doi.org/10.3390/ijerph14030317...

30 Moreira NAC, Gonçalves RA. Perturbação mental e ideação suicida entre reclusos preventivos. Anal Psicol. [Internet]. 2010 [Acesso 10 jan 2019];28(1):133-48. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0870-82312010000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...
-3131 Bardale RV, Dixit PG. Suicide behind bars: A 10-year retrospective study. Indian J Psychiatry. 2015;57(1):81-4. doi: 10.4103/0019-5545.148531
https://doi.org/10.4103/0019-5545.148531...
,3535 Nock MK, Borges G, Bromet EJ, Alonso J, Angermeyer M, Beautrais A, et al. Cross-national prevalence and risk factors for suicidal ideation, plans and attempts. Br J Psychiatry. 2008;192(2):98-105. doi: 10.1192/bjp.bp.107.040113
https://doi.org/10.1192/bjp.bp.107.04011...
). Por outra parte, a falta de suporte social e estar exposto ao comportamento suicida de companheiros internos aumentaram em duas vezes as chances de experimentar ideação suicida(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
,3030 Moreira NAC, Gonçalves RA. Perturbação mental e ideação suicida entre reclusos preventivos. Anal Psicol. [Internet]. 2010 [Acesso 10 jan 2019];28(1):133-48. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0870-82312010000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...
).

Em contrapartida, na Europa, a diminuição de chances de ideação suicida associou-se significativamente a indivíduos com história de encarceramento anterior (p=0,001), que possuíam trabalho durante o encarceramento (p=0,039), que mantinham contato com familiares e amigos (p=0,030) e com a segurança percebida (p=0,002)(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
).

Esses dados vão ao encontro com os de um estudo realizado no Chile, que foi embasado na investigação de 132 ocorrências consumadas de suicídio em PPL, das quais 66,7% tinham ingressos prévios no sistema prisional, 73,5% eram solteiras, 84,8% não estavam inseridas em nenhuma atividade de trabalho e 43,2% enfrentavam algum grau de depressão(33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...
).

Para o fato de que as mulheres possuem maiores chances de apresentar o pensamento suicida em relação aos homens, os resultados corroboram com os de outros autores, que identificaram a mesma relação tanto para as PPL quanto entre a população em geral(2626 Chen G, Gueta K. Lifetime History of Suicidal Ideation and Attempts Among Incarcerated Women in Israel. Psychol Trauma. 2017;9(5):596-604. doi: 10.1037/tra0000277
https://doi.org/10.1037/tra0000277...
,3535 Nock MK, Borges G, Bromet EJ, Alonso J, Angermeyer M, Beautrais A, et al. Cross-national prevalence and risk factors for suicidal ideation, plans and attempts. Br J Psychiatry. 2008;192(2):98-105. doi: 10.1192/bjp.bp.107.040113
https://doi.org/10.1192/bjp.bp.107.04011...
-3636 Botega NJ, Marín-León L, Oliveira HB de, Barros MB de A, Silva VF, Dalgalarrondo P. Prevalence of suicidal ideation, suicide plans, and attempted suicide: a population-based survey in Campinas, São Paulo State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2009;25(12):2632-8. doi: 10.1590/S0102-311X2009001200010
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200900...
). Os óbitos por suicídio são aproximadamente três vezes maiores entre os homens do que entre mulheres. Inversamente, as tentativas de suicídio são, em média, três vezes mais frequentes entre as mulheres(1919 Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Suicídio: informando para prevenir. [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2014 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/suicidio_informado_para_prevenir_abp_2014.pdf
https://www.cvv.org.br/wp-content/upload...
). A tendência de os homens estarem associados a comportamentos de risco, a maiores níveis de força, a maior facilidade de acesso a meios mais letais e ainda o fato de que as mulheres se preocupam mais com a saúde e buscam ajuda com menos resistência, pode explicar essa circunstância(1313 Calixto FM, Zerbini T. Epidemiology of suicide in Brazil between the years 2000 and 2010. Saúde Ética & Justiça. 2016;21(2):45-51. doi: 10.11606/issn.2317-2770.v21i2p45-51
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770....
,1919 Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Suicídio: informando para prevenir. [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2014 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/suicidio_informado_para_prevenir_abp_2014.pdf
https://www.cvv.org.br/wp-content/upload...
).

Com relação ao estado conjugal, constatou-se que viver sozinho aumenta o risco de suicídio, com taxas mais elevadas entre indivíduos divorciados ou que nunca se casaram(1919 Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Suicídio: informando para prevenir. [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2014 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/suicidio_informado_para_prevenir_abp_2014.pdf
https://www.cvv.org.br/wp-content/upload...
). Os resultados dessa pesquisa ratificam os encontrados na literatura, uma vez que se verificou correlação significativa entre não possuir companheiro (a) e a presença da ideação suicida (p=0,004). Acrescenta-se que outro estudo encontrou a mesma correlação (p=0,004) e, assim como outros autores, afirma que possuir companheiro (a) é um fator de proteção(33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...
,2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...
,3535 Nock MK, Borges G, Bromet EJ, Alonso J, Angermeyer M, Beautrais A, et al. Cross-national prevalence and risk factors for suicidal ideation, plans and attempts. Br J Psychiatry. 2008;192(2):98-105. doi: 10.1192/bjp.bp.107.040113
https://doi.org/10.1192/bjp.bp.107.04011...

36 Botega NJ, Marín-León L, Oliveira HB de, Barros MB de A, Silva VF, Dalgalarrondo P. Prevalence of suicidal ideation, suicide plans, and attempted suicide: a population-based survey in Campinas, São Paulo State, Brazil. Cad Saúde Pública. 2009;25(12):2632-8. doi: 10.1590/S0102-311X2009001200010
https://doi.org/10.1590/S0102-311X200900...
-3737 Cunha FA, Baptista M, Carvalho LF. Documentary analysis of the suicides in the Jundiaí region between 2004 and 2014. Salud Soc. 2016;7:212-22. doi: 10.22199/S07187475.2016.0002.00006
https://doi.org/10.22199/S07187475.2016....
).

Ainda que o trabalho durante o encarceramento tenha sido associado em outras pesquisas a uma menor ideação suicida, esse estudo identificou uma correlação inversa, uma vez que a atividade trabalhista correlacionou-se ao aumento da ideação suicida (p=0,003)(22 Chacon MB, Cueva MM. Suicidal ideation in prisoners: A proposal for your attention. InterSedes. [Internet]. 2014 [cited Jan 10, 2019];15(32):223-48. Available from: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2215-24582014000300223
https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?scri...
-33 Ceballos-Espinoza F, Chávez-Hernández AM, Padilla-Gallegos GM, Leenaars AA. Suicide in Chilean prisons during the 2006-2015 decade. Rev Crim. [Internet]. 2016 [cited Jan 10, 2019];58(3):101-18. Available from: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1794-31082016000300009
http://www.scielo.org.co/scielo.php?scri...
,1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
,2727 Beyen TK, Dadi AF, Dachew BA, Muluneh NY, Bisetegn TA. More than eight in every nineteen inmates were living with depression at prisons of Northwest Amhara Regional State, Ethiopia, a cross sectional study design. BMC Psychiatry. 2017;17:31. doi: 10.1186/s12888-016-1179-9
https://doi.org/10.1186/s12888-016-1179-...
). A participação nas atividades laborais garante à PPL o benefício da remissão da pena na proporção de um dia remido para cada três dias trabalhados, porém sua inclusão está condicionada à avaliação multiprofissional da comissão técnica de classificação, que analisa condições físicas, psicológicas, comportamentais e de segurança dos interessados. Há que se levar em consideração possíveis fatores estressantes inerentes a essas atividades, tais como revista rigorosa diária ao sair e ao retornar do trabalho, o número reduzido de vagas e consequente falta de variedade dessas ocupações, que os direciona para execução de um trabalho que não seja necessariamente da preferência ou aptidão das PPL. Além disso, há uma cobrança severa quanto ao cumprimento das regras de disciplinares, pois qualquer falta de natureza média ou grave acarreta a suspensão desse benefício(3838 Ministério da Justiça e Segurança Pública (BR). Portaria 3 da Vara de Execuções Penais de 4 de Abril de 2018. Dispõe sobre o Trabalho do(a) preso(a) no âmbito do sistema penitenciário do Distrito Federal e estabelece critérios de classificação para atividades laborais internas e externas. Diário da Justiça Eletrônico. Brasília, 13 abr 2018 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/publicacoes/publicacoes-oficiais/portarias-serventias-judiciais/2018/portaria-vep-03-de-04-04-2018
https://www.tjdft.jus.br/publicacoes/pub...
). Salienta-se que tal condição deve ser melhor explorada, a fim de se compreender a representação do trabalho para essa população, pois não foi encontrado nenhum artigo com uma explicação pertinente.

Outra variável que se correlacionou à existência da ideação suicida foi a circunstância da PLL ser réu primário, (p=0,010), dado coerente com o fato de que história de encarceramento anterior foi considerada como fator de proteção (p=0,001)(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
https://doi.org/10.1016/j.ijlp.2017.10.0...
).

Com relação ao fato de que a depressão aumentou consideravelmente as chances das PPL pensarem em suicídio, há um consenso, entre grupos especializados em saúde, de que a doença mental usualmente associada ao suicídio é a depressão(3939 American Association of Suicidology. Depression and Suicide Risk. [Internet]. Washington: AAS; 2014 [cited Jan 10, 2019]. Available from: https://www.suicidology.org/portals/14/docs/resources/factsheets/2011/depressionsuicide2014.pdf.). Estima-se que ela esteve presente em ao menos 50% dos suicídios consumados(1919 Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Suicídio: informando para prevenir. [Internet]. Brasília: Conselho Federal de Medicina; 2014 [Acesso 10 jan 2019]. Disponível em: https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/suicidio_informado_para_prevenir_abp_2014.pdf
https://www.cvv.org.br/wp-content/upload...
,3939 American Association of Suicidology. Depression and Suicide Risk. [Internet]. Washington: AAS; 2014 [cited Jan 10, 2019]. Available from: https://www.suicidology.org/portals/14/docs/resources/factsheets/2011/depressionsuicide2014.pdf.-4040 World Health Organization. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. [Internet]. Geneva: WHO; 2017 [cited Jan 10, 2019]. Available from: https://www.who.int/mental_health/management/depression/prevalence_global_health_estimates/en/). Tanto para a população em geral quanto para as PPL, a depressão é um importante fator de risco para a ideação suicida, apresentando uma correlação positiva(1010 Vasconcelos EF. Avaliação psicológica e os fatores de risco do suicídio. Rev Especialize. [Internet]. 2016 [Acesso 10 jan 2019];1(12);1-13. Disponível em: https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online/edicao-n12-2016/avaliacao-psicologica-e-os-fatores-de-risco-do-suicidio/
https://www.ipog.edu.br/revista-especial...
,2626 Chen G, Gueta K. Lifetime History of Suicidal Ideation and Attempts Among Incarcerated Women in Israel. Psychol Trauma. 2017;9(5):596-604. doi: 10.1037/tra0000277
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,3131 Bardale RV, Dixit PG. Suicide behind bars: A 10-year retrospective study. Indian J Psychiatry. 2015;57(1):81-4. doi: 10.4103/0019-5545.148531
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,4141 Ayhan G, Arnal R, Basurko C, About V, Pastre A, Pinganaud E, et al. Suicide risk among prisoners in French Guiana: prevalence and predictive factors. BMC Psychiatry. 2017;17:156. doi: 10.1186/s12888-017-1320-4
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https://doi.org/10.1186/s12888-017-1514-...
).

Sobre os medicamentos controlados, 35,1% dos participantes referiram o uso e foi identificada uma correlação estatisticamente significativa com a presença da ideação suicida, porém para essas informações não foram encontrados estudos que favorecessem comparação.

No que tange à religiosidade, ainda que os indícios sinalizem que ela atue como um fator de proteção para a presença da ideação suicida, nesse estudo não foi possível fazer tal confirmação, posto que não houve correlação estatisticamente significativa (p=0,477/RCP=0,941), em conformidade com outros autores(1212 Favril L, Laenen FV, Vandeviver C, Audenaert K. Suicidal ideation while incarcerated: Prevalence and correlates in a large sample of male prisoners in Flanders, Belgium. Int J Law Psychiatry. 2017;55:19-28. doi: 10.1016/j.ijlp.2017.10.005
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13 Calixto FM, Zerbini T. Epidemiology of suicide in Brazil between the years 2000 and 2010. Saúde Ética & Justiça. 2016;21(2):45-51. doi: 10.11606/issn.2317-2770.v21i2p45-51
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https://dialnet.unirioja.es/descarga/art...
). Ainda não há provas de que a religiosidade reduza significativamente o suicídio na prisão, e sugere-se que talvez isto se dê pela ausência de estudos que abordem especificamente o impacto da religiosidade sobre a saúde mental das PPL(4242 Eytan A. Religion and mental health during incarceration: a systematic literature review. Psychiatr Q. 2011;82(4):287-95. doi: 10.1007/s11126-011-9170-6
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https://doi.org/10.1590/1413-81232015217...
).

Dentre as limitações desse estudo, cabe ressaltar a realização da amostragem por conveniência em detrimento da amostragem probabilística, pois a unidade prisional não possuía o quantitativo necessário de agentes penitenciários para retirar exclusivamente as PPL que porventura fossem sorteadas ao acaso. Além disso, os estudos transversais possuem uma mensuração única, enquanto o seguimento dos estudos longitudinais garante maior amplitude de dados. Acrescenta-se, ainda, o fato de que ao menos um agente penitenciário acompanhava por todo momento cada participante, o que pode ter levado a subnotificação de alguma informação, incorporando possíveis vieses.

Apesar dessas limitações, salienta-se como ponto forte importante desse estudo, que talvez seja uma das primeiras pesquisas realizadas no Brasil a investigar a ideação suicida, a depressão, a religiosidade bem como as características sociodemográficas e contexto prisional entre homens e mulheres encarcerados. Desse modo, destaca-se a substancialidade em continuar estudos como esse, especialmente por se tratar de uma população estigmatizada e em constante crescimento.

O contexto em que as PPL estão inseridas é complexo e possui peculiaridades que propiciam o acometimento dos agravos à saúde mental. Dessa forma, retratar melhor a realidade dessa população e seu perfil, compreender a violência da morte em decorrência do suicídio bem como compreender os fatores correlacionados, pode contribuir para a instrumentalização de futuras ações de intervenção e promoção de barreiras à sua ocorrência.

Conclusão

Esse estudo identificou que 21,1% dos participantes declararam ideação suicida após o encarceramento e, quanto às variáveis analisadas, ser sexo feminino, não possuir companheiro(a), trabalhar dentro da penitenciária, ser réu primário e fazer uso de medicamento controlado foram as que exerceram alguma influência sobre a presença desse pensamento. Constatou-se, ainda, que ser do sexo feminino aumenta as chances de apresentar pensamento suicida em 7,2 vezes, não possuir companheiro(a) aumenta em 3 vezes, e para cada ponto a mais no escore total da escala de depressão, o aumento é de 21% nas chances de apresentar o mesmo pensamento. Conclui-se que os objetivos propostos foram alcançados, contribuindo para medidas que podem ajudar na identificação de pessoas em risco, tais como a construção de novas propostas de intervenções, a prevenção do comportamento suicida e a promoção da saúde.

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Editado por

Editora Associada: Sueli Aparecida Frari Galera

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Out 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    08 Set 2019
  • Aceito
    21 Maio 2020
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