EDITORIAL
Este número da Revista começa com um debruçar-se sobre a saúde como objeto, seja de desejo, como no primeiro artigo, de Fernando Lefèvre, e epistemológico, no segundo de Carmem Fontes Teixeira. Ainda que bastante distintos, ambos os textos pressupõe a idéia básica de que a saúde não é, a maior parte do tempo, uma coisa, uma concretude, mas, sempre, uma "démarche" ou processo, em busca de algo que não sabemos muito bem o que é mas que achamos que é bom, humano.
Segue a Revista com o artigo de Semiramis Melani Melo Rocha e colaboradores, que implica num voltar-se, agora não diretamente sobre a saúde mas sobre um de seus desdobramentos atuais: a noção de integralidade da assistência, apontando para a necessidade de construir - sobretudo na prática - este conceito como fusão ou amálgama, evitando o recurso fácil à mera soma de olhares especializados.
Os dois artigos finais deste número, respectivamente de Rebecca Sousa e Silva e de autoria conjunta de Eleonora M. de Oliveira e Margarida Barreto, que trazem mais diretamente a mulher para a cena - seja porque falam do aborto, seja porque enfocam a LER como acometimento feminino - tem algo em comum com os demais artigos: a idéia de construção: do dado estatístico, no dado estatístico, no artigo sobre o aborto e do gênero, naquele sobre a LER.
É claro então que, no final, só nos resta reiterar que a Saúde, notadamente a Coletiva, não é, constrói-se.
A Comissão Editorial
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
05 Jun 2008 -
Data do Fascículo
Jul 1997